S4 - Substâncias de abuso (terminado) Flashcards
Definição de dependência
Apetência ou compulsão para tomar, regular ou periodicamente, um fármaco, com o propósito de sentir os seus efeitos psíquicos ou de evitar o sofrimento decorrente da suspensão desta administração designado de síndrome de privação
Existem dois tipos de dependência:
Psíquica
Física - este pode levar a eventuais sintomas de síndrome de privação
Existem dois tipos de tolerância:
Inata
Adquirida
A tolerância adquirida pode ser subdividida em 6 subtipos:
Farmacocinética
Farmacodinâmica
Aprendida
Aguda
Reversa
Cruzada
Relação entre dose e efeito relativo da substância
Tolerância - gráfico para inferior e esquerda (maiores doses necessárias para atingir o mesmo efeito relativo)
Sensibilização - gráfico para superior e direita (menores doses necessárias para atingir o mesmo efeito relativo)
5 considerações sobre a habituação
Níveis de prazer elevados - volta a consumir
Familiarização com a sensação - não compreensão da necessidade de parar
As drogas de habituação atuam através de mecanismos neurofisiológicos comuns
O cérebro de um toxicodependente que se adaptou à droga exibe alterações permanentes que participam na “ânsia pela droga”
“Ânsia pela droga” é a principal causa de recaída
3 variáveis na capacidade de uma droga causar dependência
Relativas ao agente
Relativas ao hospedeiro
Relativas ao ambiente
Lista de substâncias de abuso
Álcool
Benzodiazepinas
Nicotina
Opióides
(ex. heroína)
Cocaína e outros psicoestimulantes
(ex. anfetamina e drogas semelhantes; cafeína)
Canabinóides (marijuana/maconha)
Agentes psicodélicos
(ex. LSD; psilocibina; MDMA e MDA; PCP)
Inalantes
3 considerações sobre o álcool
Droga psicotrópica com atuação no SNC
2 efeitos diferentes:
- inicialmente estimulante: euforia e desinibição;
- depressor, causando sedação e sonolência
Consumo crónico com diversas consequências
Efeito do álcool a nível dos olhos
Visão turva ou dupla
Efeito do álcool a nível da boca e garganta
Discurso confuso e fala arrastada
Efeito do álcool a nível da circulação
Níveis de álcool aumentam no sangue
O álcool move-se rapidamente para todas as partes do corpo, incluindo o feto
Efeito do álcool a nível do fígado
Metaboliza o álcool a uma taxa média de uma bebida normal por hora
Efeito do álcool a nível dos rins e balanço eletrolítico
Maior produção de urina
Perda de minerais e sais
Desidratação
Efeito do álcool a nível dos ossos e músculos
Dificuldade em andar e falta de jeito
Ossos partidos, hematomas, feridas e lesões internas
Efeito do álcool a nível do cérebro e sistema nervoso
Prejuízo dos processos de pensamento, concentração e juízo crítico
Alterações do humor
Perda de memória (blackout)
Distúrbio do sono
Efeito do álcool a nível dos pulmões
Os níveis de álcool aumentam no hálito
Efeito do álcool a nível da pele
Sudorese e vermelhidão
Efeito do álcool a nível do pâncreas e glicemia
Diminuição da glicemia
Efeito do álcool a nível do estômago e intestinos
O álcool é absorvido do intestino para o sangue
Indigestão
Diarreia
Náuseas e vómitos
Aumento da inflamação
Neurotransmissores afetados no álcool
GABA-alfa
e
Glutamato
Álcool - GABA-alfa (3)
Principal neurotransmissor inibitório estimulado pelo álcool
Provoca relaxamento e sedação
Áreas afetadas: movimento, memória (depressão das memórias recentes), julgamento (tomada de decisões) e respiração
Álcool - glutamato (2)
Maior neurotransmissor excitatório do cérebro
Consumo crónico leva a um aumento dos recetores glutamatérgicos no hipocampo - falhas de memória + crises convulsivas
Consumo de álcool - 4 considerações
Tolerância aguda acentuada e tolerância crónica
Dependência
○ Física - síndrome de abstinência (e delirium
tremens)
○ Psicológica
Tolerância cruzada com outros sedativos (ex.
