S3 - Tiroide (terminado) Flashcards
Proteínas de ligação às hormonas tiroideias (3)
TBG
Transtirretina
Albumina
Para o transporte das hormonas tiroideias, tem de haver balanço…
Entre a fração ligada a proteínas e a fração livre
Principal via de metabolismo das hormonas tiroideias
Desiodação
Tiroxina (T4) - desiodação (ativação) - T3 (tri-iodotironina)
Tiroxina (T4) - desiodação (inativação) - rT3 (tri-iodotironina)
Vias alternativas de metabolismo das hormonas tiroideias
Desaminação
Descarboxilação
Conjugação hepática
Monodesiodação das hormonas tiroideias em tecidos periféricos
Posição 5´ do anel fenólico (mais externo) - formando-se T3
Posição 5 do anel tirosina (mais interno) - formando-se rT3
Regulação da função tiroideia
Eixo hipotálamo-hipófise-tiroide:
- ação da TRH e TSH na secreção das hormonas tiroideias
- mecanismos de feedback negativo
Efeitos das hormonas tiroideias no metabolismo (4)
Aumentam o metabolismo basal
Regulam o metabolismo lipídico (transformam o colesterol em ácidos biliares, potenciam a atividade lipolítica das catecolaminas e há um aumento dos recetores de LDL)
Estimulam a síntese proteica
Aumentam o metabolismo dos hidratos de carbono (aumento da glicogénese)
Efeitos das hormonas tiroideias no crescimento e desenvolvimento (6)
Efeito indireto na secreção e nos efeitos potenciadores de TSH
Aumento da síntese proteica
Efeitos indiretos na secreção de somatotropina
Importantes no normal crescimento e maturação do SNC
Deficiência nas HT pode causar atraso mental irreversível
Sem tratamento no défice congénito de HT, pode originar cretinismo
Efeitos das hormonas tiroideias na temperatura corporal (2)
Mecanismos ainda mal compreendidos
Maior formação da ATPase do Na+ e K+
Efeitos cardiovasculares das hormonas tiroideias
Aumento da frequência cardíaca e do inotropismo, com aumento do débito cardíaco (ação direta)
Aumento do consumo de O2, com aumento também da atividade cardíaca (ação indireta)
6 passos do mecanismo de ação das hormonas tiroideias
T3 e T4 atravessam a membrana celular - T4 é convertida em T3 (5'-deiodinase) - T3 entra no núcleo e liga-se a proteínas recetoras específicas - Liga-se à sequência de DNA - Modulação da transcrição de genes - Síntese proteica
Definição de hipotiroidismo
Défice de produção de hormonas tiroideias
Classificação do hipotiroidismo - de acordo com…
Aparecimento - congénito ou adquirido
Disfunção responsável - primário ou secundário
Gravidade - clínico ou subclínico
7 causas de hipotiroidismo
Doença de Hashimoto (tiroidite autoimune) e outras doenças autoimunes
Ablação cirúrgica ou destruição por radiação da tiroide
Ectopia da tiróide
Diminuição da síntese por defeito enzimático
Doença hipofisária ou hipotalâmica (hipotiroidismo secundário e terciário)
Induzido por fármacos (lítio, nitroprussiato e sulfonilureias)
Endémico (défice de iodo na alimentação)
Sinais de hipotiroidismo (10)
Bradicardia
Síndrome do túnel cárpico
Cabelo áspero e quebradiço
Pele seca
Bócio
Hiporreflexia
Mixedema (face, mãos e pés inchados)
Palidez
Efusão pericárdica
Edema periférico
Sintomas de hipotiroidismo
Intolerância ao frio
Obstipação
Apetite diminuído
