Face e couro cabeludo Flashcards

1
Q

Lacerações e incisões na face

A

1) Como a face não tem fáscia muscular distinta e o tecido subcutâneo entre as inserções cutâneas dos músculos é laxo, as lacerações na face tendem a abrir-se muito
2) Assim, a pele tem que ser suturada com cuidado para evitar citatrizes
3) A laxidez da tela subcutânea também possibilita o acúmulo de líquido e sangue no tecido conjuntivo laxo após contusão
4) Assim, a inflamação da face causa edema considerável

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2
Q

Lesões do couro cabeludo

A

1) Muitas vezes o couro cabeludo propriamente dito (constituído por 3 camadas) é considerado clinicamente como tendo apenas uma camada, uma vez que estas permanecem juntas quando se faz um retalho do couro cabeludo na craniotomia
2) As artérias do couro cabeludo estão bem protegidas por tecido conjuntivo denso e anastomosam-se livremente, consequentemente um couro cabeludo parcialmente descolado pode ser reposicionado com chance razoável de cicatrização desde que um dos vasos permaneça intacto
3) Retalhos de couro cabeludo com pedículo cirúrgico são feitos de forma a que permaneçam inseridos inferiormente para preservar os nervos e vasos, promovendo uma boa cicatrização
4) As artérias do couro cabeludo levam pouco sangue para a calvária, que é irrigada basicamente pelas artérias meníngeas médias -> a perda de couro cabeludo não causa necrose dos ossos da calvária

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3
Q

Feridas do couro cabeludo

A

1) Dada a resistência da aponevrose epicrânica, as feridas superficiais do couro cabeludo não se abrem e as margens da ferida são mantidas juntas
2) Contudo, as feridas profundas do couro cabeludo abrem-se muito quando a aponevrose epicrânica é lacerada segundo o plano coronal, uma vez que há tração dos ventres frontal e occipital do músculo occipitofrontal em direções opostas

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4
Q

Infeções do couro cabeludo

A

1) A camada de tecido conjuntivo laxo, que corresponde à 4ª camada do couro cabeludo, é a sua área de perigo, dado que aí há fácil disseminação de pus ou sangue
2) Assim, uma infeção nessa camada pode passar para a cavidade craniana através de pequenas veias emissárias, que atravessam os forames parietais na calvária, e chegam a estruturas intracranianas como as meninges
3) A infeção não consegue passar para o pescoço, porque os ventres occipitais do músculo occipitofrontal se inserem no osso occipital e na porção mastoideia dos temporais
4) Também não se consegue disseminar lateralmente, dado que a aponevrose epicrânica é contínua com a faixa temporal que se insere nos arcos zigomáticos
5) Contudo, a infeção pode alcançar as pálpebras e a raiz do nariz, porque o músculo occipitofrontal se insere na pele e na tela subcutânea e não no osso

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5
Q

Lesões do nervo trigémio

A

As lesões no nervo trigémio causam anestesia difusa com afetação da:

1) Metade anterior correspondente do couro cabeludo
2) Face (exceto uma área ao redor do ângulo da mandíbula), córnea e conjuntiva
3) Mucosa do nariz, boca e parte anterior da língua
4) Paralisia dos músculos da mastigação

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6
Q

Herpes-zóster do gânglio trigeminal

A

1) A infeção pelo VZV pode lesar os gânglios cranianos, afetando o trigeminal em 20% dos casos
2) Esta infeção é caracterizada pela erupção de grupos de vesículas que seguem o trajeto do nervo afetado, podendo acontecer a qualquer divisão do trigémio, sendo que a divisão oftálmica é afetada com maior frequência
3) Em geral, há ulceração corneana dolorosa e subsequente fibrose da córnea, que pode levar à cegueira

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7
Q

Avaliação da função sensitiva do nervo trigémio

A

1) Pede-se à pessoa que feche os olhos e que responda quando sentir vários tipos de toque (quente, frio, suave, com agulha…)
2) O teste é repetido até que seja examinada a pela da testa (V1), da bochecha (V2) e da mandíbula (V3)
3) Pergunta-se à pessoa se a sensação de um lado é igual ou diferente da do outro

