T14 - Antidiabéticos (terminado) Flashcards

1
Q

Definição de diabetes

A

Hiperglicemia

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2
Q

Patogénese da diabetes

A

Fatores ambientais + fatores genéticos

Insuficiência na secreção de insulina

Resposta reduzida à insulina

Aumento produção/acumulação de glicose

Anomalia resultante deste desequilíbrio - repercussões sobre o metabolismo lipídico,
proteico

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3
Q

Hemoglobina glicosada

A

3 meses

Alterações transitórias da glicemia no doente

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4
Q

Principais comorbilidades da diabetes

A

Retinopatia

Neuropatia (pode originar amputação do pé diabético)

Nefropatia

Vasculopatia

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5
Q

Critérios de diagnóstico de diabetes

A

Sintomas de diabetes mais glicemia superior a 200mg/dL ou superior a 11.1 mM (glicose no sangue)

Glicose plasmática em jejum superior a 126mg/dL ou 7.0 mM

HbA1 superior ou igual a 6.5%

Glicose plasmática 2 horas após teste de tolerância oral à glicose (com 75g de glicose dissolvida em água) superior ou igual a 200mg/dL (11.1mM)

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6
Q

Diabetes tipo 1 (DM)

A

Destruição seletiva das células β (causa imune ou idiopática) → défice grave ou absoluto de insulina

Mais frequentemente diagnosticada em indivíduos jovens

Terapia de substituição com insulina (injeção subcutânea)
- Interrupção da terapia de substituição de insulina pode resultar em cetoacidose diabética ou em morte do paciente (libertação excessiva
de AG - secundária aos reduzidos níveis de insulina-, os quais são
subsequentemente convertidos em cetoácidos)

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7
Q

DM tipo 2

A

Resistência tecidular à ação da insulina acompanhada por um défice relativo da
secreção de insulina

A deficiente ação da insulina está associada a um aumento do fluxo FFA e dos
níveis de TAG, bem como a uma redução dos níveis de HDL

Pacientes com diabetes tipo II podem não necessitar de insulina para
sobreviver, mas uma fração significativa beneficia com a insulinoterapia

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8
Q

DM tipo III

A

Casos de diabetes secundários a múltiplas outras causas específicas, tais como
pancreatectomia, pancreatite, doenças não-pancreáticas e terapia
farmacológica

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9
Q

DM tipo IV

A

(diabetes gestacional)

Anomalia nos níveis de glicose surgida durante a gravidez. De facto, durante a
gravidez, a placenta e as hormonas placentárias induzem resistência à insulina,
a qual é mais pronunciada no último trimestre

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10
Q

Homeostasia da glicose

A

Durante o jejum, a glicemia é mantida num intervalo estreito

No estado pós-prandial, a
absorção de nutrientes causa um aumento da glicemia, resultando na libertação de
incretinas e havendo estímulos que promovem secreção de insulina (sob o contro da
insulina, o fígado, músculo esquelético e tecido adiposo captam ativamente glicose)

Jejum - glicose inferior a 100mg/dL e ácidos gordos de 400 uM

Estado prandial - glicose entre 120 a 140 mg/dL e ácidos gordos inferiores a 400uM

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11
Q

Síntese e processamento da insulina

A

A insulina é uma pequena proteína constituída por 51 aminoácidos dispostos em duas cadeias
(A e B) unidas por pontes dissulfito

Inicialmente, a pré-pro-insulina consiste: péptido sinal + péptido C + cadeias A e B. Depois formase proinsulina por clivagem do péptido sinal. Posteriormente, é clivado o pétido C formandose insulina (=cadeias A e B). Notar que o péptido C é secretado de forma equimolar com a
insulina e não sofre um efeito de 1ª passagem pelo fígado significativo, pelo que é um bom
indicador da secreção de insulina (além disso carece de qualquer função fisiológica)

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12
Q

Regulação da secreção da insulina

A

Quando estimuladas pela glicose (ou outras substâncias: manose, aminoácidos, hormonas como
a GLP-1, estímulos vagais, agonistas β2…) as células pancreáticas β aumentam libertação de
insulina: captação de glicose via GLUT1 → metabolização da glicose → aumento do ATP →
inibição dos canais de K+ sensíveis ao ATP → despolarização → entrada de Ca2+ pelos canais
de Ca2+ VD → libertação da insulina contida em vesículas