Audição diminuída
Depressão
Dispneia
Fadiga, letargia
Perda de cabelo
Memória prejudicada
Distúrbios menstruais
Dor nas articulações ou nos músculos
Parestesias
Ganho de peso
4 considerações sobre a tiroidite de Hashimoto
Causa mais frequente de hipotiroidismo adquirido
Destruição auto-imune da tiroide: infiltração linfocitária difusa com presença de anticorpos circulantes antitiroideus
Pode existir predisposição genética: transmissão autossómica dominante
Mais frequente em mulheres (8:1) entre os 30 e os 50 anos
Definição de cretinismo
Hipotiroidismo congénito com incidência relativamente alta (1:4000 nascimentos)
Sintomas do cretinismo
Apenas percetíveis a partir do 3º mês de vida
Membros curtos, atraso mental, apatia, pele seca e amarelada, língua volumosa, boca entreaberta, bradicardia, obstipação, anorexia, …
Diagnóstico do cretinismo
Doseamento de TSH no sangue via cordão umbilical ou picada no calcanhar
Terapêutica do cretinismo
Terapia hormonal de substituição, no período crítico de mielinização do SNC
Mixedema
Manifestação grave de hipotiroidismo, com endurecimento e espessamento da pele (acumulação de mucopolissacarídeos hidrofílicos na derme)
Coma mixedematoso
Estadio final do hipotiroidismo não tratado
Hipotermia, hipoglicemia, hipoventilação, hiponatremia de choque, podendo ser fatal (emergência médica)
Definição de hipertiroidismo
Excesso de produção de hormonas tiroideias
6 principais causas de hipertiroidismo
Bócio tóxico difuso (doença de Graves)
Bócio tóxico multinodular (doença de Plummer)
Nódulos solitários hiperfuncionantes
Tiroidites
Tumores secretores de TSH
Hipertiroidismo induzido por fármacos
4 fármacos que podem induzir hipertiroidismo
Amiodarona
Lítio
IFN-alfa
IL-2
2 caraterísticas da doença de Graves
(bócio tóxico difuso)
Mais frequente em mulheres jovens
Doença autoimune, com a produção de hormonas tiroideias a ser estimulada por anticorpo IgG anti-TSHR
Sintomas da doença de Graves
Oftalmia (30% dos doentes) - protusão ocular e disfunção dos músculos periorbitais
Mixedema pré-tibial (1 a 2% dos doentes)
Bócio tóxico multinodular
Doença de Plummer
10% dos casos de hipertiroidismo, ocorrendo sobretudo após os 60 anos
Os nódulos funcionam autonomamente
Tiroidites
Tiroidite indolor pós-parto e esporádica e tiroidite dolorosa subaguda
Inflamação induz vias apoptóticas nas células foliculares, que leva à libertação das hormonas tiroideias para a circulação
Tipos de hipertiroidismo induzido pela amiodarona
Tipo 1
Tipo 2
Hipertiroidismo induzido pela amiodarona de tipo 1 - definição
Devido ao alto teor em iodo deste fármaco, aumentando a síntese e libertação de hormonas tiroideias
Hipertiroidismo induzido pela amiodarona de tipo 1 - terapêutica
Antitiroideus - metimazol e propitiuracilo em doses elevadas
Perclorato de potássio - previne a captação de iodo pela tiroide
Hipertiroidismo induzido pela amiodarona de tipo 2 - definição
Tiroidite destrutiva que causa a libertação das hormonas tiroideias produzidas
Hipertiroidismo induzido pela amiodarona de tipo 2 - terapêutica
Corticosteróides em doses elevadas
Percentagem de doentes tratados com amiodarona que desenvolvem hipertiroidismo?
