HT7 - Neoplasias Mieloproliferativas (1) Flashcards

1
Q

Tecido Hematopoiético?

A

■ Mielo – medula
■ Proliferação – aumento do número de elementos
■ Displasia – anomalias da morfologia celular/tecidular

■ O tecido hematopoiético é um tecido muito proliferativo, que produz uma grande variedade de células que são morfologica e funcionalmente muito diferentes. 2 grandes tipos de doenças:
– Um em que temos proliferação aumentada, com preservação da diferenciação = Neoplasias mieloproliferativas
– Ou pode haver um bloqueio mais ou menos grave da diferenciação.
– No limite, temos um défice de células maduras funcionais e temos acumulação de células imaturas (blastos), como acontece nas leucemias agudas.
– Se a diferenciação mielóide não for assim tão marcada, temos as síndromes mielodisplásicas, em que há uma falência hematopoiética mais ou menos grave, com um > ou < défice de células maduras funcionais e há alterações displásicas/morfológicas das células sanguíneas

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2
Q

NMP e SMD?

A

■ Doenças clonais da célula estaminal hematopoiética
■ Expansão de células “filhas” de uma célula hematopoiética “estaminal” ou precursora precoce que adquiriu mutações somáticas
■ Nós próprios somos um clone.
■ As neoplasias são outro clone e dentro destas há diversidade clonal - um dos mecanismos que explica a resistência à terapia anti-neoplásica.

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3
Q

Neoplasias Mieloproliferativas?

A

■ Leucemia Mielóide Crónica
■ Policitemia Vera
■ Trombocitemia Essencial
■ Mielofibrose Primária

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4
Q

Leucemia Mielóide Crónica?

A

■ 1.3/100.000 indivíduos / ano
■ ↑ com a idade, pico na 6ª década
■ 15 – 20% das leucemias
■ Bi- ou trifásica, se a doença seguir o seu curso natural

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5
Q

Leucemia Mielóide Crónica (2)?

A

■ Maioria dos doentes apresenta-se em fase crónica, num estado indolente, muitas vezes assintomáticos (também se aplica à LLC)
■ Fase crónica – indolente, maturação preservada
■ Leucocitose – WBC>25x10^9/L
■ Células precursoras no SP (esp. mielócitos) mas sem excesso de blastos
■ Anemia; PLT normais ou ↑
■ Esplenomegalia ± hepatomegalia

■ Na fase crónica, o clone leucémico mantém capacidade de maturação, de diferenciação, até aos estadios terminais de diferenciação granulocítica.

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6
Q

Leucemia Mielóide Crónica - Fases?

A

■ Fase Crónica
– Vai progredindo ao longo de um intervalo de tempo variável
■ Fase Acelerada
– por vezes é identificada esta fase intermédia, dura pouco tempo, em que a doença está a progredir para a crise blástica
■ Crise Blástica (50% M; 25% L)
– Forma agressiva e de tratamento difícil da LMA.
– M = fenótipo mielóide; F = fenótipo linfóide;
– Outros podem ser p.e. fenótipo misto.

■ 2 a 6 anos

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7
Q

Cromossoma Filadélfia?

A

■ Foi na LMC que se descobriu a primeira alteração citogenética associada a uma neoplasia humana - o cromossoma Filadélfia
■ Identificaram nos granulócitos de doentes com LMC um cromossoma pequenino, anormal - cromossoma Filadélfia

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8
Q

BCR-ABL Oncogene?

A

■ É a aquisição do rearranjo BCR-ABL com a produção de uma oncoproteína de fusão BCR-ABL na célula estaminal hematopoiética que leva à expansão granulocítica, que é caraterística da fase crónica da LMC.
■ No curso natural da doença, a acumulação de mutações adicionais, acaba por levar à progressão para crise blástica que pode ter um fenótipo mielóide ou linfóide.

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9
Q

Cromossoma Ph?

A

■ LMC - 95% (ou variantes deste cromossoma ph)
– Há uma pequena percentagem destas doenças em que o rearranjo bcr-abl (que define a LMC) ocorre de uma forma citogeneticamente críptica, isto é, há um rearranjo molecular mas que é demasiado pequeno para ter tradução citogenética.
– Portanto, mesmo os doentes que são cromossoma Ph negativos são Bcr-abl positivos.
■ LLA – 25% adultos; 5% criancas
– O cromossoma Ph, o rearranjo bcr-abl e a proteína não são exclusivos da LMC.
– Encontra-se numa % variável de leucemias linfoblásticas agudas.
– A % de LLA que são cromossomas Ph + ou bcr-abl + , aumenta com a idade.
– É mais raro nas crianças e acima dos 70 anos ocorre em mais de 1/4 dos casos de leucemia linfoblástica.

