S3 - Tiroide (terminado) Flashcards

1
Q

Proteínas de ligação às hormonas tiroideias (3)

A

TBG

Transtirretina

Albumina

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2
Q

Para o transporte das hormonas tiroideias, tem de haver balanço…

A

Entre a fração ligada a proteínas e a fração livre

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3
Q

Principal via de metabolismo das hormonas tiroideias

A

Desiodação

Tiroxina (T4) - desiodação (ativação) - T3 (tri-iodotironina)

Tiroxina (T4) - desiodação (inativação) - rT3 (tri-iodotironina)

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4
Q

Vias alternativas de metabolismo das hormonas tiroideias

A

Desaminação

Descarboxilação

Conjugação hepática

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5
Q

Monodesiodação das hormonas tiroideias em tecidos periféricos

A

Posição 5´ do anel fenólico (mais externo) - formando-se T3

Posição 5 do anel tirosina (mais interno) - formando-se rT3

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6
Q

Regulação da função tiroideia

A

Eixo hipotálamo-hipófise-tiroide:

  • ação da TRH e TSH na secreção das hormonas tiroideias
  • mecanismos de feedback negativo
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7
Q

Efeitos das hormonas tiroideias no metabolismo (4)

A

Aumentam o metabolismo basal

Regulam o metabolismo lipídico (transformam o colesterol em ácidos biliares, potenciam a atividade lipolítica das catecolaminas e há um aumento dos recetores de LDL)

Estimulam a síntese proteica

Aumentam o metabolismo dos hidratos de carbono (aumento da glicogénese)

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8
Q

Efeitos das hormonas tiroideias no crescimento e desenvolvimento (6)

A

Efeito indireto na secreção e nos efeitos potenciadores de TSH

Aumento da síntese proteica

Efeitos indiretos na secreção de somatotropina

Importantes no normal crescimento e maturação do SNC

Deficiência nas HT pode causar atraso mental irreversível

Sem tratamento no défice congénito de HT, pode originar cretinismo

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9
Q

Efeitos das hormonas tiroideias na temperatura corporal (2)

A

Mecanismos ainda mal compreendidos

Maior formação da ATPase do Na+ e K+

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10
Q

Efeitos cardiovasculares das hormonas tiroideias

A

Aumento da frequência cardíaca e do inotropismo, com aumento do débito cardíaco (ação direta)

Aumento do consumo de O2, com aumento também da atividade cardíaca (ação indireta)

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11
Q

6 passos do mecanismo de ação das hormonas tiroideias

A
T3 e T4 atravessam a membrana celular
-
T4 é convertida em T3 (5'-deiodinase)
- 
T3 entra no núcleo e liga-se a proteínas recetoras específicas
-
Liga-se à sequência de DNA
- 
Modulação da transcrição de genes
-
Síntese proteica
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12
Q

Definição de hipotiroidismo

A

Défice de produção de hormonas tiroideias

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13
Q

Classificação do hipotiroidismo - de acordo com…

A

Aparecimento - congénito ou adquirido

Disfunção responsável - primário ou secundário

Gravidade - clínico ou subclínico

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14
Q

7 causas de hipotiroidismo

A

Doença de Hashimoto (tiroidite autoimune) e outras doenças autoimunes

Ablação cirúrgica ou destruição por radiação da tiroide

Ectopia da tiróide

Diminuição da síntese por defeito enzimático

Doença hipofisária ou hipotalâmica (hipotiroidismo secundário e terciário)

Induzido por fármacos (lítio, nitroprussiato e sulfonilureias)

Endémico (défice de iodo na alimentação)

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15
Q

Sinais de hipotiroidismo (10)

A

Bradicardia

Síndrome do túnel cárpico

Cabelo áspero e quebradiço

Pele seca

Bócio

Hiporreflexia

Mixedema (face, mãos e pés inchados)

