NCS SP 2.3 - MEDLAB Flashcards

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1
Q

Qual o agente etiológico da toxoplasmose?

A

Toxoplasma gondii, um protozoário parasita intracelular obrigatório (Zugaib, 5ed)

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Q

Como ocorre a transmissão da toxoplasmose para a mãe?

A

A principal forma de contaminação dos seres humanos é pela ingestão oral, que pode ocorrer pelo consumo de alimentos, água, terra e lixo contendo oocistos provenientes de contaminação por fezes de felinos e/ou pelo consumo de carnes de hospedeiros intermediários (porcos, por ex) contenham bradizoítos.
(Zugaib, 5ed)

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3
Q

Como ocorre a transmissão da toxoplasmose para o embrião/feto

A

Via placenta. O risco de acometimento é inversamente proporcional à idade gestacional.
(Zugaib, 5ed)

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4
Q

Quais as manifestações clínicas da toxoplasmose?

A

As infecções maternas por toxoplasma gondii geralmente são assintomáticas. Cerca de 10% dos casos são sintomáticos, porém são geralmente inespecíficas e autolimitadas, com quadros de fadiga, mialgia, linfadenopatia occipital e/ou cervical, coriorretinite, miocardite. A infecção pode passar por uma fase latente e ser reativada em hospedeiros imunocomprometidos, podendo levar à encefalite.
(Zugaib, 5ed)

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5
Q

Quais as complicações para o embrião/feto pela transmissão vertical da toxoplasmose?

A

Abortamento e óbito fetal podem ser decorrentes de infecções durante o primeiro e o segundo trimestres. Embora a toxoplasmose congênita seja assintomática na maioria dos recém-nascidos, os sinais de sua presença no período neonatal incluem: baixo peso ao nascer, hidrocefalia, microcefalia, calcificações intracranianas, coriorretinite, estrabismo, cegueira, hepatoesplenomegalia, anemia, icterícia, trombocitopenia e convulsões. Os casos não adequadamente tratados podem apresentar manifestações tardias da doença a partir da infância, incluindo atraso no desenvolvimento motor, dificuldades no aprendizado e episódios de coriorretinite de repetição.
(Zugaib, 5ed)

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6
Q

Qual o agente etiológico da sífilis?

A

Treponema pallidum, uma bactéria espiroqueta
(Zugaib, 5ed)

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7
Q

Como ocorre a transmissão da sífilis para a mãe?

A

Primordialmente por contato sexual
(Zugaib, 5ed)

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8
Q

Como ocorre a transmissão da sífilis para o embrião/feto?

A

Transmissão vertical via transplacentária
(Zugaib, 5ed)

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9
Q

Quais as manifestações clínicas da sífilis?