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10
Q

Proteína BCR-ABL?

A

■ Tirosina quínase que tem muitos substratos- proteínas do citoesqueleto, regulando a relação das células com o estroma da MO;
■ Substratos que regulam a proliferação das células; substratos que regulam a resposta a estímulos apoptóticos.
■ Toda esta complexidade está a jusante de uma única lesão oncogénica - a proteína bcr-abl. LMC é vista como modelo para tratar com terapia dirigida molecularmente

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11
Q

Imatinib?

A

■ Bcr-abl a fosforilar um substrato num resíduo de tirosina, usando ATP como dador de fosfatos. Havendo fosforilação do substrato, há transdução do sinal a jusante.
■ O imatinib é um inibidor competitivo da proteína bcr-abl, compete com o ATP pela ligação ao sítio ativo da enzima
■ Quando imatinib se liga ao sítio ativo da enzima, não há ATP logo não há fosforilação dos substratos.

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12
Q

CHR?

A

■ Massa tumoral ao diagnóstico e a forma como esta diminui à medida que tratamos a doença.
■ Estes doentes apresentam-se com leucocitose. Estima-se que ao dx, o clone leucémico terá entre 10^12 e 10^13 células.
■ Quando começamos a tratar estes doentes, a primeira coisa que vemos é uma normalização do sangue periférico - Remissão Hematológica completa (CHR).
■ Isto resultará de uma diminuição no tamanho do clone por um fator de 10 ou 100. Estes doentes com CHR, têm ainda o Cromossoma Ph detetável em citogenética de aspirados de MO.
■ Com a continuação do tx, acabamos por obter uma Remissão Citogenética completa.
■ Deixamos de ver metafases Filadélfia e vemos apenas metafases normais.

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13
Q

Neoplasias hematológicas - Resposta à terapêutica?

A

■ Como temos um marcador citogenético e um marcador molecular podemos medir o tamanho da doença e a quantidade de doença residual, à medida que tratamos.

■ Hematológica – morfologia
■ Citogenética – alteracões cromossómicas
■ Molecular – PCR Quantitativo em tempo real

■ Níveis progressivamente mais pequenos de doença residual.

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14
Q

Melhor Resposta Hematológica/Citogenética?

A

■ O complete CyR é atualmente o objetivo mínimo no tratamento desta doença.
■ No caso o IFN+ARA-C era inferior a 15% e com o Imatinib era superior a 80% (estes resultados são preliminares).
■ A maioria dos doentes com LMC atualmente têm uma esperança de vida próxima à dos indivíduos sem doença, com recurso a fármacos ativos por via oral e muito bem tolerados.

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15
Q

Mutações do domínio tirosina-quinase do Bcr-Abl em doentes resistentes ao Imatinib?

A

■ Perceber mecanismos de resistência a terapias moleculares dirigidas.
■ Alguns doentes que inicialmente respondiam bem ao Imatinib, a doença depois voltava a crescer, ou seja, desenvolviam resistência ao Imatinib
■ O mecanismo de resistência melhor caraterizado está relacionado com o crescimento de clones que têm mutações pontuais no domínio tirosina quínase do bcr-abl que conferem resistência ao Imatinib.
■ Dentro destas, a primeira identificada foi a T315 mas já existe um número grande de mutações identificadas, todas localizadas num pequeno fragmento do domínio tirosina quínase de uma única proteína.

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16
Q

Inibidores da Tirosina Quinase BCR-ABL?

A

■ Imatinib
■ Dasatinib
■ Nilotinib
■ Ponatinib&raquo_space; T315I

■ Dasatinib e Nilotinib - apesar da eficácia dos inibidores da tirosina quinase Bcr-Abl, o transplante de células estaminais hematopoiéticas permanece o único tratamento comprovadamente curativo
■ Com eficácia no tratamento da maioria das mutações pontuais do Bcr-Abl que conferem
resistência ao Imatinib (a mutação T315I é uma excepção, conferindo também resistência ao
dasatinib e nilotinib)
■ Mas a eficácia destes fármacos é bastante elevada, conferindo uma esperança de vida sobreponível à da população geral.
■ O número de alotransplantes de CEH é atualmente residual.

17
Q

Chronic Myeloid Leukemia?

A

■ Chronic Phase
■ Accelerated Phase
■ Blast Crisis
■ O que se conseguiu com os inibidores da TK foi cronificar a doença.
■ Antes destes, e sem alotransplante, esta doença era quase invariavelmente mortal. Mesmo que não se consiga erradicar o clone bcr-abl, conseguimos reduzir o seu tamanho e impedir na maioria dos casos a evolução para crise blástica