PED - Distúrbios obstrutivos Flashcards

1
Q

Definição de atopia

A

Reação exacerbada a antígenos mediada pela produção de IgE (classificada como uma reação de hipersensibilidade do tipo I). A atopia é o resultado de condições genéticas e adquiridas

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2
Q

Tipos de asma

A

Asma alérgica;
Asma não alérgica;
Asma de início tardio (mais comum em adultos) - asma ocupacional;
Asma relacionada à obesidade
Asma com obstrução fixa (asma final stage)

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3
Q

Asma alérgica fisiopatologia

A

Resposta Th2 com eosinófilos; broncoconstrição e hipertrofia do músculo liso brônquico

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4
Q

Asma alérgica -> fatores de risco

A

Predisposição genética e exposição a agentes sensibilizantes (atuam para desenvolver a doença), exposição à poeira, fumaça, ácaro, tabagismo e outras comorbidades (influenciam mais no controle da doença)

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5
Q

Clínica da asma

A

Tosse frequente, falta de ar, dificuldade para respirar, dores no peito, tosse noturna, chiado no peito

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6
Q

Asma -> diagnóstico

A

Clínica + comprovação de obstrução expiratória variável (espirometria com prova BD), impossível de fazer em <6 anos
Criança >5 anos: VEF1/CVF <0,9 MAIS melhora do VEF1 em >12%

Adulto: VEF1/CVF < 0,7 + melhora do VEF1 em >12% E >200 ml pós-BD

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7
Q

Asma -> outros exames diagnósticos além da espirometria

A

PFE, teste de provocação com metacolina
PFE: aumento >20% após uso de BD ou variação diurna >13%

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8
Q

Fatores de risco com critérios maiores e menores para asma

A
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9
Q

1º passo para o manejo da asma

A

Avaliar o CONTROLE do paciente!
Sintomas diurnos mais de 2 vezes na semana? - tosse, sibilos, cansaço…
Despertares noturnos pela asma?
Uso de broncodilatador de curta duração mais de 2 vezes na semana? (não conta quando o paciente usa medicação antes de ir fazer atividade física)
Limitação de atividades pela asma? - avaliar se a asma limita as atividades diárias dessa criança, seja ao brincar, nas atividades escolares, faltas à escola devido a sintomas, entre outros

Responder SIM a 3 ou 4 dessas perguntas = asma não controlada.
Responder sim a 1 ou 2 = parcialmente controlada, e não responder nenhuma vez o SIM = asma controlada.

<5 anos: sintomas diurnos 1 vez na semana ao invés de 2 vezes.

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10
Q

2º passo controle da asma

A

avaliar o risco de exacerbação independente do controle
Fatores de risco: exacerbação no ano passado, alto uso de LABA (>3 caixas por ano)

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11
Q

Asma -> Esquema de tto para >= 12 anos (Etapa I à V)

A

Resgate = CI e formoterol (LABA)

Etapa I e II: baixas doses de corticoide inalatório (CI) + formoterol (beta 2 agonista de longa duração - LABA) quando necessário.

Etapa III: CI dose baixa + formoterol diariamente

Etapa IV: CI dose média + formoterol diariamente

Etapa V: CI dose alta + formoterol diariamente / Associar Antimuscarínico de longa duração (LAMA) / Anti-IgE / Anti-IL5/5R / Anti-IL4R

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12
Q

Asma -> esquema tto 6-11 anos

A

Etapa I: aqui não muda nada, exceto pelo fato de que não aparece o formoterol. Manteremos CI dose baixa quando usar SABA e podemos considerar também CI dose baixa diariamente.

Etapa II: aqui, também, sem muitas mudanças, exceto pelo fato de que não aparece o formoterol. Manteremos CI dose baixa diária + SABA por demanda e são outras opções o antagonista de receptor de leucotrienos (montelucaste) ou CI dose baixa quando usar SABA (que não era uma opção no maior de 11 anos, lembra? Não costumamos deixar CI sob demanda nessa etapa no maior de 11 anos, mas pode-se avaliar essa possibilidade no paciente entre 6 e 11 anos!)