3%
4 caraterísticas dos fármacos tiroideus de síntese de origem animal
Abandonados da prática médica:
- instabilidade do produto
- antigenicidade
- variabilidade das concentrações hormonais
- dificuldade de monitorização laboratorial
Fármacos tiroideus de síntese de origem sintética
Levotiroxina
Liotironina
Caraterísticas da levotiroxina (6)
Análoga sintética de T4
Semivida de 7 dias
Absorção incompleta (50 a 80%) pelo intestino delgado
Absorção superior quando ingerida em jejum
Substituição da função tiroideia (hipotiroidismo)
Supressão da TSH
Caraterísticas da liotironina (5)
Análoga sintética de T3
Semivida de 1 dia - atividade 4 vezes superior à da levotiroxina
Absorção quase completa (95%) após administração oral
Ações adversas cardiovasculares
Usada quando se pretende um início de ação mais rápido (por ex. no coma mixedematoso)
Uso terapêutico no hipotiroidismo - objetivo do tratamento
Níveis de levotiroxina na metade superior dos valores de referência
Uso terapêutico no hipotiroidismo - monitorização do tratamento
Doseamento da TSH sérica (esperar 4 a 6 semanas devido ao tempo de variação sérica de TSH, que tem semivida de 10 dias)
Uso terapêutico no hipotiroidismo - feedback negativo
Mecanismo de feedback negativo - níveis de TSH variam de forma inversa em relação aos níveis de levotiroxina
Logo, o objetivo é atingido quando os níveis de TSH estão na metade inferior dos valores de referência
Uso terapêutico no hipotiroidismo - crianças (3)
Iniciar tratamento imediatamente após o diagnóstico
Dose ajustada de modo a que as concentrações séricas de tiroxina estejam no limite superior da variação normal
Evitar doses excessivas - risco de lesões cerebrais e da aceleração da maturação óssea
Uso terapêutico no hipotiroidismo - insuficiência da suprarrenal (3)
Frequente em doentes com hipotiroidismo secundário a hipopituitarismo
Deve ser tratada com corticoides antes da substituição da função tiroideia
Se não tratada, a administração de levotiroxina pode precipitar crise de Addison (por aumento das necessidades teciduais de hormonas do córtex da suprarrenal)
Uso terapêutico no hipotiroidismo - doença cardíaca isquémica, fibrilhação auricular ou mais de 65 anos (3)
Iniciar o tratamento com doses reduzidas
Risco de agravamento de angina, enfarte do miocárdio e morte súbita
Se necessário administrar beta bloqueadores para controlar ações adversas cardíacas
Uso terapêutico - supressão da TSH
Levotiroxina - feedback negativo - diminuição da TSH
TSH - fator de crescimento dos parênquimas tiroideus tanto benignos como malignos
- Apenas em 10 a 20% há sucesso terapêutico
- Reações adversas como osteoporose e doença cardíaca
Nos carcinomas da tiroide, o tratamento de eleição é…
A resseção cirúrgica com administração pós-cirúrgica de levotiroxina para corrigir o hipotiroidismo e para evitar a recorrência da doença (diminuição da TSH)
Interações medicamentosas da levotiroxina (2)
Aumento do metabolismo - aumento das necessidades de insulina e antidiabéticos orais na diabetes
Aumento da catabolismo dos fatores de coagulação dependentes da vitamina K - potenciação da ação hipoprotombinémica da varfarina
Interações medicamentosas da fenitoína, carbamazepina e lovastatina
Aumento da depuração da levotiroxina - aumento das necessidades de levotiroxina
Efeitos adversos da levotiroxina
Resultam do excesso da atividade hormonal - conduz a hipertiroidismo com aumento do risco de fibrilhação auricular (idosos) e de osteoporose (mulheres pós-menopáusicas)
Fármacos antitiroideus - 3 grupos
Antitiroideus de síntese
Iodetos
Inibidores iónicos
Fármacos antitiroideus - tratam o hipertiroidismo ao… (4)
Interferirem com a síntese das hormonas tiroideias
O mecanismo de ação é a inibição da organificação do I- ou da copulação das
iodotironinas
São ineficazes no Hipertiroidismo Tipo 2
São todos rapidamente absorvidos no trato gastrointestinal
Antitiroideus de síntese - nome e exemplos
As tionamidas são os fármacos mais utilizados para tratar o hipertiroidismo e doença de Graves