benzodiazepinas)
Desenvolvimento de depressão e de ideais suicidas
Sintomas da síndrome de abstinência alcoólica
Desejo intenso de ingerir álcool
Tremor, irritabilidade
Náuseas
Distúrbios do sono
Taquicardia
Hipertensão
Sudorese
Distorção da perceção
Convulsões (6 a 48h depois da última dose)
Alucinações visuais (e ocasionalmente auditivas ou táteis) - 12 a 48h depois da última dose
Delirium tremens (48 a 96h depois da última dose; raro nos casos de abstinência sem complicações)
- Agitação extrema
- Confusão
- Febre, sudorese profusa
- Taquicardia
- Naúseas, diarreia
- Pupilas dilatadas
Álcool: dissulfiram
Impede degradação do álcool se houver ingestão
-
Acumulação de acetaldeído
-
Sinais e sintomas de intoxicação por acetaldeído
Álcool: naltrexona
Antagonista dos recetores opióides (μ) - bloqueio da ativação das vias dopaminérgicas cerebrais
Tratamento da dependência de narcóticos e de overdose
Náuseas, lesão hepática
Naloxona e nalmefeno
Álcool: acamprosato
Análogo do GABA - atua nos sistemas de glutamato
Bem tolerado
Efeito secundário: diarreia
Uso simultâneo com dissulfiram aumenta a eficácia
Fármacos orais utilizados no tratamento do abuso de álcool
Dissulfiram
Naltrexona
Acamprosato
Topiramato
Efeito do dissulfiram
Inibe a ALDH com aumento resultante do nível de acetaldeído depois da ingestão de álcool
A abstinência é reforçada para evitar as reações adversas resultantes
Efeito da naltrexona
Antagonista do recetor opioide μ
Parece diminuir a ingestão de álcool por atenuação da gratificação obtida com a ingestão e/ou diminuição do desejo
Efeito do acamprosato
Antagonista fraco dos recetores NMDA, ativador dos recetores GABA-A
Pode diminuir as síndromes de abstinência protraída brandas com atenuação da sensação de necessitar de álcool
4 caraterísticas das benzodiazepinas
Fármacos mais comumente prescritos - transtornos de ansiedade e insónias
Ligam-se alostericamente ao neurotransmissor GABA
Propriedades sedativas, hipnóticas, ansiolíticas, anticonvulsivantes e de relaxamento muscular
Controvérsia quanto ao grau em que ocorre tolerância aos efeitos ansiolíticos destes
Sinais e sintomas da abstinência de benzodiazepinas - depois do uso de doses moderadas
Ansiedade, agitação
Hipersensibilidade à luz e aos sons
Parestesias, sensações estranhas
Cãibras musculares
Abalos mioclónicos
Distúrbios do sono
Tonturas
Sinais e sintomas da abstinência de benzodiazepinas - depois do uso de doses altas
Convulsões
Delírio
Suspensão do uso de benzodiazepinas
Requer meses de uma redução gradual na dose de tratamento
Flumazenil - antagonista benzodiazepínico; reversão dos efeitos sedativos após anestesia; tratamento da intoxicação benzodiazepínica
Além do flumazenil, recorre-se também a benzodiazepinas de longa duração (diazepam e clorazepato) e a barbitúricos de longa ação (fenobarbital) para bloquear a sedação subjacente
4 caraterísticas da nicotina
Presente nos derivados do tabaco - substância psicoativa
Rapidamente absorvida pela pele, mucosas e pulmões
Ao atingir o SNC - libertação de neurotransmissores (sensação de prazer)
Provoca a modificação do estado emocional e comportamental
Mecanismo de atuação da nicotina (3)
Atua no recetor nicotínico, com 2 efeitos:
- estimulante exercido no locus ceruleus
- recompensa no sistema límbico (núcleo accumbens)
Ocorre uma resposta bifásica - um rápido efeito estimulante seguido de um depressor mais duradouro, por bloqueio dos recetores
Síntese de mais recetores para suprir os que se encontram bloqueados - doses cada vez mais elevadas - tolerância
Consumo de nicotina
A mais perigosa das drogas causadoras de dependência
Alto índice de fracasso no cessamento
Síndrome de abstinência da nicotina
Reforço negativo
Sinais e sintomas:
- Irritabilidade, impaciência e hostilidade
- Ansiedade
- Humor disfórico ou deprimido
- Dificuldade de concentrar-se
- Inquietude
- Redução da frequência cardíaca
- Aumento do apetite ou do peso corporal
Objetivo da terapia farmacológica na nicotina
Diminuir a compulsão por nicotina e inibir o seu efeito de reforço
Terapia de substituição de nicotina (NRT) - terapia farmacológica
Adesivo transdérmico, goma de mascar, pastilha, vapor de inalação e nebulizador nasal (24h)
Mantém uma concentração sanguínea baixa e sustentada de nicotina (sem pico) - impede síndrome de abstinência sem causar os efeitos normais da nicotina
Redução gradual da dose diária
Índice de abstinência em 12M de 20%
