Doenças e mecanismos Flashcards

2º ano

1
Q

Clínica de Fibromialgia

A

» Dor nos 4 quadrantes do corpo ≥ 3 meses
» Disfunção cognitiva (fibro fog)
» Assoc. c/ síndromes funcionais (fadiga crónica, intestino irritável, cefaleias, S. dor pélvia crónica) e d. psiquiátricas (depressão, PAG)

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2
Q

Quais os sintomas neuropsiquiátricos do LES? (7)

A

Cefaleias
Défice cognitivo
Neuropatia sensoriomotora
Epilepsia
Psicose
Alt do humor
AVC

Envolvimento do SNC e renal têm mau prognóstico

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3
Q

Qual a doença psiquiátrica com maior taxa de mortalidade?

A

Anorexia nervosa

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4
Q

Quais são as manifestações neurológicas associadas a défice de B12?

A

Neuropatia periférica: queixas sensitivas/parestesias
MIMielose funicular (degeneração combinada da coluna):
- Perda propriocepção e sensibilidade vibratória
- Hiperreflexia e ROTs aquilianos ausentes
- Anomalias da marcha
Doença neuropsiquiátrica
Disfunção autonómica

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5
Q

A disfunção erétil afeta tipicamente que faixa etária? Qual o tratamento?

A

DE = impossibilidade
de ter uma ereção ou mantê-la tempo suficiente

indivíduos mais velhosi

PDE5

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6
Q

A ejaculação precoce afeta tipicamente que faixa etária? Qual o tratamento?

A

EP = ejaculação antes da penetração
ou pouco depois desta

indivíduos + jovens

SSRI

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7
Q

Qual a primeira linha na terapêutica farmacológica de um episódio depressivo?

A

SSRI

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8
Q

Como descontinuar terapêutica com SSRI?

A

Desmame progressivo por risco de síndrome de descontinuação (fadiga, mialgias, cefaleia, náuseas, insónias…)

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9
Q

Entre a perturbação bipolar e o episódio depressivo, qual tem maior carga genética?

A

Perturbação bipolar

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10
Q

1 episódio de mania é suficiente para diagnóstico de perturbação bipolar?

A

Sim! Bipolar tipo I

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11
Q

1 episódio de hipomania é suficiente para diagnóstico de perturbação bipolar?

A

Não! É necessário pelo menos 1 episódio depressivo, sem história de mania, para diagnóstico de tipo II

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12
Q

Qual a terapêutica da mania aguda?

A

Antipsicóticos atípicos (efeito mais rápido) ou estabilizador de humor (se terapêutica prévia, ajustar de acordo com níveis séricos)
associar se episódio grave, juntamente com benzodiazepinas

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13
Q

Qual a terapêutica de manutenção, após episódio de mania?

A

Lítio é a 1ª linha
considerar valproato se disfunção renal

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14
Q

O que implica terapêutica de manutenção com lítio? (3)

A

Avaliação regular do nível sérico
Monitorizar função renal
Monitorizar função tiroideia

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15
Q

Valproato deve ser utilizado em jovens?

A

Não! É teratogénico, não deve ser utilizado em mulheres em idade fértil nem homem

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16
Q

Qual o risco de trocar de SSRI?

A

Síndrome serotoninérgico
tal como trocar para SNRI, mirtazapina ou iMAO ou associar 2 fármacos serotoninérgicos (tramadol, ondansetron, MDMA, triptanos)

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17
Q

Síndrome serotoninérgico - clínica

A

Hiperreatividade muscular, com aumento dos reflexos, tremor e hipertonia
Aumento da pressão arterial,
Aumento da temperatura corporal,
Alteração do estado mental

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18
Q

Síndrome serotoninérgico - ttx

A

descontinuar fármaco,
BZD,
ciproheptadina
medidas de arrefecimento

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19
Q

Qual a classe de antidepressivos com mais efeitos anticolinérgicos?

A

Antidepressivos tricíclicos
menos seguros em sobredosagem, evitar em doentes idosos

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20
Q

A venlafaxina é segura em caso de sobredosagem?