Destacam-se propiltiouracilo, metimazole e carbimazole
Efeitos adversos dos antitiroideus de síntese
Atravessam a placenta com risco de bócio/hipotiroidismo para o feto
Incluem como efeitos adversos prurido, erupção cutânea, artralgia e agranulocitose
Antitiroideus de síntese inibem…
A 2ª e 3ª fase da síntese hormonal tiroideia, atuando de forma lenta; o propiltiouracilo inibe ainda a monodesionidase periférica
Absorção e semivida dos antitiroideus de síntese
Boa absorção no TGI e com semivida curta (especialmente o propiltiouracilo)
4 considerações sobre o propiltiouracilo
Inibe a organificação do iodo, a reação de copulação e a conversão periférica de T4 em T3
Semivida menor (1,5h) com administração de 3x por dia
Menor passagem pela placenta devido à maior ligação a proteínas plasmáticas
Pode ser usado na crise tireotóxica
3 considerações sobre metimazole
Inibe apenas a organificação do iodo e a reação de copulação
Semivida de 6h
Atravessa a placenta com maior risco de hipotiroidismo fetal
Inibidores iónicos são…
Iões monovalentes que inibem de forma competitva o NIS
Não são habitualmente usados na terapêutica - são usados em doentes que não toleram outro tipo de terapêutica antitiroideia
Exemplos de inibidores iónicos
Tiocianato (SCN-) que difere dos outros pois, em doses elevadas, inibe a organificação do iodo
Outros iões monovalentes como o perclorato (CIO4-), o pertecnetato (TcO4-) e o fluoburato (BF4-)
Iodetos - exemplos
Iodeto inorgânico
Iodo reativo
5 considerações sobre o iodeto inorgânico
Baseado no efeito de Wolff-Chaikoff (efeito paradoxal), diminui a síntese e libertação de hormonas tiroideias
Usado para tratar hipertiroidismo no período pré-operatório
O objetivo é diminuir a vascularização e também a dimensão e a friabilidade
da glândula
Crise tirotóxica em associação com os antitiroideus e os bloqueadores βadrenérgicos – inibe rapidamente a libertação das hormonas tiroideias com
melhoria dos sintomas tirotóxicos em 24h
Protege contra o iodo radioativo (usado, por ex., em Chernobyl)
3 considerações sobre o iodo reativo
Trata hipertiroidismo em doentes idosos e com doença cardíaca que não podem fazer terapia prolongada de outros fármacos; também usado no cancro da tiroide
Destrói tecido da tiróide via I131, sendo administrado de forma oral
Risco de oftalmia e destruição de tiróide fetal por uso durante a gravidez
Definição de retinóides
Compostos naturais e sintéticos que possuem atividade biológica semelhante à da vitamina A ou que se ligam a recetores nucleares para retinoides
Os retinóides são usados no tratamento de…
Acne, psoríase, fotoenvelhecimento, sarcomas, …
5 funções dos retinoides
Visão
Regulação da proliferação celular e diferenciação
Crescimento ósseo
Defesa imunológica
Supressão tumoral
Recetores nucleares dos retinoides
RAR - recetor do ácido retinoico (diferenciação celular e proliferação) - tem como ligandos o t-AR (tretinoína ou ácido todo-trans-retinoico) e 9-c-AR (alitretinoína ou ácido 9-cis-retinoico)
RXR - recetor X dos retinoides (apoptose) - tem como ligando 9-c-AR (alitretinoína ou ácido 9-cis-retinoico)
Mecanismo de ação dos retinoides
RXR formam heterodímeros com RAR (na epiderme humana predomina o dímero RXRa/RARy) e com outros recetores
Dímeros ligam-se à sequência RARE (retinoic acid response element) do DNA
Caraterísticas do acne
Doença exclusiva do ser humano
Prevalência de 80% nos adolescentes
Geralmente, autolimitada
Secreção sebácea anormal e aumentada, sob estimulação androgénia
- Hiperqueratose folicular de retenção (comedogénese)
- Proliferação de microorganismos (Propionibacterium acnes)
Estadios de patogénese do acne
(formação de lesões inflamatórias)
Comedão - Pápula - Pústula - Nódulo - Cisto
Acne - tratamento
Retinoides tópicos
- correção da hiperqueratose folicular
- redução da proliferação proprionibacterium acnes
- redução da inflamação
São o tratamento de primeira linha para o acne não inflamatório