A
  • A sífilis primária caracteriza-se pelo desenvolvimento do cancro duro no local de inoculação. O cancro duro é uma úlcera, geralmente única, indolor, de bordos duros e fundo limpo, altamente infectante. Na mulher, a lesão pode surgir em qualquer região do trato genital inferior (vulva, vagina e colo uterino). Por ser indolor, muitas vezes a sífilis passa despercebida e desaparece espontaneamente em um período que varia de 2 a 6 semanas, independentemente do tratamento. A linfadenomegalia generalizada ocorre em 50% das pacientes;
  • A sífilis secundária, também conhecida por roséola sifilítica, é uma infecção sistêmica disseminada que surge em um período que varia de 1 a 2 meses depois do aparecimento do cancro duro. As lesões são descritas como um exantema maculopapular róseo, de limites imprecisos, que acomete tronco e raízes de membros, estendendo-se por todo o tegumento, incluindo as regiões palmar e plantar. O rash cutâneo desaparece espontaneamente entre 2 e 6 semanas.Esse quadro pode ser acompanhado de sintomas gerais, como febre, cefaleia, fadiga, faringite, adenopatia, perda de peso e artralgia. As lesões hipertróficas em genitália ou em regiões de dobra e atrito (condilomata lata ou condiloma plano) e a alopecia de couro cabeludo e sobrancelhas são outras formas da manifestação de secundarismo da sífilis;
  • Denomina-se sífilis latente o período entre o quadro de sífilis secundária e terciária. Não há manifestações clínicas durante o período de latência. A sífilis latente é classificada quanto à sua duração, sendo didaticamente dividida em latente recente, ou seja, o período dentro do primeiro ano de infecção após a cessação do secundarismo clínico, e latente tardia, ou seja, a sífilis latente em indivíduo com mais de 1 ano de evolução da doença e que perdura por muitos anos, encerrando-se quando do início da sífilis terciária;
  • A sífilis terciária é ocorrência rara, com o uso rotineiro de penicilinas. No entanto, pode ocorrer em até um terço dos pacientes não tratados. Clinicamente, pode se manifestar por meio de nódulos cutâneos ou gomas sifilíticas, acometimento articular, cardiovascular e neurológico. O acometimento cardiovascular é principalmente aórtico, também denominado aortite sifilítica, e manifesta-se por aneurisma da aorta, insuficiência aórtica e estenose do óstio coronariano. No sistema esquelético, descrevem-se artrite, periostite e osteocondrite. A neurossífilis é quadro insidioso e grave em que há invasão do espiroqueta no liquor. As sequelas da neurossífilis incluem tabes dorsalis (dor intensa em um dermátomo e ataxia locomotora), pupilas de Argyll Robertson (abolição do reflexo pupilar à luz, sem prejuízo do reflexo de acomodação), paresias, convulsões e demência.
    (Zugaib, 5ed)
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10
Q

Quais as complicações para o embrião/feto pela transmissão vertical da sífilis?

A

Sabe-se que 30% dos conceptos de gestantes não tratadas evoluem para óbito fetal, 10% para óbito neonatal e 40% para retardo mental. As pacientes com sífilis primária, secundária ou latente recente apresentam até 66% de fetos com algum acometimento. Os achados mais frequentes são: alteração da função hepática, hepatomegalia, trombocitopenia, anemia, ascite e imunoglobulina M (IgM) antitreponema fetal presente.
O acometimento neonatal pode causar lesões em órgãos internos, como pulmão (pneumonia alba de Virchow), fígado (cirrose hipertrófica), baço e pâncreas. Também cursa com osteocondrite em ossos longos, como o fêmur, a tíbia e o rádio. Dependendo da época de aparecimento dos sintomas na criança, a sífilis congênita pode ser classificada como recente ou tardia. É denominada recente quando o diagnóstico é realizado até 2 anos de idade. Esses casos costumam cursar de forma semelhante à sífilis secundária, e a criança apresenta exantema bolhoso, hepatoesplenomegalia, anemia hemolítica, icterícia e osteocondrite dolorosa (pseudoparalisia). Quando o diagnóstico é realizado após os 2 anos de vida da criança, denomina-se sífilis congênita tardia. As mais importantes alterações são as neurológicas, como a surdez decorrente da lesão do oitavo par de nervos cranianos. Outras manifestações da infecção incluem periostite dos ossos frontais do crânio, tíbia em sabre e os característicos dentes de Hutchinson.

(Zugaib, 5ed)

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11
Q

Qual o agente etiológico da hepatite B?

A

HBV vírus
(Zugaib, 5ed)

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12
Q

Como ocorre a transmissão da hepatite B para a mãe?

A

Pelo sangue ou via sexual
(Zugaib, 5ed)

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13
Q

Como ocorre a transmissão da hepatite B para o embrião/feto?

A

A via transplacentária é rara, sendo mais comum via parto e amamentação.
(Zugaib, 5ed)

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14
Q

Quais as manifestações clínicas da hepatite B?

A

O espectro de manifestações clínicas da infecção pelo vírus da hepatite B (HBV) varia tanto na doença aguda quanto na crônica, sendo ambas as formas, habitualmente, oligossintomáticas. Durante a fase aguda, as manifestações variam de hepatite subclínica ou anictérica a hepatite ictérica e, em alguns casos, hepatite fulminante. Os principais sintomas relatados são anorexia, náusea, icterícia e desconforto no quadrante superior direito. A doença pode ser mais grave em pacientes co-infectados com outros vírus da hepatite ou com doença hepática subjacente.