Terapia comportamental na nicotina - bupropiona
Bloqueia o reuptake de certos neurotransmissores (noradrenalina e dopamina) - efeitos estimulantes
Inicialmente utilizado como antidepressivo
Mecanismo de ação na facilitação da cessação tabágica ainda desconhecidos
Terapia comportamental na nicotina - vareniclina
Interage com os recetores nicotínicos da Ach ao nível do cérebro, funcionando como:
- Agonista parcial dos recetores alfa4beta2 - libertação da dopamina
- Antagonista - liga-se aos recetores com grande afinidade e impede a ligação da nicotina - pouca gratificação na recaída
Alterações de humor e de comportamento, com risco de desenvolvimento de ideação suicida
Índice de abstinência em 1 ano de 36,7%
Caraterísticas dos opióides
Tratamento da dor grave e crónica
Analgesia + estado de euforia e bem-estar
Recetores opióides podem sofrer internalização rápida após ligação do agonista através da via endocítica clássica da beta-arrestina
Efeitos dos recetores opióides
(MOP, DOP, KOP) + proteínas Gi/Go
- Inibição da adenilcíclase - diminuição do AMPc
- Inibição dos canais de Ca2+ VD
- Estimulação da abertur de canais de K+ - hiperpolarização
- Ativação da PKC e PLCbeta
Diminuição da libertação de neurotransmissores - diminuição da excitabilidade neuronial
Caraterísticas da heroína (opiáceo)
“Estupefaciente”: elevado potencial de gerar dependência física e psíquica
Injetada < fumadas ou ‘cheiradas’.
Entusiasmo + prazer intenso (orgasmo)
Início de ação rápido e uma curta semi-vida
Altamente lipossolúvel
Recetores MOP
É um pró-fármaco da morfina: é desacetilada em metabólitos ativos como a morfina e a 6-monoacetilmorfina
Injeção de heroína -> euforia (minutos) -> estado de tranquilidade, “tudo bem” (1h) -> 3-5h depois, efeitos regridem ->repeat
Sistemas homeostáticos (ex. eixos H-H-gonadal e H-H-suprarrenal)
Humor: dóceis e submissos -> irritáveis e agressivos + perturbações comportamentais drásticas
Heroína - tolerância
Dose igual - menor efeito desejado
Presente logo no momento que sucede o estado de euforia
Atingida também a nível da depressão respiratória e efeitos analgésicos, sedativos e eméticos
Síndrome de abstinência da heroína e outros opióides (abstinência comum)
Sintomas
- desejo incontrolável de usar opioides
- inquietude, irritabilidade
- acentuação da sensibilidade à dor
- náuseas, cãibras
- dores musculares
- humor disfórico
- insónia, ansiedade
Sinais
- dilatação das pupilas
- sudorese
- piloereção (“pele de ganso”)
- taquicardia
- vómitos, diarreia
- hipertensão arterial
- bocejos
- febre
Síndrome de abstinência da heroína e outros opióides (abstinência prolongada)
Sintomas
- ansiedade
- insónia
- desejo incontrolável de usar a droga
Sinais
- alterações cíclicas do peso, do diâmetro pupilar e da sensibilidade do centro respiratório
Terapia farmacológica na heroína - metadona
(heroína - medicação opióide, sendo que depois se vai reduzindo gradualmente a dose)
Metadona é um agonista opióide sintético de longa duração; prevenção e tratamento dos sintomas de abstinência; via oral, com atuação durante 24h; muito eficaz
Pacientes medicados com metadona ou buprenorfina não vão experienciar os altos e baixos produzidos pela heroína
Terapia farmacológica na heroína - buprenorfina
Agonista parcial sintético dos recetores MOP + antagonista dos recetores KOP e DOP
Via sublingual
2 formas:
- uma forma pura de buprenorfina (Subutex)
- e uma forma combinada de buprenorfina com naloxona, um antagonista opióide (Suboxone)
Vantagem da forma combinada: via intravenosa (abuso) - naloxona bloqueia ou diminui os efeitos que a buprenorfina sozinha poderia causar
Terapia farmacológica na heroína - naloxona
Antagonista opióide sintético com elevada
afinidade para os recetores MOP, prevenindo a
euforia e outros efeitos da ativação dos recetores
opióides
Utilizado para o tratamento de overdoses
Sem qualquer efeito agonista
Via oral, diariamente ou 3x por semana
Heroína - outras abordagens
Clonidina oral - um agonista alfa-2 que diminui a libertação adrenérgica no locus ceruleus
Medicina alternativa
Caraterísticas da cocaína
Estimulante de ação curta (curta semi-vida)
Inalada, fumada ou injetada
Metabolização hepática
Pode existir em 2 formas:
○ De alcalóide, “crack”: cocaína + bicarbonato = cocaína não-ionizada
- entra muito mais facilmente no SNC
- apropriada para o uso inalatório
○ ou de pó de cloridrato: cocaína e HCl = cocaína ionizada.