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13
Q

Regulação farmacológica da secreção da insulina

A

Sulfonilureias são bloqueadores canais de K+ sensíveis ao ATP, sendo o tradicional
antidiabético oral, desde há mais de 50 anos usado
- Os meglitinides e a D-fenilalanina têm a mesma ação

O diazóxido, além de ter um efeito vasodilatador, é um conhecido ativador dos canais
de K+ sensíveis ao ATP

Por outro lado, a somatostatina, a leptina, agonistas α2 e níveis cronicamente elevados de
glicose e baixos de AG podem inibir a secreção de insulina

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14
Q

Sinalização pela insulina - consideração geral

A

Funcionamento do recetor da insulina e de todas as
cascatas associadas à transdução de sinal (a ativação do recetor vai gerar, na membrana
celular, um aumento da expressão do transportador de glicose)

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15
Q

Sinalização pela insulina - recetor da insulina

A

O recetor da insulina consiste em 2 heterodímeros covalentes ligados – cada heterodímero
apresenta uma subunidade extracelular (de ligação à insulina), bem como uma subunidade
transmembranar (que contém um domínio cínase de tirosina)

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16
Q

Sinalização pela insulina - ligação da insulina ao recetor da insulina

A

A ligação da insulina às subunidades extracelulares ativa o recetor da insulina, induzindo
uma alteração conformacional que facilita a fosforilação mútua dos resíduos de tirosina,
levando à ativação de uma cascata de sinalização intracelular. De facto, as proteínas IRS
(substratos do recetor de insulina) ligam-se aos resíduos fosforilados do recetor de insulina,
passando a ativar outras cínases

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17
Q

Sinalização pela insulina - ativação das vias intracelulares pela insulina

A

A ativação destas vias intracelulares resulta na translocação de transportadores da glicose
(nomeadamente GLUT4) para a membrana celular, o que resulta num aumento da captação
da glicose. Paralelamente ocorre: crescimento celular, síntese proteica, glicogénese

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18
Q

Sinalização pela insulina - agentes hormonais

A

De referir que vários agentes hormonais, tais como os glicocorticóides, diminuem a
afinidade dos recetores da insulina para a insulina, enquanto a hormona de crescimento
parece aumentar esta afinidade. Por outro lado, uma fosforilação aberrante dos resíduos de serina e treonina das subunidades do recetor de insulina ou das moléculas de IRS pode
resultar na génese de resistência à insulina, bem como em down-regulation funcional do
recetor

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19
Q

Sinalização pela insulina - degradação da insulina

A

A degradação da insulina é maioritariamente operada pelo fígado e, em menor escala, pelo
rim (embora nos diabéticos que recebem injeções de insulina, esta tendência se inverta)

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20
Q

Efeitos da insulina no fígado

A

Reversão das caraterísticas catabólicas da deficiência em insulina

  • Inibe a glicogenólise
  • Inibe a conversão de ácidos gordos e aminoácidos em cetoácidos
  • Inibe a conversão de aminoácidos em glicose

Ação anabólica

  • Promove o armazenamento de glicose como glicogénio (induz a glicocínase e a síntase do glicogénio, inibe a fosforílase)
  • Aumenta a síntese de triglicerídeos e a formação de lipoproteínas de muito baixa densidade
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21
Q

Efeitos da insulina no músculo

A

Aumento da síntese de proteínas

  • Aumenta o transporte dos aminoácidos
  • Aumento a síntese de proteínas do ribossoma

Aumento da síntese de glicogénio

  • Aumenta o transporte da glicose
  • Induz a síntase do glicogénio e inibe a fosforílase
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22
Q

Efeitos da insulina no tecido adiposo

A

Aumento da síntese de proteínas

  • Induz e ativa a lípase de lipoproteínas a hidrolisar triglicerídeos das lipoproteínas
  • O transporte de glicose para as células dá fosfato de glicerol para permitir a esterificação de ácidos gordos fornecidos pelo transporte de lipoproteínas
  • A lípase intracelular é inibida pela insulina
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23
Q

