OT5 - Cancro Ovários, Endométrio e Colo do Útero (1) Flashcards
Cancro do Ovário / Trompa / Peritoneu - Epidemiologia?
◆ Relativamente ao cancro do ovário:
– Apesar da baixa incidência, cancros mais letais na mulher com elevado ratio mortalidade/incidência
◆ Isto deve-se a estes 3 fatores:
– Ausência de método de rastreio eficaz
– Disseminação intra-abdominal precoce
– Ausência de sintomas até fase tardia
Fatores de Risco?
◆ Idade avançada (idade média diagnóstico aos 63A)
◆ Nuliparidade/Infertilidade
◆ IMC > 30
◆ História pessoal de cancro da mama e ovário
◆ Endometriose
◆ Síndrome do ovário poliquístico (SOP)
Fatores Protetores?
◆ Laqueação tubar
◆ Histerectomia
◆ Multiparidade
◆ Gravidez < 35 A
Genética?
◆ 5% susceptibilidade genética
– BRCA 1 /2 - Síndrome Cancro da Mama/Ovário Hereditário - maioria nestes genes
– Mutações genes MLH1, MSH2, MSH6 e PMS2 (1-2%) (Síndrome de Lynch) - (genes envolvidos ma reparação do DNA)
◆ 85% mutações espontâneas somáticas
Subtipos Histológicos?
◆ Mais comum e com origem nas células epiteliais/formadoras de glândulas:
– Adenocarcinoma
. serosos: os mais frequentes, de alto ou baixo grau
. endometrióides
. mucinosos
. células claras
◆ Outros subtipos: células germinativas, das células estromais
Apresentação?
◆ Sintomas inespecíficos
– Enfartamento, distensão abdominal
– Alteração TI/ micção
– Dor abdominal/ pélvica
– Anorexia
– Sintomas que persitem e vão agravando ao longo do tempo
◆ > 70% das doentes apresentam estádio avançado ao diagnóstico (III/IV)
– Implantes/carcinomatose peritoneal, metastização hepática/pulmonar - mais raramente
Diagnóstico?
◆ Exame ginecológico de rotina
◆ Ecografia endovaginal
◆ TAC abdomino-pélvico - para estadiamento e melhor caraterização das lesões
◆ Marcadores tumorais - podem ajudar no diagnóstico e na evolução durante o tratamento
– Ca 125
– HE4
Classificação segundo comportamento biológico e alterações genéticas?
Podemos dividir os carcinomas do ovário em tipo I e tipo II.
Tipo - I?
◆ Baixo grau
◆ Derivam de lesões precursoras bem caracterizadas (T. Borderline)
– Endometrióides, mucinosos, células claras, serosos de baixo grau
◆ Crescimento indolente
◆ Baixa taxa de resposta à quimioterapia
◆ Estabilidade genéCca (mutações no K-RAS, BRAF, PTEN, β- catenina)
◆ Sobrevivência global aos 5 anos: 55%
Carcinomas do Ovário - Tipo II?
◆ Surgem de forma espontânea, sem lesões precursoras identificadas (crescimento de novo do epitélio celómico)
◆ Comportamento agressivo (tumores de alto grau)
– Serosos de alto grau, indiferenciados, T. Brenner, carcinosarcomas
◆ Boa taxa de resposta à quimioterapia
◆ Instabilidade genética (mutações nos genes P53, BRCA1, BRCA2)
◆ Sobrevivência global aos 5 anos: 30%
◆ Pior prognóstico
Estadiamento?
◆ 4 estádios:
– I - confinado ao ovário
– II - disseminação pélvica
– III - disseminação abdominal
– IV - metastização à distância
◆ Quanto > o estádio, < a sobrevivência.
Decisão do tipo tratamento - Avaliação da doente?
◆ Performance status
– Necessidade de auxílio nas AVDs
– Caminhar menos de 200 m
– Queda nos últimos 6 meses
◆ Comorbilidades
– Anemia
– Função renal
– Avaliação cardiovascular e pulmonar
◆ Estado Cognitivo/Neurológico
◆ Apoio Social/Psicológico
– Familiar tb, muito importante
Decisão do tipo tratamento - Avaliação da doença?