A

Não! Os mais seguros são os SSRIs

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21
Q

Quais os antidepressivos sedativos?

A

Trazodona
Mirtazapina
Amitriptilina

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22
Q

Quais os antidepressivos que levam a aumento ponderal?

A

A maioria, em particular os tricíclicos e a mirtazapina

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23
Q

Paroxetina é mais …
Fluoxetina é mais …

A

Paroxetina é mais sedativo
Fluoxetina é mais ativadora

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24
Q

Qual o antidepressivo mais indicado na cessação tabágica?

A

Bupropion

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25
Q

Qual a alteração eletrocardiográfica característica dos antidepressivos tricíclicos em caso de sobredosagem?

A

Prolongamento QT

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26
Q

Quais os antidepressivos sem efeito na função sexual?

A

Trazodona e Mirtazapina

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27
Q

Indivíduo com antecedentes de depressão grave refratária, com crise hipertensiva após festa de casamento. Qual a causa mais provável?

A

Tratamento com iMAO e ingestão de alimentos com tiramina (queijo, carnes curadas, álcool)

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28
Q

Doente medicado com lítio que se apresenta com vómitos, diarreia, tremores e alteração do estado mental.

A

Toxicidade do lítio

Pode ser fatal!
(insuficiência renal, desidratação, diuréticos, AINEs ou IECAs)

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29
Q

Quais os principais efeitos adversos dos antipsicóticos típicos de elevada potência (ex: haloperidol)? (3)

A

Sintomas extrapiramidais (distonia aguda, acatísia, parkinsonismo, discinésia tardia)
Prolongamento QT
Hiperprolactinémia

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30
Q

Quais os principais efeitos adversos dos antipsicóticos atípicos?

A

Efeitos metabólicos (ganho de peso, resistência à insulina)

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31
Q

Distonia aguda por antipsicóticos, qual a terapêutica? (3)

A

Horas a dias com espamos musculares que afetam mais cabeça, pescoço, língua ou olhos

Anticolinérgicos (benztropina),
Antihistamínicos (difenidramida) ou Benzodiazepinas

Alterar fármaco ou realizar profilaxia secundária (biperideno)

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32
Q

Acatísia por antipsicóticos, qual a terapêutica?

A

1 a 8 semanas após início, com inquietação

Diminuir dose ou alterar fármaco
Propanolol ou benzodiazepinas

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33
Q

Discinésia tardia por antipsicóticos, qual a terapêutica?

A

meses a anos depois com movimentos involuntários da boca e membros

Descontinuar fármaco (pode ser irreversível)

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34
Q

Qual dos antipsicóticos pode causar agranulocitose?

A

Clozapina

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35
Q

Doente internado por episódio de mania, desde há 2 semanas, inicia quadro de febre, rigidez muscular, taquicardia e confusão. Qual o próximo passo?

A

Possível síndrome maligno dos neurolépticos (reação a antipsicótico, normalmente 2 semanas após a 1ª dose, com rigidez muscular, instabilidade autonómica e alteração do estado mental)

Descontinuar antipsicótico
Medidas de suporte,
Considerar fármacos como o dantroleno

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36
Q

Fatores de mau prognóstico na esquizofrenia (14)

A

Sexo masculino
Solteiro
Idade precoce
História familiar
Uso de substâncias
Ajustamento pré-mórbido baixo
Início insidioso
Longa duração de psicose não tratada
Sintomas negativos
Défice cognitivo
Ausência de sintomas afetivos
Insight pobre
Emoção expressa da família
Má adesão à terapêutica

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37
Q

Na esquizofrenia, a dopamina:
- … na via cortical pré frontal, com sintomas …,
- … na via mesolímbica, com sintomas …

A

Na esquizofrenia, a dopamina:
- DIMINUI na via cortical pré frontal, com sintomas NEGATIVOS,
- AUMENTA na via mesolímbica, com sintomas POSITIVOS

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38
Q

Sintomas de primeira ordem, na esquizofrenia

A

Pensamento audível
Alucinações AV na 3ª pessoa
Alucinações AV na forma de comentário
Alucinações somáticas (táteis)
Roubo ou inserção do pensamento
Passividade
Difusão do pensamento

Elevada sensibilidade e especificidade para esquizofrenia

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39
Q

Qual a duração dos sintomas necessária para diagnóstico de esquizofrenia?