(Ministério da Saúde)

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15
Q

Quais as complicações para o embrião/feto pela transmissão da hepatite B?

A

Pode causar hepatite fetal, que pode se tornar crônica quando o neonato não for tratado. O risco de desenvolvimento de carcinoma hepato celular e cirrose mais tardiamente pós-nascimento é significativo. (Zugaib, 5ed)

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16
Q

Qual o agente etiológico do HIV?

A

Vírus da Imunodeficiência Humana

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17
Q

Como ocorre a transmissão do HIV para a mãe?

A

Via sexual, transfusão de sangue contaminado, lesão por objetos perfurocortantes contaminados

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18
Q

Quais as manifestações clínicas da infecção pelo HIV?

A

Febre, fadiga, emagrecimento, faringite, cefaleia, linfadenopatia, etc..

19
Q

Como ocorre a transmissão do HIV para o embrião/feto?

A

A patogênese da transmissão vertical do HIV está relacionada a múltiplos fatores. Setenta e cinco por cento dos casos ocorrem durante o trabalho de parto e o parto, enquanto um quarto ocorre por transmissão auterina, principalmente nas últimas semanas de gestação. Há ainda um risco adicional representado pelo aleitamento materno. (Zugaib, 5 ed)

20
Q

Quais as complicações para o embrião/feto infectado pelo HIV?

A

Prematuridade, restrição do crescimento fetal (Zugaib, 5ed)

21
Q

Após a observação, interprete o diagnóstico sorológico de toxoplasmose apresentado abaixo para uma gestante em sua primeira consulta e estabeleça a conduta médica
1. IgM (-) e IgG (+)
2. IgM (-) e IgG (-)
3. IgM (+) e IgG (-)
4. IgM (+) e IgG (+)

A
  1. Gestante com doença antiga ou toxoplasmose crônica (imunidade remota) (manter orientações de prevenção da infecção. Não há necessidade de novas sorologias);
  2. Gestante suscetível à infecção. Por isso, realizar ações de prevenção primária e repetir sorologia de três em três meses e no momento do parto.
  3. Infecção muito recente ou IgM falso positivo. Iniciar espiramicina imediatamente. Repetir a sorologia de duas a três semanas, caso IgG (+) confirma a infecção. Caso IgG (-) suspender espiramicina, iniciar medidas de prevenção primária e repetir sorologia após 1 mês; caso permaneça alterada, repetir sorologia de três em três meses e no momento do parto.
  4. Possibilidade de infecção durante a gestação. Iniciar espiramicina imediatamente e realizar teste de avidez de IgG na mesma amostra ->
    * AVIDEZ FRACA = possibilidade de infecção adquirida na gestação, iniciar espiramicina imediatamente.
    * AVIDEZ FORTE e gestação < 16 semanas infecção adquirida antes da gestação, não há necessidade de mais testes. Interromper o uso de espiramicina.
    * AVIDEZ FORTE e gestação > 16 semanas, iniciar espiramicina se antes da 30 semana ou esquema tríplice após a 30 semana.
22
Q

Por que quando IgM (+) e IgG (-) deve ser feito o teste após algumas semanas?

A

Porque IgM pode ser falso positivo. Caso IgG positive após 2 ou 3 semanas, IgM é verdadeiro positivo.

23
Q

O que seria o teste de avidez de IgG?

A

O teste avalia o quão forte é a ligação do anticorpo IgG ao antígeno para estimar em que época ocorreu a infecção.

24
Q

Como é realizado o tratamento para a toxoplasmose na gestação?