Etapa III: aqui também é bem parecido, usamos CI dose baixa + LABA ou dose média de CI + SABA por demanda ou dose muito baixa de CI + formoterol de manutenção e também de resgate. Ainda é possível fazermos CI dose baixa + antagonista de receptor de leucotrienos.

Etapa IV: preferencialmente usamos CI dose média + LABA e SABA por demanda OU dose baixa de CI + formoterol de manutenção e resgate. E nesse estágio é importante SEMPRE encaminhar para especialista! Outra opção seria adicionar tiotrópio ou antagonista do receptor de leucotrienos

Etapa V: CI dose alta + LABA / Anti-IgE. Opção: acrescentar anti-IL5.

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12
Q

Asma -> esquema tto < 6 anos

A

Para os menores de 6 anos o tratamento preventivo deve ser instituído se a criança apresentar sintomas de asma e se eles não estiverem controlados. Se o diagnóstico for duvidoso, usar SABA de resgate. Mas se os episódios de sibilância se tornarem recorrentes, devemos tentar teste terapêutico com doses baixas de CI. Se o controle não for satisfatório, devemos dobrar a dose do CI. Se mesmo assim permanecer sem resposta, devemos encaminhar o paciente para um especialista.

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13
Q

Por qual step começar o tto de asma?

A

Sintomas raros (1x/mês) -> step 1
Sintomas toda semana -> step 2
Sintomas todo dia / acordando à noite -> step 3
Começou exacerbando, sintomas graves -> step 4

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14
Q

Doses de corticoide inalatório na asma

A
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15
Q

Sinais de falência respiratória iminente na asma

A
16
Q

Sinais de exacerbação grave de asma

A
17
Q

Pacote inicial na exacerbação da asma

A

SABA -> resgate (4-10 puffs 20/20’ em 1h)

Corticoide VO ou IV (tanto faz, eficácia igual) 3-5 dias na criança, 5-7 dias no adulto

O2 S/N -> alvo: 93-95% adulto ; 94-98% na criança

18
Q

Pacote extra da exacerbação da asma

A

Resgate SABA + ipratrópio -> não funcionou -> sulfato de magnésio (IV)
Melhorar suporte de O2 (VNI ou IOT)
UTI se ameaça iminente à vida

19
Q

Critérios de gravidade na exacerbação da asma

A
20
Q

Bronquiolite viral aguda -> definição, incidência e etiologia

A
21
Q

Bronquiolite viral aguda -> Fisiopatologia

A
22
Q

Bronquiolite viral aguda -> quadro clínico

A

Geralmente temos um lactente de alguns meses que inicia um quadro de congestão nasal, coriza, tosse, podendo ter febre associada (a ausência dela não exclui o diagnóstico) - um quadro clássico de resfriado comum. Evolui após alguns dias com taquipneia, sinais de desconforto respiratório, como batimento de asa de nariz, tiragem subcostal, diafragmática e de fúrcula. Esses são os principais achados clínicos.
Ao exame físico temos sibilos inspiratórios ou bifásicos, com ou sem estertores crepitantes e roncos associados, e prolongamento do tempo expiratório. Dependendo do estágio da doença e de sua evolução, podemos ter redução na saturação de oxigênio.

23
Q

Bronquiolite Viral Aguda -> diagnóstico

A

Painel viral não ajuda; rx de tórax útil para casos graves e diagnóstico diferencial (principalmente asma)

24
Q

Bronquiolite Viral Aguda -> fatores de risco para pior gravidade

A

<3 meses
cardiopatias com repercussão hemodinâmica
Prematuridade
Doença pulmonar da prematuridade
Tabagismo passivo

25
Q

Critérios de hospitalização na Bronquiolite viral aguda

A

< 3 meses.

Piora do estado geral ou mal estado geral.

Recusa alimentar ou ingestão reduzida com ausência de diurese.

Desidratação.