Mecanismo de ação da cocaína
Bloqueio dos transportadores NET, DAT e SERT que removem noradrenalina, dopamina e serotonina
da fenda sináptica
- Uso crónico reduz os níveis dos metabólitos neurotransmissores MOPEG e 5-HIAA.
Os seus efeitos anestésicos devem-se à ligação reversível e inativação dos canais de Na+ dependentes
de voltagem.
Via metabólica: hidrólise dos 2 grupos ésteres
- A benzoilecgonina produzida pela remoção do grupo metilo é o principal metabólito urinário
Usado como anestésico local
Efeitos da cocaína
Aumento da FC e PA
Excitação exacerbada, sensações de autoconfiança e bem estar
Euforia → repetição: atividade motoras involuntária, comportamento estereotipado, paranoia,
hiperglicemia, polidipsia intensa, midríase etc
Síndrome de abstinência da cocaína
Disforia e depressão
Sonolência, fadiga
Desejo intenso de usar a droga
Bradicardia
Caraterísticas das anfetaminas e drogas semelhantes
Aminas simpaticomiméticas
Euforia e um estado de alerta
Via oral, inalatória, intravenosa ou por aspiração
Semivida de 12 a 14 horas
Lipofílicas
Forma de atuação das anfetaminas e drogas semelhantes
Aumentam os níveis sinápticos de dopamina
(noradrenalina e serotonina) através da estimulação da
libertação pré-sináptica por uma via não-exocítica
+ Inibição competitiva do transportador vesicular das
aminas (VMAT2)
+ Inibição da monoamina oxidase (MAO)
5 anfetaminas e drogas semelhantes
Dextroanfetamina
Metanfetamina
Fenmetrazina
Metilfenidato
Dietilpropiona
Ações (5) das anfetaminas e drogas semelhantes
Estimulação do centro respiratório
Aumento da iniciativa e da autoconfiança
Supressão do apetite
Diminuição da fadiga
Diminuição da frequência cardíaca
Farmacocinética das anfetaminas e drogas semelhantes
Tempo de semivida depende da anfetamina e do pH urinário
Excreção na urina (mais rápida aquando de um ambiente acídico) após metabolização hepática
Consequências das anfetaminas e drogas semelhantes
Tonturas, tremores, reflexos hiperativos, irritabilidade, fraqueza
Consumo prolongado das anfetaminas e drogas semelhantes
Ansiedade, confusão, delírio, alucinações, tentativas de suicídio
4 caraterísticas da cafeína
Estimulante suave
Aumenta ligeiramente a libertação de noradrenalina e de
dopamina -> aumento da atividade neuronal
Absorvida no trato GI, é rapidamente distribuída para todos os tecidos
Passa facilmente a barreira placentária
Mecanismo de ação da cafeína
Mecanismo de ação: antagonismo competitivo nos recetores da adenosina
A adenosina é um neuromodulador que influencia o SNC
Por ser uma metilxantina, a cafeína também inibe as
fosfodiesterases dos nucleotídeos cíclicos
Síndrome de abstinência da cafeína
Sensação de fadiga e cansaço
Quando implicadas doses mais elevadas → cefaleias e náuseas
Caraterísticas dos canabinóides
Derivados da planta Cannabis sativa
Constituintes mais abundantes:
○ Psicotrópico : Δ-9-THC
○ Não Psicotrópico : Canabidiol
Tolerância pode começar rapidamente após um número reduzido de doses, mas desaparece rapidamente
Canabinóides: concentração de THC
Marijuana ou Erva -> 5 a 10% de THC
Haxixe -> cerca de 20% THC
Óleo de cannabis ou óleo de haxixe -> muito rico em THC (até 85%)
Os canabinóides atuam em recetores dos canabinóides:
Tipo CB1 -> localização predominantemente no SNC (cérebro e vias neuronais periféricas)
Tipo CB2 -> localização predominantemente na periferia (sistema imunitário e hematopoiético)
Como atuam os canabinóides?