Palidez

Efusão pericárdica

Edema periférico

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16
Q

Sintomas de hipotiroidismo

A

Intolerância ao frio

Obstipação

Apetite diminuído

Audição diminuída

Depressão

Dispneia

Fadiga, letargia

Perda de cabelo

Memória prejudicada

Distúrbios menstruais

Dor nas articulações ou nos músculos

Parestesias

Ganho de peso

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17
Q

4 considerações sobre a tiroidite de Hashimoto

A

Causa mais frequente de hipotiroidismo adquirido

Destruição auto-imune da tiroide: infiltração linfocitária difusa com presença de anticorpos circulantes antitiroideus

Pode existir predisposição genética: transmissão autossómica dominante

Mais frequente em mulheres (8:1) entre os 30 e os 50 anos

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18
Q

Definição de cretinismo

A

Hipotiroidismo congénito com incidência relativamente alta (1:4000 nascimentos)

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19
Q

Sintomas do cretinismo

A

Apenas percetíveis a partir do 3º mês de vida

Membros curtos, atraso mental, apatia, pele seca e amarelada, língua volumosa, boca entreaberta, bradicardia, obstipação, anorexia, …

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20
Q

Diagnóstico do cretinismo

A

Doseamento de TSH no sangue via cordão umbilical ou picada no calcanhar

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21
Q

Terapêutica do cretinismo

A

Terapia hormonal de substituição, no período crítico de mielinização do SNC

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22
Q

Mixedema

A

Manifestação grave de hipotiroidismo, com endurecimento e espessamento da pele (acumulação de mucopolissacarídeos hidrofílicos na derme)

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23
Q

Coma mixedematoso

A

Estadio final do hipotiroidismo não tratado

Hipotermia, hipoglicemia, hipoventilação, hiponatremia de choque, podendo ser fatal (emergência médica)

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24
Q

Definição de hipertiroidismo

A

Excesso de produção de hormonas tiroideias

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25
Q

6 principais causas de hipertiroidismo

A

Bócio tóxico difuso (doença de Graves)

Bócio tóxico multinodular (doença de Plummer)

Nódulos solitários hiperfuncionantes

Tiroidites

Tumores secretores de TSH

Hipertiroidismo induzido por fármacos

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26
Q

4 fármacos que podem induzir hipertiroidismo

A

Amiodarona

Lítio

IFN-alfa

IL-2

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27
Q

2 caraterísticas da doença de Graves

A

(bócio tóxico difuso)

Mais frequente em mulheres jovens

Doença autoimune, com a produção de hormonas tiroideias a ser estimulada por anticorpo IgG anti-TSHR

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28
Q

Sintomas da doença de Graves

A

Oftalmia (30% dos doentes) - protusão ocular e disfunção dos músculos periorbitais

Mixedema pré-tibial (1 a 2% dos doentes)

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29
Q

Bócio tóxico multinodular

A

Doença de Plummer

10% dos casos de hipertiroidismo, ocorrendo sobretudo após os 60 anos

Os nódulos funcionam autonomamente

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30
Q

Tiroidites

A

Tiroidite indolor pós-parto e esporádica e tiroidite dolorosa subaguda

Inflamação induz vias apoptóticas nas células foliculares, que leva à libertação das hormonas tiroideias para a circulação

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31
Q

Tipos de hipertiroidismo induzido pela amiodarona

A

Tipo 1

Tipo 2

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32
Q

Hipertiroidismo induzido pela amiodarona de tipo 1 - definição

A

Devido ao alto teor em iodo deste fármaco, aumentando a síntese e libertação de hormonas tiroideias

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33
Q

Hipertiroidismo induzido pela amiodarona de tipo 1 - terapêutica

A

Antitiroideus - metimazol e propitiuracilo em doses elevadas

Perclorato de potássio - previne a captação de iodo pela tiroide

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34
Q

Hipertiroidismo induzido pela amiodarona de tipo 2 - definição

A

Tiroidite destrutiva que causa a libertação das hormonas tiroideias produzidas

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35
Q

Hipertiroidismo induzido pela amiodarona de tipo 2 - terapêutica

A

Corticosteróides em doses elevadas

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36
Q

Percentagem de doentes tratados com amiodarona que desenvolvem hipertiroidismo?

