NCS SP 1.3 - TUTORIA Flashcards
Quais são os principais fatores de risco gerais para desenvolvimento de hemopatias malignas?
- Fatores genéticos (principalmente);
- Ambientais:
*Radiação (sobre a medula óssea, é leucemogênica);
*Fármacos;
*Agentes químicos (exposição ao benzeno - Leucemia Mieoloide Aguda);
*Infecções (HIV, EBV e H. pylori).
As mutações genéticas que levam às neoplasias hematológicas podem ocorrer por uma variedade de mecanismos. Quais são elas?
- Translocações cromossômicas (principalmente);
- Mutações pontuais;
- Deleções de genes;
- Duplicação cromossômica.
As translocações cromossômicas são as alterações genéticas características das hemopatias malignas. Cite algumas doenças em que essa mutação está presente.
Leucemia mieloide crônica (LMC);
Leucemia linfoblástica aguda de células B (LLA-B);
Leucemia mieloide aguda (LMA);
Linfoma folicular e de Burkitt.
Qual a relação entre as enzimas tirosinoquinases e as hemopatias malignas?
As tirosinoquinases são enzimas que fosforilam proteínas, sendo importantes na sinalização celular. As mutações nas tirosinoquinases são origem de diversas hemopatias malignas e são alvos de inúmeros fármacos, altamente eficazes. Ex:
*JAK2 nas neoplasias mieloproliferativas
Qual a diferença entre mutações condutoras e mutações conduzidas? Qual a relação disso com o tratamento das neoplasias malignas?
As mutações condutoras são aquelas que conferem uma vantagem de crescimento seletiva a uma célula cancerosa. Já as mutações conduzidas não apresentam tal vantagem, podendo ja estar presentes na célula que se origina o câncer, ou de maneira neutra na célula em proliferação. É importante, assim, que os tratamentos com fármacos de ação direcionada tenham como alvo a atividade de mutações condutoras.
Conceitue leucemia
Leucemias são um grupo de doenças clonais caracterizadas pelo acúmulo de leucócitos malignos na medula óssea e no sangue. Tais células anormais causam sintomas por:
1. Insuficiência da medula óssea (anemia, neutropenia, trombocitopenia);
2. Infiltração de órgãos (baço, linfonodos, fígado, cérebro, meninges, pele ou testículos).
Como são classificadas as leucemias?
São classificadas em 4 tipos (leucemias agudas e crônicas que se subdividem em linfoides ou mieloides).
Caracterize a origem hematopoiética mieloide e linfoide
Uma célula tronco pluripotente da medula óssea dá origem a uma célula progenitora mieloide e outra linfoide;
(1) A célula progenitora mieloide dará origem aos eritrócitos, plaquetas, monócitos, neutrófilos, eosinófilos e basófilos;
(1) A célula tronco linfóide dará origem aos linfócitos T, B e células NK.
Caracterize as leucemias agudas
As leucemias agudas são doenças geralmente agressivas nas quais há uma transformação maligna das células-tronco hematopoiéticas ou de progenitores primitivos, tanto da linhagem mieloide, quanto linfoide. O dano genético envolve processos bioquímicos que resultam em:
(1) aumento da velocidade de produção;
(2) diminuição da apoptose;
(3) bloqueio na diferenciação celular.
As leucemias agudas caracterizam-se pela proliferação clonal e pelo bloqueio maturativo das células hematopoéticas, com substituição difusa da medula óssea por células neoplásicas.
A medula não consegue gerar células adultas e passa a produzir desordenadamente mais unidades celulares imaturas (blastos) para compensar essa falta, que não é efetiva. Isso agrava ainda mais o quadro, podendo levar a medula óssea ao colapso e a sua insuficiência. A leucemia aguda é definida pela presença de mais de 20% de blastos na medula óssea na apresentação clínica.
Qual o aspecto clínico dominante da leucemia aguda?
O aspecto clínico dominante da leucemia aguda é a insuficiência da medula óssea, causada pelo acúmulo de blastos, embora também costume ocorrer infiltração tecidual. Se não forem tratadas, as leucemias agudas são, via de regra, rapidamente fatais, porém, com o tratamento moderno, a maioria dos pacientes jovens consegue a cura da doença.