Patofisiologia da DM tipo 2

A

Sem insulina a ser secretada pode-se chegar a uma situação de coma cetoacidótico; a insulina
tem ações que revertem o catabolismo e favorecem o anabolismo; aumenta a síntese de
triglicerídeos a partir de lipoproteínas de baixa densidade, sendo este aspeto muito importante
para controlarmos o fenómeno da dislipidemia que, muitas vezes, está associado ao doente
diabético, principalmente ao tipo II

Um doente diabético, aquele indivíduo que produz quantidades inadequadas de insulina ou que
nem sequer produz insulina, o que se repete sempre é que temos uma hiperglicemia. Na DM
tipo II, em que há alguma capacidade para segregar insulina ou em que o tecido periférico, como
o fígado e o tecido gordo, tem alguma capacidade para responder à insulina

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24
Q

Fármacos que provocam hiperglicemia

A

Glicocorticoides

Antipsicóticos

Inibidores da protease

Agonistas beta-adrenérgicos

Diuréticos (tiazidas, de ansa)

Hidantoínas (fenitoína)

Opióides (fentanil, morfina, …)

Diazoxida

Ácido nicotínico

Pentamidina

Epinefrina

Interferões

Anfotericina B

Asparaginase

Acamprosato

Basiliximab

Hormonas tiroideias

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25
Fármacos que provocam hipoglicemia
Antagonistas beta-adrenérgicos Salicilatos Etanol AINEs (anti-inflamatórios não esteroides) Pentamidina Inibidores da enzima conversora da angiotensina Cloreto de lítio Teofilina Bromocriptina Mebendazole
26
Gestão do doente diabético
Controlo da glicemia (através da dieta, exercício físico e, eventualmente, medicação) Tratamento de condições associadas (dislipidemia, hipertensão, obesidade, doença cardiovascular) Gestão de complicações da diabetes (retinopatia, doença cardiovascular, neuropatia, nefropatia, …)
27
Objetivos na diabetes
Pressão arterial inferior a 130/80 Controlo glicémico - HbA1c inferior a 7,0% - glicemia pré-prandial entre 70 a 130mg/dL - pico de glicemia pós-prandial inferior a 180mg/dL Lípidos - LDL inferior a 100mg/dL - HDL superior a 40mg/dL - triglicerídeos inferior a 150mg/dL
28
4 tipos de insulina injetáveis que existem
Insulinas de ação muito rápida Insulinas de ação rápida Insulinas de ação intermédia Insulinas de ação longa/lenta
29
As preparações comerciais de insulina diferem...
Em vários aspetos, tais como nas técnicas de produção de DNA recombinante, nas sequências aminoacídicas, na concentração, duração da sua ação biológica, …
30
As insulinas de ação muito rápida e de ação lenta são disponibilizadas como...
Soluções límpidas a pH neutro e contêm pequenas quantidades de zinco, que aumentam a sua estabilidade
31
As insulinas de ação intermédia são disponibilizadas como...
Suspensões turvas a pH neutro, apresentando protamina no seu tampão fosfato
32
Os esquemas terapêuticos atuais de insulina...
Optam pelo uso de análogos da insulina, uma vez que | estes apresentam uma ação mais previsível
33
A terapia intensiva de insulina procura...
Estabelecer padrões de glicose próximos do normal | ao longo do dia, minimizando o risco de hipoglicemia
34
Os regimes intensivos de insulina...
Envolvendo envolvendo várias injecções diárias utilizam análogos da insulina de acção lenta (de modo a assegurar uma cobertura durante um período basal) e análogos de insulina de acção muito rápida (de modo a assegurar as necessidades durante o período das refeições). Estes últimos análogos são administrados como doses suplementares para corrigir a hiperglicemia transitória estabelecida no período pós-prandial
35
Caraterísticas da insulina de ação muito rápida
As insulinas de ação muito rápida permitem uma simulação da ação prandial da insulina, dado o seu curto tempo de latência e o seu pico de ação precoce Para além disso, as insulinas de ação muito rápida apresentam a vantagem de poderem ser administradas imediatamente antes de uma refeição, sem que isso sacrifique o controlo da glicose A ação das insulinas de ação muito rápida raramente ultrapassa as 4-5 horas, o que diminui o risco de hipoglicemia pós-prandial tardia
36
Insulina de ação muito rápida - exemplos
Insulina lispro Insulina aspart Insulina glulisina
37
Caraterísticas da insulina glulisina
