NCS SP1 - TUTORIA Flashcards
Diferencie neoplasia, tumor e câncer
-> Neoplasia significa um novo crecimento. A neoplasia pode ser melhor definida como um distúrbio de crescimento celular, gerando uma massa anormal de tecido, cujo crescimento é excessivo, descontrolado autônomo, em geral com perda ou redução de diferenciação, em consequência de alterações em genes ou proteínas que regulam a multiplicação e a diferenciação das células. O distúrbio do crescimento persiste da mesma maneira excessiva após a interrupção do estímulo que originou as alterações;
-> O termo tumor é atualmente equivalente à neoplasia. Oncologia (do grego onco = tumor) é o estudo dos tumores ou dos neoplasmas. Os tumores podem ser benignos e malignos;
-> Tumores ou neoplasias malignas são coletivamente denominados como cânceres.
(Robbins, 9ed.) (Bogliolo, 10ed.)
Classifique as informações a seguir como verdadeiras ou falsas e assinale a alternativa correta
l. Neoplasias podem ser causadas por mutações adquiridas que afetam uma única celula e sua progênie clonal;
ll. Mutações causais fornecem para a célula neoplásica uma vantagem de sobrevivência e de crecimento, resultando em proliferação excessiva que é independente de sinais fisiológicos de crescimento (autônoma).
a) apenas I é verdadeira
b) apenas II é verdadeira
c) as duas são verdadeiras
d) as duas são falsas
c)
Quais são os dois componentes básicos de todo tumor?
(1) células neoplásicas clonais que constituem o parênquima tumoral;
(2) estroma reativo feito de tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e números variáveis de células do sistema imune inato e adaptativo.
Considere (1) componente paraquimentoso do tumor e (2) estroma do tumor.
Qual deles se relaciona com a classificação do tumor e o seu comportamento biológico e qual está relacionado com o seu crescimento e disseminação?
A classificação dos tumores e seu comportamento biológico são baseados principalmente no componente parenquimatoso, mas seu crescimento e disseminação são criticamente dependentes do seu estroma.
Cite as principais diferenças entre neoplasias benigna e maligna
BENIGNO:
-> Diferenciação/Anaplasia:
*Bem diferenciado, estrutura algumas vezes típica do tecido de origem.
-> Taxa de crescimento:
*Normalmente progressivo e lento, pode chegar a uma paralisação ou regredir, figuras mitóticas raras e normais.
-> Invasão Local:
*Normalmente massa coesa e bem demarcada que não invade ou se infiltra em tecidos normais circundantes.
-> Metástase:
*Ausente
MALIGNO:
-> Diferenciação/Anaplasia:
*Variado, apresentando sempre alguma falta de diferenciação (anaplasia); estrutura muitas vezes atípica.
-> Taxa de crescimento:
*Irregular, pode ser de lento a rápido; figuras mitóticas podem ser numerosas e anormais.
-> Invasão Local:
*Localmente invasivo, infiltrando tecido circundante; às vezes pode ser enganosamente coeso e expansivo.
-> Metástase:
*Frequente; mais provável com grandes tumores primários indiferenciados.
Como é feita a nomenclatura dos tumores benignos?
Em geral, os tumores benignos são designados ligando o sufixo -oma ao nome do tipo de célula a partir do qual se origina o tumor. Os tumores de células mesenquimais geralmente seguem essa regra. Por exemplo, um tumor benigno que surge nos tecidos fibrosos é denominado fibroma, enquanto um tumor cartilaginoso benigno é denominado condroma. (Robbins, 9ed).
Por outro lado, a nomenclatura dos tumores epiteliais benignos é mais complexa; alguns são classificados com base em suas células de origem, outros no padrão microscópico, e sua arquitetura macroscópica. O termo adenoma é aplicado a uma neoplasia epitelial benigna derivada de glândulas, apesar de poderem, ou não, formar estruturas glandulares. (Robbins, 9ed.)
Cite 5 tumores benignos de origem mesenquimal
Leiomioma
Osteoma
Lipoma
Fibroma
Condroma
Como é feita a nomenclatura dos tumores malignos?
- Os tumores malignos que surgem em tecidos mesenquimais sólidos são geralmente chamados de sarcomas, ex: leiomiosarcoma, fibrossarcoma, condrossarcoma;
- células formadoras de sangue são as leucemias (literalmente, sangue branco) ou linfomas (tumores de linfócitos ou seus precursores);
- As neoplasias malignas de origem nas células epiteliais são denominadas carcinomas;
- Os carcinomas podem ser ainda mais especificados. O termo carcinoma de células escamosas denota um câncer em que as células tumorais lembram o epitélio escamoso estratificado, e adenocarcinoma denota uma lesão em que as células epiteliais neoplásicas crescem em um padrão glandular;
- Não é infrequente que um câncer seja composto por células de origem tecidual desconhecida,devendo ser designado meramente como um tumor maligno indiferenciado.
(Robbins, 9ed.)