A

Nos casos de soroconversão materna ou suspeita de infecção recente pelo parasita, a recomendação vigente é a administração de espiramicina à mãe na dose de 3 g/dia pela via oral, que pode ser dividida em três tomadas. O uso de espiramicina tem por objetivo reduzir o risco de passagem placentária do protozoário e de infecção fetal. A investigação da infecção fetal por meio da pesquisa em líquido amniótico deve ser realizada perante a comprovação de infecção aguda materna. Nos casos em que não se confirma a infecção fetal, recomendam-se manter a administração de espiramicina para a gestante até final da gestação e realizar acompanhamento ultrassonográficos mensalmente. Nos casos de confirmação da infecção fetal, a conduta para redução do acometimento é a utilização de pirimetamina, na dose de 50 mg/dia, associada a sulfadiazina, na dose de 3 g/dia (em caso de indisponibilidade da sulfadiazina, podem ser prescritos sulfametoxazol e trimetropim 800/160 mg a cada 12 horas), e a ácido folínico, na dose de 15 mg/dia. Esse esquema terapêutico deve ser mantido até o final da gestação. (Zugaib, 5ed)

25
Q

Para o diagnóstico de sífilis, os testes sorológicos são divididos em treponêmicos e não treponêmicos. Caracterize-os

A

O T. pallidum no organismo promove o desenvolvimento de dois tipos de anticorpos: as reaginas (anticorpos inespecíficos IgM e IgG contra cardiolipina), dando origem aos testes não treponêmicos, e anticorpos específicos contra o T. pallidum, que originaram os testes treponêmicos.
Dentre os testes não treponêmicos incluem-se: VDRL, RPR e TRUST. Esses são importantes para o diagnóstico e monitoramento da resposta ao tratamento.
Dentre os testes treponêmicos incluem-se: Teste Rápido (TR), FTA-Abs, ELISA/EQL, etc….Não são indicados para monitoramento da resposta ao tratamento.

26
Q

Como é realizado e analisado o VDRL?

A

A prova sorológica do VDRL é um dos testes não treponêmicos mais utilizados rotineiramente no imunodiagnóstico da sífilis. Apresenta uma técnica rápida de microfloculação, na qual utiliza antígenos extraídos de tecidos como a cardiolipina. A cardiolipina, quando combinada com lecitina e colesterol, forma sorologicamente um antígeno ativo, capaz de se ligar aos anticorpos presentes no soro durante a sífilis, uma a quatro semanas após o aparecimento do cancro primário. A titulação dos anticorpos de uma amostra é obtida por meio de diluições
seriadas, e o resultado a ser descrito no laudo sempre será o valor da última diluição
que apresentar reatividade no teste. Devem ser consideradas reagentes as amostras
que apresentarem reatividade em qualquer uma das diluições, mesmo quando houver reatividade somente com a amostra pura (diluição 1:1), o que permitirá a compreensão, por parte do profissional clínico, de que a amostra foi também testada nas demais diluições, nas quais não apresentou reatividade.

27
Q

O que significa 1:2 / 1:8 / 1:16 do VDRL ?

A

O título 2 (diluição 1:2) significa que um volume de amostra foi diluído em um mesmo volume de solução tampão; o título 4 (diluição 1:4) significa que um volume da amostra foi diluído em solução tampão em três vezes o volume de amostra, e assim por diante. Dessa forma, uma amostra com reatividade até a diluição 1:256 possui mais anticorpos do que uma amostra com reatividade até a diluição 1:2. A última diluição que ainda apresenta reatividade permite determinar o título (ex.: a amostra reagente até a diluição 1:16 corresponde ao título 16). Durante o pré-natal, o teste de VDRL é utilizado para rastreamento da doença. Recomenda-se a coleta do exame na primeira consulta de pré-natal, entre 28 e 32 semanas de gestação e na admissão à maternidade. Uma vez que há um resultado positivo, a confirmação diagnóstica deve ser realizada com teste treponêmico. Nesses casos, o VDRL será útil no acompanhamento terapêutico por meio do monitoramento dos níveis plasmáticos. É considerada resposta adequada ao tratamento uma queda dos títulos de VDRL em quatro vezes (equivalente a duas diluições), por exemplo, de 1:64 para 1:16.

28
Q

Qual tipo de teste sorológico da sífilis permanece, na maioria das vezes, reagente mesmo após o tratamento, pelo resto da vida da pessoa?

A

Treponêmico

29
Q

Por que os testes sorológicos treponêmicos e não treponêmicos precisam ser avaliados em conjunto?

A

Para detecção de falsos reagentes e não reagente, fase da doença, infecção prévia e monitorização da resposta ao tratamento.

