HT11 - Mieloma e outras Discrasias Plasmocitárias (1) Flashcards

1
Q

Discrasias de Plasmócitos?

A

➢ macroglobulinemia de waldestrom
➢ amiloidose
➢ mieloma múltiplo

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2
Q

Plasma Cell Dyscrasias?

A

➢ proliferação monoclonal de plasmócitos e de linfócitos B
➢ clonal proliferation of immunoglobulin-secreting differentiating B cells and plasma cells

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3
Q

Plasma Cell Development - Intro?

A

➢ Evolução da diferenciação da população B e a sua relação com as principais neoplasias B.
➢ Ex. plasmócitos e mieloma múltiplo: plasmócitos evidenciam-se numa fase mais tardia da diferenciação B, pós- centro germinativo.

O mieloma múltiplo resulta da transformação maligna dos plasmócitos no centro pós-germinativo.

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4
Q

Plasma Cell Development?

A

➢ A maturação das células B consiste num estágio precoce, independente do antigénio, e num estágio tardio, dependente do antigénio, culminando no final com o desenvolvimento do plasmócito.
➢ O desenvolvimento precoce é iniciado pelo rearranjo dos genes para as cadeias pesadas e leves - recombinação VDJ.
➢ A célula precursora B mais antiga mostra o rearranjo da cadeia pesada de imunoglobulina, seguido do rearranjo da cadeia leve.

➢ Quando ocorre um rearranjo bem sucedido da cadeia leve, a célula expressa a molécula de Ig completa na sua superfície que a identifica como uma cel B madura.
➢ As cels B maduras tipicamente expressam IgM ou IgD na superfície.
➢ Essa expressão é superficial, é crítica para a sobrevivência e maturação das cels B.

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5
Q

Plasma Cell Development? (2)

A

➢ A troca de classes envolve alteração da cadeia pesada que é expressa para produzir outras classes de anticorpos - IgA, IgE e IgG.

➢ Paralelamente, o fenótipo das céls B é estabelecido, sendo caraterístico nos plasmócitos a apresentação CD138+ e CD38+.

➢ O estadio tardio do desenvolvimento de linf B, dependente do atg, começa quando uma cel B naive reconhece o atg ligado à membrana.
➢ A hipermutação somática é o processo através do qual as cels introduzem mutações nos genes da região variável.
➢ Essas mut resultam em anticorpos que podem ter uma afinidade >/< pelo atg.
➢ Aqueles que produzem atcs de > afinidade persistem e tornam-se cels B de memória.
➢ Aqueles que falharem a produção de atc funcional neste estadio, sofrerão apoptose.

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6
Q

Ig’s Structure?

A

➢ As Igs são glicoproteínas compostas por uma ou mais unidades, cada uma com cadeias de polipeptídicas
➢ 2 cadeias pesadas idênticas e 2 cadeias leves idênticas
➢ Cada uma destas cadeias possui regiões variáveis e não variáveis
➢ As cadeias leves consistem em 1 domínio variável e 1 domínio constante
➢ As cadeias pesadas consistem num domínio variável e em 3 domínios constantes

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7
Q

Ig’s Function?

A

➢ As 5 classes primárias de Igs são IgA, IgD, IgE, IgG e IgM.
➢ Estas são distinguidas pelo tipo de cadeia pesada encontrada na molécula.
➢ As IgG têm carateristicamente cadeias gama, IgM tem miu, IgA tem alfa, IgE tem epsilon e IgD tem delta.
➢ As diferenças nos polipeptídeos destas Igs vão corresponder a diferentes funções, principalmente nos estadios de resposta imune.
➢ IgG está envolvida na resposta secundária e IgM na resposta primária, IgA na proteção de membranas pelo muco, IgE na proteção contra parasitas e IgD parece ter envolvimento na maturação inicial e uma função não totalmente esclarecida.

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8
Q

Multiple Myeloma - Epidemiology?

A

➢ It is responsible for 1% of cancers in general and 10-15% of hematologic, accounting for 20% of all deaths due to hematologic malignancies
➢ Incidence rises with age and is more prevalent at ≥65 years of age
➢ Embora seja cada vez mais frequente em doentes com menos de 40 anos.
➢ Incidence in African Americans is 2 times that of caucasian 5-year survival rate is about 37% (higher in younger patients)
➢ Em Portugal, os dados epidemiológicos são escassos relativamente ao MM.
➢ Prevê-se que a incidência anual por cada 100mil pessoas seja de 1.6-2.4

➢ Incidência superior nos homens.