A insulina glulisina é formada por substituição de um resíduo de aspargina por lisina (na posição B3) e de um resíduo de lisina por ácido glutâmico (na posição B29) Absorção, ação e características imunológicas são similares às de outras insulinas de ação muito rápidas
38
Caraterísticas da insulina lispro
Semelhante à insulina, exceto na posição de dois aminoácidos próximos do terminal carboxilo, que sofreram uma inversão – a prolina situada na posição B28 passou para a posição B29, trocando com a lisina que aí se encontrava (daí o nome “lispro”) A inversão da posição destes dois aminoácidos não interfere com a ligação da insulina lispro ao receptor da insulina, nem com o seu período de semi-vida ou imunogenicidade. De facto, este análogo difere da insulina pelo facto de apresentar uma capacidade muito reduzida de se auto-dimerizar de modo anti-paralelo Insulina lispro preguilada causa ligeira baixa de peso; possui hepatoseletividade
39
Caraterísticas da insulina aspart
Substituição da prolina B28 por um resíduo de ácido aspártico negativamente carregado. Perfil de atividade são similares aos da insulina lispro Mais uma vez, esta modificação inibe a auto-agregação da insulina
40
Insulina de ação rápida - exemplo
Insulina regular
41
Caraterísticas da insulina regular
Apesar de ser produzida com recurso a técnicas de DNA recombinante, esta insulina é idêntica à humana Em elevadas concentrações, as moléculas de insulina regular autoagregam-se de modo antiparalelo, formando dímeros, que subsequentemente se organizam em hexâmeros de insulina em torno dos iões de zinco, o que induz maior tempo de latência Os seus efeitos surgem num período de 30 minutos, enquanto a sua atividade máxima é atingida num período de 2-3 horas após injeção subcutânea. Os seus efeitos duram entre 5 a 8 horas. Consequentemente, quando a insulina regular é administrada no período prandial, a velocidade de aumento da glicemia é superior à de aumento da insulina – isto gera uma situação de hiperglicemia pós-prandial precoce, para além de aumentar o risco de hipoglicemia pós-prandial tardia. Assim, a insulina regular deve ser administrada 30-45 minutos antes da refeição, de modo a minimizar este mismatching → atualmente, o uso da insulina regular está a diminuir, devido à elevada propensão para mismatchings. Todavia, a insulina regular é a única que deve ser administrada por via IV
42
Insulinas de ação intermédia e de ação lenta - exemplos
Insulina NPH (protamina neutra de Hagedorn) Insulina glargina Insulina determir
43
Caraterísticas da insulina NPH
(protamina neutra de Hagedorn) Insulina de ação intermédia, cuja absorção e tempo de latência encontram-se atrasados, devido à combinação de quantidades apropriadas de insulina e protamina - Toda a insulina NPH administrada encontra-se ligada à protamina. Ora, após injeção subcutânea, as enzimas proteolíticas tecidulares degradam a protamina, permitindo a absorção de insulina A ação da insulina NPH é imprevisível, na medida em que apresenta grande diversidade de absorção. Isto explica porque é que o uso clínico da NPH se encontra em declínio – as insulinas de ação lenta apresentam uma ação mais previsível, mimetizando melhor as ações fisiológicas da insulina
44
Caraterísticas da insulina glargina
A insulina glargina é um análogo solúvel da insulina que apresenta ação lenta e que não atinge um pico de concentrações (mas sim um plateau). Este análogo é, então, utilizado para reproduzir a secreção basal de insulina Em termos moleculares, o terminal carboxilo da sua cadeia B encontra-se ligado a duas moléculas de arginina, enquanto na posição A21, ocorre substituição de um resíduo de glicina por aspargina. Ora, estas alterações resultam na génese de uma molécula solúvel em meio ácido, mas que precipita no pH do organismo após injeção subcutânea. Assim, as moléculas de insulina separam-se lentamente dos precipitados cristalinos, gerando níveis baixos e prolongados de insulina em circulação A glargina é normalmente administrada uma vez por dia, embora alguns indivíduos possam consumi-la 2 vezes por dia. A capacidade de ligação ao recetor IGF-1 da insulina é 6 a 7 vezes superior à da insulina humana. Forma hexâmeros/depósitos