Na derme - inibição da activator protein-1 (AP1)
Na epiderme
- Hiperplasia da epiderme na pele atrófica
- Redução da atipia dos queratinócitos
Toxicidade dos retinoides tópicos
Irritação da pele (dermatite retinóide)
- eritema
- descamação e irritação da pele
- pele seca
- queimadura
- prurido
- fotossensibilidade
Pouco comuns
- hipo ou hiperpigmentação
- ectrópio
- dermatite de contacto alérgica
- pele pegajosa
5 exemplos de retinoides tópicos
Tretionina
Adapaleno
Tazaroteno
Alitretinoina
Bexaroteno
Tretiotina - 6 considerações
(ácido todo-trans-retinoico/vitamina A ácida)
Retinoide não aromático, de origem natural
Principal metabolito ativo da vitamina
Agonista dos 3 subtipos de RAR
Degrada-se com a exposição à luz
Dermatite irritativa, pústulas
Gel, creme ou solução
Adapaleno - 5 considerações
Retinoide sintético de 3ª geração
Não se degrada com a exposição à luz
Menos irritativo
Efeito hipopigmentante
Gel, creme ou solução
Tazaroteno - 4 considerações
Retinoide sintético, poliaromático, de 3ª geração
Metabolito ativo - ácido tazaroténico (RAR beta > RAR gama > RAR alfa)
Tratamento da psoríase, fotoenvelhecimento e acne
Creme ou gel
Alitretinoina - 3 considerações
Liga-se a todos os tipos de recetores retinoides
Tratamento do sarcoma de Kaposi
Gel
Bexaroteno - 6 considerações
Retinoide sintético
Gel ou via oral
Afinidade seletiva para os 3 subtipos de RXR
- Propriedades anti-proliferativas
- Indutor de apoptose e diferenciação celular
- Inibidor da angiogénese
(linfoma cutâneo de células T em fase inicial)
Indicações dos retinoides sistémicos
Acne
Psoríase
Linfoma cutâneo de células T
4 exemplos de retinoides sistémicos
Isotretinoína
Etretinato
Acitretina
Bexaroteno
9 contraindicações dos retinoides sistémicos
Grávidas
Mulheres que estão a pensar em engravidar
Mulheres a amamentar
Leucopenia
Hiperlipidemia
Hipercolesterolemia
Hipotiroidismo
Alcoolismo
Doenças hepáticas/renais
Toxicidade (efeitos adversos) mucocutâneos dos retinoides sistémicos
Queilite (inflamação labial)
Xerose (pele seca)
Blefaroconjuntivite
Fotossensibilidade cutânea
Fotofobia
Mialgia
Artralgia
Alopecia (perda de pele e cabelo)
Fragilidade das unhas
Cefaleias
Suscetibilidade aumentada a infeções por Staphylococcus
Toxicidade (efeitos adversos) laboratoriais dos retinoides sistémicos
Elevação dos lípidos - alteração laboratorial mais comum
Elevação das transamínases
Diminuição das hormonas tiroideias
Leucopenia
Pseudotumor cerebral - especialmente quando combinadas com tetraciclinas
Síndrome DISH (hiperostose esquelética idiopática difusa), fecho precoce das epífises, entre outras alterações esqueléticas - administração crónica de doses elevadas
A isotretinoína é um retinoide de…
1ª geração
Modos de administração da isotretinoína
Gel - acne ligeiro a moderado
Oral - acne grave
Mecanismo de ação da isotretinoína
Inibição de oxidases microssómicas, hepáticas e cutâneas
Reduz espessura da camada córnea fotoprotetora - necessários cuidados extra na proteção solar
Interações medicamentosas da isotretinoína
Metotrexato, corticosteróides, anti-retrovíricos, ciclosporina A, antidiabéticos orais, carbamazepina e anti-inflamatórios não esteroides
4 considerações sobre a isotretinoína
Obtida por isomerização da tretinoína
Metabolizada em 4-oxo-isotretinoína e isomerizada
em tretinoína, ambas excretadas por via renal e nas fezes
Normaliza a queratinização folicular, reduz o número de glândulas sebáceas com síntese sebácea diminuída e reduz a população de Propionibacterium acnes resistente
Baixa biodisponibilidade (25%) - efeito de 1ª passagem e ciclo entero-hepático (aumenta com ingestão de alimentos)
Efeitos adversos comuns da isotretinoína
Queilite
Xerose cutânea e da mucosa nasal
Blefaroconjuntivite e intolerância a lentes de
contacto
Dislipidemia, sobretudo hipertrigliceridemia
Aumento de transaminases AST e ALT (menos frequente: aumento de bilirrubina e fosfátase alcalina)
Cefaleias – efeito mais frequente a nível do
SNC
Efeitos adversos raros da isotretinoína
Mialgias