A

3%

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37
Q

4 caraterísticas dos fármacos tiroideus de síntese de origem animal

A

Abandonados da prática médica:

  • instabilidade do produto
  • antigenicidade
  • variabilidade das concentrações hormonais
  • dificuldade de monitorização laboratorial
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38
Q

Fármacos tiroideus de síntese de origem sintética

A

Levotiroxina

Liotironina

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39
Q

Caraterísticas da levotiroxina (6)

A

Análoga sintética de T4

Semivida de 7 dias

Absorção incompleta (50 a 80%) pelo intestino delgado

Absorção superior quando ingerida em jejum

Substituição da função tiroideia (hipotiroidismo)

Supressão da TSH

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40
Q

Caraterísticas da liotironina (5)

A

Análoga sintética de T3

Semivida de 1 dia - atividade 4 vezes superior à da levotiroxina

Absorção quase completa (95%) após administração oral

Ações adversas cardiovasculares

Usada quando se pretende um início de ação mais rápido (por ex. no coma mixedematoso)

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41
Q

Uso terapêutico no hipotiroidismo - objetivo do tratamento

A

Níveis de levotiroxina na metade superior dos valores de referência

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42
Q

Uso terapêutico no hipotiroidismo - monitorização do tratamento

A

Doseamento da TSH sérica (esperar 4 a 6 semanas devido ao tempo de variação sérica de TSH, que tem semivida de 10 dias)

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43
Q

Uso terapêutico no hipotiroidismo - feedback negativo

A

Mecanismo de feedback negativo - níveis de TSH variam de forma inversa em relação aos níveis de levotiroxina

Logo, o objetivo é atingido quando os níveis de TSH estão na metade inferior dos valores de referência

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44
Q

Uso terapêutico no hipotiroidismo - crianças (3)

A

Iniciar tratamento imediatamente após o diagnóstico

Dose ajustada de modo a que as concentrações séricas de tiroxina estejam no limite superior da variação normal

Evitar doses excessivas - risco de lesões cerebrais e da aceleração da maturação óssea

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45
Q

Uso terapêutico no hipotiroidismo - insuficiência da suprarrenal (3)

A

Frequente em doentes com hipotiroidismo secundário a hipopituitarismo

Deve ser tratada com corticoides antes da substituição da função tiroideia

Se não tratada, a administração de levotiroxina pode precipitar crise de Addison (por aumento das necessidades teciduais de hormonas do córtex da suprarrenal)

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46
Q

Uso terapêutico no hipotiroidismo - doença cardíaca isquémica, fibrilhação auricular ou mais de 65 anos (3)

A

Iniciar o tratamento com doses reduzidas

Risco de agravamento de angina, enfarte do miocárdio e morte súbita

Se necessário administrar beta bloqueadores para controlar ações adversas cardíacas

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47
Q

Uso terapêutico - supressão da TSH

A

Levotiroxina - feedback negativo - diminuição da TSH

TSH - fator de crescimento dos parênquimas tiroideus tanto benignos como malignos

  • Apenas em 10 a 20% há sucesso terapêutico
  • Reações adversas como osteoporose e doença cardíaca
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48
Q

Nos carcinomas da tiroide, o tratamento de eleição é…

A

A resseção cirúrgica com administração pós-cirúrgica de levotiroxina para corrigir o hipotiroidismo e para evitar a recorrência da doença (diminuição da TSH)

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49
Q

Interações medicamentosas da levotiroxina (2)

A

Aumento do metabolismo - aumento das necessidades de insulina e antidiabéticos orais na diabetes

Aumento da catabolismo dos fatores de coagulação dependentes da vitamina K - potenciação da ação hipoprotombinémica da varfarina

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50
Q

Interações medicamentosas da fenitoína, carbamazepina e lovastatina

A

Aumento da depuração da levotiroxina - aumento das necessidades de levotiroxina

51
Q

Efeitos adversos da levotiroxina

A

Resultam do excesso da atividade hormonal - conduz a hipertiroidismo com aumento do risco de fibrilhação auricular (idosos) e de osteoporose (mulheres pós-menopáusicas)

