Funículo espermático, escroto e testículo Flashcards
Hérnias inguinais
1) As hérnias inguinais representam 75% das hérnias
abdominais
2) A maioria das hérnias inguinais (cerca de 86%) ocorre nos homens, por causa da passagem do funículo espermático através do canal inguinal
3) A maioria das hérnias pode ser reduzida, o que significa que pode ser recolocada em seu lugar normal na cavidade peritoneal por manipulação apropriada
4) Hérnia inguinal direta: menos comum; deve-se à fraqueza da parede anterior do abdómen no trígono inguinal (de Scarpa); arrasta consigo peritoneu mais fáscia transversal (situando-se fora de um ou dois revestimentos fasciais internos do funículo espermático); passa ao redor do canal inguinal ou atravessa apenas o 1/3 medial do canal, saindo através do anel superficial, lateralmente ao funículo
5) Hérnia inguinal indireta: mais comum; deve-se à perviedade do processo vaginal; arrasta consigo peritoneu do processo vaginal persistente mais todos os três revestimentos fasciais do funículo espermático/ligamento redondo; atravessa o canal inguinal no processo vaginal e sai através do anel superficial dentro do funículo, comummente penetrando no escroto/lábio maior
6) O anel inguinal superficial é palpável súpero-lateralmente ao tubérculo púbico por invaginação da pele da parte superior do escroto com o dedo indicador; se o anel estiver dilatado, pode permitir a entrada do dedo sem causar dor; caso haja uma hérnia, o examinador sente um impulso súbito contra o dedo quando o paciente é instruído a tossir, contudo, como os dois tipos de hérnia inguinal saem pelo anel superficial, a palpação de um impulso nesse local não determina o tipo de hérnia
7) Com a face palmar do dedo contra a parede anterior do abdómen, pode-se palpar o anel inguinal profundo como uma depressão cutânea superior ao ligamento inguinal súpero-lateralmente ao tubérculo púbico; a deteção de um impulso no anel superficial e de massa no local do anel profundo sugere uma hérnia indireta
8) A palpação de uma hérnia inguinal direta é realizada colocando-se a face palmar do dedo indicador e/ou médio sobre o trígono inguinal e instruindo a pessoa a tossir ou fazer força para baixo
Reflexo cremastérico
1) A rápida elevação do testículo no mesmo lado é o reflexo cremastérico
2) A contração do músculo cremáster é produzida estimulando-se levemente a pele na face medial da parte superior da coxa, área suprida pelo nervo ilioinguinal
3) Este reflexo é extremamente ativo em crianças; um reflexo hiperativo pode ser abolido colocando-se a criança sentada com as pernas cruzadas
Cistos e hérnias do processo vaginal
1) Se o processo vaginal se mantiver pérvio nas mulheres, pode-se formar uma pequena bolsa peritoneal, o canal de Nuck, no canal inguinal, que pode estender até ao lábio maior; esses remanescentes podem aumentar e formar cistos no canal inguinal, que depois poderão levar à ocorrência de uma hérnia inguinal indireta
Hidrocele do funículo espermático e/ou testículo
1) Hidrocele é a presença de líquido em excesso (produzido pela lâmina visceral da túnica vaginal) no processo vaginal persistente; esta anomalia pode estar associada a hérnia inguinal indireta
2) Hidrocele do testículo: limitado ao escroto e distende a túnica vaginal
3) Hidrocele do funículo espermático: limitada ao funículo espermático e distende a parte persistente do pedículo do processo vaginal
4) O hidrocele pode comunicar-se com a cavidade peritoneal
5) Deteção por transiluminação (luz forte sobre a parede do escroto aumentado)
6) Algumas doenças como lesão e/ou inflamação do epidídimo também pode causar hidrocele em adultos
Hematocele do testículo
1) Hematocele do testículo é um acumulo de sangue na túnica vaginal que resulta p.ex. da rutura de ramos da artéria testicular por traumatismo do testículo
2) O hematocele não é transiluminado, ao contrário do hidrocele
3) O hematocele do testículo pode estar associado a hematocele escrotal
Torção do funículo espermático
1) A torção impede a drenagem venosa, com consequente edema e hemorragia, e subsequente obstrução arterial
2) É uma emergência cirúrgica, pois pode haver necrose do testículo
3) Para evitar a recorrência ou a ocorrência contralateral, que é provável, os dois testículos são fixados cirurgicamente ao septo escrotal
Anestesia do escroto
1) Face ântero-lateral: inervada pelo plexo lombar (principalmente fibras de L1 via nervo ilioinguinal)
2) Face póstero-inferior: inervada pelo plexo sacral (principalmente fibras de S3 via nervo pudendo)
3) Assim, para anestesiar a face ântero-lateral do escroto é necessário injetar um anestésico subaracnoideu num nível superior ao necessário ao que seria necessário para anestesiar a face póstero-inferior
Espermatocele e cisto do epidídimo
1) Espermatocele ≠ Cisto do epidídimo
2) Enquanto o espermatocele é um cisto de retenção (acumulo de líquido) na cabeça do epidídimo, o cisto do epidídimo é um acumulo de líquido em qualquer parte do epidídimo
3) É assintomático
Varicocele
1) O plexo venoso pampiniforme pode tornar-se dilatado (varicoso) e tortuoso, produzindo uma varicocele, que geralmente só é visível quando o homem está de pé ou fazendo força
2) O aumento geralmente desaparece quando a pessoa se deita, sobretudo se o escroto for elevado em decúbito dorsal, permitindo o esvaziamento das veias pela ação da gravidade
3) Causas: defeitos nas válvulas da veia testicular, problemas renais ou da veia renal
4) Ocorre predominante no lado esquerdo, provavelmente porque o ângulo agudo que a veia direita forma com a VCI é mais favorável ao fluxo que o ângulo de quase 90º que a veia esquerda forma com a veia renal esquerda, tornando-a mais suscetível a obstrução ou inversão de fluxo
Cancro do testículo e do escroto
1) Como os testículos descem da parede posterior do abdómen para o escroto durante o desenvolvimento fetal, a sua drenagem linfática é diferente da drenagem do escroto
2) Cancro do testículo: metastatiza inicialmente para os gânglios linfáticos lombares retroperitoneais, e subsequentemente para os gânglios mediastínicos e supraclaviculares
3) Cancro do escroto: metastatiza para os gânglios linfáticos inguinais superficiais