A

Critérios A presentes durante pelo menos 1 mês, ao longo de pelo menos 6 meses com sinais contínuos de perturbação.

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40
Q

Qual a duração dos sintomas necessária para diagnóstico de episódio depressivo?

A

Pelo menos 2 semanas

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41
Q

Qual a duração dos sintomas necessária para diagnóstico de episódio maníaco?

A

Pelo menos 1 semana, qualquer duração se necessário internamento

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42
Q

Qual a primeira linha terapêutica para sintomas positivos da esquizofrenia?

A

Antipsicóticos atípicos
Clozapina apenas se resistente

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43
Q

Como diferenciar perturbação esquizoafetiva de perturbação do humor com sintomas psicóticos?

A

Na segunda, os sintomas psicóticos são congruentes com o humor e aparecem exclusivamente durante os episódios de depressão ou mania

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44
Q

Quais o antipsicóticos atípicos com maior efeito nos níveis de prolactina? (2)

A

Risperidona e amissulpride

Sexo masculino com ginecomastina, galactorreia, hipogonadismo hipogonadotrófico

Sexo feminino com galactorreia, oligomenorreia, hipogonadismo hipogonadotrófico

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45
Q

Quais os antipsicóticos atípicos com mais efeitos metabólicos? (2)

A

Clozapina
Olanzapina

aumento ponderal, dislipidémia, hiperglicémia

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46
Q

Qual a duração dos sintomas necessária para diagnóstico de perturbação delirante?

A

Pelo menos 1 mês

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47
Q

Qual a diferença entre esquizofrenia e perturbação delirante?

A

A perturbação delirante é caracterizada por um ou mais delírios estáveis, não bizarros e sistematizados, estando as restantes funções mentais preservadas, com manutenção do funcionalmento geral

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48
Q

Qual o tipo de delírio mais comum na perturbação delirante?

A

Persecutório

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49
Q

Qual a primeira linha terapêutica na anorexia nervosa?

A

Psicoterapia

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50
Q

Qual a principal diferença entre bulimia nervosa e binge eating?

A

Na primeira, ocorrem comportamentos compensatórios para contrariar o aumento de peso, como vómito induzido, laxantes, períodos de jejum ou exercício excessivo.

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51
Q

Perante um doente com défice cognitivo, o que excluir antes de considerar a hipótese de demência? (3)

A

Alteração do estado de consciência –> considerar Delirium
Causa orgânica (ex: alcoolismo, défice B12, hipotiroidismo)
Causa funcional (ex: pseudodemência depressiva)

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52
Q

Como está o estado de consciência, na demência?

A

Normal
se alterado, considerar estado confusional agudo

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53
Q

Quais as alucinações mais frequentes no delirium?

A

visuais

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54
Q

Qual a diferença entre demência e défice cognitivo ligeiro?

A

A primeira tem impacto no dia-a-dia

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55
Q

Qual a primeira linha terapêutica na Doença de Alzheimer ligeira a moderada?

A

Inibidor da acetilcolinesterase (donezepilo, rivastigmina)

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56
Q

Qual a terapêutica na Doença de Alzheimer moderada a grave (MMS≤18)?

A

Associar memantina, aos inibidores da acetilcolinesterase

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57
Q

Qual a primeira linha terapêutica na Demência vascular?

A

Controlo de fatores de risco cardiovascular

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58
Q

Que fármacos evitar na Demência de Corpos de Lewy?

A

Antipsicóticos

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59
Q

Quais os principais domínios afetados na Doença de Alzheimer? (3)

A

Memória
Linguagem
Orientação

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60
Q

Quais as características do LCR na Doença de Alzheimer?