52
Q

Fármacos antitiroideus - 3 grupos

A

Antitiroideus de síntese

Iodetos

Inibidores iónicos

53
Q

Fármacos antitiroideus - tratam o hipertiroidismo ao… (4)

A

Interferirem com a síntese das hormonas tiroideias

O mecanismo de ação é a inibição da organificação do I- ou da copulação das
iodotironinas

São ineficazes no Hipertiroidismo Tipo 2

São todos rapidamente absorvidos no trato gastrointestinal

54
Q

Antitiroideus de síntese - nome e exemplos

A

As tionamidas são os fármacos mais utilizados para tratar o hipertiroidismo e doença de Graves

Destacam-se propiltiouracilo, metimazole e carbimazole

55
Q

Efeitos adversos dos antitiroideus de síntese

A

Atravessam a placenta com risco de bócio/hipotiroidismo para o feto

Incluem como efeitos adversos prurido, erupção cutânea, artralgia e agranulocitose

56
Q

Antitiroideus de síntese inibem…

A

A 2ª e 3ª fase da síntese hormonal tiroideia, atuando de forma lenta; o propiltiouracilo inibe ainda a monodesionidase periférica

57
Q

Absorção e semivida dos antitiroideus de síntese

A

Boa absorção no TGI e com semivida curta (especialmente o propiltiouracilo)

58
Q

4 considerações sobre o propiltiouracilo

A

Inibe a organificação do iodo, a reação de copulação e a conversão periférica de T4 em T3

Semivida menor (1,5h) com administração de 3x por dia

Menor passagem pela placenta devido à maior ligação a proteínas plasmáticas

Pode ser usado na crise tireotóxica

59
Q

3 considerações sobre metimazole

A

Inibe apenas a organificação do iodo e a reação de copulação

Semivida de 6h

Atravessa a placenta com maior risco de hipotiroidismo fetal

60
Q

Inibidores iónicos são…

A

Iões monovalentes que inibem de forma competitva o NIS

Não são habitualmente usados na terapêutica - são usados em doentes que não toleram outro tipo de terapêutica antitiroideia

61
Q

Exemplos de inibidores iónicos

A

Tiocianato (SCN-) que difere dos outros pois, em doses elevadas, inibe a organificação do iodo

Outros iões monovalentes como o perclorato (CIO4-), o pertecnetato (TcO4-) e o fluoburato (BF4-)

62
Q

Iodetos - exemplos

A

Iodeto inorgânico

Iodo reativo

63
Q

5 considerações sobre o iodeto inorgânico

A

Baseado no efeito de Wolff-Chaikoff (efeito paradoxal), diminui a síntese e libertação de hormonas tiroideias

Usado para tratar hipertiroidismo no período pré-operatório

O objetivo é diminuir a vascularização e também a dimensão e a friabilidade
da glândula

Crise tirotóxica em associação com os antitiroideus e os bloqueadores βadrenérgicos – inibe rapidamente a libertação das hormonas tiroideias com
melhoria dos sintomas tirotóxicos em 24h

Protege contra o iodo radioativo (usado, por ex., em Chernobyl)

64
Q

3 considerações sobre o iodo reativo

A

Trata hipertiroidismo em doentes idosos e com doença cardíaca que não podem fazer terapia prolongada de outros fármacos; também usado no cancro da tiroide

Destrói tecido da tiróide via I131, sendo administrado de forma oral

Risco de oftalmia e destruição de tiróide fetal por uso durante a gravidez

65
Q

Definição de retinóides

A

Compostos naturais e sintéticos que possuem atividade biológica semelhante à da vitamina A ou que se ligam a recetores nucleares para retinoides

66
Q

Os retinóides são usados no tratamento de…

A

Acne, psoríase, fotoenvelhecimento, sarcomas, …

67
Q

5 funções dos retinoides

A

Visão

Regulação da proliferação celular e diferenciação

Crescimento ósseo

Defesa imunológica

Supressão tumoral

68
Q

Recetores nucleares dos retinoides

A

RAR - recetor do ácido retinoico (diferenciação celular e proliferação) - tem como ligandos o t-AR (tretinoína ou ácido todo-trans-retinoico) e 9-c-AR (alitretinoína ou ácido 9-cis-retinoico)