Artralgias
Elevação da creatinina e glicemia
Agravamento da asma brônquica e doença
intestinal inflamatória
Trombocitopenia e agranulocitose
Hipertensão intracraniana ou pseudotumor
cerebral
Agravação de quadros depressivos (controverso)
4 considerações sobre bexaroteno
3ª Geração
Tratamento de linfoma cutâneo das células T
Biodisponibilidade aumenta com refeições ricas em lípidos e glicose
Efeitos adversos são mais comuns, especialmente dislipidemia e hipotiroidismo secundário
7 considerações sobre acitretina
2ª Geração
Tratamento de psoríase
Metabolizada em 13-cis-acitretina, eliminada por via biliar e renal
Biodisponibilidade (60%) aumenta com refeições
Semivida aumenta quando combinada
com álcool
Efeitos adversos sobretudo mucocutâneos
Contraindicações: mulheres em idade fértil
Unidade funcional da tiroide
Folículo ( uma camada de células epiteliais que rodeiam o lúmen folicular que, por sua vez, está preenchido por um coloide espesso de tiroglobulina)
Tiroglobulina
Glicoproteína com tirosina
A sua síntese, assim como a glicosilação, ocorre na célula folicular, sendo depois segregada para o lúmen
Iodo
Elemento fundamental na formação das hormonas tiroideias
É obtido através dos
alimentos (principalmente de alimentos do mar – marisco, peixe, algas…), da água ou dos medicamentos
O sal de cozinha tem iodo adicionado
DDR: 150 ug
Entra no organismo na forma inorgânica de iodeto (I-)
Acumula-se
rapidamente em vários tecidos (tiroide, mama, glândulas salivares, mucosa gástrica,
intestino delgado, pele, placenta…), onde a sua concentração pode ser 10-15x superior
à concentração na corrente sanguínea
Biossíntese das hormonas tiroideias
1) Transporte ativo do I- do plasma para dentro da célula folicular. Este passo é estimulado pela FSH;
2) Oxidação do iodeto por uma peroxídase. Peróxido de hidrogénio (H2O2) funciona como agente oxidante. Ocorre na superfície apical da célula, próximo do coloide. O iodo é, assim, captado rapidamente pelos resíduos de tirosina da tiroglobulina;
3) Iodotirosinas ligam-se entre si num processo oxidativo que é catalisado pela mesma peroxídase. Formam-se Iodotirosinas T3 e T4;
4) Libertação das hormonas para circulação: endocitose no coloide na superfície apical da célula, funde-se com lisossomas cujas enzimas proteolíticas vão hidrolisar a tiroglobulina, libertando T3, T4, monoiodotirosina e diiodotirosina. Estas 2 últimas são desionizadas dentro da célula e o iodo libertado é reutilizado na síntese hormona
3 notas sobre as hormonas tiroideias
T4 é a hormona principalmente libertada
T3 forma-se predominantemente nos tecidos por monodesiodonização da T4 (principalmente no fígado)
A T3 é 4x mais potente que a T4, entrando nas células e ligando-se
aos recetores com mais afinidade
Transporte das hormonas tiroideias
As hormonas tiroideias (HT) têm forte ligação a 2 proteínas plasmáticas: globulina de ligação da tiroxina (TBG) e transtirretina
Ligação da T4 é maior
Albumina: Atua como “transportadora” das HT quando as 2 proteínas referidas anteriormente se encontram saturadas
Fármacos que alteram o transporte da T4 e T3 no plasma - aumento da TBG (globulina de ligação da tiroxina) - 6
Estrogénios
Tamoxifeno
Heroína
Meladona
Mitotano
Fluouracilo
Fármacos que alteram o transporte da T4 e T3 no plasma - redução da TBG (globulina de ligação da tiroxina) - 3
Glicocorticóides
Androgénios
Esteróides anabólicos (ex. danazol)
Fármacos que alteram o transporte da T4 e T3 no plasma - deslocamento dos locais de ligação proteica - 3
Furosemida (mais de 80mg intravenoso)
Ácido mefenâmico
Salicilatos (mais de 2g dia)
Nota sobre alteração do transporte das hormonas tiroideias
A alteração da concentração destas proteínas ou da sua capacidade de ligação às HT altera a fração hormonal livre, condicionando uma regulação
pela glândula com maior ou menor libertação da
hormona respetiva
Exemplo: aumento dos níveis de estrogénios → ↑ TBG
→ ↓ Fração livre hormonal
Para manter a fração livre dentro dos parâmetros