A

Diminuição da beta amilóide (deposição no tecido cerebral)
Aumento da proteína tau fosforilada

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61
Q

Como diferenciar Demência de Corpos de Lewy de demência associada à Doença de Parkinson?

A

Momento de instalação da demência em relação ao parkinsonismo
Se demência antes ou <= 1 ano após início de parkinsonismo, considerar Corpos de Lewy

62
Q

Doente com défice cognitivo e défices focais sequelares, pensar em

A

Demência vascularpode coexistir com outros tipos de demência!
ex: uma TC com cicatriz de AVC não exclui outras causas

63
Q

Qual a variante mais frequente da demência frontotemporal?

A

Comportamental (alteração precoce da personalidade e apatia)

64
Q

Encefalopatia de Wernicke, qual a tríade clássica?

A

Confusão
Ataxia da marcha
Oftalmoplegia

num doente com consumo alcoólico pesado

65
Q

A síndrome de Korsakoff decorre de défice persistente de tiamina (ou vitamina B1). Qual a principal causa?

A

Alcoolismo crónico

outras: anorexia nervosa, má nutrição, estados hipermetabólicos

66
Q

Qual o tratamento da Síndrome de Korsakoff?

A

Suplementação com tiamina oral
Abstinência alcoólica
Irreversível, prevenir danos adicionais

67
Q

Qual a diferença entre perturbação factícia e malingering/simulação?

A

Ambas intencionais, sendo que o primeiro é com o objetivo de assumir o papel de doente (sobre o próprio ou sobre outro) e o segundo para obter compensação externa (não é considerado doença mental)

68
Q

Em que consiste a perturbação de ajustamento?

A

Resposta emocional e/ou comportamental, desproporcional à escala do stressor (com base em valores culturas e sociais)considerar depressão e perturbação de ansiedade generalizada

69
Q

Qual a duração dos sintomas necessária para diagnóstico de perturbação de ansiedade generalizada?

A

Pelo menos 6 meses

70
Q

Qual o tratamento da POC?

A
  • Terapia cognitivo-comportamental (exposição+prevenção da resposta), é menos eficaz na ausência de compulsões
  • Terapia cognitiva com o objetivo de diminuir tentativa de supressão dos pensamentos
  • Farmacoterapia com SSRI, SNRI ou ADT
71
Q

Qual a duração dos sintomas necessária para diagnóstico de perturbação do pânico?

A

2 ou mais ataques recorrentes e não expetáveis, seguidos de, pelo menos, 1 mês de preocupação com ataques futuros e/ou alteração do comportamento significativa

72
Q

Na perturbação do pânico, os episódios agudos surgem em relação a um acontecimento. Verdadeiro ou falso?

A

Falso! São inesperados, sem trigger aparente.

73
Q

Qual o tratamento agudo de um ataque de pânico?

A

Benzodiazepina de curta ação (alprazolam)

74
Q

Qual o tratamento a longo prazo da perturbação de pânico?

A

Terapia cognitivo comportamental + SSRIs (Iniciar gradualmente antidepressivos, já que podem levar a sensação de ansiedade e inquietação —> considerar associar BZD até eficaz)

75
Q

Qual a diferença entre reação aguda ao stress e stress pós traumático?

A

A duração, a primeira é 3 a 30 dias e a segunda >1 mêsAmbas consistem em ansiedade em resposta a um evento traumático específico com afeção do funcionamento

76
Q

Qual a faixa etária mais afetada pela fobia social?

A

Adolescência e jovens adultos

77
Q

Qual a faixa etária mais afetada por fobias específicas?

A

Crianças

78
Q

Como diferenciar fobia social de timidez?

A

Na primeira, o doente experiencia altos níveis de ansiedade em situações sociais em que é possível sofrer o escrutínio dos outros, com afeção do funcionamento

79
Q

Qual a terapêutica na fobia social associada à performance?

A

propanolol, para controlo de sintomas autonómicos
ou
clonazepam, em SOS, 30 a 60 min antes do evento

80
Q

Qual a terapêutica de fobias específicas?

