Cavidade do crânio e meninges Flashcards
Fratura do ptério
1) O ptério está situado 2 dedos acima do arco zigomático e um polegar atrás do processo frontal do zigomático
2) Um golpe forte na região lateral da cabeça pode causar fratura dos ossos finos que formam o ptério, com consequente rutura do ramo frontal da artéria ou da veia meníngea média que cruza o ptério
3) O hematoma resultante exerce pressão sobre o córtex cerebral subjacente, se este não for tratado pode causar morte em algumas horas
Tromboflebite da veia facial
1) A veia facial faz conexões com: seio cavernoso através da veia oftálmica superior, e com o plexo venoso pterigoideu através das veias oftálmica inferior e facial profunda
2) Assim, a infeção da face pode propagar-se para o seio cavernoso e para o plexo venoso pterigoideu
3) O sangue do ângulo medial do olho, nariz e lábios (triângulo perigoso da face) drena inferiormente pela veia facial; como esta não tem válvulas, o sangue pode atravessá-la na direção oposta, entrando no seio cavernoso
4) Deste modo, indivíduos com tromboflebite da veia facial (inflamação da veia facial com formação secundária de trombos), fragmentos de um coágulo infetado podem estender-se para o sistema venoso intracraniano e causar tromboflebite do seio cavernoso
Traumatismo cranioencefálico não penetrante
1) Um golpe forte na cabeça pode descolar a camada periosteal da dura-máter da calvária sem fratura dos ossos do crânio
2) Na base do crânio, as 2 camadas da dura-máter estão firmemente inseridas e é difícil separá-las dos ossos
3) Assim, uma fratura da base do crânio geralmente rompe a dura-máter e causa extravasamento de LCR
Abaulamento do diafragma da sela
1) Os tumores hipofisários podem estender-se superiormente através da abertura no diafragma da sela ou causar o seu abaulamento (arquear/curvar), provocando distúrbios da função endócrina
2) A extensão superior de um tumor pode ocasionar sintomas visuais, dada a compressão do quiasma ótico
Herniação transtentorial
1) A incisura do tentório é a abertura no tentório do cerebelo para o tronco encefálico, e é pouco maior do que o necessário que acomodar o mesencéfalo
2) Assim, lesões expansivas como tumores elevam a pressão intracraniana e podem provocar a herniação de parte do lobo temporal
3) Deste modo, a herniação transtentorial pode lacerar o lobo temporal e distender, comprimir ou ambos o nervo oculomotor (III), causando paralisia dos músculos extrínsecos do bulbo ocular
Oclusão das veias cerebrais e dos seios venosos da dura-máter
1) Causada por: trombos, tromboflebite ou tumores (p.ex. meningioma)
2) Seios venosos mais frequentemente afetados: transverso, cavernoso e sagital superior
3) A trombose do seio cavernoso geralmente é causada por infeções na órbita, seios nasais e lábios (triângulo perigoso) que comunicam com o seio através da veia facial
4) A tromboflebite da veia facial pode levar à tromboflebite do seio cavernoso, que geralmente só afeta um seio, mas que se pode disseminar para o do lado oposto através dos seios intercavernosos
5) Muitas vezes a trombose séptica do seio cavernoso resulta no desenvolvimento de meningite aguda
Metástase de células tumorais para os seios venosos da dura-máter
1) O plexo basilar e o seio occipital comunicam com os plexos venosos vertebrais internos através do forame magno
2) Como estes vasos não têm válvulas, a compressão do tórax, abdómen ou pelve (provocada p.ex. por tosse ou esforço) pode forçar a passagem do sangue desses locais para o plexo venoso vertebral interno, e deste para os seios venosos da dura-máter
3) Desta forma, é possível a disseminação de pus de abcessos e de células tumorais dessas regiões para as vértebras e para o encéfalo
Fraturas da base do crânio
1) Podem causar rutura da artéria carótida interna, com consequente fístula arteriovenosa do seio cavernoso
2) Assim, o sangue arterial flui para o seio cavernoso, forçando o fluxo sanguíneo para as suas tributárias venosas, como a veia oftálmica
3) Manifestações: protusão do bulbo ocular (exoftalmia) que pulsa em sincronia com o pulso radial (exoftalmia pulsátil), ingurgitamento da conjuntiva (quemose), lesão dos pares cranianos III, IV, V1, V2 e VII
Origem dural das cefaleias
1) A dura-máter é sensível à dor, sobretudo no local onde está relacionada com os seios venosos e as artérias meníngeas
2) A dor é causada por: tração das artérias na base do crânio ou das veias no local onde perfuram a dura-máter, distensão do couro cabeludo, após punção lombar (uma vez que são estimuladas terminações nervosas sensitivas e porque o encéfalo afunda um pouco, tracionando a dura)
Leptomeningite
1) Inflamação das leptomeninges (aracnoide-máter e pia-máter)
2) As bactérias podem entrar no espaço subaracnoideu através do sangue (septicemia/bacteriémia) ou a partir de uma fratura exposta do crânio ou de uma fratura dos seios paranasais
Traumatismos cranianos e hemorragia intracraniana
1) Hemorragia epidural (ou extradural): tem origem arterial - o sangue dos ramos rotos de uma artéria meníngea média acumula-se entre a camada periosteal externa da dura-máter e a cálvaria; normalmente, a hemorragia epidural deve-se a um golpe forte na cabeça com formação de hematoma epidural; em geral, há concussão (perda de consciência), seguida de um intervalo de algumas horas de lucidez e, mais tarde, sonolência e coma
2) Hemorragia subdural (ou da margem dural): geralmente acontece após um forte golpe na cabeça que desloca o encéfalo dentro do crânio e o lesiona; este tipo de hemorragia tem origem tipicamente venosa, costumando resultar da rutura de uma veia cerebral superior quando entra no seio sagital superior, acumulando-se sangue entre a camada meníngea interna da dura-máter e a aracnoide-máter
3) Hemorragia subaracnoideia: é um extravasamento de sangue, geralmente arterial, para o espaço subaracnoideu; normalmente resulta da rutura de um aneurisma sacular (p.ex. da artéria carótida interna); resulta em irritação meníngea, cefaleia intensa, rigidez cervical e, muitas vezes perda, de consciência