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8
Q

Compressão da artéria facial

A

1) Dadas as numerosas anastomoses entre os ramos da artéria facial e outras artérias da face, a compressão da artéria facial de um dos lados com vista a interromper um sangramento não interrompe eficazmente esse sangramento
2) Assim, nas lacerações do lábio deve-se aplicar pressão nos dois lados do corte para interromper o sangramento

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9
Q

Bloqueio do nervo infraorbital

A

1) Para: tratamento das feridas do lábio superior, bochecha ou, mais frequentemente, o reparo de dentes incisivos maxilares
2) Procedimento: a injeção anestésica é administrada na região do forame infraorbital, elevando-se o lábio superior e introduzindo a agulha através da junção da mucosa oral e gengiva na face superior do vestíbulo da boca
3) Como a órbita está localizada imediatamente acima do forame infraorbital, uma injeção sem cuidado poderia resultar na entrada de líquido anestésico na órbita, causando paralisia temporária dos músculos extrínsecos do bulbo do olho

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10
Q

Bloqueio dos nervos mentoniano e incisivo

A

1) Para: anestesiar uma parte da pele, o lábio inferior e o mento
2) Procedimento: injeção anestésica é administrada no forame mentual

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11
Q

Bloqueio do nervo bucal

A

1) Para: anestesiar a pele e mucosa da bochecha

2) Procedimento: injeção anestésica na mucosa que cobre a fossa retromolar

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12
Q

Lacerações do couro cabeludo

A

1) Estas feridas sangram muito, porque as artérias que entram na periferia do couro cabeludo sangram pelas duas extremidades, dadas as anastomoses abundantes
2) As artérias laceradas não se retraem, porque são mantidas abertas pelo tecido conjuntivo denso presente na segunda camada do tecido conjuntivo
3) Espasmos do músculo occipitofrontal podem aumentar o afastamento das margens das feridas no couro cabeludo

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13
Q

Lesões do nervo facial

A

1) Manifestações: paralisia dos músculos faciais (paralisia de Bell), associada ou não a perda de paladar nos 2/3 anteriores da língua ou alteração da secreção das glândulas lacrimais e salivares
1. 1) Lesões perto da origem do facial na ponte de encéfalo ou proximais à origem do nervo petroso maior (na região do gânglio geniculado) resultam em perda da função motora, gustatória e autónoma
1. 2) As lesões distais ao gânglio geniculado, mas proximais à origem do nervo corda do tímpano, produzem a mesma disfunção à exceção do comprometimento da secreção lacrimal
1. 3) As lesões perto do forame estilomastoideu causam apenas perda da função motora
1. 4) Lesão do ramo zigomático do facial causa paralisia e perda do tónus muscular orbicular do olho na pálpebra inferior
1. 5) Lesão do ramo bucal do facial causa paralisia do músculo bucinador e da parte superior dos músculos orbicular da boca e do lábio superior
1. 6) Lesão do ramo marginal da mandíbula do facial causa paralisia da parte inferior dos músculos orbicular da boca e do lábio inferior
2) Causas: a causa não traumática mais comum é a inflamação do nervo facial perto do forame estilomastoideu, decorrente de uma infeção viral; fratura do osso temporal; manipulação dentária; vacinação; gravidez; HIV; doença de Lyme; infeção do ouvido médio; lesão por arma branca, projéteis de arma de fogo, corte e tocotraumatismo

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14
Q

Cistos sebáceos

A

1) Os ductos das glândulas sebáceas associadas aos folículos pilosos podem ficar obstruídos, retendo secreções e dando origem a um cisto sebáceo (ou epidérmico)

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15
Q

Céfalo-hematoma

A

1) ´Distúrbio benigno visto em recém-nascidos que resulta de traumatismo num parto complicado, que rompe várias e pequenas artérias periosteais que nutrem os ossos da calvária

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16
Q

Dilatação das narinas

A

1) Respiradores nasais verdadeiros conseguem alargar visivelmente as narinas
2) A respiração habitual pela boca, causada por obstrução nasal crónica p.ex, diminui e às vezes elimina a capacidade de alargar as narinas
3) Crianças respiradoras bucais crónicas desenvolvem, com frequência, má oclusão dentária porque o alinhamento dos dentes é mantido principalmente por períodos normais de oclusão e fechamento labial

