Vísceras e vasos linfáticos do pescoço Flashcards

1
Q

Artéria tiroideia ima

A

1) Cerca de 10% das pessoas apresenta uma pequena artéria tiroideia ima ímpar, que se origina do tronco braquiocefálico (mas também pode surgir do arco da aorta, da carótida comum direita, da torácica ou da subclávia)
2) Esta artéria ascende na face anterior da traqueia até ao istmo da glândula tiroideia
3) Assim, é necessário considerar a sua existência quando se realizam procedimentos cirúrgicos na linha mediana do pescoço inferior ao istmo da tiroide, por causa do risco de sangramento

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

Cisto do ducto tireoglosso

A

1) O ducto tireoglosso é uma estrutura relacionada com a embriologia
2) Pode deixar remanescentes de epitélio, que formam um cisto do ducto tireoglosso, em qualquer ponto do seu trajeto descendente desde o dorso da língua até à posição normal da tiroide
3) Pode ser necessária excisão cirúrgica do cisto

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

Glândula tiroide ectópica

A

1) O tecido glandular tiroideu ectópico pode ser encontrado em qualquer parte do trajeto do ducto tireoglosso embrionário
2) Assim, pode haver tecido tiroideu ectópico na raiz da língua -> glândula tiroideia lingual
3) Os remanescentes císticos do ducto tireoglosso podem ser diferenciados de uma glândula tiroideia ectópica por cintigrafia com radioisótopos
4) É muito importante diferenciar um cisto do ducto tireoglosso de uma glândula tiroideia ectópica aquando da excisão cirúrgica do cisto, porque se tal não for feito pode resultar numa tireoidectomia total, tornando a pessoa dependente de medicação tiroideia

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

Glândula tiroide acessória

A

1) Partes do ducto tireoglosso podem persistir e formar tecido tiroideu, que pode aparecer em qualquer parte do trajeto embrionário do ducto
2) Embora a glândula acessória possa ser ativa, muitas vezes o seu tamanho é insuficiente para manter a função normal se a glândula tiroide for removida

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

Lobo piramidal da glândula tiroide

A

1) Cerca de 50% das glândulas tiroides têm um lobo piramidal, que varia em tamanho, estende-se superiormente, em geral à esquerda do plano mediano; o istmo pode ser incompleto ou ausente
2) Este lobo desenvolve-se a partir de remanescentes de epitélio e de tecido conjuntivo do ducto tireoglosso

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

Aumento da glândula tiroide

A

1) O aumento não-neoplásico e não-inflamatório da glândula tiroide, difere do aumento variável que pode ocorrer durante a menstruação e a gravidez, é denominado bócio, que é causado pela carência de iodo
2) A glândula aumentada pode comprimir a traqueia, o esófago e os nervos laríngeos recorrentes
3) O aumento da glândula pode ser anterior, posterior, lateral e inferior, mas não superior dada as fixações dos músculos esterno-tiroideu e esterno-hioideu

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Tireoidectomia

A

1) Às vezes a excisão de um tumor maligno da glândula tiroide ou outro procedimento cirúrgico, exige a retirada parcial ou total da glândula (hemi-tireoidectomia ou tireoidectomia)
2) No tratamento cirúrgico do hipertiroidismo, geralmente é preservada a parte posterior de cada lobo da tiroide (tireoidectomia quase total), de modo a proteger os nervos laríngeos recorrente e superior e poupar as glândula paratiroides
3) A hemorragia pós-operatória pode comprimir a traqueia, dificultando a respiração

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

Lesão dos nervos laríngeos recorrentes

A

1) Há sempre risco de lesão destes nervos durante uma cirurgia ao pescoço, quer seja por lesão direta quer por pressão causada pela acumulação de sangue e/ou exsudado seroso
2) Perto do polo inferior da glândula tiroide, o nervo laríngeo recorrente direito está muito próximo da artéria tiroideia inferior e dos seus ramos
3) Embora o risco de lesão do nervo laríngeo recorrente esquerdo seja mais baixo, também tem íntima relação com a artéria perto do polo inferior da glândula tiroide, podendo portanto, também ser lesado nesse ponto
4) Manifestações da lesão: rouquidão, afonia temporária ou distúrbio da fonação, e espasmo laríngeo

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

Retirada acidental das glândulas paratiroideias

A

1) A posição variável das glândulas paratiroideias, sobretudo das inferiores, acarreta o risco da sua lesão ou retirada durante as cirurgias no pescoço
2) A atrofia ou remoção cirúrgica inadvertida de todas as glândulas paratiroideias acarreta sintomas semelhantes aos de tetania, uma síndrome neurológica caracterizada por espasmos musculares e cãibras (causados por diminuição da concentração sérica de cálcio)
3) Assim, quando é necessário remover toda a glândula tiroide (por tumor maligno p.ex.), as paratiroideias são cuidadosamente isoladas com os seus vasos sanguíneos antes da retirada da tiroide
4) O tecido paratiroideu pode também ser transplantado para o braço, a fim de evitar lesão por cirurgia ou radioterapia subsequente

