Órgãos do sistema urinário e reto Flashcards
Comprometimento iatrogénico da vascularização ureteral
1) Os ureteres podem ser lesados durante cirurgias abdominais, retroperitoneais, pélvicas ou ginecológicas em virtude da interrupção acidental da sua vascularização
2) A tração do ureter durante a cirurgia pode acarretar a sua rutura tardia
3) Assim, quando necessária, a tração deve ser delicada e limitada por meio de afastadores rombos e acolchoados
4) É útil perceber que, embora a vascularização do segmento abdominal do ureter tenha origem medial, a do segmento pélvico tem origem lateral; portanto, os ureteres devem ser afastados de acordo
Cálculos ureterais
1) Os ureteres são tubos musculares expansíveis que se dilatam em caso de obstrução; a obstrução aguda geralmente é consequência de um cálculo ureteral
2) Embora a eliminação de pequenos cálculos geralmente seja pouco dolorosa ou indolor, os maiores provocam dor intensa
3) É uma dor do tipo cólica (intensa), resultante da hiperperistalse na região do ureter superior ao nível da obstrução; é descrita como sendo uma dor migratória da região abdominal lateral para a região inguinal
4) Os cálculos podem causar obstrução completa ou intermitente do fluxo urinário
5) A obstrução pode ocorrer em qualquer ponto ao longo do ureter mais é mais frequente nos 3 locais onde os ureteres normalmente apresentam constrição relativa: na junção dos ureteres e pelves renais, no cruzamento dos ureteres com as artérias ilíacas externas e margem da pelve, na passagem através da parede da bexiga
6) Diagnóstico: radiografia abdominal, urografia excretora e TC
7) Tratamento: cirúrgica a céu aberto, endourologia (endoscopia) ou litotripsia (com ondas de choque)
Cistocele, uretrocele e incontinência urinária
1) Lesão do assoalho pélvico durante o parto pode acarretar a perda da sustentação vesical, levando ao colapso da bexiga sobre a parede anterior da vagina
2) Quando há elevação da pressão intra-abdominal (como ao relaxar o assoalho pélvico e fazer força para baixo para comprimir a bexiga durante a micção), a base da bexiga e a parte superior da uretra são tracionadas contra a parede anterior da vagina; essa, por sua vez, projeta-se através do óstio vaginal para o vestíbulo -> cistocele (herniação da bexiga urinária)
3) A falta de suporte modifica a localização, a direção ou o ângulo normais da uretra (uretrocele), reduzindo a compressão passiva habitual da uretra que ajuda a manter a continência urinária durante elevações temporárias da pressão intra-abdominal nos intervalos entre as micções -> incontinência por stress urodinâmico
4) Tratamentos não cirúrgicos: exercícios para a musculatura do assoalho pélvico, pessários, farmacoterapia
5) Tratamento cirúrgico: refixação da vagina e/ou colocação de suporte direto para a uretra
Cistotomia suprapúbica
1) Embora a face superior da bexiga urinária esteja ao nível da margem superior da sínfise púbica, à medida que se enche, a bexiga estende-se superiormente acima da sínfise até ao tecido areolar laxo existente entre o peritoneu parietal e a parede abdominal anterior
2) Assim, a bexiga distendida pode ser puncionada (cistotomia suprapúbica) para introdução de cateteres ou outros instrumentos, sem lesar o peritoneu; os cálculos urinários, corpos estranhos e tumores também podem ser removidos da bexiga através de uma incisão extraperitoneal suprapúbica
Rutura da bexiga
1) Dada a posição superior quando distendida, a bexiga pode ser rompida por lesões da parte inferior da parede abdominal ou por fraturas da pelve
2) A rutura pode ocasionar a perda de urina extraperitoneal ou intraperitoneal
Cistoscopia
1) O interior da bexiga e os seus 3 orifícios podem ser examinados com um cistoscópio
2) Durante a ressecação transuretral de um tumor, o cistoscópio é introduzido na bexiga através da uretra; depois é utilizada corrente elétrica de alta frequência, e o tumor é removido em pequenos fragmentos que são lavados da bexiga com água
Diferenças clinicamente significativas entre as uretras masculina e feminina
1) A uretra feminina é distensível, porque contém muito tecido elástico e músculo liso; deste modo, pode ser dilatada facilmente sem sofrer lesão -> a passagem de cateteres e cistoscópios é mais fácil do que em homens
2) A uretra feminina é curta e abre-se para o exterior através do vestíbulo da vagina -> infeções da uretra e da bexiga são mais comuns em mulheres do que em homens
Ressecação do reto
1) Ao ressecar o reto em homens (p.ex. durante o tratamento do cancro), o plano do septo vesical (um septo fascial que se estende superiormente a partir do corpo do períneo) está localizado de forma que a próstata e a uretra possam ser separadas do reto, não sendo lesadas durante a cirurgia
Exame retal
1) Muitas estruturas podem ser palpadas através das paredes do reto:
1. 1) Próstata de glândulas seminais
1. 2) Colo do útero
1. 3) Faces pélvicas do sacro e do cóccix
1. 4) Espinhas e túberes isquiáticos
1. 5) Gânglios linfáticos aumentados, espessamento patológico dos ureteres, tumefações nas fossas isquioanais
1. 6) Apêndice vermiforme inflamado (se descer até à pelve menor)
2) A face interna do reto pode ser examinada com um proctoscópio, e podem ser feitas biópsias das lesões através deste instrumento