A

Terapia cognitivo-comportamental com exposição progressiva ao estímulo

81
Q

A agorafobia implica ataques de pânico?

A

Não

82
Q

Qual a duração dos sintomas necessária para diagnóstico de agorafobia?

A

Medo, ansiedade ou ataques de pânico, durante um período de pelo menos 6 meses, em 2 ou mais das seguintes situações: transportes, espaços abertos ou fechados, multidão ou fora de casa

83
Q

Qual a terapêutica da agorafobia?

A

SSRIs + Terapia cognitivo comportamental (exposição)

84
Q

Doente com doença bipolar sob terapêutica com lítio, que desenvolve sintomatologia depressiva. O que excluir?

A

Hipotiroidismo
O lítio afeta a função tiroideia

85
Q

Num episódio depressivo, quais os grupos de sintomas sugestivos de maior gravidade? (2)

A

Psicóticos
Biológicos (anorexia e perturbação do sono, + insónia terminal)

86
Q

Para o diagnóstico de esquizofrenia é necessário pelo menos 1 de 3 sintomas principais, quais?

A

Delírios
Alucinações
Discurso (pensamento) desorganizado

87
Q

Na perturbação de ansiedade, a que se devem as queixas de memória?

A

Dificuldade de concentração

88
Q

Cloropromazina - qual a classe farmacológica?

A

Antipsicótico de primeira geração, de baixa potência

89
Q

Após episódio depressivo inicial, quanto tempo deve ser realizada a terapêutica?

A

Pelo menos 4 a 9 meses após remissão, para prevenção de recaídas

90
Q

Na perturbação depressiva, quando está indicado tratamento de manutenção?

A

1 a 3 anos para prevenir recorrência, se:- ≥ 3 episódios- grave (tentativa de suicídio ou psicose)- crónico (duração ≥ 2 anos)

91
Q

Na perturbação de ansiedade generalizada, qual a duração da terapêutica farmacológica?

A

Pelo menos 6 meses
BZD de longa ação, buspirona ou betabloqueante podem ser utilizados a curto prazo (3 sem)

92
Q

Qual o subtipo de delirium com pior prognóstico?

A

O hipoativo

93
Q

Fobias específicas com início na infância têm melhor prognóstico?

A

Não, pior!

94
Q

A narcolepsia é um distúrbio de que fase do sono?

A

REM

95
Q

Os pesadelos são um distúrbio de que fase do sono?

A

REM

96
Q

O sonambulismo é um distúrbio de que fase do sono?

A

Não REM

97
Q

Os terrores noturnos são um distúrbio de que fase do sono?

A

Não REM

98
Q

Quais as patologias frequentemente associadas à fobia social? (2)

A

Abuso de álcool e depressão

99
Q

Qual a diferença entre uso excessivo e uso nocivo?

A

No nocivo, o consumo da substância confere dano físico ou mental

100
Q

Na perturbação do uso de substâncias, quando se considera dependência? (6)

A

3 ou mais, no último ano:
- Desejo forte ou compulsão
- Perda de controlo na toma
- Tolerância
- Abstinência
- Negligência de outras atividades
- Persistência apesar de dano

101
Q

É necessária a síndrome de abstinência, com necessidade de nova toma para alívio, para se considerar dependência?

A

Não!

102
Q

Quais as fases do ciclo da mudança?

A

Pré contemplação
Contemplação
Preparação para a mudança
Ação
Manutenção
Recaída

103
Q

Qual a terapêutica da intoxicação alcoólica?

A

Fluidoterapia
Tiamina
Correção de desequilíbrios HE

104
Q

Qual o risco de administrar benzodiazepinas ou heloperidol, num doente com intoxicação alcoólica?

A

Depressão do centro respiratório
São sinérgicos com o álcool
Pode ser considerado em caso de agitação e/ou agressividade

105
Q

Qual a ferramenta útil para classificação do grau de consumo de álcool?

