PMSUS 4 - D1 Flashcards
Defina mortalidade materna
É a morte de mulheres que ocorre durante a gravidez, o parto e o puerpério (até 42 dias após o parto)
Cite as principais causas de mortalidade materna no Brasil
*Hipertensão associada à gravidez (eclâmpsia);
*Hemorragia obstétrica;
*Infecções puerperais;
*Abortamentos;
*Gravidez na adolescência.
Em relação à mortalidade materna, qual meta a OMS estabeleceu para 2030?
No máximo 70 óbitos para cada 100.000 nascidos vivos
Quais as principais estratégias para reduzir a mortalidade materna?
-> Políticas para redução da desigualdade de gênero, social e no trabalho;
-> Planejamento reprodutivo;
-> Acesso a serviços de acolhimento, segurança e qualidade durante a gravidez, parto e puerpério;
-> Promover a investigação de óbitos maternos em todos os níveis de saúde para identificar fragilidades na assistência prestada e na vida da mulher, que possam ser superadas para mudar a realidade de outras mulheres.
De qual maneira a Atenção Primária à Saúde pode melhorar a assistência à saúde da mulher no ciclo da gestação, parto e puerpério?
-> Conhecimento da população de gestantes e puérperas do território;
-> Estratificação de risco gestacional;
-> Manejo adequado das necessidades das gestantes, parturientes e puérperas de acordo com o estrato de risco.
O conhecimento da população de gestantes e puérperas do território envolve o mapeamento dos fatores de risco gestacionais. Quais seriam eles?
-> Dificuldade de acesso aos serviços de saúde;
-> Condições vulneráveis de habitação e renda;
-> Baixa escolaridade;
-> Condições de trabalho desfavoráveis (esforço físico excessivo, estresse contínuo, exposição a agentes nocivos);
-> Anemia falciforme, HAS, DM e outras doenças crônicas;
-> Idade < 15 anos e > 35 anos;
-> Alimentação não saudável;
-> Inatividade física;
-> Uso de drogas lícitas ou ilícitas;
-> Violência doméstica e situação conjugal insegura.
Quais são os 10 passos para o pré-natal de qualidade segundo o Ministério da Saúde?
- Iniciar o pré-natal na Atenção Primária à Saúde até a 12ª semana de gestação (captação precoce)
- Garantir os recursos humanos, físicos, materiais e técnicos necessários à atenção pré-natal
- Toda gestante deve ter asseguradas a solicitação, a realização e a avaliação em termo oportuno do resultado dos exames preconizados no atendimento pré-natal
- Promover a escuta ativa da gestante e de seus acompanhantes, considerando aspectos intelectuais, emocionais, sociais e culturais, e não somente um cuidado biológico: “rodas de gestantes”.
- Garantir o transporte público gratuito da gestante para o atendimento pré-natal, quando necessário
- É direito do parceiro ser cuidado (realização de consultas, exames e ter acesso a informações) antes, durante e depois da gestação: “pré-natal do parceiro”
- Garantir o acesso à unidade de referência especializada, caso seja necessário
- Estimular e informar sobre os benefícios do parto fisiológico, incluindo a elaboração do plano de parto
- Toda gestante tem direito de conhecer e visitar previamente o serviço de saúde no qual irá dar à luz (vinculação)
- As mulheres devem conhecer e exercer os direitos garantidos por lei no período gravídico-puerperal
A unidade básica de saúde (UBS) deve ser a porta de entrada preferencial da gestante no sistema de saúde. É o ponto de atenção estratégico para melhor acolher suas necessidades, inclusive proporcionando um acompanhamento longitudinal e continuado, principalmente durante a gravidez. Nesse sentido, caracterize a estrutura operacional da RAS Materno infantil.
- Unidades Básicas de Saúde na APS, preferencialmente organizadas com eSF, eSF-SB e NASF;
- Apoio diagnóstico laboratorial;
- Transporte em saúde municipal;
- Ambulatório de referência para o pré-natal de alto risco, referência para as UBS de todos municípios da região;
- Maternidade de risco habitual no município sede da Região de Saúde ou em outros municípios de maior porte populacional;
- Maternidade de alto risco no município-sede da região ampliada de saúde (macrorregião);
- Casa de apoio à gestante anexa à maternidade de alto risco;
- Serviços de referência ambulatoriais e hospitalares especializados (HIV/AIDS).
Como se dá a abordagem pré-concepcional e a captação e confirmação da gestação na APS?