Caracterize a leucemia mieloide aguda
Doença clonal do tecido hematopoético caracterizada pela transformação maligna e proliferação anormal de células progenitoras da linhagem mieloide.
Qual o quadro clínico da leucemia mieloide aguda?
*Produção insuficiente das células sanguíneas normais, por insuficiência medular -> anemia, neutropenia e trombocitopenia;
- Anemia: fadiga, palidez, anorexia;
- Neutropenia: infecções
- Trombocitopenia: hemorragia de gravidade variável.
*Coagulação intravascular disseminada (CIVD) é característica da LMA promielocítica (pode levar a sangramentos);
*Infiltração leucêmica pode levar à hepatomegalia, esplenomegalia, hipertrofia das gengivas e dor óssea;
*Hipertrofia da gengiva, infiltração da pele e do SNC são características dos subtipos mielomonocítico e monocítico.
Cite uma característica epidemiológica da leucemia mieloide aguda
A LMA é rara na infância e corresponde cerca de 80% das leucemias agudas no adulto.
Cite uma característica morfológica comum dos blastos da leucemia mieloide aguda
Presença dos bastões de Auer
Quais fatores de risco estão associados a LMA?
- Doenças genéticas como Síndrome de Down e Klinefelter;
- Exposição à radiação e alguns quimioterápicos;
- Exposição à agentes químicos como solventes, pesticidas, benzeno
Como é feito o diagnóstico da LMA?
Considerando inicialmente a anamnese e o exame físico, o diagnóstico é feito por hemograma e mielograma. No hemograma observa-se anemia normocítica e normocrômica; trombocitopenia; leucocitose com blastos mileoides exceto na LMA promielocítica (M3). No mielograma é feita a caracterização morfológica das células leucêmicas; presença de bastonetes de Auer; Blastos > de 20%. Não é mandatário realizar biópsia de medula óssea.
Além disso, pode ser realizado imunofenotipagem e análise citogenética e molecular para definir melhor o prognóstico e terapias alvo.
Como se dá o tratamento da LMA?
Objetiva remissão total, com <5% de blastos na medula, hemograma e status clínicos normais. O tratamento varia e pode ser geral e específico.
Medidas gerais:
-> Acesso venoso central de longa permanência;
-> Hidratação vigorosa;
-> Controle os dados vitais: PA, FC, temperatura;
-> Suporte transfusional de hemácias e plaquetas;
-> Prevenção da lise tumoral;
-> Antiparasitários, antibióticos, antifúngicos;
-> Terapia antiemética;
Tratamento específico:
- Quimioterapia intensiva;
- Ás vezes profilaxia de SNC;
- O transplante de celulas-tronco alogênica pode ser uma opção em casos de mau prognóstico ou recidiva.
Caracterize a leucemia linfoblástica aguda
A leucemia linfoblástica aguda (LLA) é causada pela transformação maligna e acúmulo de linfoblastos na medula óssea e é a doença maligna mais comum na infância. As linhagens acometidas são a das células B (85%) e T (15%). A LLA subclassifica-se de acordo com o defeito genético subjacente, dos quais há ampla
variedade. O número de cromossomos nas células leucêmicas tem importância prognóstica: as células hiperdiploides (> 50 cromossomos) têm melhor prognóstico, ao passo que as células hipodiploides (<45 cromossomos) são acompanhadas de mau prognóstico. Outras anormalidades citogenéticas são t(12;21) e t(9;22) (minoria).
Quais os aspectos clínicos da LLA?
Insuficiência da medula óssea:
- Anemia (palidez, letargia, dispneia);
- Neutropenia (febre, mal-estar, infecções);
- Trombocitopenia (equimoses espontâneas, púrpura, sangramento gengival e menorragia)
Invasão de órgãos pelas células leucêmicas:
- Dor óssea, linfonodopatia, esplenomegalia, hepatomegalia, síndrome meníngea (cefaleia, náuseas e vômitos, visão turva, diplopia)
V ou F
Se houver predomínio de massas linfonodais ou extranodais, com < 20% de blastos na medula óssea, a doença é denominada linfoma linfoblástico, mas tratada como LLA.
Verdadeiro.