A

AUDIT
1º AUDIT-C (frequência do consumo, quantidade e frequência do consumo elevado)
— se aumentado ≧5♂≧4♀ –> AUDIT

106
Q

Uso excessivo de álcool, qual a abordagem?

A

Aconselhamento

107
Q

Uso nocivo de álcool, qual a abordagem?

A

Intervenção breve (objetivo: promover o consumo seguro) + monitorização regular

108
Q

Dependência de álcool, qual a abordagem?

A

Objetivo: abstinência
Referenciar para centro especializado

109
Q

Quais as alterações analíticas associadas ao alcoolismo? (5)

A

Aumento da GGT
Aumento da AST 2x> ALT
Défice de folatos
Anemia megaloblástica
Défice de vitD
Défice de vitK

110
Q

Dependência alcoólica, como realizar a desintoxicação?

A

Suporte psicossocial + farmacoterapia com BZD de longa ação durante 5 a 7 dias

111
Q

Dependência alcoólica, como prevenir recaída após a desintoxicação?

A

Naltrexona 1ªL
Dissulfiram (apenas em doentes muito motivados, CI se doença CV)
Acamprosato

112
Q

Qual o mecanismo da naltrexona?

A

Antagonista dos recetores opióides μ, responsáveis pelo mecanismo da recompensa (diminui o desejo)

113
Q

Qual o mecanismo do dissulfiram?

A

Bloqueio da desidrogenase hepática com aumento do acetaldeído e consequente exacerbação dos sintomas de intoxicação (náuseas, vómitos, rubor, cefaleia), com condicionamento negativo

114
Q

Idoso com sinais de doença hepática crónica, que inicia quadro de desorientação, tremor e alucinações, após 2 dias de internamento. O que pensar?

A

Síndrome de abstinência em indivíduo com consumo crónico de álcoolIndivíduos com consumo crónico de álcool desenvolvem síndrome de abstinência às 48-72h após internamento

115
Q

Qual a substância cuja a abstinência pode ser fatal?

A

Álcool
Delirium tremens - alt do estado mental e hiperatividade simpática (taquicardia e hipertensão)

116
Q

Qual a terapêutica da abstinência alcoólica? (4)

A

Fluidoterapia
Tiamina (antes da glucose)
Dextrose (para cetoacidose alcoólica)
BZD ev

117
Q

Opióides, quais os efeitos que diminuem com a manutenção do consumo? E os que persistem?

A

Sedação e emese diminuem
Miose e obstipação persistem

118
Q

Desintoxicação de opióides, qual a terapêutica?

A

Se curta duração ou doses baixas - terapêutica sintomática (metoclopramida, loperamida, AINEs)
Se longa duração ou doses altas - metadona ou buprenorfina, com diminuição graual da dose

119
Q

Doente sem miose pode estar intoxicado com opióides?

A

SIM! Utilização simultânea de diferentes substâncias

120
Q

Quais os principais sinais clínicos de intoxicação por opióides? (3)

A

Alteração do estado mental
Depressão respiratória severa
Miose

121
Q

Qual o risco de consumir opióides após período de abstinência?

A

Diminui a tolerância, com maior risco de intoxicação se consumo das doses habituais prévias

122
Q

A que se assemelha clinicamente a abstinência de opióides?

A

Síndrome gripal
Desconforto severo, mas não é mortal!

123
Q

Avaliação do risco de suicídio (2)

A
  1. Perguntar diretamente intenções
  2. Pesquisar fatores de risco para suicídio –> SAD
    PERSONS
    Sex male
    Age older
    Depression
    Previous attempt
    Ethanol abuse
    Rational thinking loss
    ex: esquizo
    Social support lacking
    Organized plan
    No spouse or partner
    Sick
124
Q

Disfunção sexual é um importante marcador de

A

doenças cardiovasculares

125
Q

Qual a diferença entre ideação suicida e intencionalidade?

