COMPLICAÇÕES DO PÓS-OPERATÓRIO Flashcards
São infecções relacionadas a procedimentos cirúrgicos classificadas conforme os planos acometidos e definidas segundo critérios.
INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO (ISC)
Caso a infecção envolva mais de um plano anatômico,
devemos considerar
O sítio de maior profundidade.
Podemos definir a INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO (ISC) como uma infecção relacionada a um procedimento cirúrgico que ocorre na incisão ou perto dela que ocorra:
dentro de 30 dias após o procedimento OU dentro de 90 dias, se houver implante de próteses na cirurgia (na infecção de sítio cirúrgico profunda ou órgão-cavidade).
O sítio cirúrgico é considerado infectado quando:
✓ Há drenagem de secreção francamente purulenta;
✓ A secreção drenada tem cultura positiva;
✓ O local abre espontaneamente e drena secreção purulenta;
✓ A incisão é aberta pelo médico.
Os principais fatores de risco do paciente para infecção de sítio cirúrgico são:
Idoso (> 60 anos)
Processo inflamatório crônico Doença de pele crônica
Imunossupressão
Desnutrição
Colonização pelo S. aureus
Obesidade
Tabagismo
Diabetes mellitus
Insuficiência renal
Anemia
Doença vascular periférica
Os principais fatores de risco locais para infecção de sítio cirúrgico são:
Antibioticoprofilaxia inadequada
Hemotransfusão
Hipóxia
Tempo operatório prolongado
Má preparação da pele
Hipotermia
Necrose tecidual local
Contaminação do instrumental
cirúrgico
Cirurgia aberta comparada com
cirurgia laparoscópica
O tratamento inicial indicado para as ISCs superficiais e profundas é:
Abertura dos pontos da pele,
+
Lavagem da ferida com solução salina
+
Desbridamento, caso necessário, e
+
Manter a ferida aberta para cicatrização por segunda intenção
QUANDO DEVO INDICAR O USO DE ANTIBIOTICOTERAPIA?
Se tivermos sinais de infecção sistêmica (febre e taquicardia, por exemplo)
Se refere à falha na cicatrização da camada músculo-aponeurótica abdominal, que restringe os órgãos à cavidade abdominal.
deiscência de ferida operatória
Qual a principal causa de deiscência de ferida operatória?
ISC profunda
Fatores de risco mais comuns para a deiscência da ferida operatória
Erro técnico no fechamento da
fáscia
Cirurgia de emergência
Infecção intra-abdominal
Diabetes
Idade avançada (> 65 anos)
Infecção de sítio cirúrgico
Seroma, hematoma, Icterícia
Pressão intrabdominal elevada
Obesidade (IMC > 30 kg/
m²)
Uso prolongado de corticoides
Deiscência prévia da ferida
Ascite, Desnutrição (albumina < 3,5 mg/dL)
Radioterapia, Neoplasia, Quimioterapia
Uremia
Sexo masculino
DPOC, tosse crônica
O principal fator de risco para a deiscência de ferida operatória é
INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO.
O seu principal sinal é a drenagem de líquido serossanguinolento, também descrito como “cor de salmão” ou “água de carne”:
Deiscência da aponeurose
EVENTRAÇÃO significa:
Separação da camada músculo aponeurótica, porém temos PELE ÍNTEGRA, sem exposição do conteúdo intra-abdominal
EVISCERAÇÃO significa:
Ruptura total das camadas da parede abdominal, com exposição do conteúdo abdominal (mais comumente, epíplon ou alças intestinais)
O que devo fazer diante da suspeita de deiscência de ferida operatória?
- Com exposição de alças/
evisceração = - Sem exposição das alças =
- Ressutura da parede abdominal
- Exploração digital da ferida operatória
2.1. Deiscência pequena = manejo conservador
2.2. Deiscência grande = ressutura da parede abdominal
Complicações locais do SEROMA:
- Acúmulo de linfa e gordura liquefeita
- Abaulamento da ferida operatória
- Muitas vezes indolor
- Líquido claro, seroso
- Baixo risco de infecção
- Puncionar caso seja sintomático
Complicações locais do HEMATOMA:
- Acúmulo de sangue no subcutâneo
- Abaulamento da ferida operatória, apresenta manchas arroxeadas junto da incisão
- Muitas vezes sintomático
- Líquido sanguinolento, pode apresentar coágulos
- Alto risco de infecção
- Pode se desenvolver dentro da cavidade abdominal
- Tem sempre indicação de drenagem
- É fundamental a avaliação da coagulação.
