T4 - Sistema nervoso parassimpático (terminado) Flashcards
Existem quatro alvos farmacológicos que interferem na transmissão colinérgica
- Recetores muscarínicos (M): agonistas e antagonistas
- Acetilcolinesterase (AChE): anticolinesterásicos
- Junção neuromuscular (Nm): bloqueadores musculares
- Gânglios (Nn): estimulantes e bloqueadores
Agonistas muscarínicos - conceitos gerais
São colinomiméticos de ação direta
Em geral, não são muito específicos para o tipo de recetor muscarínico
Podem ser ésteres de colina (Ach, metacolina, betacolina e
carbacol) ou alcaloides naturais (muscarina e pilocarpina)
Agonistas muscarínicos - farmacodinâmica
As aminas quarternárias
(ésteres de colina e muscarina) são pouco absorvidas por via oral e têm baixa capacidade
de atravessas a BHE (mas mesmo assim possuem algum efeito no SNC)
Já as aminas
terciárias (pilocarpina) são absorvidas facilmente e podem atravessas a BHE. A
eliminação desses compostos ocorrer maioritariamente por via renal
Contraindicação dos agonistas muscarínicos
Os agonistas muscarínicos estão contraindicados em DPOC, asma, hipotensão,
obstrução urinária/ TGI e hipertiroidismo (risco de fibrilação auricular)
Essas
contraindicações possuem pouca
relevância no uso tópico, como oftalmológico
Principais efeitos dos agonistas muscarínicos
Bradicardia e vasodilatação, que conduz a redução da pressão arterial;
Contração do músculo visceral (intestino, bexiga e brônquios);
Aumento das secreções exócrinas;
Constrição do músculo ciliar (aumento da acomodação e diminuição da pressão
intraocular por abertura do canal de Schlemm);
Contrição da pupila (miose)
Principais indicações terapêuticas dos agonistas muscarínicos
Olhos: mióticos em cirurgias oftalmológicas; glaucoma.
Trato urinário: tratamento de retenção urinária e esvaziamento inadequado da bexiga.
Trato GI: promoção da motilidade GI após cirurgia abdominal.
Glândulas salivares: xerostomia (Síndrome de Sjogren ou que se desenvolve após
radioterapia da cabeça e do pescoço)
Efeitos adversos dos agonistas muscarínicos
Transpiração excessiva;
Diarreia, cólicas abdominais, náuseas e vómitos;
Hipotensão
Lista de agonistas muscarínicos (6)
Acetilcolina
Carbacol
Pilocarpina
Betanecol
Metacolina
Cevimelina
Fármacos simultaneamente agonistas muscarínicos e nicotínicos
Acetilcolina e carbacol
Acetilcolina
Raro uso sistémico; em geral, é usada como indutora de miose em
cirurgias oftalmológicas
Carbacol
Uso por via tópica em oftalmologia para tratamento de glaucoma ou
indução de miose em cirurgia
Pilocarpina
Principal fármaco indicado no tratamento de xerostomia. Sudorese é o
efeito adverso mais comum entre os pacientes. Também é usada por via tópica para
tratamento do glaucoma e como miótico
Betanecol
Efeitos marcados à nível dos tratos GI e urinário, assim, é indicado para
tratamento de retenção urinária ou esvaziamento inadequado da bexiga.
Anteriormente, era usado no tratamento de distensão abdominal pós-cirúrgica, íleo
paralítico, gastroparesia, mas hoje em dia há tratamentos mais eficazes para esses
distúrbios
Metacolina
Administrada por inalação para diagnóstico de hiperreatividade
brônquica em pacientes que não têm asma clínica aparente
Cevimelina
Pode ter ação sialagoga com menos efeitos adversos que a pilocarpina
(por alta afinidade à M3)
Antagonistas muscarínicos
Podem ser alcaloides naturais (atropina e escopolamina) ou derivados
semissintéticos e sintéticos (os outros)
Principais efeitos dos antagonistas muscarínicos
Taquicardia;
Dilatação pupilar e problemas na acomodação/cicloplégicos (falta de foco ao perto);
Relaxamento músculo liso (intestino, bexiga e brônquios);
Inibição das secreções salivar, gástrica lacrimal e da transpiração;
SNC: efeitos excitatórios - atropina; amnésia, sonolência e fadiga com escopolamina;
Efeitos antieméticos (escopolamina) e antiparkinsónicos
Efeitos adversos dos antagonistas muscarínicos
Xerostomia;
Obstipação;
Problemas na visão ao perto e dificuldades de acomodação (cicloplegia);
Dispepsia (indigestão);
Disfunção cognitiva
Antagonistas muscarínicos - sistema cardiovascular
Atropina (hiosciamina):
Efeito dominante é taquicardia, portanto, é usada no
tratamento de bradicardia, bloqueio AV e síncope. Entretanto, pequenas doses de
atropina podem gerar bradicardia por bloqueio dos recetores M1 pré-sinápticos nos
terminais ganglionares parassimpáticos no nó sinusal. A taquicardia progressiva é
gerada por inibição do tónus vagal (SNP) nas células pacemaker (bloqueio do recetor M2). Não há alteração no débito cardíaco ou pressão arterial. Altas doses de
atropina acabam por ter efeito à nível ocular, GI, urinário e central. Altíssimas doses
(> 10mg) podem gerar alucinações e coma
Antagonistas muscarínicos - trato gastrointestinal (TGI): hipermotilidade e redução da secreção gástrica
Pirenzepina (M1): redução da secreção gástrica, mas baixa incidência de
xerostomia; cicloplegia e efeitos muscarínicos centrais.
Telenzepina (M1): diminuição da secreção gástrica.
Escopolamina (hioscina): redução da espasticidade e hipermotilidade GI; o efeito
antiemético (evitar enjoos) é por ação no SNC, sendo mais eficaz como profilaxia
Mebeverina: diminuição da secreção gástrica.
Diclomina (M3): Síndrome do intestino irritável (S.I.I)
Zamifenacina (M3): S.I.I