Desconforto respiratório importante com saturação de oxigênio <92% (algumas referências internacionais, como American Academy of Pediatrics, utilizam menor que 90% como corte).

Episódios de apneia.

Prematuridade.

Problemas sociais que interfiram no entendimento dos pais ou no retorno rápido ao hospital.

26
Q

BVA -> tratamento (o que fazer [5] e o que NÃO fazer[5])

A

Lavagem nasal com SF 0,9%
Repouso
O2 S/N (preferência por cateter nasal de alto fluxo) -> alvo: 90-92%
Precaução de contato (MS acrescenta gotículas)
Se taquipneia: dieta por sonda
Hidratação venosa + jejum é o último recurso (gravíssima)!

NÃO usar broncodilatador na BVA! Só se houver suspeita de asma precoce (paciente sem histórico de IVAS, criança mais velha, episódios recorrentes)

NÃO usar corticoide
NÃO usar antivirais, antibióticos
NÃO fazer fisioterapia respiratória (nem em BVA nem em asma)
NÃO fazer nebulização com salina hipertônica 3% de rotina

27
Q

BVA -> suporte de O2

A

Cateter nasal simples (FiO2 até 40%)
Máscara de Venturi (até 60%)
Máscara não reinalante (até 100%)
Cânula nasal de alto fluxo (até 100% + pressão positiva)

28
Q

Profilaxia da BVA

A

Pavilizumab -> anticorpo monoclonal contra VSR

29
Q

Fibrose cística -> definições

A

Mucoviscidose ou doença do beijo salgado; pode afetar pulmões, ele + digestivo, ambos e outros sistemas (6 mutações).

30
Q

Fibrose cística -> fisiopatologia

A

Mutação gene CFTR -> transporte de íons cloreto prejudicado -> acúmulo de cloreto na célula -> influxo de sódio para compensar carga -> célula + osmótica, tirando água do extracelular -> mucosas secas, secreções hiperviscosas -> obstruções e infecção -> alterações estruturais
Detalhe: ocorre o contrário nas glândulas exócrinas (sudoríparas), o extracelular retém NaCl e o suor fica salgado

31
Q

Fibrose cística -> manifestações clínicas

A

Pulmonar (infecções respiratórias de repetição) + digestivo (esteatorreia)
Focar no verde/azul da imagem

32
Q

Dosagem de tripsina imunorreativa (papel filtro)

A

VR: até 70 ng/ml
Mais sensível, menos específico = não confirma a fibrose cística

33
Q

Padrão-ouro para diagnóstico de fibrose cística

A

Dosagem quantitativa de cloretos no suor
Confirmado >= 60mEq/L
Improvável se <30 mEq/L
Se inconclusivo = análise de mutações; 2 mutações: FC confirmada

34
Q

Diagnóstico de fibrose cística sistematizado

A

Se não testou nos <30 dias e clínica compatível com FC = fazer teste de suor

35
Q

Tratamento fibrose cística

A

PULMONAR:
Inalação com salina hipertônica e manitol
Dornase alfa inalatória (>6anos)
Fisioterapia respiratória
Oxigenoterapia e azitromicina (casos selecionados)

Parte nutricional = imagem (além de dosagem da elastase fecal, que é realizada para avaliar a função pancreática e pode ser realizada a partir das duas semanas de idade).

Moduladores de CFTR (ivacaftor) -> para mutações específicas

Pesquisa de microorganismos na orofaringe, aspirado traqueal ou escarro induzido
Espirometria 2x ano
Rx simples de tórax a cada 2-3 anos (após 5-6 anos de idade)
Por toda a vida!

36
Q

Detecção na piora na fibrose cística

A

Observar atentamente (perda de peso, alteração na secreção, febre) = infecção
Principais agentes = pseudomonas aeruginosa; stafilo aureus

37
Q

Exacerbação fibrose cística

A

Hospitalizar, suporte O2, ATB (direcionadas por culturas 14-21 dias)
Sem cultura = ceftazidima + amicacina + oxacilina