17
Q

Pulsos das artérias da face e do couro cabeludo

A

1) Pulso temporal: verificado no local onde a artéria temporal superficial cruza o processo zigomático imediatamente anterior à orelha
2) Pulso facial: após cerrar os dentes, a artéria facial é palpada na margem inferior do corpo da mandíbula imediatamente anterior ao músculo masséter

18
Q

Estenose da artéria carótida interna

A

1) Com o avanço da idade, a artéria carótida interna pode tornar-se estreita (estenótica) por causa do espessamento aterosclerótico da túnica íntima do vaso
2) Contudo, as estruturas intracranianas como o encéfalo continuam a ser irrigadas dada a existência de uma anastomose entre o ramo terminal da artéria facial (artéria angular), que provém da artéria carótida externa, e o ramo dorsal da artéria oftálmica, que provém da artéria carótida interna

19
Q

Carcinoma espinocelular do lábio

A

1) Geralmente ocorre no lábio inferior
2) Deve-se a: exposição solar excessiva e a irriração crónica pelo hábito de fumar cachimbo
3) As células cancerosas depois disseminam-se para os gânglios linfáticos mentonianos e submaxilares

20
Q

Paralisia dos músculos faciais

A

1) A lesão do nervo facial (VII) ou de um dos seus ramos causa paralisia de alguns ou de todos os músculos faciais do lado afetado (paralisia de Bell)
2) Há flacidez da área afetada e distorção da expressão facial, que parece passiva ou triste
3) A perda do tónus do músculo orbicular do olho causa eversão da pálpebra inferior, assim o líquido lacrimal não se espalha pela córnea, impedindo a sua lubrificação; tal torna a córnea vulnerável à ulceração, com possibilidade de cegueira
4) O enfraquecimento ou paralisia dos músculos bucinador e orbicular da boca levam à acumulação de alimento durante a mastigação e ao gotejamento de saliva pelo canto da boca
5) O enfraquecimento dos músculos labiais afeta a fala em virtude da redução da capacidade de produzir sons labiais (B, M e P)
6) O ato de secar constantemente as lágrimas e a saliva que gotejam pode resultar em irritação cutânea localizada

21
Q

Neuralgia do trigémio (ou tic doulourex)

A

1) Distúrbio sensitivo da raiz sensitiva no nervo trigémio (V), provocado pela desmielinização de axónios da raiz sensitiva, causada p.ex. por pressão de uma artéria aberrante
2) Caracterizada por crises súbitas de golpes excruciantes, semelhantes a faíscas; um paroxismo (dor súbita e intensa) pode durar 15 minutos ou mais; a dor pode ser tão intensa que a pessoa treme (daí o termo tique ou espasmo) ou até ao ponto de causar alterações psicológicas
3) Muitas vezes a dor é iniciada tocando-se na zona de gatilho mais sensível, que frequentemente está localizada em torna da ponta do nariz ou na bochecha
4) Mais frequente em pessoas de meia-idade e idosas
5) Frequência de afetação dos ramos: V2 > V3 > V1
6) A dor é aliviada com tratamento clínico, cirúrgico ou ambos
7) Nos casos de afetação de V2, o procedimento cirúrgico mais simples é a avulsão ou secção dos ramos do nervo no forame infraorbital
8) Outros tratamentos envolvem ablação seletiva por radiofrequência de partes do gânglio trigeminal por um elétrodo de agulha que atravessa a bochecha e o forame oval
9) Em alguns casos, é necessário seccionar a raiz sensitiva para obter o alívio da dor; para evitar a regeneração de fibras nervosas, a raiz sensitiva do trigémio pode ser parcialmente seccionada entre o gânglio e o tronco encefálico -> rizotomia; o mesmo resultado pode ser obtido por secção do trato espinhal do trigémio -> tratotomia; depois desta cirurgia há perda da sensibilidade a dor, temperatura e tato leve na área da pele e mucosa suprida pelo NC V