Coração Flashcards
Cateterismo cardíaco
1) No cateterismo cardíaco, um cateter radiopaco é inserido numa veia periférica (p.ex veia femoral) e conduzido sob controlo fluoroscópio até ao átrio direito, ventrículo direito, tronco pulmonar e artérias pulmonares
2) Esta técnica permite registar pressões intracardíacas e colher amostras de sangue -> útil para o estudo da circulação durante a atividade cardíaca e avaliação de anomalias cardíacas congénitas
Comunicações interatriais
1) Fechamento incompleto do forame oval
2) Grandes comunicações interatriais (CIA) permitem que o sangue oxigenado dos pulmões seja desviado do átrio esquerdo através da CIA para o átrio direito (shunt), ocasionando aumento/hipertrofia do átrio e do ventrículo direito e dilatação do tronco pulmonar
Comunicações interventriculares
1) A parte membranácea do septo interventricular (SIV) desenvolve-se separadamente da parte muscular; é, portanto, um local comum de comunicações interventriculares (CIV)
2) A CIV causa desvio de sangue da esquerda para a direita; um grande desvio aumenta o fluxo sanguíneo pulmonar, o que causa doença pulmonar grave (hipertensão) e pode acarretar insuficiência cardíaca
Percussão do coração
1) A percussão cardíaca é realizada no 3º, 4º e 5º espaços intercostais, desde a linha axilar anterior esquerda até à linha axilar anterior direita
2) Esta técnica define a densidade e o tamanho do coração
Acidente vascular cerebral (AVC)
1) Em alguns tipos de doença cardíaca há formação de trombos (coágulos) nas paredes do átrio esquerdo
2) Quando esses trombos de desprendem ou soltam fragmentos, estes passam à circulação sistémica e ocluem artérias periféricas
3) A oclusão de uma artéria que irriga o encéfalo provoca um AVC
Valvopatia cardíaca
1) Estenose: incapacidade de abertura completa da válvula, tornando o fluxo sanguíneo mais lento
2) Insuficiência ou regurgitação: ausência do fechamento completo da valva, geralmente por causa da formação de um nódulo sobre as válvulas ou por fibrose e retração das válvulas, o que impede o encontro ou alinhamento das suas margens -> refluxo de sangue para a câmara da qual foi ejetado
3) Tanto a estenose quanto a insuficiência/regurgitação resultam em aumento do trabalho cardíaco
4) A restrição do fluxo sanguíneo sob alta pressão (estenose) ou a passagem de sangue através de uma abertura estreita (estenose e regurgitação) produzem turbulência, o que se reflete na produção de vibrações audíveis (sopros) e de sensações vibratórias superficiais (frémitos) na pele sobre a área de turbulência
5) A valvopatia pode ser congénita ou adquirida, aguda ou crónica, resultar da própria válvula ou das estruturas de sustentação
6) Solução: valvoplastia (com próteses valvares artificiais ou xenoenxertos)
Insuficiência mitral (prolapso da valva mitral)
1) Há aumento, redundância ou flacidez de uma ou ambas as válvulas, com protusão para o átrio esquerdo durante a sístole
2) Consequentemente, a contração do ventrículo esquerdo causa regurgitação de sangue e produz um sopro característico
3) Muito comum, especialmente me mulheres jovens
4) Pode dar dor torácica e fadiga
Estenose pulmonar
1) As válvulas que constituem a valva pulmonar fundem-se e formam uma cúpula com uma abertura central estreita -> restrição do fluxo de saída do ventrículo direito -> pode levar a hipertrofia do ventrículo direito
2) Na estenose infundibular pulmonar, o cone arterial é subdesenvolvido
Incompetência da valva pulmonar
1) O espessamento e a rigidez das margens livres das válvulas semilunares, ou a lesão por doença, impedem o fechamento completo da valva pulmonar -> refluxo de sangue sob alta pressão para o ventrículo direito durante a sístole -> sopro cardíaco
Estenose aórtica
1) É a anormalidade valvar mais frequente
2) A febre reumática era uma causa muito comum
3) A grande maioria das estenoses aórticas é causada por calcificação degenerativa