normais a glândula liberta mais hormona, aumentando
as concentrações totais de tiroxina e a fração ligada a
proteínas, enquanto que a fração livre regressa aos
níveis que eram esperados
O aumento dos estrogénios na gravidez pode precipitar o aparecimento de hipotiroidismo
A desionização da T4 nos tecidos periféricos ocorre de duas formas:
Na posição 5’ do anel fenólico (mais externo), formando-se T3
Monodesiodonização na posição 5’ do anel tirosina (mais interno) formando-se T3 reversa (rT3) – reduzida atividade metabólica
5-desiodínase da iodotironina de tipo 1
Presente no fígado, rim,
tiroide e musculo
Produz a maior
parte da T3 circulante
↓↓ atividade – no feto, recém-nascido, idosos e em estados de debilitação extrema, assim como em muitos estados patológicos – ↓T3 e ↑rT3 (diminuição atividade catabólica das HT)
Inibidores: β-bloqueadores,
corticosteroides, propiltiouracilo
5-desiodínase da iodotironina de tipo 2
Presente no cérebro e
hipófise
Regulação do fornecimento
de T3 a estes tecidos
Regulação pela
T4 (↑ hipotiroidismo; ↓
hipertiroidismo)
5-desiodínase da iodotironina de tipo 3
Presente na placenta, pele e cérebro
Forma a forma reduzida de T3
80% de T3 e T4 é metabolizado por desiodonização, e 20% por desaminação,
descarboxilação e conjugação hepática com ácido glicurónico e sulfúrico
Fármacos que alteram o metabolismo da T4 e T3 - aumento do metabolismo hepático (4)
Fenobarbital
Rifampicina
Fenitoína
Carbamazepina
Fármacos que alteram o metabolismo da T4 e T3 - redução da atividade da 5’-desiodinase da iodotironina de tipo 1 (4)
Propiltiouracilo
Amiodarona
Bloqueadores dos adrenorrecetores beta
Glicocorticóides (4 mg dexametasona dia)
Hormonas tiroideias e catecolaminas
As hormonas tiroideias são responsáveis por sintomas relacionados com hiperatividade
das catecolaminas, que são parcialmente controlados por bloqueadores β-adrenérgicos
Fármacos usados no tratamento do hipotiroidismo
Liotironina e levotiroxina
O gold-standard em PT é a levotiroxina por ser mais barata e ter menor risco de cardiotoxicidade
Iodeto radioativo - I131 (5)
Incorporação na tiroglobulina
Emite radiações gama e beta
Disponível em solução ou em cápsulas
Tem uma semivida de 8 dias
Demora 2 meses a desaparecer a sua radioatividade
Vantagens do iodeto radioativo (5)
Facilidade de administração
Elevada eficácia
Ausência dos riscos e do desconforto da cirurgia
Inexistência de casos mortais
Baixo custo
Uso terapêutico do iodeto radioativo
Doentes idosos e com doenças cardíacas que não tenham outra opção de tratamento e tratamento definitivo do bócio nodular tóxico
Ações adversas e toxicidade do iodeto radioativo
Tiroidite de radiação – 2 primeiras semanas manifestado como um agravamento do hipertiroidismo transitório
Oftalmopatia
Proptose
Edema conjuntival
Compressão do nervo ótico (mais raramente)
Retinoides de 1ª geração
Inclui retinol (vitamina A), tretinoína (ácido retinoico), isotretinoína e alitretinoína
Retinoides de 2ª geração
Chamados de retinoides aromáticos, houve aromatização do grupo
cíclico final; incluem acitretina e metoxsalen
Retinoides de 3ª geração
Com estruturas que otimizam ligação a recetores; incluem
tazaroteno, bexaroteno e adalapeno
Fármacos retinoides que têm mais especificidade para os RARs
Têm mais efeitos na proliferação e
diferenciação celular
Ex: tretinoína, adapaleno, tazaroteno
Fármacos retinoides que têm mais especificidade para os RXRs
Têm efeitos na morte celular; epiderme
humana tem mais RXR que RAR
Ex: bexaroteno e alitretinoína
Sintomas secundários gerais de fármacos retinoides
Os fármacos mais seletivos para os RAR dão mais sintomas secundários
musculoesqueléticos e mucocutâneos, enquanto que os mais seletivos para RXR dão
sintomas mais metabólicos
Um dos principais fatores dos fármacos retinoides
Altamente teratógenos, ou seja, são capazes de induzir malformações fetais. Embora
este seja um problema mais relacionado com o uso sistémico, o uso tópico de retinoides
nas mulheres grávidas também é desaconselhado