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

Fratura do esqueleto da laringe

A

1) Causas: golpe sofridos durante a prática de desporto e compressão pelo cinto de segurança aquando de um acidente de automóvel
2) Manifestações: hemorragia e edema da tela submucosa, obstrução das vias respiratórias, incapacidade de falar temporariamente

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

Laringoscopia

A

1) É o procedimento usado para examinar o interior da laringe
2) A parte anterior da língua é delicadamente puxada da cavidade oral, para minimizar a cobertura da epiglote e do ádito da laringe pela parte posterior da língua
3) O exame visual pode ser feito por laringoscopia indireta com uso de um espelho laríngeo
4) Também pode ser examinada por laringoscopia direta com uso de um laringoscópio

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

Aspiração de corpos estranhos e manobra de Heimlich

A

1) Um corpo estranho (como um alimento) pode ser aspirado acidentalmente através do ádito da laringe para o vestíbulo da laringe, onde fica aprisionado acima das pregas vestibulares
2) Tal provoca espasmo dos músculos laríngeos e tensão das pregas vocais; a rima da glote fecha-se e a entrada de ar na traqueia é bloqueada, levando à asfixia
3) Uma pessoa que esteja a sufocar tosse na tentativa de deslocar o objeto; se tal não for suficiente, devem-se implementar medidas de emergência para desobstruir a via respiratória
4) Como os pulmões ainda contêm ar, a compressão súbita do abdómen (manobra de Heimlich) eleva o diafragma e comprime os pulmões, expelindo o ar da traqueia para a laringe
5) Procedimento: o punho cerrado, com a base da palma voltada para dentro, é colocado sobre o abdómen da vítima, entre o umbigo e o processo xifoide do esterno; a outra mão segura o punho e empurra-o com força para dentro e para cima, forçando o deslocamento superior do diafragma

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

Cricotireotomia

A

1) Em casos de emergência extrema (p.ex. obstrução das vias aéreas) em que não seja possível realizar intubação, profissionais experientes inserem uma agulha calibrosa através do ligamento cricotiroideu mediano (coniotomia) para possibilitar a entrada rápida de ar
2) Mais tarde, pode ser realizada uma cricotireotomia cirúrgica (laringotomia inferior), que consiste em incisão da pele e do ligamento cricotiroideu mediano e inserção de um pequeno tubo de traqueostomia na traqueia

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

Traqueostomia

A

1) A incisão transversal da pele do pescoço e da parede anterior da traqueia estabelece uma via respiratória em pacientes com obstrução das vias áreas superiores ou insuficiência respiratória
2) Os músculos infra-hioideus são retraídos lateralmente, e o istmo da tiroide é dividido ou retraído superiormente
3) É feita uma abertura na traqueia entre o 1º e o 2º anel traqueal, ou através do 2º, 3º ou 4º anel traqueal
4) De seguida, um tubo de traqueostomia é introduzido na traqueia e fixado
5) Não esquecer: veias tiroideias inferiores e artéria tiroideia ima passam anteriormente à traqueia; o timo cobre a parte inferior da traqueia em lactentes e crianças

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

Lesão dos nervos laríngeos

A

1) Como o nervo laríngeo inferior (que é continuação do laríngeo recorrente) inerva os músculos que movimentam a prega vocal, a lesão dos nervos laríngeos inferiores causa paralisia da prega vocal, que resulta em dificuldade ou incapacidade de adução para fonação (voz) nem abdução para aumentar o fluxo respiratório, o que resulta num ruído estridor
2) A paralisia do nervo laríngeo superior causa anestesia da mucosa laríngea superior, logo há inatividade do mecanismo protetor destinado a evitar a entrada de corpos estranhos na laringe
3) A lesão do ramo externo do nervo laríngeo superior causa voz monocórdica, porque o músculo cricotiroideu fica paralisando e portanto não consegue variar o comprimento e a tensão da prega vocal

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

Bloqueio do nervo laríngeo superior

A

1) Muitas vezes, o bloqueio do nervo laríngeo superior é feito com intubação endotraqueal do doente consciente
2) Esta técnica é usada para endoscopia perioral, ecocardiografia transesofágica e procedimentos laríngeos e esofágicos
3) A agulha é introduzida no ponto médio entre a cartilagem tiroideia e o hoide, alcançando o nervo laríngeo interno, que é o maior ramo terminal do nervo laríngeo superior