Neurotransmissores vão atuar no neurónio pós-sináptico
É despoletada uma resposta retrógrada mediada por
endocanabinóides (anandamida e o 2-AG)
Ligam-se aos recetores CB1 e CB2 pré-sinápticos
Regulação pré-sináptica de libertação de neurotransmissores
Sistema protetor de sinalização que impede ativação neuronal
excessiva
Mimetizam a ação dos endocanabinóides
Efeitos medicinais dos canabinóides
Propriedades antieméticas que
atenuam os efeitos da quimioterapia
antineoplásica
Relaxantes musculares
Anticonvulsivantes
Redução da pressão intraocular elevada nos pacientes de glaucoma
“High” - canabinóides
Prazer, bem-estar e euforia
Alterações de humor, da perceção e da motivação
Redução das funções cognitivas (tempo de reação, humor, aprendizagem e memória)
Redução da coordenação motora
Tonturas
Fome exagerada
Aumento do prazer sexual (não comprovado)
Pânico ou alucinações
Psicose aguda (por vezes)
“Síndrome da perda de motivação” (sintomas
depressivos)
Tolerância - canabinóides
Tolerância ocorre logo após o consumo de
poucas doses, mas também desaparece
rapidamente
Síndrome de abstinência - canabinóides
Não é normalmente observada
Sintomas:
- inquietude
- irritabilidade
- agitação branda
- insónia
- alterações do EEG durante o sono
- náuseas e cãibras
2 caraterísticas dos agentes psicadélicos
Produção de transtornos da perceção, do pensamento ou
do humor em doses baixas
Efeitos mínimos na memória e na orientação
Dois grupos principais de compostos psicodélicos
- Indoleaminas
- Fenetilaminas
Ambos os grupos tem afinidade elevada para o recetor 5-
HT (serotonina) - implicado no mecanismo das
alucinações
Diferenças na afinidade para o recetor, influenciam
intensidade da resposta
Agentes psicodélicos
Alucinogénios indoleamínicos - LSD, DMT e psilocibina
Alucinogénios fenetilamínicos - Mescalina, DOM, MDA e MDMA
PCP
LSD - caraterísticas
Dietilamida de ácido lisérgico: a droga alucinogénica mais potente - causa efeitos psicodélicos
significativos com doses muito reduzidas
Farmacocinética do LSD
Sistema comum de distribuição -> pedaços de papel do tamanho de selos impregnados com doses
variáveis de LSD
Absorvido rapidamente após administração oral;
➔ Efeitos começam após 40-60 min;
➔ Atingem intensidade máxima em 2-4h;
➔ Regridem gradativamente ao longo de 6-8h
Metabolismo hepático
Efeitos do LSD no SNC
Alucinações
Alterações de humor (paranoia, depressão)
Alteração da noção temporal e espacial
Sentimento de pânico e ansiedade (“bad trip”) e por vezes pensamentos suicidas
Grande sensibilidade sensorial: cores mais intensas/brilhantes, perceção de sons impercetíveis, formas alteradas
Atenção focada em objetos invulgares
Efeitos periféricos do LSD
Midríase
Pressão arterial e pulso aumentados
Aumento da temperatura corporal e rubor
Xerostomia
Sudurese
Nauseas
Em casos extremos, no LSD…
As reações psicóticas podem estender-se por dois ou mais dias
Terapia farmacológica para o LSD
Apenas há terapia farmacológica nos casos
associados a “bad trips”, incluindo medicação
ansiolítica como o Diazepam
Psilocibina - caraterísticas
Cogumelos mágicos
Provoca alucinações visuais e auditivas, com perceção alterada, euforia e aumento da atividade simpática
MDMA e MDA - caraterísticas
Popular nos anos 80 nas universidades;
Metilenodioximetanfetamina ou Ecstasy -> MDMA;
Metilenedioxianfetamina -> MDA;
Derivados das anfetaminas;
Bloqueiam os transportadores responsáveis pela
recaptação de noradrenalina, dopamina e serotonina,
aumentando a sua concentração na fenda sináptica e
intensificando a sua ação.
