Parede torácica Flashcards
Dor torácica
1) Causas: doença pulmonar, doença cardíaca, distúrbios intestinais, da vesícula biliar e músculo-esqueléticos
2) A dor torácica é o sintoma mais importante de doença cardíaca -> pessoas que tiveram enfarte agudo do miocárdio descrevem um dor subesternal em “aperto” que não desaparece com o repouso
Fraturas das costelas
1) Geralmente resultam de golpes ou lesões por esmagamento
2) A parte mais fraca de uma costela é a região imediatamente anterior ao seu ângulo, no entanto, um golpe direto no osso pode fraturá-lo em qualquer ponto
3) A fratura pode lesar órgãos internos (p.ex. pulmão, baço, diafragma -> hérnia diafragmática)
4) Estas fraturas são dolorosas, porque as partes fraturas se movem quando a pessoa respira, tosse, ri e espirra
5) A fratura da 1ª costela é rara, dada a sua posição protegida (não pode ser palpada); assim, esta fratura é considerada um marcador de lesão grave em traumatismos não penetrantes; pode levar à lesão das estruturas que cruzam a sua superfície superior (p.ex. plexo braquial e vasos subclávios)
Tórax instável
1) Fraturas múltiplas das costelas podem permitir o movimento independente de um segmento considerável da parede torácica anterior e/ou lateral
2) Esse segmento realiza um movimento paradoxal: para dentro na inspiração, e para fora na expiração
3) Assim, o tórax instável é uma lesão muito dolorosa, que compromete a ventilação e consequentemente a oxigenação do sangue
Toracotomia, incisões no espaço intercostal e excisão de costela
1) Toracotomia: abertura cirúrgica da parede torácica para penetrar na cavidade pleural
2) Na toracotomia anterior podem ser feitas incisões em forma de H através do pericôndrio de uma ou mais cartilagens costais
3) As faces póstero-laterais do 5º ao 7º espaços intercostais são locais importantes para incisões de toracotomia posterior
3) Em geral, a abordagem lateral é mais satisfatória para o acesso da caixa torácica; começa-se com paciente deitado de lado com o braço totalmente abduzido e com o antebraço ao lado da cabeça; em geral, a retração de costela possibilita a realização de procedimentos através de um espaço intercostal (cuidado p/ não lesar o feixe neurovascular superior); se for necessária uma exposição mais ampla, é feita uma incisão em H na face superficial do periósteo, de seguida retira-se o periósteo, corta-se a costela e entra-se na cavidade torácica através da face profunda da bainha do periósteo
4) A abordagem endoscópica é muito menos invasiva
Costelas supranumerárias
1) As pessoas geralmente têm 12 costelas de cada lado, mas o número aumenta se existirem costelas cervicais e/ou lombares
2) As cervicais são mais comuns e podem interferir com as estruturas neurovasculares que saem pela abertura superior do tórax -> pode ser necessária ressecção para aliviar a compressão dessas estruturas (esse procedimento é normalmente feito através de uma abordagem transaxilar)
3) As costelas lombares são menos comuns
4) Importância clínica: podem confundir a identificação de níveis vertebrais em radiografias e outras técnicas de imagem
Fraturas do esterno
1) Apesar da localização subcutânea do esterno, as fraturas não são comuns
2) As lesões por esmagamento podem ocorrer após compressão traumática da parede torácica (p.ex. acidente de automóvel)
3) A fratura do corpo do esterno é normalmente cominutiva (muitos fragmentos ósseos); pode resultar em lesão cardíaca (contusão miocárdica, ruptura cardíaca, tamponamento) e/ou pulmonar
4) O deslocamento dos fragmentos ósseos após fratura é raro, dado que o esterno é revestido por fáscia muscular e pelas inserções dos músculos peitorais maiores
5) O local mais comum de fratura do esterno em idosos é no ângulo do esterno, onde houve sinostose da sínfese manubriesternal; a fratura resulta em luxação da articulação manubriesternal
Esternotomia mediana
1) O acesso à cavidade torácica nas cirurgias do mediastino (para p.ex. revascularização do miocárdio ou para remoção de tumores pulmonares nos lobos superiores) exige a secção do esterno no plano mediano e o seu afastamento
2) A flexibilidade das costelas e cartilagens costais permite o afastamento das 2 metades do esterno durante a esternotomia mediana
3) Após a cirurgia, as metades são unidas por sutura com fio metálico
4) A recuperação é menos dolorosa do que quando é usada toracotomia com secção muscular
Biopsia do esterno
1) O corpo do esterno é usado com frequência para biopsia por agulha da medula óssea por causa da sua largura e posição subcutânea
2) É feita para colher amostras de medula óssea para transplante e para deteção de cancro metastizado e discrasias (anormalidades) sanguíneas
Síndrome do desfiladeiro torácico
1) Estruturas que passam pela abertura superior do tórax (nervos e vasos ) são afetadas pela sua obstrução, e as manifestações clínicas envolvem o membro superior
Separação das costelas
1) Refere-se à luxação da articulação costo-condral entre a costela e a sua cartilagem costal -> a costela pode deslocar-se para cima, cavalgando a costela acima e causando dor
2) É comum haver rutura do pericôndrio e do periósteo
Luxação das costelas
1) A luxação da costela (síndrome da “costela deslizante”) é o deslocamento de uma cartilagem costal em relação ao esterno, ou seja, implica a luxação de uma articulação esterno-condral
2) É comum em desporto de contacto
3) As complicações resultam da compressão ou da lesão de nervos, vasos e músculos adjacentes; mas também pode haver lesão de estruturas subjacentes como o diafragma e/ou o fígado, causando dor intensa, sobretudo durante movimentos de inspiração profunda
Paralisia do diafragma
1) A paralisia de metade do diafragma (uma cúpula ou hemidiafragma) decorrente de lesão do nervo frénico não afeta a outra metade, porque as inervações da cúpula são separadas
2) Pode ser detetada radiologicamente por observação do seu movimento paradoxal: em vez de descer na inspiração, a cúpula paralisada ascende porque é empurrada pelas vísceras abdominais que estão a ser comprimidas pela cúpula contralateral ativa; e em vez de subir na expiração, a cúpula paralisada desce em resposta à pressão positiva nos pulmões