Neoplasia de ESTÔMAGO Flashcards
O CA DE ESTÔMAGO é o segundo tumor que mais mata no mundo, mais comum em homens > 50 anos (adenocarcinoma subtipo intestinal). Em mulheres
jovens, predomina o adenocarcinoma subtipo difuso.
PRINCIPAIS FATORES DE RISCO:
- Baixo nível socioeconômico.
- Anemia perniciosa.
- História familiar.
- Grupo sanguíneo A.
- Dieta rica em nitrosaminas.
- Infecção pelo H. pylori.
- Tabagismo.
- Gastrite crônica atrófica.
- Cirurgia gástrica prévia.
QUADRO CLÍNICO de NEO DE ESTÔMAGO:
• Anorexia, saciedade precoce levando à perda ponderal acentuada. • Dor abdominal. • Anemia ferropriva. • Disfagia baixa em caso de obstrução da cárdia. • Evidências de doença incurável: massa abdominal, linfadenopatia supraclavicular ou axilar, nódulo umbilical palpável, prateleira de Blumer, acometimento ovariano (tumor de Krukenberg) e nodularidade anterior e extraluminal na parede do reto, observada ao toque retal. • Síndromes paraneoplásicas: acantose nigricans, síndrome de Trousseau (tromboflebite migratória), sinal de Leser-Trélat (ceratose seborreica difusa), neuropatia periférica e a dermatomiosite.
O DIAGNÓSTICO DE NEO DE ESTÕMAGO
• EDA com biópsias, escovado e citologia do
lavado gástrico.
• À endoscopia: toda úlcera gástrica tem indicação
de biópsia!
• Seriografia esofagogastroduodenal: sugere
presença de tumor/úlcera, mas requer
posterior EDA.
Fator de risco para o adenocarcinoma gástrico é o seguinte: a) Úlcera péptica gástrica. b) Pólipos gástricos adenomatosos. c) Alcoolismo. d) Síndrome de Zollinger-Ellison. e) Uso prolongado de inibidores de bomba de prótons.
B
Homem idoso refere epigastralgia, anorexia e
emagrecimento de 15 kg há 6 meses. No exame
físico, constatou-se mucosas descoradas
e sinal da prateleira de Blumer positivo. Ao
exame de endoscopia, notou-se lesão ulcerada
com bordas infiltradas restrita ao estômago
distal, cuja biópsia resultou em adenocarcinoma,
classificado como sendo do tipo intestinal,
e associado a áreas de metaplasia intestinal.
A tomografia permitiu identificar espessamento
parcial da parede antral, múltiplas imagens
nodulares sugestivas de metástases hepáticas
e moderada quantidade de líquido livre na
cavidade peritonial. Qual manobra propedêutica
permite diagnosticar a prateleira de Blumer?
Qual é a via de disseminação tumoral
envolvida nesse sinal?
toque retal (exame proctológico)
/ disseminação peritoneal (implante
peritoneal, descamação peritoneal).
Assinale a alternativa que não apresenta uma
condição pré-cancerosa no câncer do estômago.
a) Adenoma gástrico.
b) Gastrite erosiva.
c) Hipocloridria ou acloridria com anemia perniciosa.
d) Pós-gastrectomia (Billroth II).
e) Helicobacter pylori.
B
O carcinoma gástrico precoce pode ser definido
como lesão:
a) Confinada à mucosa.
b) Confinada à mucosa e à submucosa.
c) Estendida por meio da submucosa em direção
à parede muscular, sem ultrapassá-la.
d) Confinada à serosa.
e) Estendida por toda a parede, até a serosa,
sem ultrapassá-la.
B
Qual das seguintes assertivas melhor descreve
a relação entre um nódulo conhecido como
sinal de Irmã Maria José (Sister Mary Joseph)
e o câncer gástrico?
a) Linfonodo axilar esquerdo metastático.
b) Linfonodo supraclavicular esquerdo metastático.
c) Massa ovariana metastática.
d) Metástase umbilical, sugerindo carcinomatose
peritoneal.
e) Massa palpável no fundo de saco de Douglas.
D
Qual a definição de câncer gástrico precoce?
a) Tumor menor que 2 cm, restrito à mucosa,
sem linfonodos acometidos.
b) Tumor menor que 4 cm, restrito à mucosa
e/ou submucosa, sem linfonodos acometidos.
c) Tumor menor que 3 cm, restrito à mucosa,
com ou sem linfonodos acometidos.
d) Tumor restrito à mucosa, sem linfonodos
acometidos.
e) Tumor restrito à mucosa ou submucosa, com
ou sem linfonodos acometidos.