◆ Sintomas
◆ Exame Objetivo
◆ Marcadores Tumorais
◆ Estadimento
– TAC TAP
Tratamento?
◆ Nos estádios mais precoces, apenas se faz cirurgia, o que é pouco frequente acontecer.
◆ Nos estádios intermédios faz-se cirurgia + QT adjuvante.
◆ Nos estados avançados pode fazer-se cirurgiade citorredução - tirar toda a doença visível - seguida de QT.
◆ Se não for possível cirurgia de citorredução, faz-se QT neoadjuvante, seguida de cirurgia e depois completa a QT.
Tratamento - Cirurgia?
◆ Estadiamento
◆ Citorredutora Máxima
– o objetivo é remover toda a doença visível
◆ Intervalo
– quando se faz QT neoadjuvante, depois cirurgia e depois completa-se a QT
◆ Paliativa
– quando o objetivo é paliação de sintomas
◆ Objetivo: Remover toda a doença visível
Radicalidade antecipada da cirurgia?
◆ Esta cirurgia do cancro do ovário pode ser muito extensa e muito agressiva.
– HT+AB
– Omentectomia
– Lavado peritoneal
– Biópsias das goteiras parietocólicas
– Raspado cúpulas diafragmáticas
– Linfadenectomia pélvica e biópsias dos gânglios lomboaorticos
– Excisão implantes peritoneais
◆ Pode ser necessário :
– Ressecção intestino
– Esplenectomia
– Apendicectomia
Tratamento Médico?
◆ Quimioterapia sistémica - à base de taxanos e platinos
– Paclitaxel (175 mg/m2) e Carboplatina (AUC 6-7)
◆ Terapias alvo – anti-angiogénicos e inibidores da PARP
– ex. bavacizumab
◆ Objetivo: Eliminar todas as células tumorais (doença não visível)
QT Neoadjuvante?
◆ Vantagens
– Redução do tamanho e extensão do tumor
– Aumento da taxa de citorredução óptima
– Possibilita uma cirurgia menos extensa
– Menor morbi/mortalidade
– Melhora Performance Status das doentes antes da cirurgia
– Permite avaliar a quimiossensibilidade do tumor
◆ Antes da cirurgia e pós cirurgia - 6 ciclos
– 3 ciclos antes e 3 depois para evitar o envolvimento
◆ Toxicidades: Náusea, mielossupressão, alopécia, fadiga, neuropatia periférica
– maioritariamente são manejáveis
Terapêuticas Alvo - Bevacizumab?
◆ Bevacizumab na primeira linha
– Antiangiogénico
– Pode ser usado em adjuvância
– Liga-se ao VEGF e impede a sua ligação ao recetor
◆ GOG-0218 e ICON7 (2 ensaios)
– SoC 1ª linha do carcinoma do ovário avançado
– Aumento a mediana de SLP
Tratamento da Recidiva?
◆ As doentes que recidivam nos primeiros 6 meses após o término dos platinos são platinorresistentes.
◆ As doentes que recidivam depois desses 6 meses são platinossensíveis:
– Parcialmente sensíveis: recidiva entre os 6 e os 12 meses
– Sensíveis: recidiva após 1 ano do término de platino.
◆ As que têm melhor prognóstico
◆ Na recidiva, temos primeiro de dividir os doentes de acordo com a sua platinorresistência, dividindo o tratamento em grupos de prognóstico.
◆ As doentes que recidivam enquanto estão a fazer quimioterapia com platinos são platinorrefratárias.
Platino-Sensível?
◆ Cirurgia em doentes selecionados
– Intervalo livre de doença > 12 meses
– Perante condições para uma citorredução óptima
. (em que se prevê que poderá ser possível a excisão de toda a doença visível)
◆ Quimioterapia: Dupletos com Carboplatino são o tratamento de eleição
– ou com Paclitaxel (com platinos e taxanos)