- O aconselhamento pré-concepcional é parte integrante dos cuidados pré-natais e tem por objetivo conhecer precocemente as expectativas em relação à gravidez, além de identificar fatores de risco ou doenças que possam interferir no prognóstico da futura gestação;
- A captação da gestante para o acompanhamento deve ser precoce – dentro do primeiro trimestre da gestação –, possibilitando a identificação de eventuais fatores de risco e instituindo os cuidados do pré-natal. As famílias e a comunidade devem ser educadas sobre a importância da captação precoce e do acompanhamento do pré-natal. Os Agentes Comunitários da Saúde (ACS) devem estar capacitados para investigar e identificar os sinais e sintomas durante as visitas domiciliares;
- A confirmação se dá, principalmente, por métodos laboratoriais (beta-HCG positivo em sangue ou urina) e exame físico (movimentos fetais ou ausculta BCF).
Quais os principais dados de coleta na primeira avaliação do pré-natal?
Anamnese:
- Nome da gestante e do acompanhante
Idade, cor da pele e etnia, naturalidade e procedência, atividades laborais, situação conjugal, aceitação da gravidez, escolaridade, aspectos religiosos;
- Antecedentes mórbidos e fisiológicos pessoais;
- Antecedentes ginecológicos e obstétricos;
- Hábitos de vida, uso de medicamentos e drogas, relações sociais;
- Antecedentes familiares;
- Alergias e situação vacinal;
- Movimento fetal
Exame físico geral:
- Peso, altura, índice de massa corpórea; registro no gráfico de ganho ponderal
- Pulso, pressão arterial e presença de edema
- Sistema tegumentar (presença de alterações na pele), mucosa ocular, presença de varizes nos membros inferiores, ausculta cardíaca, ausculta pulmonar, palpação da tireoide, avaliação do aparelho locomotor (ênfase na coluna e nos joelhos), cavidade oral (conservação dentária e gengivas) e palpação abdominal.
Exame físico gineco-obstétrico:
- Exame das mamas: inspeção estática e dinâmica; palpação das glândulas mamárias, segmento axilar e axila; expressão mamária; identificação de proliferação das glândulas, aumento do volume, edema, vasodilatação (rede venosa de Haller), aumento da pigmentação da aréola primária, aparecimento da aréola secundária, hipertrofia das glândulas sebáceas do mamilo (tubérculos de Montgomery), inversão de mamilos;
- Exame pélvico: inspeção genital (malformações, rupturas, cicatrizes, alterações da coloração, lesões vegetantes e ulcerações), do períneo e região anal; exame com espéculo vaginal (paredes vaginais, características físicas do conteúdo vaginal, colo uterino, presença de lesões como pólipos ou outras potencialmente sangrantes);
- Coleta do exame citopatológico, se necessário
Exame físico obstétrico: inspeção, palpação, mensuração da altura uterina e ausculta dos batimentos cardíacos fetais (a partir da 12ª semana) e registro do valor exato do número de BCF/min; alterações da coloração (linha nigrans), estrias, cicatrizes, tensão (polidrâmnio) e outras alterações
- Toque vaginal, se necessário.
- Exames de rotina (tiragem sanguínea, hemograma, Coombs indireto, glicemia. Testes para HIV, sífilis, toxoplasmose, hepatite B, CMV, urina tipo l e urocultura e papanicolau.
O que são doenças crônicas?
As doenças crônicas compõem o conjunto de condições crônicas. Em geral, estão relacionadas a causas múltiplas, são caracterizadas por início gradual, de prognóstico usualmente incerto, com longa ou indefinida duração. Apresentam curso clínico que muda ao longo do tempo, com possíveis períodos de agudização, podendo gerar incapacidades. Requerem intervenções com o uso de tecnologias leves, leve-duras e duras, associadas a mudanças de estilo de vida, em um processo de cuidado contínuo que nem sempre leva à cura.
Liste algumas das doenças ou condições crônicas mais prevalentes no Brasil
- Circulatórias: Hipertensão arterial, IAM, AVC;
- Endócrinas: diabetes Mellitus;
- Respiratórias crônicas: asma, DPOC;
- Neoplasias.
Qual a importância de organizar a atenção às pessoas com Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no SUS?
As doenças crônicas constituem problema de saúde de grande magnitude, correspondendo a 72% das causas de mortes. Além da mortalidade, as doenças crônicas apresentam forte carga de morbidades relacionadas. Elas são responsáveis por grande número de internações e perda significativa da qualidade de vida, que se aprofunda à medida que a doença se agrava.
De que forma os determinantes sociais impactam a prevalência das DCNT?
As desigualdades sociais, diferenças no acesso aos bens e aos serviços, baixa escolaridade e desigualdades no acesso à informação determinam, de modo geral, maior prevalência das doenças crônicas e dos agravos decorrentes da evolução dessas doenças (SCHMIDT et al., 2011).
De qual forma as DCNT impactam a economia do País?
Os gastos por meio do SUS, mas também com as despesas geradas em função do absenteísmo, das aposentadorias e da morte da população economicamente ativa.
Quais os fatores de risco em comum modificáveis para as Doenças Crônicas Não Transmissíveis?
Tabagismo, álcool, inatividade física, alimentação não saudável e obesidade.