E
Sobre o câncer gástrico precoce NÃO é correto:
a) Pode apresentar metástase.
b) Pode invadir a camada muscular.
c) Corresponde a 30% dos cânceres gástricos
do Japão.
d) Pode ser curado a partir da ressecção endoscópica.
e) Pode acometer grande extensão da mucosa
do órgão.
B
O câncer gástrico precoce é definido como:
a) Uma lesão primária limitada à mucosa e à
muscular com ou sem metástases linfonodais.
b) Uma lesão primária limitada à mucosa e à
submucosa com ou sem metástases linfonodais.
c) Uma lesão primária de toda parede gástrica
menor que 0,5 cm.
d) Uma lesão primária envolvendo a mucosa,
a submucosa, a muscular e a serosa, porém
sem envolvimento linfonodal.
e) Uma lesão primária limitada à mucosa, à
submucosa, à muscular e à serosa com ou
sem envolvimento linfonodal.
B
É a classificação mais utilizada. Divide o câncer
gástrico em dois tipos histológicos:
Classificação Histológica de Lauren
tipo intestinal E tipo difuso
O tipo intestinal:
É o que possui melhor prognóstico. É bem diferenciado, acomete mais homens e indivíduos mais velhos, apresentando disseminação hematogênica
O tipo difuso:
É pouco diferenciado, acomete
mais o sexo feminino e indivíduos jovens
sem história de gastrite. Está relacionado ao
grupo sanguíneo A.
Em relação à patologia do Adenocarcinoma
Gástrico (AG), se pode afirmar que:
a) O prognóstico é menos favorável para pacientes
com o subtipo histológico intestinal.
b) Na forma intestinal de AG, as células malignas
tendem a formar glândulas.
c) A forma difusa de AG apresenta típica formação
de glândulas tubuliformes.
d) A forma intestinal do AG está associada com
menor frequência de metaplasia intestinal e
displasia.
B
TRATAMENTO DA DOENÇA LOCALIZADA:
• Câncer Gástrico Precoce (CGP) – T1aN0M0
limitado à mucosa, intestinal, não ulcerado,
< 2 cm:
mucosectomia endoscópica
TRATAMENTO DE Demais pacientes com doença não metastática:
- Tumores proximais:
gastrectomia total com
reconstrução em Y de Roux + linfadenectomia
a D2*.
TRATAMENTO DE Demais pacientes com doença não metastática:
-Tumores distais:
gastrectomia radical subtotal
com reconstrução à Billroth II + linfadenectomia
a D2*.
- No Brasil e no Japão o padrão é a linfadenectomia
a D2; nos EUA se usa mais a D1
(menos linfonodos ressecados).
TRATAMENTO DE Demais pacientes com doença não metastática:
- Tratamento adjuvante:
QT + RT nos tumores
T3/T4/N+.
TRATAMENTO DE Demais pacientes com doença não metastática:
- Abordagem alternativa (tumores avançados):
QT neoadjuvante – cirurgia – QT adjuvante.
Os principais exames utilizados para o estadiamento
clínico de CA GÁSTRICO são:
- Tomografia Computadorizada (TC) de tórax e abdome
- Ultrassom Endoscópico (USE )
- Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET )
- Videolaparoscopia
Homem, 58 anos de idade. HMA: refere
plenitude pós-prandial há 8 meses, com piora
no último mês quando passou a se alimentar
de dieta líquida, pois vomita ao ingerir sólidos.
Perdeu 16 kg no período. EF: não apresenta
linfonodos periféricos ou massas abdominais
palpáveis. Presença de prateleira de Blumer.
ES: gastroscopia demonstra lesão úlcero-infiltrativa
da região antropilórica cuja biópsia
revelou adenocarcinoma. US: não evidenciou
metástases hepáticas no abdome. O estadiamento
oncológico é:
a) I. c) III.
b) II. d) IV.
D
Podemos notar que o enunciado da questão
não nos traz informações suficientes para
determinarmos avaliação do tumor e do comprometimento
linfonodal de acordo com o
estadiamento TNM; contudo, neste caso, isto
é desnecessário, porque a presença da chamada
prateleira de Blumer (tumoração no
fundo de saco identificada pelo toque retal)
denota à presença de metástase peritoneal!
Logo, se há metástase à distância (M1), o
paciente é obrigatoriamente classificado
como estágio IV, independente do tumor (T)
e do comprometimento linfonodal (N).
A profundidade de câncer gástrico nas camadas da parede é mais facilmente definida pelo seguinte método: a) Ecoendoscopia. b) Ressonância magnética. c) Endoscopia Digestiva Alta. d) Tomografia Computadorizada. e) Ultrassonografia color Doppler.