RXR - recetor X dos retinoides (apoptose) - tem como ligando 9-c-AR (alitretinoína ou ácido 9-cis-retinoico)

69
Q

Mecanismo de ação dos retinoides

A

RXR formam heterodímeros com RAR (na epiderme humana predomina o dímero RXRa/RARy) e com outros recetores

Dímeros ligam-se à sequência RARE (retinoic acid response element) do DNA

70
Q

Caraterísticas do acne

A

Doença exclusiva do ser humano

Prevalência de 80% nos adolescentes

Geralmente, autolimitada

Secreção sebácea anormal e aumentada, sob estimulação androgénia

  • Hiperqueratose folicular de retenção (comedogénese)
  • Proliferação de microorganismos (Propionibacterium acnes)
71
Q

Estadios de patogénese do acne

A

(formação de lesões inflamatórias)

Comedão
- 
Pápula
-
Pústula
-
Nódulo
-
Cisto
72
Q

Acne - tratamento

A

Retinoides tópicos

  • correção da hiperqueratose folicular
  • redução da proliferação proprionibacterium acnes
  • redução da inflamação

São o tratamento de primeira linha para o acne não inflamatório

Na derme - inibição da activator protein-1 (AP1)

Na epiderme

  • Hiperplasia da epiderme na pele atrófica
  • Redução da atipia dos queratinócitos
73
Q

Toxicidade dos retinoides tópicos

A

Irritação da pele (dermatite retinóide)

  • eritema
  • descamação e irritação da pele
  • pele seca
  • queimadura
  • prurido
  • fotossensibilidade

Pouco comuns

  • hipo ou hiperpigmentação
  • ectrópio
  • dermatite de contacto alérgica
  • pele pegajosa
74
Q

5 exemplos de retinoides tópicos

A

Tretionina

Adapaleno

Tazaroteno

Alitretinoina

Bexaroteno

75
Q

Tretiotina - 6 considerações

A

(ácido todo-trans-retinoico/vitamina A ácida)

Retinoide não aromático, de origem natural

Principal metabolito ativo da vitamina

Agonista dos 3 subtipos de RAR

Degrada-se com a exposição à luz

Dermatite irritativa, pústulas

Gel, creme ou solução

76
Q

Adapaleno - 5 considerações

A

Retinoide sintético de 3ª geração

Não se degrada com a exposição à luz

Menos irritativo

Efeito hipopigmentante

Gel, creme ou solução

77
Q

Tazaroteno - 4 considerações

A

Retinoide sintético, poliaromático, de 3ª geração

Metabolito ativo - ácido tazaroténico (RAR beta > RAR gama > RAR alfa)

Tratamento da psoríase, fotoenvelhecimento e acne

Creme ou gel

78
Q

Alitretinoina - 3 considerações

A

Liga-se a todos os tipos de recetores retinoides

Tratamento do sarcoma de Kaposi

Gel

79
Q

Bexaroteno - 6 considerações

A

Retinoide sintético

Gel ou via oral

Afinidade seletiva para os 3 subtipos de RXR

  • Propriedades anti-proliferativas
  • Indutor de apoptose e diferenciação celular
  • Inibidor da angiogénese
    (linfoma cutâneo de células T em fase inicial)
80
Q

Indicações dos retinoides sistémicos

A

Acne

Psoríase

Linfoma cutâneo de células T

81
Q

4 exemplos de retinoides sistémicos

A

Isotretinoína

Etretinato

Acitretina

Bexaroteno

82
Q

9 contraindicações dos retinoides sistémicos

A

Grávidas

Mulheres que estão a pensar em engravidar

Mulheres a amamentar

Leucopenia

Hiperlipidemia

Hipercolesterolemia

Hipotiroidismo

Alcoolismo

Doenças hepáticas/renais

83
Q

Toxicidade (efeitos adversos) mucocutâneos dos retinoides sistémicos

A

Queilite (inflamação labial)