45
Caraterísticas da insulina determir
A insulina determir encontra-se desprovida da treonina terminal da posição B30, enquanto a lisina terminal B29 se encontra ligada ao ácido mirístico. Estas modificações prolongam a disponibilidade da insulina determir, pois aumentam a auto-agregação no tecido subcutâneo e a ligação reversível à albumina A insulina determir é aquela que melhor mimetiza a secreção basal de insulina, sendo que o seu uso está associado a um menor risco de hipoglicemia, por comparação com o uso de insulina NPH
46
Misturas de insulina
Insulinas lispro, aspart e glulisina + insulina NPH Insulinas intermédias compostas por complexos de protamina com insulina lispro e insulina aspart (a mistura anterior revelava-se instável pelo que se desenvolveram estas) (a insulina glargina e determir devem ser administradas através de injeções separadas)
47
Riscos da terapia de insulina (4)
Hipoglicemia - Estas reações resultam, normalmente, de um consumo glicídico inadequado, de atividade física suplementar ou da administração de uma dose excessiva de insulina - Manifestações clínicas: taquicardia, sudação, náuseas, fome → convulsões e coma. As manifestações são reversíveis pela administração de glicose Alergia à insulina - reação de hipersensibilidade imediata Resistência imune à insulina - anticorpos IgG anti-insulina Lipodistriofia nos locais de injecção - por vezes, há atrofia do tecido adiposo subcutâneo situado no local de injeção
48
Fármacos antidiabéticos orais (6)
Existem 6 categorias de fármacos antidiabéticos orais para o tratamento da diabetes tipo II: Secretagogos de insulina: Sulfonilureias, meglitinidas e derivados da D-fenilalanina - sulfonilureias aumentam a secreção de insulina a partir das células β Biguanidas - biguanidas diminuem a produção hepática de glicose Tiazolidinedionas - tiazolidinedionas reduzem a resistência à insulina Inibidores da α-glicosídase - retardam a degradação e absorção do amido e dissacarídeos Terapias baseadas em incretinas - terapias baseadas em incretinas promovem um aumento de libertação de insulina e um decréscimo da secreção de glicagina Análogo da amilina (pramilintida) - diminui os níveis pós-prandiais de glicose, reduzindo simultaneamente o apetite Inibidores do SGLT2
49
Qual é o tratamento tradicional para a diabetes de tipo II?
As sulfonilureias e as biguanidas
50
Secretagogos de insulina
Sulfonilureias Meglitidinidas Derivados da D-fenilalanina
51
Mecanismo de ação das sulfonilureias
As sulfonilureias aumentam a libertação pancreática de insulina. Adicionalmente, pensa-se que as sulfonilureias reduzam os níveis séricos de glicagina e induzam o fecho dos canais de K+ de tecidos extrapancreáticos Em termos moleculares, as sulfonilureias ligam-se a um recetor de elevada afinidade, que se encontra associado a um canal de potássio inward rectifier sensível ao ATP expresso ao nível das células β, inibindo-o (the sulfonylurea receptor, SUR)
52
Divisão das sulfonilureias
As sulfonilureias são normalmente divididas em agentes de 1ª geração e 2ª geração, os quais diferem, sobretudo, na sua potência e efeitos adversos. O uso das sulfonilureias de primeira geração é cada vez menor, de tal modo que apenas as sulfonilureias de segunda geração serão abordadas
53
Ligação das sulfonilureias às proteínas plasmáticas
As sulfunilureias estão de uma forma elevadíssima ligadas às proteínas plasmáticas, portanto a interação com fármacos que se ligam ao mesmos locais de fixação na albumina é crítico nos percebermos, como AINEs, alguns antibióticos que se ligam, principalmente macrólidos, temos de ter este aspeto em conta, o da ligação às proteínas plasmáticas, como nos fármacos anti-epiléticos. Por causa disto, obviamente têm um volume de distribuição muito baixo, e ao ter um volume de distribuição baixo, nós vamos perceber que a eliminação também vai ser relativamente longa
54
Metabolização das sulfonilureias
O fígado metaboliza as sulfunilureias e os metabolitos são excretadas na urina Portanto, as sulfunilureias devem ser administradas com precaução a pacientes com insuficiência renal ou hepática
55
Sulfonilureias e hipoglicemia
