T8 - Endocanabinóides - ppt (terminado) Flashcards
Endocanabinoides (agonistas)
Anandamida
2-AG (2-araquidonoglicerol)
Fitocanabinoides
Agonista - THC ou dronabinol (delta9-tetra-hidrocanabinol)
Antagonista - canabidiol
Canabinoides sintéticos
Agonistas
- Nabilone
- SPICE (CP-47497 , HU-210)
- JWH-018, JWH-250
Agonista inverso
- Rimonabant
Cannabis
A Cannabis, uma planta cultivada há séculos, contém várias
substâncias químicas, incluindo dezenas de canabinoides. Um deles, o Δ9-tetraidrocanabinol (Δ-9-THC), produz a maioria dos efeitos
farmacológicos característicos da marijuana inalada
Teor de delta-9-THC
O teor de Δ-9-THC encontrado nos extratos derivados do Cannabis é:
o 5- 10%: Erva; marijuana; maconha.
o 5-65%: Resina (haxixe).
o 10-90%: Óleo de cannabis/haxixe
Antagonismo entre THC e Canabidiol
Enquanto o Δ-9-THC é o constituinte psicotrópico mais abundante da cannabis
(possui alta afinidade para os recetores CB1 e CB2), o canabidiol é o constituinte não
psicotrópico mais abundante na cannabis. Desse modo, a ação psicotrópica do THC pode
ser atenuada pelo canabidiol e outros compostos presentes na planta. Esse antagonismo
do canabidiol em relação ao THC poderá ser devido ao facto do canabidiol funcionar
como um modulador alostérico negativo dos recetores CB1)
De referir que canabinol forma-se por oxidação não enzimática do THC e possui baixa
afinidade para os recetores endocanabinóides (assim como o canabidiol)
Efeitos do uso de cannabis - efeitos centrais
Sensação de relaxamento e bem-estar
Sensação de perceção sensorial aumentada
Défice de memória a curto prazo e dificuldade de aprendizagem de tarefas simples
Défice de coordenação motora
Catalepsia (paralisia e rigidez muscular)
Hipotermia
Analgesia
Ação anti-emética (evita vómitos)
Aumento do apetite
Efeitos do uso de cannabis - efeito periféricos
Taquicardia
Vasodilatação (principalmente nos vasos esclera e conjuntiva -> olhos vermelhos)
Redução da pressão intraocular
Broncodilatação
O sistema endocanabinoide consiste em…
Recetores dos canabinoides
e
Endocanabinoides
Recetores endocanabinoides - recetores CB1 e CB2
Estão acoplados a proteína Gi/G0 e ambos estimulam MAPK
Na membrana pré-sináptica, são ativados através de neurotransmissores retrógrados
(endocanabinoides), possuindo ação hiperpolarizante/inibitória (CB1 inibe canais
de Ca2+ e consequentemente, inibe libertação de neurotransmissores)
Os recetores CB2 não estão acoplados a canais iónicos
A sinalização do CB1 também pode ser mediada pela beta-arrestina
Funcionam “on demand”, isto é, quando necessário, e não de forma constitutiva
Os recetores CB1 estão predominantemente no cérebro e vias neuronais periféricas,
enquanto os recetores CB2 estão predominantemente no sistema imunitário, com
efeito neuroprotetor, e hematopoiético (cérebro não exprime CB2)
Outros recetores canabinoides
GPR55: Ativado por endocanabinoides endógenos e exógenos; acoplado à proteína
Gα12/13.
GPR18: Ativado por endocanabinoides endógenos; acoplado à proteína Gi e Gq.
TRPV1: Recetor valinoide tipo 1; ativado por canabinoides endógenos e exógenos;
acoplado à canais iónicos.
PPAR: Recetores nucleares ativados pelo proliferador de peroxissomas; ativado por
endocanabinoide endógeno e exógeno; regulam transcrição de genes
2 endocanabinoides mais importantes
Anandamida (AEA) - molécula lipídica derivada do ácido araquidónico e conjugada com etanolomida
Araquidonoilglicerol (2-AG) - molécula lipídica derivada do ácido araquidónico e conjugada com glicerol
Síntese dos endocanabinoides
O principal estímulo para a síntese é a ativação neuronal com despolarização
A AEA pode ser produzida por uma via dependente da fosfolípase D específica
da N-araquidinoilfosfatiletanolamina
(NAPE-PLD)
Já o 2-DAG é sintetizado por uma
ação combinada da fosfolípase C e de duas
isomorfas da lípase do diacilglicerol
(DAGL)
Quanto aos mecanismos de degradação, a hidrólase dos ácidos gordos aminados (FAAH) e lípase do monoacilglicerol (MAGL) são as enzimas responsáveis pelo controlo dos valores basais dos endocanabinoides
Formação de anandamida (AEA)
Fosfatidiletanolamina - Atuação da N-aciltransferase - N-aracidonoil- fosfatidiletanolamina - Atuação da fosfolípase D - Anandinamida - Atuação da FAAH (hidrolase dos ácidos gordos amida) - Etanolamina e ácido araquidónico
Formação de 2-AG (araquidonoilglicerol)
Fosfatidilinositol - Atuação da fosfolípase C - DAG (diacilglicerol) - Atuação da lípase do DAG - 2-AG (araquidonoilglicerol) - Atuação da MGL (lípase monoacilglicerol) - Ácido araquidónico e glicerol
5 outras considerações acerca dos endocanabinoides
A afinidade do AEA e 2-AG é maior para o recetor CB1 do que para o CB2
O 2-AG é agonista total, enquanto o AEA é agonista parcial (CB1 e CB2)
Não são armazenados, sendo sintetizados quando necessário; são rapidamente
metabolizados após remoção da sinapse (via transporte seletivo para AEA e 2 AG)
São neurotransmissores retrógrados com ação hiperpolarizante (já explicado). Esse
mecanismo retrógrado está presente, por exemplo, em sinapses excitatórias
(glutamatérgicas) e inibitórias (GABAérgicas) e é responsável por modulação da
atividade dos neurónios dopaminérgicos
Funcionam como um sistema protetor de sinalização que impede ativação neuronal
excessiva
Afinidade para o AEA
CB1 ++
CB2 ++
GPR55 ++
TRPV1 ++
PPAR-alfa ++
PPAR-gama ++
Afinidade para o 2-AG
CB1 +++
CB2 +++
GPR55 ++
TRPV1 0
PPAR-alfa 0
PPAR-gama 0
Canabinóides sintéticos
Os canabinoides sintéticos desenvolvidos com interesse clínico das propriedades
farmacológicos dos canabinoides visam, por exemplo, mimetizar ou prolongar ação dos
endocanabinoides ou contrariar seus efeitos
Os alvos moleculares dos canabinóides sintéticos são…
Os recetores dos canabinoides, transportador
membranar, enzimas de síntese e enzimas de degradação
Doenças para as quais já há um investimento em fármacos que alteram o sistema endocanabinoide incluem
Doenças psiquiátricas
Doenças neurodegenerativas
Obesidade e síndrome metabólica
Doenças hepáticas
Doenças cardiovasculares
Dor e inflamação
Efeitos da ativação dos recetores dos canabinoides: SNC
Lembrar que o recetor CB2 não se encontra no SNC, logo, não possui efeitos
psicoativos relevantes. Já o CB1, expresso predominantemente no cérebro, controla
humor, memória, analgesia, estímulo ao apetite, dentre outros já discutidos em “efeitos
do uso de cannabis”