Xerose (pele seca)

Blefaroconjuntivite

Fotossensibilidade cutânea

Fotofobia

Mialgia

Artralgia

Alopecia (perda de pele e cabelo)

Fragilidade das unhas

Cefaleias

Suscetibilidade aumentada a infeções por Staphylococcus

84
Q

Toxicidade (efeitos adversos) laboratoriais dos retinoides sistémicos

A

Elevação dos lípidos - alteração laboratorial mais comum

Elevação das transamínases

Diminuição das hormonas tiroideias

Leucopenia

Pseudotumor cerebral - especialmente quando combinadas com tetraciclinas

Síndrome DISH (hiperostose esquelética idiopática difusa), fecho precoce das epífises, entre outras alterações esqueléticas - administração crónica de doses elevadas

85
Q

A isotretinoína é um retinoide de…

A

1ª geração

86
Q

Modos de administração da isotretinoína

A

Gel - acne ligeiro a moderado

Oral - acne grave

87
Q

Mecanismo de ação da isotretinoína

A

Inibição de oxidases microssómicas, hepáticas e cutâneas

Reduz espessura da camada córnea fotoprotetora - necessários cuidados extra na proteção solar

88
Q

Interações medicamentosas da isotretinoína

A

Metotrexato, corticosteróides, anti-retrovíricos, ciclosporina A, antidiabéticos orais, carbamazepina e anti-inflamatórios não esteroides

89
Q

4 considerações sobre a isotretinoína

A

Obtida por isomerização da tretinoína

Metabolizada em 4-oxo-isotretinoína e isomerizada
em tretinoína, ambas excretadas por via renal e nas fezes

Normaliza a queratinização folicular, reduz o número de glândulas sebáceas com síntese sebácea diminuída e reduz a população de Propionibacterium acnes resistente

Baixa biodisponibilidade (25%) - efeito de 1ª passagem e ciclo entero-hepático (aumenta com ingestão de alimentos)

90
Q

Efeitos adversos comuns da isotretinoína

A

Queilite

Xerose cutânea e da mucosa nasal

Blefaroconjuntivite e intolerância a lentes de
contacto

Dislipidemia, sobretudo hipertrigliceridemia

Aumento de transaminases AST e ALT (menos frequente: aumento de bilirrubina e fosfátase alcalina)

Cefaleias – efeito mais frequente a nível do
SNC

91
Q

Efeitos adversos raros da isotretinoína

A

Mialgias

Artralgias

Elevação da creatinina e glicemia

Agravamento da asma brônquica e doença
intestinal inflamatória

Trombocitopenia e agranulocitose

Hipertensão intracraniana ou pseudotumor
cerebral

Agravação de quadros depressivos (controverso)

92
Q

4 considerações sobre bexaroteno

A

3ª Geração

Tratamento de linfoma cutâneo das células T

Biodisponibilidade aumenta com refeições ricas em lípidos e glicose

Efeitos adversos são mais comuns, especialmente dislipidemia e hipotiroidismo secundário

93
Q

7 considerações sobre acitretina

A

2ª Geração

Tratamento de psoríase

Metabolizada em 13-cis-acitretina, eliminada por via biliar e renal

Biodisponibilidade (60%) aumenta com refeições

Semivida aumenta quando combinada
com álcool

Efeitos adversos sobretudo mucocutâneos

Contraindicações: mulheres em idade fértil

94
Q

Unidade funcional da tiroide

A

Folículo ( uma camada de células epiteliais que rodeiam o lúmen folicular que, por sua vez, está preenchido por um coloide espesso de tiroglobulina)

95
Q

Tiroglobulina

A

Glicoproteína com tirosina

A sua síntese, assim como a glicosilação, ocorre na célula folicular, sendo depois segregada para o lúmen

96
Q

Iodo

A

Elemento fundamental na formação das hormonas tiroideias

É obtido através dos
alimentos (principalmente de alimentos do mar – marisco, peixe, algas…), da água ou dos medicamentos