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9
Q

Multiple Myeloma - Etiology?

A

➢ As causas de MM são desconhecidas mas existem alguns potenciais fatores de risco
➢ Environmental and occupational exposures
– radiation exposure of ≥0.5 Gy
– exposure to pesticides, solvents, infectious agents
– exposure to benzene and petroleum products
– exposure to hair dyes
➢ Genetic factors
– The increased risk was seen among relatives of MM(RR, 2.0;95%CI,1.4 to 2.8) and MGUS probands (RR, 3.3;95% CI, 2.1 to 4.8).
– The increased risk of MGUS in first-degree relatives of MGUS or MM patients implies shared environment and/or genetics.

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10
Q

Patobiologia?

A

➢ A patofisiologia do MM acenta num modelo de múltiplos HITs.
➢ Com base no sequenciamento da região variável da cadeia pesada da Ig dos plasmócitos monoclonais, sabe-se que os primeiros eventos oncogénicos no MM parecem ocorrer no centro germinativo, durante os processos de mudança de classe e hipermutação somática, propensos a mutações.
➢ Os eventos oncogénicos tardios ocorrem na MO, após o clone fundador já estar totalmente diferenciado em plasmócito.

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11
Q

Patobiologia? (2)

A

➢ Temos duas fases na evolução do MM.
➢ Uma fase inicial de estabelecimento da gamapatia monoclonal que pode ser de significado incerto durante muito tempo
➢ E uma segunda fase de progressão desta gamapatia monoclonal de significado incerto para um MM sintomático.

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12
Q

Primary Cytogenetic Alterations?

A

➢ Os eventos citogenéticos primários resultam da desregulação de oncogenes na sequência de translocações que envolvem o gene das imunoglobulinas IgH no locus 14q32.
➢ Em cada uma destas translocações há um parceiro oncogénico que vê as suas funções aumentadas.
➢ Estes oncogenes vão desempenhar multiplas funções no desenvolvimento e proliferação do clone plasmocitário monoclonal

➢ Os principais oncogenes desregulados nessas translocações são:
– ciclina D1 na t(11,14)
– fator de transcrição MAFB na t(14,20)
– fator de transcrição CMAF na t(14, 16)
– alterações nos recetores TK e em domínios nucleares proteicos MMSET e FGFR3
– t(4,14)

➢ A frequência destas translocações aumenta com a evolução da gamapatia.
PCL: Leucemia de Cels Plasmocitárias

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13
Q

Primary Cytogenetic Alterations? (2)

A

➢ Outras alterações primárias são as numéricas, principalmente trissomias dos cromossomas impares que vão promover crescimento e replicação do clone monoclonal.
➢ 10% das trissomias ocorrem simultaneamente com as translocações do gene IgH

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14
Q

Secundary Cytogenetic Alterations?

A

➢ Relativamente às alterações citogenéticas secundárias destacam-se as que envolvem o cromossoma 1
➢ CDKN2C - envolvido na progressão do ciclo celular
➢ Amplificação 1q21 com aumento de CKS1B (envolvido na progressão do ciclo celular) e PMSD4 (envolvido na resistência a fármacos).

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15
Q

Cytogenetic Alterations?

A

➢ As trissomias e qualquer uma das translocações associadas ao gene IgH estão associadas ao estabelecimento do clone - gamapatia monoclonal.
➢ As alterações citogenéticas que ocorrem mais frequentemente na progressão de MM indolente para MM sintomático como a del17p, amp 1q ou t(4,14) e alterações genéticas que ocorrem como progressão e associadas a MM de alto risco (LCP ou existência de doença extramedular) como del17p, t(14,16), t(14,20).

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16
Q

Evolução?

A

➢ A evolução do clone mielomatoso ocorre ao longo de várias fases.
➢ Estas fases são acompanhadas por várias alterações genéticas.
➢ Evolução através de múltiplos clones que podem expressar vantagens clonais diferentes - seleção, progressão ou por competição, efeito migratório ou até fundador - terminando com diferentes graus de agressividade do MM.

17
Q

Multiple Myeloma - Clinical Presentation?

A

➢ Diferentes tipos de MM, por exemplo:
– Dts com t(11,14) apresentam essencialmente doença óssea
– Dts com t(14,16) apresentam essencialmente doença renal
➢ A hipercalcemia, lesão renal, anemia e lesão óssea (CRAB) são as principais manifestações clínicas de MM.
➢ Outras são: neuropatia, a dor óssea e o aumento do risco infecioso.