4) Implica maior trabalho ao coração, resultando em hipertrofia ventricular esquerda
Insuficiência aórtica
1) Resulta em regurgitação aórtica (refluxo para o ventrículo esquerdo), produzindo um sopro cardíaco e pulso colapsante (impulso forte que diminuiu rapidamente)
Ecocardiografia
1) É um método de registo gráfico da posição e do movimento do coração por meio do eco obtido de feixes de ondas de ultrassom direcionadas através da parede torácica
2) A ecocardiografia com Doppler é uma técnica que mostra e regista o fluxo de sangue através do coração e dos grandes vasos; é útil no diagnóstico de problemas do fluxo sanguíneo (defeitos septais, estenose e regurgitação valvares)
Angiografia coronária
1) Permite ver as artérias coronárias
2) Um cateter longo e estreito é introduzido na parte ascendente da aorta através da artéria femoral; de seguida, sob controlo fluoroscópio, a extremidade do cateter é introduzida na abertura de uma artéria coronária; depois é administrado meio de contraste radiopaco e são feitas cinerradiografias para mostrar o lúmen da artéria e seus ramos, além de eventuais áreas de estenose
3) Este método tem vindo a ser substituído por TC ou RM
Infarto agudo do miocárdio
1) Com a oclusão súbita de uma grande artéria por um êmbolo, a região do miocárdio irrigada pelo vaso ocluído sofre infarto (fica praticamente sem sangue) e necrose
2) Os 3 locais mais comuns de oclusão da artéria coronária são: ramo interventricular anterior da artéria coronária esquerda (40-50%), artéria coronária direita (30-40%), ramo circunflexo da artéria coronária esquerda (15-20%)
3) A insuficiência coronariana pode ser causada por aterosclerose
Doença coronária lentamente progressiva
1) Na oclusão lenta de uma artéria coronária, a circulação colateral tem tempo de aumentar e, portanto, pode haver perfusão adequada do miocárdio durante um evento potencialmente isquémico; consequentemente, pode não haver infarto agudo do miocárdio
2) Caso haja obstrução parcial de grandes ramos das artéria coronárias, pode ser usada uma circulação colateral extracardíaca para suprir o coração; esses vasos colaterais unem as artérias coronárias aos vasa vasorum na túnica adventícia da aorta e das artéria pulmonares e a ramos das artérias torácica interna, brônquica e frénica
Angina de peito
1) A dor originada no coração é denominada angina de peito ou angina pectoris
2) É descrita como sendo uma dor constritiva transitória (com duração de 15seg a 15min), mas de intensidade moderada, como um aperto no tórax profundamente ao esterno
3) A dor é causada por isquémia do miocárdio insuficiente para provocar a necrose celular que define o infarto
4) A angina resulta do estreitamento das artérias coronárias -> redução do fluxo sanguíneo -> redução do aporte de O2 às células -> metabolismo anaeróbio -> produção de ácido lático e diminuição do pH nas áreas afetadas do coração
5) A dor anginosa é aliviada por um período de repouso (1-2min), mas também se pode administrar nitroglicerina sublingual, porque dilata as artérias coronárias (e outras), aumentando o fluxo sanguíneo e diminuindo a carga de trabalho e a necessidade de oxigénio do coração
6) No infarto agudo do miocárdio a dor geralmente é mais intensa e não desaparece após 1-2min de repouso
Cirurgia de revascularização miocárdica
1) Os pacientes com obstrução da circulação coronária e angina grave podem ser submetidos a esta cirurgia
2) Procedimento: um segmento de uma artéria ou veia (+ usadas são a veia safena magna e a artéria radial) é unido à parte ascendente da aorta ou à parte proximal de uma artéria coronária e, depois, à artéria coronária distal com estenose, tal proporciona um desvio ao redor da área de estreitamento ou bloqueio arterial; a revascularização do miocárdio também pode ser feita por anastomose cirúrgica de uma artéria torácica interna a uma artéria coronária