O sal de cozinha tem iodo adicionado

97
Q

DDR: 150 ug

A

Entra no organismo na forma inorgânica de iodeto (I-)

Acumula-se
rapidamente em vários tecidos (tiroide, mama, glândulas salivares, mucosa gástrica,
intestino delgado, pele, placenta…), onde a sua concentração pode ser 10-15x superior
à concentração na corrente sanguínea

98
Q

Biossíntese das hormonas tiroideias

A

1) Transporte ativo do I- do plasma para dentro da célula folicular. Este passo é estimulado pela FSH;
2) Oxidação do iodeto por uma peroxídase. Peróxido de hidrogénio (H2O2) funciona como agente oxidante. Ocorre na superfície apical da célula, próximo do coloide. O iodo é, assim, captado rapidamente pelos resíduos de tirosina da tiroglobulina;
3) Iodotirosinas ligam-se entre si num processo oxidativo que é catalisado pela mesma peroxídase. Formam-se Iodotirosinas T3 e T4;
4) Libertação das hormonas para circulação: endocitose no coloide na superfície apical da célula, funde-se com lisossomas cujas enzimas proteolíticas vão hidrolisar a tiroglobulina, libertando T3, T4, monoiodotirosina e diiodotirosina. Estas 2 últimas são desionizadas dentro da célula e o iodo libertado é reutilizado na síntese hormona

99
Q

3 notas sobre as hormonas tiroideias

A

T4 é a hormona principalmente libertada

T3 forma-se predominantemente nos tecidos por monodesiodonização da T4 (principalmente no fígado)

A T3 é 4x mais potente que a T4, entrando nas células e ligando-se
aos recetores com mais afinidade

100
Q

Transporte das hormonas tiroideias

A

As hormonas tiroideias (HT) têm forte ligação a 2 proteínas plasmáticas: globulina de ligação da tiroxina (TBG) e transtirretina

Ligação da T4 é maior

Albumina: Atua como “transportadora” das HT quando as 2 proteínas referidas anteriormente se encontram saturadas

101
Q

Fármacos que alteram o transporte da T4 e T3 no plasma - aumento da TBG (globulina de ligação da tiroxina) - 6

A

Estrogénios

Tamoxifeno

Heroína

Meladona

Mitotano

Fluouracilo

102
Q

Fármacos que alteram o transporte da T4 e T3 no plasma - redução da TBG (globulina de ligação da tiroxina) - 3

A

Glicocorticóides

Androgénios

Esteróides anabólicos (ex. danazol)

103
Q

Fármacos que alteram o transporte da T4 e T3 no plasma - deslocamento dos locais de ligação proteica - 3

A

Furosemida (mais de 80mg intravenoso)

Ácido mefenâmico

Salicilatos (mais de 2g dia)

104
Q

Nota sobre alteração do transporte das hormonas tiroideias

A

A alteração da concentração destas proteínas ou da sua capacidade de ligação às HT altera a fração hormonal livre, condicionando uma regulação
pela glândula com maior ou menor libertação da
hormona respetiva

Exemplo: aumento dos níveis de estrogénios → ↑ TBG
→ ↓ Fração livre hormonal

Para manter a fração livre dentro dos parâmetros
normais a glândula liberta mais hormona, aumentando
as concentrações totais de tiroxina e a fração ligada a
proteínas, enquanto que a fração livre regressa aos
níveis que eram esperados

O aumento dos estrogénios na gravidez pode precipitar o aparecimento de hipotiroidismo

105
Q

A desionização da T4 nos tecidos periféricos ocorre de duas formas:

A

Na posição 5’ do anel fenólico (mais externo), formando-se T3

Monodesiodonização na posição 5’ do anel tirosina (mais interno) formando-se
T3 reversa (rT3) – reduzida atividade metabólica
106
Q

5-desiodínase da iodotironina de tipo 1

A

Presente no fígado, rim,
tiroide e musculo

Produz a maior
parte da T3 circulante

↓↓ atividade
– no feto, recém-nascido, idosos e
em estados de debilitação extrema,
assim como em muitos estados patológicos – ↓T3 e ↑rT3
(diminuição atividade catabólica das
HT)