30
Q

Como é realizado e analisado o teste rápido para sífilis?

A

Estes testes utilizam antígenos do T.pallidum e um conjugado composto por antígenos recombinantes de T.pallidum que são ligados a um agente revelador. Os testes rápidos são testes nos quais a execução, leitura e interpretação do resultado ocorrem em, no máximo, 30 minutos, sem a necessidade de estrutura laboratorial. Utilizam os princípios metodológicos de imunocromatografia. A amostra é considerada reagente para Sífilis quando surgem duas linhas coloridas na janela de leitura: linha colorida na área de controle (C) e uma linha colorida na área de teste (T). Quando o resultado for não reagente, aparecerá somente uma linha colorida na área de controle (C). Se a linha de controle (C) não aparecer dentro do tempo determinado pelo fabricante para leitura do resultado – isto é, entre 15 e 30 minutos após a adição do diluente, o teste não será considerado válido, mesmo que apareça alguma linha colorida na área de teste (T).

31
Q

Quais outros testes podem ser empregados no diagnóstico de sífilis?

A

Provas diretas, como:
- Campo escuro;
- Material corado;
- Imunofluorescência direta.

32
Q

Em pacientes sem histórico prévio de infecção por sífilis, qual teste sorológico é aplicado primeiro?

A

Teste treponêmico, uma vez que positiva antes do não treponêmico. Em caso de infecção prévia, inicia com o não treponêmico, já que o treponêmico muitas vezes permanece reagente por toda a vida.

33
Q

Paciente, 30 anos, duas gestações e um parto, realizou o primeiro exame pré-natal com 12 semanas de gestação. Durante a anamnese, refere que nunca teve IST. Nega úlceras genitais, lesões de pele ou sintomas sugestivos de sífilis. Encontra-se aparentemente saudável e assintomática no momento da consulta. Primeiro resultado: teste rápido positivo.

A. Como interpretar esse resultado e qual deve ser a conduta?

B. Você solicita um VDRL. Quais são a interpretação e a conduta diante dos seguintes resultados:
1.VDRL - Título de 1:8;
2.VDRL não reagente.

C. De posse de outro teste treponêmico FTA-ABS positivo. Resultado: positivo
3. Qual a interpretação e conduta?
4. Deve ser notificado ou não?

E. Diante de um resultado positivo em dois testes, como é realizado o tratamento e qual deles é mais indicado para monitoramento da doença?

A

A. Teste treponêmico rápido reagente. Solicitar teste não treponêmico.

B. 1. Sífilis ativa; tratar e monitorar. Realizar seguimento mensal com teste não treponêmico para gestante. Notificar e investigar o caso de sífilis em gestante.
2. Possibilidade de teste treponêmico falso reagente. Realizar outro teste treponêmico com metodologia diferente do primeiro. Se não reagente, falso reagente para o primeiro teste e exclui o diagnóstico de sífilis. Se reagente, suspeita de sífilis recente ou cicatriz sorológica caso haja documentação de tratamento adequado.

C. 3. Sífilis recente ou cicatriz sorológica de de sífilis tratada. Como a gestante não tem histórico de sífilis, tratar com penicilina benzatina;
4. Sim. Notificar e investigar o caso de sífilis em gestante.

E. O tratamento de escolha é a penicilina, sendo terapêutica tanto para a mãe como para o feto, uma vez que atravessa a placenta. Essa droga previne a sífilis neonatal em 98% dos casos. A penicilina é considerada a única droga comprovadamente capaz de tratar a mãe e o feto, portanto, preconiza-se que todas as gestantes sejam tratadas com penicilina - pacientes alérgicas devem ser dessensibilizadas. A posologia da penicilina depende do estágio da doença:
- Sífilis primária, secundária e latente recente: penicilina G benzatina, 2.400.000 UI por via intramuscular, em dose única;
- Sífilis latente tardia, duração indeterminada e terciária: penicilina G benzatina, 2.400.000 UI por via intramuscular, uma vez por semana, por 3 semanas consecutivas;
- Neurossífilis: penicilina G cristalina de 3.000.000 a 4.000.000 UI, por via intravenosa, a cada 4 horas por 10 a 14 dias, seguido de penicilina G benzatina, 2.400.000 UI por via intramuscular, semanalmente, por 3 semanas.
Todos os contatos sexuais atuais da paciente devem ser tratados, pois, do contrário, considera-se alta a chance de a gestante se reinfectar após o tratamento, tornando-o inefetivo em termos de proteção para transmissão vertical. Os parceiros sexuais deverão receber dose única de penicilina G benzatina, 2.400.000 UI, por via intramuscular, mesmo que apresentem sorologia negativa para sífilis;
O monitoramento da doença deve ser realizado com teste não treponêmico.