Complicações locais da INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO
- Causada principalmente pela flora bacteriana local
- Hiperemia, edema e dor junto da cicatriz cirúrgica
- Sintomática, podendo apresentar sinais e sintomas sistêmicos, como febre
- Pode apresentar drenagem de secreção purulenta
- Tratamento principal consiste na abertura dos pontos e lavagem da ferida
- Antibioticoterapia é indicada nos casos com sinais e sintomas sistêmicos, como febre
- É a principal causa de deiscência de ferida operatória.
Complicações locais da
DEISCÊNCIA DA FERIDA OPERATÓRIA:
- Principal causa é a infecção de ferida operatória
- A incisão e a sutura podem estar normais, mesmo já tendo ocorrido a deiscência
- Drenagem de líquido serossanguinolento pela ferida operatória (aspecto de “água de carne”
- Pode se apresentar como eventração ou evisceração
- Caso haja evisceração, está indicada ressutura da parede em centro cirúrgico
- Na eventração, a ferida deve ser explorada digitalmente: caso a deiscência seja grande, está
indicada a ressutura; caso a deiscência seja pequena, está indicado tratamento conservador
Nas primeiras 48 horas, não é necessário a solicitação de exames laboratoriais ou de imagem para a investigação da febre.
Nas primeiras 48 horas, até 72 horas, após o procedimento cirúrgico, as PRINCIPAIS CAUSAS DE FEBRE NO PÓS-OPERATÓRIO são:
- Atelectasia pulmonar: é a principal causa de febre nas primeiras 48 horas;
- Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS)
Passadas as primeiras 72 horas, o aumento da temperatura pode estar associado a:
PNEUMONIA
INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO
ITU
DEISCÊNCIA DE ANASTOMOSE/ FÍSTULA TGI
ATB/ ACESSOS
TEV
Principais causas de febre
pós-operatório
A) 1º a 3º DPO:
B) 3º a 5º DPO
C) 5º a 7º DPO
D) > 7º DPO
A) 1º a 3º DPO: Atelectasia
pulmonar/ Resposta inflamatória sistêmica
B) 3º a 5º DPO: Pneumonia/ ITU
C) 5º a 7º DPO: INFECÇÃO DE FERIDA OPERATÓRIA/ DEISCÊNCIA DE ANASTOMOSE
D) > 7º DPO: ABSCESSO INTRA-ABDOMINAL.
As principais complicações gastrointestinais são:
✓ Íleo pós-operatório;
✓ Deiscência de anastomose;
✓ Fístula intestina
Refere-se à obstipação e intolerância à ingestão oral devido a fatores não mecânicos que interrompem a atividade motora normal coordenada do trato gastrointestinal após cirurgia abdominal ou não abdominal:
Íleo paralítico pós-operatório
As principais características clínicas do íleo pós-operatório são:
- Inapetência, intolerância à dieta por via oral;
- Náuseas;
- Vômitos, geralmente biliosos;
- Ausência de flatos;
- Ruídos hidroaéreos diminuídos;
- Distensão abdominal
O exame inicial na investigação do íleo pós-operatório é:
Radiografia de abdome
Se após a radiografia de
abdome a dúvida persistir, o exame mais indicado é:
tomografia de abdome
O tratamento do íleo pós operatório consiste em medidas de suporte.
Jejum VO
Hidratação venosa
Suspender opioides
Correção de eletrólitos (potássio e magnésio)
Sonda nasogástrica, se necessário
Suporte nutricional (nutrição parental total)
É um dos sinais mais precoces da deiscência de anastomose:
TAQUICARDIA INEXPLICADA no pós-operatório
Os principais achados clínicos na deiscência de anastomose são:
Taquicardia
Febre Mal-estar
Queda do estado geral Taquipneia
Dor abdominal
Descompressão brusca abdominal
Drenagem de secreção purulenta
Drenagem de secreção entérica
Sinais flogísticos
Infecção de sítio cirúrgico Leucocitose no hemograma
Íleo paralítico
Deiscência de ferida operatória Formação de fístula
O exame mais indicado para avaliar uma suspeita de deiscência de anastomose é:
tomografia computadorizada de abdome com contraste.
Como tratar uma deiscência de anastomose?
Ressuscitação volêmica
Antibioticoterapia
Jejum VO/ Suporte nutricional
Avaliar necessidade de reoperação
A presença de coleções e/ou abscessos intra-abdominais exige sua drenagem, podendo ser, dependendo da
quantidade de coleções:
Drenagem percutânea
ou
Drenagem cirúrgica