Apesar do seu curto período de semivida, os seus efeitos hipoglicémicos são evidentes por 12-24h e são normalmente administrados 1 vez por dia. As sulfunilureias podem causar reações hipoglicémicas, incluindo coma. Isto é particularmente preocupante em pacientes com problemas nas funções hepática e renal que tomam sulfunilureias de longa duração (o fármaco não é eliminado e acumula)
56
Efeitos laterais das sulfonilureias
Um dos efeitos laterais do uso destas substâncias é ganho de peso 1-3Kg. Outros efeitos, menos frequentes, incluem: náuseas, vómitos, icterícia colestática, … Existe um debate sobre se o tratamento com sulfunilureias está associado com aumento do risco de mortalidade cardiovascular, que poderá estar relacionado com a expressão do recetor de sulfunilureia nas CML dos vasos e do cardiomiócitos
57
Usos das sulfonilureias
As sulfunilureias são usadas para o tratamento de diabetes tipo II e todos os fármacos desta classe parecem ser igualmente eficazes
58
Contraindicações do uso das sulfonilureias (4)
Diabetes tipo 1 Gravidez Lactação Insuficiências renal e hepática
59
4 exemplos de sulfonilureias
Gliburida Glipizida ▪ sulfonilureia com menor período de semivida Glimepirida Gliclazida ▪ A gliclazida difere das restantes sulfonilureias pelo facto de ser específica para o canal de potássio dependente de ATP, não ativando outras vias moleculares. Para além disso, este fármaco apresenta um efeito protetor das células β, inibindo a sua apoptose
60
Sulfonilureias de 1ª geração
Clorpropamida Tolezamida Tolbutamida
61
Considerações das meglitinidas
As sulfonilureias e as meglitinidas actuam em vias moleculares comuns – de facto, para além de apresentarem o seu próprio local de ligação, as meglitinidas partilham 2 locais de ligação com as sulfonilureias À semelhança das sulfunilureias, o principal efeito lateral é hipoglicemia
62
Exemplo de meglitinida
Repaglinida
63
Caraterísticas da repaglinida
Tempo de latência muito reduzido, atingindo o seu efeito/concentração máximo uma hora após ingestão, embora a sua acção se prolongue por 5-8 horas → indicada para o controlo dos picos hiperglicémicos pós-prandiais Metabolização hepática, a qual é operada pela enzima CYP3A4 Para além de poder ser utilizada em monoterapia, a repaglinida pode ser utilizada em combinação com as biguanidas. Este fármaco não contém enxofre, podendo, por isso, ser administrado a diabéticos com alergia ao enxofre ou às sulfonilureias
64
Caraterísticas dos derivados da D-fenilalanina
Nateglinida - Estimula a libertação transitória e muito rápida de insulina. Em termos moleculares, este fármaco atua nas células β, promovendo o fecho do canal de potássio sensível ao ATP. Para além disso, a nateglinida restabelece a libertação inicial de insulina em resposta à administração de glicose - O principal efeito terapêutico é reduzir a hiperglicemia pósprandial, embora apresente um efeito mínimo nos níveis de glicose em jejum
65
Mecanismo de ação das biguanidas
O mecanismo de ação das biguanidas (grupo ao qual pertence a metformina) ainda permanece amplamente desconhecido. Todavia, sabe-se que o seu efeito principal prende-se com redução da síntese de glicose, através da ativação da cínase das proteínas activada pelo AMP (AMPK). A AMPK ativada estimula a oxidação de AG, uptake de glicose, metabolismo não-oxidativo, reduz a lipogénese e gliconeogénese Para além disso, as biguanidas podem atuar por mecanismos menos importantes: impedimento da gliconeogénese renal; atraso da absorção gastrointestinal de glicose; aumento da remoção da glicose do sangue; redução dos níveis plasmáticos de glicagina
66
Hipoglicemia e biguanidas
A ação hipoglicemiante das biguanidas não depende do funcionamento das células pancreáticas β e também tem pouco efeito na glicose sanguínea em estados normoglicémicos Não são conhecidos casos de hipoglicemia secundária à terapia com biguanidas.
67
Farmacodinamia das biguanidas
A semi-vida da metformina ronda as 1,5-3 horas. Este fármaco não se liga às proteínas plasmáticas nem é metabolizado, sendo excretado pelos rins sob a forma activa. A metformina bloqueia a gliconeogénese, de tal modo que este fármaco pode impedir o metabolismo hepático do ácido láctico. Assim, em pacientes com insuficiência renal, ocorre acumulação de biguanidas e aumento concomitante do risco de acidose láctica (sendo que esta complicação parece depender da dose administrada de biguanidas)