Inibidores: β-bloqueadores,
corticosteroides, propiltiouracilo

107
Q

5-desiodínase da iodotironina de tipo 2

A

Presente no cérebro e
hipófise

Regulação do fornecimento
de T3 a estes tecidos

Regulação pela
T4 (↑ hipotiroidismo; ↓
hipertiroidismo)

108
Q

5-desiodínase da iodotironina de tipo 3

A

Presente na placenta, pele e cérebro

Forma a forma reduzida de T3

80% de T3 e T4 é metabolizado por desiodonização, e 20% por desaminação,
descarboxilação e conjugação hepática com ácido glicurónico e sulfúrico

109
Q

Fármacos que alteram o metabolismo da T4 e T3 - aumento do metabolismo hepático (4)

A

Fenobarbital

Rifampicina

Fenitoína

Carbamazepina

110
Q

Fármacos que alteram o metabolismo da T4 e T3 - redução da atividade da 5’-desiodinase da iodotironina de tipo 1 (4)

A

Propiltiouracilo

Amiodarona

Bloqueadores dos adrenorrecetores beta

Glicocorticóides (4 mg dexametasona dia)

111
Q

Hormonas tiroideias e catecolaminas

A

As hormonas tiroideias são responsáveis por sintomas relacionados com hiperatividade
das catecolaminas, que são parcialmente controlados por bloqueadores β-adrenérgicos

112
Q

Fármacos usados no tratamento do hipotiroidismo

A

Liotironina e levotiroxina

O gold-standard em PT é a levotiroxina por ser mais barata e ter menor risco de cardiotoxicidade

113
Q

Iodeto radioativo - I131 (5)

A

Incorporação na tiroglobulina

Emite radiações gama e beta

Disponível em solução ou em cápsulas

Tem uma semivida de 8 dias

Demora 2 meses a desaparecer a sua radioatividade

114
Q

Vantagens do iodeto radioativo (5)

A

Facilidade de administração

Elevada eficácia

Ausência dos riscos e do desconforto da cirurgia

Inexistência de casos mortais

Baixo custo

115
Q

Uso terapêutico do iodeto radioativo

A

Doentes idosos e com doenças cardíacas que não tenham outra opção de tratamento e tratamento definitivo do bócio nodular tóxico

116
Q

Ações adversas e toxicidade do iodeto radioativo

A

Tiroidite de radiação – 2 primeiras semanas manifestado como um agravamento do hipertiroidismo transitório

Oftalmopatia

Proptose

Edema conjuntival

Compressão do nervo ótico (mais raramente)

117
Q

Retinoides de 1ª geração

A
Inclui retinol (vitamina A), tretinoína (ácido retinoico), isotretinoína
e alitretinoína
118
Q

Retinoides de 2ª geração

A

Chamados de retinoides aromáticos, houve aromatização do grupo
cíclico final; incluem acitretina e metoxsalen

119
Q

Retinoides de 3ª geração

A

Com estruturas que otimizam ligação a recetores; incluem

tazaroteno, bexaroteno e adalapeno

120
Q

Fármacos retinoides que têm mais especificidade para os RARs

A

Têm mais efeitos na proliferação e
diferenciação celular

Ex: tretinoína, adapaleno, tazaroteno

121
Q

Fármacos retinoides que têm mais especificidade para os RXRs

A

Têm efeitos na morte celular; epiderme
humana tem mais RXR que RAR

Ex: bexaroteno e alitretinoína

122
Q

Sintomas secundários gerais de fármacos retinoides

A

Os fármacos mais seletivos para os RAR dão mais sintomas secundários
musculoesqueléticos e mucocutâneos, enquanto que os mais seletivos para RXR dão
sintomas mais metabólicos

123
Q

Um dos principais fatores dos fármacos retinoides

A

Altamente teratógenos, ou seja, são capazes de induzir malformações fetais. Embora
este seja um problema mais relacionado com o uso sistémico, o uso tópico de retinoides
nas mulheres grávidas também é desaconselhado