34
Q

V ou F
O VDRL pode ser falso-positivo ou cicatriz sorológica até o título de 1:4, porém este evento é muito mais raro do que se pressupõe.Todavia, na dúvida diagnóstica, leva-se em consideração a relação entre risco da infecção e o benefício do tratamento, e no caso das gestantes, deve-se sempre tratar a paciente a partir de qualquer valor positivo de VDRL.

A

Verdadeiro. (Zugaib, 5ed)

35
Q

V ou F
A triagem para sífilis deve ocorrer somente na primeira consulta do pré-natal.

A

Falso. Deve ocorrer na primeira consulta, idealmente no primeiro trimestre, no início do terceiro trimestre (28ª semana), no momento do parto (independentemente de exames anteriores) e em caso de abortamento.

36
Q

Em quais momentos devem ser feitos os testes sorológicos de Hepatite B e HIV na gestante e puérpera?

A

Para a hepatite B, deve ocorrer na primeira consulta do pré-natal (idealmente, no primeiro trimestre) e no terceiro trimestre. Se o resultado for não reagente e se não houver história de vacinação prévia, recomenda-se a vacinação. Caso a gestante se apresente no momento do parto sem ter realizado todas as doses da vacina, deve-se proceder à testagem da usuária para hepatite B na maternidade. Já para o HIV: na primeira consulta do pré-natal (idealmente, no primeiro trimestre da gestação), no início do terceiro trimestre e no momento do parto, independentemente de exames anteriores.

37
Q

Em relação aos testes sorológicos da hepatite B, caracterize os anticorpos anti-HBs.

A

São anticorpos neutralizantes, induzidos pela vacinação e permanecem por longos períodos no indivíduo.

38
Q

Em relação aos testes sorológicos da hepatite B, caracterize os anticorpos anti-HBc.

A

Permanecem por longos períodos no indivíduo após infecção.

39
Q

Em relação aos testes sorológicos da hepatite B, caracterize os anticorpos IgM anti-HBc.

A

É um marcador do início da infecção.

40
Q

Em relação aos testes sorológicos da hepatite B, caracterize os anticorpos específicos para HBeAg e HBsAg

A

Indicam uma resolução favorável para a infecção

41
Q

Interprete os seguintes resultados sorológicos no diagnóstico da hepatite B:
1:
- HBsAg não reagente;
- Anti-HBc IgM não reagente;
- Anti-HBc total não reagente;
- Anti-HBs não reagente.

2:
- HBsAg não reagente;
- Anti-HBc IgM não reagente;
- Anti HBc total reagente;
- Anti HBs reagente.

3:
- HBsAg não reagente;
- Anti-HBc IgM não reagente;
- Anti-HBc total não reagente;
- Anti-HBS reagente.

4:
- HBsAg reagente;
- Anti-HBc IgM reagente;
- Anti Hbc total reagente/não reagente;
- Anti-HBs não reagente.

5:
- HBsAg reagente;
- Anti-HBc IgM não reagente;
- Anti Hbc total reagente/não reagente;
- Anti-HBs não reagente.