Diferencie pólipo de pólipo adenomatoso
Quando uma neoplasia, benigna ou maligna, produz uma projeção macroscopicamente visível acima da superfície mucosa e se projeta, por exemplo, na luz gástrica ou colônica, denomina- se pólipo. Se o pólipo possuir tecido glandular, ele é chamado de um pólipo adenomatoso.
Caracterize a metaplasia
A metaplasia é definida como a substituição, em um tecido, de um tipo celular por outro tipo celular da mesma linhagem. A metaplasia quase sempre é encontrada em associação com os processos de dano, reparo e regeneração teciduais adaptativos, em resposta a algum tipo de alteração ambiental. Por exemplo, o refluxo gastro-esofágico danifica o epitélio escamoso do esôfago, levando à sua substituição por epitélio glandular (gástrico ou intestinal), mais adaptado a um ambiente ácido. Embora seja um processo adaptativo, algumas vezes a mudança de um epitélio em outro pode ser danosa: (a) metaplasia escamosa na árvore respiratória favorece infecções pulmonares; (b) quando prolongada, a metaplasia pode sofrer outras alterações na expressão gênica e constituir lesão pré-cancerosa. (Robbins, 9ed) (Bogliollo, 10ed).
Caracterize a displasia
O termo displasia literalmente significa ‘‘crescimento desordenado’’. É caracterizada por várias alterações, incluindo um pleomorfismo (alteração do tamanho e forma) considerável, perda da uniformidade das células individuais, arquitetura desordenada e desorientada, mitoses abudantes, assim como núcleos hipercromáticos grandes com uma grande razão núcleo-citoplasma. É encontrada principalmente em epitélios.
(Bogliollo, 10ed)
Qual a relação entre a metaplasia e a displasia?
Muitas vezes, displasias encontram-se associadas a metaplasia ou nela se originam, entretanto, nem todos epitélios metaplásicos são displásicos. (Bogliollo, 10ed)
Qual a relação entre as displasias e os cânceres?
As principais lesões pré-cancerosas são as displasias. Quanto mais desenvolvida é a lesão, maior é a probabilidade de evoluir para câncer. Entretanto, nem toda lesão pré-cancerosa caminha para um tumor maligno. Com a remoção das causas agressoras, displasias leves a moderadas que não envolvem toda a espessura do epitélio podem ser completamente reversíveis (Robbins, 9ed) (Bogliollo, 10ed.)
Qual a relação entre as displasias, tecidos epiteliais e desenvolvimento de cânceres?
As displasias são encontradas principalmente em tecidos epiteliais. Para indicar o risco da displasia evoluir para lesões mais graves, a OMS adota a denominação neoplasias intraepiteliais, de baixo ou de alto grau, conforme a intensidade e a extensão das alterações celulares. Quanto mais indiferenciada e extensa é a lesão, maior o risco de evolução para um câncer. Assim, fala-se em neoplasia intraepitelial cervical (NIC), neoplasia intraepitelial vulvar (NIV), neoplasia intraepitelial da próstata (PIN). (Robbins, 9ed.) (Bogliollo, 10ed)
V ou F
Certas hiperplasias ou neoplasias benignas podem ser lesões pré-cancerosas.
Verdadeiro. Como a hiperplasia do endométrio e os pólipos adenomatosos do intestino grosso. A regeneração hiperplásica que ocorre no fígado cirrótico também é um elemento importante na gênese do carcinoma hepatocelular.
V ou F
Mutações hereditárias genéticas podem induzir o desenvolvimento de um câncer
Verdadeira. Defeitos em protooncogenes, em genes supressores de tumor ou em genes de reparo do DNA podem resultar em proliferação celular anormal, perda de diferenciação e câncer em idade precoce (Bogliollo, 10ed)
V ou F
Inflamações crônicas, infecciosas ou não podem aumentam o risco de câncer.
Verdadeiro. Por aumentar a taxa de regeneração celular pela destruição celular ou por ação de radicais livres liberados por leucócitos, que aumentam o número de mutações e favorecem instabilidade do genoma. (Bogliollo, 10ed)
Cite um fator que pode ajudar a diferenciar conceitualmente uma neoplasia de uma displasia ou hiperplasia
Autonomia de proliferação
Caracterize o colo do útero
Também conhecido como cérvice uterino, é a porção inferior do útero que se abre para vagina. Permite a passagem do bebê e da menstruação. Apresenta duas regiões importantes: Endocérvice (forma a parede do canal cervical, voltada para o útero) e Ectocérvice (voltada para a vagina).
Qual tecido reveste a endocérvice? Caracterize-o
Epitélio colunar simples com células secretoras de muco. Esse epitélio repousa sobre a lâmina própria/basal de tecido conjuntivo com glândulas secretoras de muco
Qual tecido reveste a ectocérvice? Caracterize-o
Epitélio escamoso estratificado não queratinizado que repousa sobre lâmina basal/própria de tecido conjuntivo. Tal epitélio apresenta camada basal com células que apresentam relação núcleo/citoplasma alta, ficando escuras. A medida em que se direciona pra superfície, as célula se achatam, com maior quantidade de citoplasma em relação ao núcleo, ficando mais claras. O estrógeno permite o armazenamento de glicogênio nas camadas intermediária e superficial desse epitélio
O epitélio da ectocérvice, quando maduro (durante a fase reprodutiva da mulher), é representado por quatro diferentes camadas. Quais são elas?