Efeitos do MDMA e MDA
Duram cerca de 3 a 6 horas
- Sentimento de energia
- Alteração da noção de tempo
- Experiências sensoriais com perceção melhorada
- Taquicardia
- Xerostomia
- Mandíbula cerrada
- Dores musculares
- Alucinações
- Agitação
- Hipotermia
- Ataques de pânico
PCP - caraterísticas
Droga amplamente disponível
Efeitos farmacológicos são diferentes dos efeitos produzidos por
drogas psicodélicas como o LSD
Desenvolvida no anos 50 como anestésico
Substância de abuso nos anos 70
Grande afinidade para as estruturas localizadas no córtex e no sistema límbico
Bloqueio dos recetores do glutamato do tipo N-metil-D-aspartato
(NMDA)
Inibe atividade excitatória do glutamato
PCP - efeitos doses reduzidas
Inibição de emoções
Pensamento concreto
Respostas bizarras aos testes de projeção
Postura catatônica (semelhante à da esquizofrenia)
PCP - efeitos doses aumentadas
Alucinações
Comportamento hostil e agressivo
Aumento dos efeitos anestésicos
Pode dar origem a coma com rigidez muscular,
rabdomiólise, hipertermia
Aumento da pressão arterial e midríase
Inalantes incluem:
Tolueno
Querosene
Gasolina
Tetracloreto de carbono
Nitrito de amilo
Óxido nitroso
Caraterísticas dos inalantes
Várias categorias de compostos químicos voláteis à temperatura ambiente
Levam a alterações abruptas do estado mental quando são inalados
Padrões caraterísticos de resposta a cada substância
Tolueno
Geralmente provoca tonturas e intoxicação
Nitrito de amila
Causa relaxamento dos músculos lisos
Efeitos adversos:
- palpitações
- hipotensão postural e cefaleias, com progressão para perda de consciência
Óxido nítrico e halotano
Usados ocasionalmente como intoxicantes por profissionais da área médica
Efeitos do óxido nitroso:
- Euforia e analgesia
- Perda de consciência
Prevenção e recuperação - desintoxicação
Retirada da(s) droga(s) evitando graves sintomas de privação
Estratégias de substituição
Tratamento dos sintomas fisiológicos co-existentes
Prevenção e recuperação - psicoterapia e reintegração
Corrigir o comportamento subjacente
Exige cooperação do indivíduo e apoio e vigilância
Triplo objetivo: supressão permanente de drogas, reabilitação pessoal e integração social.
Fatores que predispõem à dependência a drogas
Inconformismo
Falta de afeto
Ausência de lar ou estrutura familiar harmónica
Revolta contra a autoridade
Ausência de ideais éticos ou religiosos
Falta de tarefas adequadas com utilidade para o próprio
(por estes fatores, a recuperação de toxicómanos tem maior sucesso quando
à terapia farmacológica se associa a terapia psicológica)
Papel do médico na dependência de drogas
Cuidar do consumidor de droga
Tratar as intoxicações agudas
Tratar das complicações/ações tóxicas das drogas
Recuperar toxicómanos
Participar em campanhas de esclarecimento e prevenção
Não contribuir para o estabelecimento de dependências ao receitar excessivamente
Dar o exemplo
Uma terapia de sucesso requer:
contínua reavaliação das suas estratégias + adaptação ao doente
Estratégias de redução de riscos
Oferta de seringas esterilizadas
Oferta de toalhetes com álcool para desinfeção da zona a injetar
Colocar à disposição lugares seguros e higiênicos onde possam administrar a substância de abuso
Terapias de substituição (metadona, buprenorfina, LAAM)
Medidas a nível legal que podem ser adotadas
Despenalização
Liberalização
Descriminalização