Angioplastia coronária
1) É introduzido, na artéria coronária obstruída, um cateter com um pequeno balão insuflável fixado à sua extremidade
2) Quando o cateter chega à obstrução, o balão é insuflado, achatando a placa aterosclerótica contra a parede do vaso
3) O vaso é distendido para aumentar o tamanho do lúmen, melhorando assim o fluxo sanguíneo
4) Depois, introduz-se uma endoprótese (stent) intravascular para manter a dilatação
5) Nalguns casos, é injetada tromboquinase pelo cateter; esta enzima depois dissolve o coágulo sanguíneo
Circulação colateral pelas veias cardíacas mínimas
1) A inversão do fluxo das veias anteriores do ventrículo direito e nas veias cardíacas mínimas pode levar sangue luminal (sangue das câmaras cardíacas) para os leitos capilares do miocárdio em algumas regiões, proporcionando alguma circulação colateral suplementar
2) Contudo, é improvável que sejam capazes de fornecer sangue suficiente para o coração durante um evento agudo e evitar o infarto do miocárdio
Oclusão coronariana e complexo estimulante do coração
1) A lesão do complexo estimulante do coração, não raro decorrente da isquémia associada à doença coronária, causa distúrbios da contração do músculo cardíaco
2) Como o ramo interventricular anterior dá origem aos ramos septais que irrigam o feixe AV, e os ramos da artéria coronária direita irrigam os nós SA e AV, é provável que partes do complexo estimulante do coração sejam afetadas pela sua oclusão, e pode ocorrer um bloqueio atrioventricular -> ventrículos contraem na sua própria frequência, contração assincrónica tardia
Marca-passo cardíaco artificial
1) Em algumas pessoas com bloqueio atrioventricular, é implantado na tela subcutânea um marca-passo cardíaco artificial, que inicia contrações ventriculares numa frequência predeterminada
2) Procedimento: um eletrodo conectado a um cateter é introduzido numa veia em direção à VCS, e desta até ao átrio direito e ventrículo direito, onde o eletrodo depois é fixado às trabéculas cárneas
Reanimação cardíaca
1) Por meio da compressão firme do tórax sobre a parte inferior do corpo do esterno (massagem cardíaca externa ou fechada), o esterno move-se posteriormente, aumentando a pressão intratorácica, que vai forçar a saída de sangue do coração para as grandes artérias; quando a pressão externa pára, a pressão intratorácica cai e o coração enche-se novamente de sangue
Fibrilação cardíaca
1) Fibrilação arterial: espasmos rápidos, irregulares e descoordenados de diferentes partes das paredes atriais; os ventrículos mantêm-se normais, pelo que a circulação permanece satisfatória
2) Fibrilação ventricular: movimentos espasmódicos, irregulares e rápidos que não bombeiam sangue, logo não há débito cardíaco efetivo e a circulação coronária também não é mantida; pode ser fatal
Desfibrilhação cardíaca
1) Um choque elétrico pode ser administrado ao coração através da parede torácica por meio de grandes eletrodos; tal interrompe todos os movimentos cardíacos e alguns segundos depois o coração pode voltar a bater de forma mais normal
Dor referida cardíaca
1) A isquémia e o acumulo de produtos metabólicos estimulam as terminações nervosas do miocárdio
2) As fibras álgicas aferentes seguem em direção central nos ramos cervicais intermediários e inferiores e sobretudo nos ramos cardíacos torácicos do tronco simpático; os axónios desses neurónios sensitivos depois entram nos segmentos espinhais de T1 a T4/T5, principalmente do lado esquerdo
3) A dor referida cardíaca é um fenómeno no qual estímulos nocivos originados no coração são percebidos como dor originada num parte superficial do corpo
4) A dor anginosa costuma ser percebida como irradiada das regiões subesternal e peitoral esquerda para o ombro esquerdo e a face medial do membro superior esquerdo, uma vez que os nervos cutâneo medial do braço e 2º e 3º intercostais saem de T1-T3