A

Ideação suicida - pensamentos sobre
suicídio (desejos e/ou planos)
Intencionalidade - determinação para agir

126
Q

Dissónias - {{c1::}}
Parassónias - {{c2::}}

A

1 - dificuldades relacionadas com o sono, como
insónia e hipersónia
2 - problemas comportamentais
associados ao sono

127
Q

MCDTs de exclusão de causas reversíveis de demência

A

» Função tiroideia
» B12, ác. fólico, VDRL
» Depressão
» TC/RM

128
Q

Qual o tratamento do síndrome de abstinência de opióides no recém-nascido?

A

1ª L: suporte
- alimentação à demanda, enfaixar, reduzir estimulação
- Farmacológico: morfina PO;
2ª L fenobarbital ou clonidina

129
Q

A fibromialgia cursa com aumento dos parâmetros inflamatórios?

A

Não! Ajuda a diferenciar de outras doenças reumatológicas

130
Q

Clínica de défice de vitamina E

A
  • Neuropatia Periférica
  • Fraqueza muscular
  • Ataxia, diminuição da sensibilidade vibratória e proprioceção (desmielinização das colunas posteriores e trato espinocerebelar)
  • Anemia hemolítica, acantose
  • Oftalmoplegia, retinopatia pigmentadaPara reveres este tópico: Deficiência e excesso de vitaminas e oligominerais
131
Q

Homem de 55 anos, alcoólico, com história de parestesias dos MI. EN com perda da proprioceção e da sensibilidade vibratória, diminuição da força dos MI com hiperreflexia, marcha atáxica. Qual o diagnóstico mais provável?

A

Défice de B12 (com neuropatia periférica e degeneração medular combinada)

132
Q

Doente com história de d. Graves é submetida a cirurgia abdominal. Algumas horas depois, desenvolve febre, taquicardia, náuseas, vómitos, diarreia e agitação, com delirium. Que diagnóstico considerar?

A

Tempestade tiroideia

133
Q

A trissomia 21 associa-se a aumento do risco de desenvolvimento de (neoplasia) {{c1::}}.
Também pode levar a desenvolvimento de {{c1::}} precoce.

A

1 - leucemia mielóide aguda/leucemia linfocítica aguda
2 - S. de Alzheimer

134
Q

A encefalopatia de Wernicke e a síndrome Wernicke-Korsakoff são reversíveis?

A

A encefalopatia de Wernicke é, geralmente, aguda e reversível (com administração imediata de tiamina ev.).
A síndrome Wernicke-Korsakoff é crónica e irreversível.

135
Q

Doente com história de alcoolismo apresenta-se com alguns dias de evolução de confusão, diplopia e marcha de base alargada, com pequenos passos. Qual a principal hipótese diagnóstica?

A

Encefalopatia de Wernicke

136
Q

Doente com história de alcoolismo apresenta-se com vários meses de evolução de amnésia, apatia, perda de autonomia e alucinações. Qual o diagnóstico mais provável?

A

Síndrome Wernicke-Korsakoff

137
Q

Qual a causa mais comum de pancreatite crónica?

A

Álcool

138
Q

Quais as principais condições predisponentes associadas ao Síndrome de Mallory Weiss?

A
  • Alcoolismo
  • Bulimia nervosa
  • Hernia Hiato
  • DRGE
139
Q

Hipocalcemia com PTH elevada e hipomagnesemia. Quais os principais diagnósticos a considerar?

A

Défice de absorção ou alcoolismo

140
Q

Síndrome de Charles Bonnet

A

Perturbação caracterizada pela existência de alucinações visuais elementares ou complexas que surgem, na ausência de outros sintomas psiquiátricos, num indivíduo que apresenta défices visuais.

141
Q

Síndrome de falsa identificação delirante

A

Síndromes delirantes monotemáticas caracterizadas pela crença patológica de que se verificou uma alteração da identidade, localização ou características de pessoas, espaços, objetos ou contextos temporais.

142
Q

Síndrome de falsas memórias

A

Fenómeno em que a pessoa constrói, sem intenção e de forma não consciente, memórias de acontecimentos que nunca ocorreram, mas que são tipicamente traumáticos, como situações de abuso físico ou sexual na infância.
Este fenómeno começou a ser estudado na sequência do uso disseminado de sessões de psicanálise para recuperação de memórias de atos de violência que vieram a ser usados como testemunhos de crimes em tribunal.