A
  1. Ausência de contato prévio com o HBV, mas está suscetível.
  2. Imune após infecção pelo HBV.
  3. Imune após vacinação contra HBV.
  4. Infecção recente pelo HBV com resolução favorável.
  5. Infecção pelo HBV com resolução favorável.
42
Q

De acordo com o Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para prevenção da transmissão vertical de HIV, Sífilis e hepatites Virais (2021), as gestantes devem ser acompanhadas a, pelo menos, três testagens durante o pré-natal:

A
  1. Teste rápido anti-HIV: o primeiro teste rápido de triagem anti-HIV deve ser oferecido no primeiro trimestre da gestação. Caso o resultado seja não reagente, é recomendado repetir o teste rápido no terceiro trimestre ou no momento do parto.
  2. Teste rápido anti-HIV: caso o primeiro teste rápido de triagem seja reagente, é realizado um segundo teste rápido de triagem com um kit diferente. Se esse segundo teste também for reagente, é considerado um resultado preliminar positivo, mas não confirmatório.
  3. Teste confirmatório anti-HIV: em casos de resultado preliminar positivo, é necessário realizar um teste confirmatório, preferencialmente o teste imunoenzimático de quarta geração (ELISA - ensaios de captura de antígeno e anticorpo). Esse teste confirmatório é realizado em laboratórios de referência e busca para identificar a presença de detecção de anti-HIV e do antígeno p24 do HIV.
43
Q

Qual conduta perante uma gestante com IG de 13 semanas diagnosticada com HIV?

A

Na gestante, a introdução de terapia antirretroviral deve, sempre que possível, ser guiada pela genotipagem. Estudo brasileiro de 2014 demonstrou prevalência de aproximadamente 16% de vírus resistentes às drogas de primeira linha em gestantes sem tratamento prévio. As recomendações atuais do Ministério da Saúde para a terapia antirretroviral de gestantes vivendo com HIV e virgens de tratamento incluem:
Idade gestacional > 13 semanas: associação de tenofovir + lamivudina + dolutegravir.
Idade gestacional < 13 semanas:
- Nos casos em que não houver genotipagem disponível e naqueles casos com genotipagem evidenciando resistência ao efavirenz: associação de tenofovir + lamivudina + atazanavir/ritonavir.
- Pacientes com genotipagem disponível sem resistência viral: associação de tenofovir + lamivudina + efavirenz.

44
Q

Quais as condutas durante o parto de uma gestante com HIV?

A

Segue-se a recomendação do Ministério da Saúde, em consonância com recomendações internacionais, devendo a administração de zidovudina intraparto ser guiada pela carga viral com 34 semanas de gestação:
Carga viral indetectável: pacientes em uso adequado de terapia antirretroviral que apresentem carga viral indetectável com 34 semanas de gestação não necessitam de zidovudina intraparto.
Carga viral detectável (qualquer valor): pacientes devem receber zidovudina intraparto.
É importante ressaltar que não se administra zidovudina intraparto apenas para pacientes aderentes ao tratamento. Se houver suspeita de que a paciente não aderiu à terapia antirretroviral, opta-se pela administração de zidovudina.Pacientes com carga viral detectável ou que não fizeram uso de terapia antirretroviral devem receber zidovudina intravenosa desde o início do trabalho de parto até o clampeamento do cordão umbilical.
A Clínica Obstétrica do HC-FMUSP adota conduta proposta pelo Ministério da Saúde, em que a via de parto é determinada pela carga viral da paciente com 34 semanas de idade gestacional, desde que esteja em uso de terapia antirretroviral combinada com três drogas ativas. Desse modo:
Carga viral < 1.000 cópias/mL: via de parto obstétrica.
Carga viral > 1.000 cópias/mL: cesárea eletiva com 38 semanas de idade gestacional.

As pacientes elegíveis para a realização de cesárea devem ter seu parto agendado com 38 a 39 semanas, para evitar a ocorrência de trabalho de parto espontâneo. Durante o procedimento, recomendam-se a troca das compressas ou dos campos cirúrgicos secundários (sobressalentes) antes da histerotomia e a tentativa de parto empelicado, com o objetivo de reduzir o contato do recém-nascido com secreções maternas contaminadas.

Os cuidados com o recém-nascido incluem evitar aspiração de vias aéreas e a limpeza imediata das secreções e sangue visíveis com compressa úmida, banho em água corrente logo após o nascimento e contraindicação da lactação. Além disso, existe indicação de quimioprofilaxia para o recém-nascido. A opção de quimioprofilaxia depende da estratificação do risco de transmissão vertical.