17
Q

Cancro da laringe

A

1) Incidência alta em fumadores ou pessoas que mascam tabaco
2) Manifestações: rouquidão persistente frequentemente associada a otalgia e disfagia; aumento dos gânglios linfáticos pré-traqueais e para-traqueais
3) A laringectomia pode ser realizada em casos graves de cancro da laringe
4) A reabilitação vocal pode ser feita por eletrolaringe, prótese traqueoesofágica ou fala esofágica (regurgitação do ar ingerido)

18
Q

Corpos estranhos na parte laríngea da faringe

A

1) Quando o alimento atravessa a parte laríngea da faringe durante a deglutição, parte dele entra nos recessos piriformes
2) Corpos estranho (p.ex. ossos de galinha ou espinhas de peixe) podem alojar-se nesse recesso; se o objeto for pontiagudo pode perfurar a mucosa e lesar o nervo laríngeo interno ou até o laríngeo superior, anestesiando a mucosa da laringe até às pregas vocais
3) Muitas vezes, os corpos estranhos na faringe são removidos sob visualização direta através de um faringoscópio

19
Q

Tonsilectomia

A

1) A tonsilectomia (retirada das tonsilas) é realizada por disseção da tonsila palatina da fossa tonsilar ou por uma cirurgia com guilhotina ou alça
2) O sangramento durante a cirurgia muitas vezes provém da veia palatina externa ou da artéria tonsilar ou dos seus ramos
3) Na cirurgia é necessário ter cuidado com o nervo glossofaríngeo (IX), dado que este acompanha a artéria tonsilar; é ainda mais necessário ter cuidado com a artéria carótida interna, pois esta é vulnerável quando tortuosa e situada diretamente lateral à tonsila

20
Q

Adenoidite (tonsilite faríngea)

A

1) É a inflamação das tonsilas faríngeas (ou adenoides)
2) Esse distúrbio pode obstruir a passagem de ar das cavidades nasais para a nasofaringe, exigindo respiração bucal
3) A infeção das tonsilas faríngeas pode disseminar-se para as tonsilas tubáricas, causando edema e obstrução das tubas auditivas de Eustáquio, comprometendo a audição
4) A propagação da infeção para a orelha média causa otite média
5) Por vezes as tonsilas faríngeas são removidas ao mesmo tempo que as tubáricas (adenoidectomia e tonsilectomia)

21
Q

Lesões do esófago

A

1) As lesões do esófago são o tipo mais raro de traumatismo perfurante do pescoço; são fatais e causam a maioria das complicações após um procedimento cirúrgico ou outro tratamento
2) A maioria das lesões esofágicas tem causa iatrogénica (por endoscopia, dilatação esofágica, etc)

22
Q

Cancro do esófago

A

1) Manifestações:
1. 1) Disfagia (geralmente só é reconhecida quando há redução de 30-50% do lúmen)
1. 2) Odinofagia (sugere extensão do tumor para tecidos periesofágicos)
1. 3) Aumento dos gânglios linfáticos cervicais profundos inferiores
1. 4) Rouquidão (por compressão dos nervos laríngeos recorrentes pelo tumor)
2) A esofagoscopia é o exame que revela esses cancros

23
Q

Zonas de traumatismo penetrante do pescoço

A

1) Zona I: estende-se das clavículas e do manúbrio do esterno até à margem inferior da cartilagem cricoideia da laringe; as estruturas em risco são: cúpulas pleurais e ápice dos pulmões, traqueia, esófago, glândulas tiroide e paratiroide, artérias carótidas comuns, veias jugulares e região cervical da coluna vertebral
2) Zona II: estende-se desde a margem inferior da cartilagem cricoideia até ao ângulo da mandíbula; as estruturas em risco são: o polo superior da glândula tiroideia, cartilagem cricoideia e tiroideia, laringe, esófago, parte laríngea da faringe, artérias carótidas, veias jugulares e região cervical da coluna vertebral
3) Zona III: estende-se superiormente aos ângulos da mandíbula; estruturas em risco são: glândulas salivares, cavidades oral e nasal, partes oral e nasal da faringe
4) As lesões associadas às zonas I e III obstruem a via respiratória e estão associada a maior morbidade (complicações após procedimentos cirúrgicos e outros tratamentos) e mortalidade (desfecho fatal), uma vez que é difícil visualizar e reparar estruturas lesadas e é difícil controlar a lesão vascular

24
Q

Disseções radicais do pescoço

A

1) São realizadas em casos de invasão cancerosa dos vasos linfáticos cervicais
2) As principais artérias, o plexo braquial, o nervo vago e o frénico são preservados, mas a maioria dos ramos cutâneos do plexo cervical é removida