143
Q

Síndrome de Frégoli

A

Delírio monotemático caracterizado pela crença de que uma pessoa conhecida (um perseguidor) assume a aparência de outras pessoas. Foi inicialmente descrita por Courbon
e Fail (1933) com o nome de ilusion de Fregoli, em homenagem ao ator italiano, Leopoldo Frégoli, conhecido pela sua habilidade em mudar rapidamente de guarda-roupa durante os seus espetáculos em palco.

144
Q

Síndrome de Capgras

A

Síndrome de falsa identificação delirante em que o doente acredita que uma pessoa próxima foi substituida por um duplo idêntico.

145
Q

Sindrome de De Clérambault

A

Perturbação delirante erotomaníaca que, apesar de descrita por vários autores, foi pela primeira vez descrita enquanto síndrome pelo psiquiatra francês Gaetan de Clérambault, que a designou inicialmente por «psicose passional», tendo descrito duas formas:
- uma forma primária ou pura que ocorre isoladamente, e
- uma forma secundária ou recorrente que ocorre em associação com outras temáticas delirantes no contexto de uma outra perturbação psicótica (por exemplo, na esquizofrenia).

146
Q

Síndrome de Ganser

A

Síndrome inicialmente descrita em prisioneiros por Sigbert Ganser (1898).
A sua característica principal é a produção de pararespostas a perguntas simples ou conhecidas (por exemplo, 2+2=3 ou a resposta «cinco» à pergunta «quantas pernas tem um cavalo?») em indivíduos com história de lesão cerebral traumática ou episódios psicossociais traumáticos, que não podem escapar de uma situação subjetivamente intolerável, como prisões ou internamentos compulsivos. Trata-se de uma síndrome controversa que já foi classificada como perturbação factícia, perturbação dissociativa, perturbação psicótica breve e reativa e simulação.

147
Q

Síndrome de Münchausen

A

Perturbação Factícia

148
Q

Síndrome de Intermetamorfose

A

Delírio monotemático, inicialmente descrito por Courbon e Tusques (1932), associado à crença de que pessoas conhecidas se transformam física e psicologicamente noutras pessoas. As outras síndromes de falsa identificação delirante são a síndrome de Capgras, a síndrome de Fregoli e a síndrome do duplo subjetivo.

149
Q

Síndrome do Duplo subjetivo

A

Fenómeno de reduplicação caracterizado pela crença delirante em que existe um duplo idêntico a si, embora com existência e vontade independentes.

150
Q

Síndrome de Asperger

A

Perturbação do neurodesenvolvimento caracterizada por défices no funcionamento e interação social, com padrão restrito de interesses e comportamentos, à semelhança do autismo. Contudo, no desenvolvimento precoce da criança não se verificam atrasos significativos na aquisição da linguagem, desenvolvimento cognitivo, ou na manifestação de curiosidade pelo ambiente externo (WHO, 1992). Descrita inicialmente pelo pediatra Hans Asperger (1944), apenas um ano depois de Leo Kanner ter publicado o seu relato do que designou por autismo infantil. Foi incluído pela primeira vez nos sistemas de classificação em 1994, com a publicação do DSM IV, em que integrava a categoria das «Per-turbações Globais do Desenvolvimento» (Volkmar & McPartland,
2014). No DSM 5, a entidade foi extinta encontrando-se incluída nas perturbações do espectro do autismo, embora na CID-10 (WHO, 1992) continue enquanto entidade nosológica autónoma.

151
Q

Síndrome de Gerstmann

A

Síndrome descrita pelo neurologista austríaco Josef Gerstmann (1887-1969), caracterizada por agnosia digital, acalculia/discalculia, agrafia/disgrafia e desorientação esquerda-direita. Resulta de lesões no giro angular do hemisfério cerebral dominante (Rusconi, 2018).