18
Q

Anemia?

A

➢ Fatigue and shortness of breath
➢ Usually normocytic & normochromic

➢ Várias origens possíveis:
– inadequate erythropoietin production caused by renal dysfunction
– erythropoietin unresponsiveness predominately
– dilution caused by significantly increased immunoglobulin levels
– BM infiltrative processes
– high IL-6 levels

19
Q

Renal Compromise?

A

➢ Patients with renal failure are often asymptomatic.
➢ However, when symptoms are present, they are predominately malaise, weakness, nausea, or vomiting

➢ Várias razões:
– light-chain tubular cast deposition or light-chain deposition disease
– hypercalcemia leading to osmotic diuresis and prerenal dysfunction associated with
– volume depletion
– renal calcium deposition with interstitial nephritis
– use of nonsteroidal anti-inflammatory drugs for pain control

20
Q

Bone pain (75-80%) / Lytic lesions (70%)?

A

➢ Bone pain, particularly in the back or chest, and less often in the extremities
➢ Height may be reduced by several inches because of vertebral collapse
➢ Razões:
– direct bone destruction by the unbalanced hyperactivity of osteoclasts and suppression of osteoblastic activity

21
Q

Hypercalcemia (15-20%)?

A

➢ Mental status changes, lethargy, nausea and vomiting, and constipation
➢ In extreme cases, one can also develop seizure activity
➢ In the presence of high paraprotein or low albumin levels may require calculation or measurement of ionized calcium levels
➢ Razões:
– bone involvement as well as the production of various cytokines

22
Q

Laboratory work-up?

A

➢ Hemogram
➢ Chemistry screen, including calcium and creatinine
➢ Serum β2-microglobulin, albumin, and lactate dehydrogenase

➢ Hemoglobin <10 g/dL (<100 g/L) or >2 g/dL (>20 g/L) below normal
➢ Serum calcium >11 mg/dL (>2.75 mmol/liter)
➢ Estimated or measured creatinine clearance <40 mL/min or serum creatinine >2 mg/dL (177 μmol/liter)

23
Q

Peripheral Smear?

A

➢ É essencial.
➢ Alterações morfológicas caraterísticas como p.e. formação de roleaux em cerca de 50% dos doentes, que se carateriza pelo empilhamento de GR com aspeto de rolo de moedas que resulta p.e. de um aumento da viscosidade sanguínea, na dependência do elevado número de Igs em circulação.

24
Q

Estudo Igs?

A

➢ O estudo específico das Igs é a análise mais importante na avaliação do MM.
➢ Devem ser estudadas quer as cadeias pesadas, quer as cadeias leves.
➢ A cadeia pesada mais envolvida é a IgG, seguindo-se a IgA.

➢ A IgM, IgD, IgE ou biclonais são extremamente raras
➢ Das cadeias leves, a kappa é a mais frequentemente envolvida.

25
Q

Exame anormal?

A

➢ O exame anormal tem 3 painéis:
– Eletroforese de proteinas que evidencia a migração anormal de uma banda
– Essa banda é identificada graficamente como migração a nível da região Gama pela presença de um pico com base estreita
– Confirmada pela imunofixação sérica que confirma a presença de uma banda anormal Gama e em kappa

26
Q

Urine?

A

➢ 24-hour for quantification of light chains
➢ 24-hour urine for electrophoresis and immunofixation
➢ 24-hour urine for microalbuminuria and proteinuria

➢ Deve ser sempre avaliado o componente monoclonal a nível urinário.
➢ Identificação da proteina anormal a nível urinário - Proteína de Bence Jones

27
Q

Bone?

A

➢ Radiologic skeletal bone survey; low dose CT; PET or magnetic resonance imaging in certain circumstances

➢ A avaliação da doença óssea pode incluir vários exames, desde um Rx de todos os segmentos ósseos, um TC de corpo inteiro de baixa intensidade, PET ou RM.
➢ O exame ideal na avaliação inicial de todos os doentes com MM é o TC de baixa intensidade.

28
Q

Bone Marrow?

A

➢ Bone marrow aspirate and/or biopsy
➢ Flow cytometry
– Citometria de fluxo para determinar o fenótipo dos plasmócitos anormais
➢ Cytogenetics (FISH)
– Para procurar as alterações citogenéticas mais frequentemente envolvidas