A
Paciente do sexo masculino com 68 anos
de idade, apresenta quadro de epigastralgia
há 6 meses e, há 2 meses, empachamento
pós-prandial. Refere perda de 10 kg no período.
Realizou endoscopia digestiva alta,
que diagnosticou lesão ulcerada, infiltrativa
em pequena curvatura, estendendo-se para a
parede posterior e anterior do antro gástrico.
Foi realizada tomografia computadorizada de
abdome para estadiamento, que evidenciou
ausência de metástases e pequena quantidade
de líquido livre em cavidade abdominal.
Qual a conduta?
a) Gastrectomia subtotal com reconstrução em Y de Roux, epiplectomia e linfadenectomia D2.
b) Gastrectomia subtotal com reconstrução à
Bilroth II, epiplectomia e linfadenectomia D2.
c) Gastrectomia subtotal com reconstrução em
Y de Roux, epiplectomia, linfadenectomia D2
e esplenectomia.
d) Gastrectomia total com reconstrução em
Y de Roux, epiplectomia, linfadenectomia D2
esplenectomia.
e) Laparoscopia para estadiamento intraoperatório.
E
Dentre os diversos tipos de cânceres conhecidos,
pode-se dizer que o câncer gástrico
precoce apresenta a seguinte característica:
a) Ser mais comum em mulheres.
b) Não apresentar metástases linfonodais.
c) Ser passível de tratamento endoscópico.
d) Acometer exclusivamente a camada mucosa
C
Os princípios da cirurgia curativa na NEO DE ESTÔMAGO incluem
- ressecção do tumor com margens de segurança
(pelo menos 6 cm) e - linfadenectomia
O procedimento cirúrgico de escolha para NEO DE ESTÔMAGO TIPO Tumores proximais É
- gastrectomia total com reconstrução em Y de Roux.
O procedimento cirúrgico de escolha para NEO DE ESTÔMAGO TIPO Tumores distais É:
gastrectomia radical subtotal
A reconstrução do trânsito é feita geralmente por gastrojejunostomia a Billroth II, geralmente com alça
aferente longa e entero-entero anastomose
(Billroth II a Braun).
Os indivíduos submetidos à ressecção curativa de NEO DE ESTÔMAGO com tumor T3, T4 ou linfonodo positivo devem receber tratamento adjuvante com
radioterapia associada à quimioterapia.
Num paciente portador de adenocarcinoma gástrico submetido à ressecção cirúrgica do tumor, o cirurgião, ao descrever o procedimento, colocou que a cirurgia foi R1. Assinale a alternativa que apresenta o significado do termo R1. a) Ressecção com margens microscópicas negativas. b) Ressecção com margens microscópicas positivas para o tumor. c) Ressecção com margens macroscópicas positivas para o tumor. d) Ressecção com margens negativas, mas com linfonodos positivos. e) Ressecção com margens negativas com metástases hepáticas.
B
Podemos ter três tipos de ressecção tumoral:
R0: ressecção completa, sem resíduo tumoral;
R1: ressecção incompleta, com doença residual microscópica;
R2: ressecção incompleta, com doença residual macroscópica.
Antônio, 52 anos, sem comorbidades, tem
diagnóstico de tumor ulcerado de corpo gástrico
de 4 cm, cuja biópsia evidenciou adenocarcinoma
pouco diferenciado. Os exames de
imagem não evidenciaram doença a distância.
Assinale a alternativa CORRETA em relação
ao tratamento a ser instituído:
a) Radio-quimio somente.
b) Gastrectomia subtotal com linfadenectomia D2.
c) Gastrectomia polar superior com linfadenectomia
D3.
d) Gastrectomia total com linfadenectomia D2.
e) Gastrectomia total + linfadenectomia D2
com esplenectomia.
D
O tratamento cirúrgico do adenocarcinoma de
estômago é a opção terapêutica formal e, na
ausência de uma disseminação metastática à
distância, justifica-se uma ressecção cirúrgica
agressiva. Com relação a esse tipo de tratamento,
assinale a opção ERRADA:
a) Os tumores da cárdia e da parte proximal
do estômago são responsáveis por 35 a 50%
dos tumores e em geral implicam na ressecção
total do estômago.
b) Já os tumores distais são responsáveis
por cerca de 35% de todos os cânceres que
acometem o estômago e em geral implicam
na ressecção parcial do estômago.
c) A esplenectomia deve ser definida como
procedimento de rotina na gastrectomia total
com linfadenectomia a D2.
d) Em casos de metástases à distância, o
tratamento paliativo se impõe e tem como
objetivo principal o alívio dos sintomas com
morbidade mínima.
C