Basal
Parabasal
Intermediária
Superficial & escamosa
Caracterize morfologicamente as camadas da ectocérvice
células basais com relação nucleo/citoplasma alto alinhadas sobre uma membrana basal;
células parabasais com relação núcleo-citoplasma alto entre a camada basal e as camadas celulares maduras;
células intermediárias, poligonais e maduras;
células superficiais, com morfologia similar à das células intermediárias, porém com núcleo picnótico e pequeno.
Caracterize a JEC
A junção escamo-colunar ou JEC é uma zona de transição entre o epitélio do endocérvice e do ectocérvice. Nessa região, há uma relativa metaplasia fisiológica, porém por ser uma área de transformação fica mais sujeita a infecções e a processos inflamatórios.
Qual a relação da JEC com a infecção pelo HPV?
O epitélio metaplásico escamoso na JEC é mais suscetível à ação do papiloma vírus humano (HPV), que infecta inicialmente as células basais.
Que tipo de vírus é o HPV?
Vírus de DNA
O vírus do papiloma humano (HPV) têm tropismo pelo epitélio escamoso da pele e de mucosas, nas quais provoca quais tipos de lesões?
Lesões proliferativas benignas ou malignas
Qual o principal fator de risco para o câncer de colo de útero?
O principal fator de risco para o câncer do colo do útero é a infecção pelo papilomavírus humano (HPV)
(Bogliollo, 10ed)
Além da infecção pelo HPV, cite outros fatores de risco para o câncer de colo de útero
Outros fatores considerados de risco para o câncer do colo do útero são: tabagismo, contraceptivos orais e fatores reprodutivos. Desses, o mais importante é o tabagismo. Pacientes portadoras do HPV e fumantes têm risco muito maior de desenvolverem neoplasia intraepitelial de alto grau comparadas com pacientes não fumantes. (Bogliollo, 10ed.)
Excetuando-se o câncer da pele, o do colo uterino representa o terceiro lugar em frequência na população feminina brasileira, vindo logo depois do câncer da mama e colorretal. Nesse sentido, qual a relação entre o câncer cervical e os fatores socioeconômicos?
Estudos epidemiológicos mostram que o câncer cervical comporta-se como doença sexualmente transmissível e é mais frequente em mulheres de baixa condição socioeconômica, fatores responsáveis pelo aumento da sua incidência em muitos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. (Tratado de Oncologia)
Qual a incidência e prevalência do HPV no Brasil?
O pico de incidência do HPV ocorre entre 25 e 30 anos e declina após essa idade;
O HPV é mais prevalente em mulheres sexualmente ativas entre 18 e 30 anos;
Após 55 anos, há redução expressiva da prevalência de infecção pelo HPV. O câncer é mais comum em mulheres com mais de 35 anos, o que sugere infecção precoce e progressão lenta.
(Bogliollo, 10ed.) (Tratado de Oncologia)
V ou F
A infecção pelo HPV é muito prevalente, mas apenas pequena parcela de casos progride para o câncer.
Verdadeiro. Na maioria das vezes, a infecção viral é transitória e regride espontaneamente entre 6 meses a 2 anos. Nos poucos casos de infecção persistente, sobretudo naquelas causadas por vírus de alto risco oncogênico, podem surgir lesões precursoras do câncer. (Bogliollo, 10ed).
A progressão para o câncer de colo de útero ocorre de 10 a 20 anos depois da infecção, embora alguns casos possam evoluir em 1 ou 2 anos. Fatores exógenos e endógenos atuam em conjunto com o vírus na progressão das lesões. Quais seriam eles?
Entre os fatores relacionados ao vírus, têm-se: (a) tipo viral (tipos com alto e baixo risco); (b) infecção múltipla (mais de um tipo de vírus) e variantes geográficas do HPV; (c) carga viral na lesão (maior no HPV 16); (d) taxa de integração do vírus ao genoma celular;
Os fatores relacionados ao hospedeiro são: (a) resposta imunitária; (b) tabagismo; (c) início precoce de atividade sexual; (d) uso prolongado de contraceptivos orais; (e) multiparidade; (f) múltiplos parceiros sexuais; (g) associação com outras infecções sexualmente transmissíveis, como o HIV;
(Bogliollo, 10ed.)
Explique, de maneira geral, como a infecção pelo HPV pode induzir o desenvolvimento do câncer do colo de útero.
O câncer do colo do útero associa-se a infecção persistente por subtipos do HPV de alto risco oncogênico, principalmente HPV 16 e HPV 18. Tais vírus, que dependem da célula infectada para a sua replicação, induzem proliferação epitelial e estão associados às lesões precursoras do carcinoma escamoso (NIC 2 e NIC 3) e ao carcinoma invasivo.