68
As biguanidas são fármacos de ...
Primeira linha no tratamento da diabetes de tipo II
69
Vantagens da metformina
Apresenta vantagens claras em relação à insulina ou às sulfonilureias, na medida em que não induz um aumento de peso, não provoca hipoglicemia e atua como um agente poupador de insulina. Assim, de acordo com estudos recentes, a terapia com metformina diminui o risco de doença macrovascular e microvascular (note-se que as restantes terapias apenas interferem com a morbilidade microvascular)
70
Metformina e prevenção da diabetes tipo II
É útil na prevenção da diabetes tipo II, nomeadamente em indivíduos obesos, de meia-idade, com menor tolerância à glicose e hiperglicemia em jejum Contudo, a metformina não previne a diabetes em indivíduos idosos ou mais magros
71
Metformina - uso
A metmorfina é eficaz quando usada em monoterapia. De referir que a metformina pode ser usada em conjunto com os secretagogos de insulina e com as tiazolidinedionas, em diabéticos tipo II para os quais a monoterapia oral seja inadequada
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Efeitos adversos da metformina
Os efeitos adversos mais comuns da metformina versam o sistema gastrointestinal e cursam com anorexia, náuseas, vómitos, desconforto abdominal e diarreia. Para além disso, a administração crónica de metformina parece reduzir a absorção de vitamina B12 (provavelmente devido a má-absorção)
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Metformina e normoglicemia
A metformina não tem qualquer efeito em situações normoglicémicas e raramente está associada a situações de hipoglicemia. Este aspeto é muito bom e conforta porque em termos terapêuticos o risco de má utilização da metformina é relativamente baixo
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Atuação das tiazolidinedionas
``` As tiazolidinedionas (Tzds) atuam num sentido de diminuir a resistência à insulina. As Tzds são ligandos do recetor PPAR-γ – estes recetores pertencem à superfamília dos receptores nucleares, encontrando-se expressos ao nível do músculo, fígado, tecido adiposo… Os recetores PPAR-γ modulam a expressão de genes envolvidos no metabolismo lipídico e glicídico, bem como nas vias de transdução de sinal da insulina e da diferenciação adipocitária ``` Nos diabéticos, o tecido adiposo constitui um dos principais locais de atuação das Tzds. Nesse tecido, as Tzds promovem a captação e utilização de glicose, para além de modular a síntese de hormonas lipofílicas, citocinas e outras proteínas envolvidas na regulação energética. Para além disso, as Tzds também regulam a apoptose e diferenciação dos adipócitos
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Exemplos de tiazolidinedionas
Pioglitazona e Rosiglitazona (as duas são eficazes em monoterapia)
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Tiazolidinedionas - euglicemia
As Tzds são consideradas euglicémicas, apresentando uma eficácia similar à da monoterapia com sulfonilureias ou biguanidas. Contudo, uma vez que as Tzds atuam por mecanismos dependentes da regulação génica, estes fármacos apresentam um elevado tempo de latência, o qual pode atingir alguns meses
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Associação das tiazolidinedionas
Com as sulfonilureias ou com a insulina pode induzir | hipoglicemia, podendo obrigar a um ajuste das dosagens administradas
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Efeitos adversos das tiazolidinedionas
O principal efeito adverso das Tzds prende-se com a retenção de fluidos, que se manifesta através do desenvolvimento de anemia moderada e edema periférico – este risco é superior em pacientes que são simultaneamente medicados com insulina ou secretagogos de insulina. As Tzds comportam muitos outros efeitos adversos, nos quais se incluem: aumento do risco de insuficiência cardíaca; aumento de peso e alteração do perfil lipídico (diminuição dos níveis de TAG, bem como um ligeiro aumento dos níveis de HDL e LDL); aumento da susceptibilidade para o desenvolvimento de fracturas ósseas em indivíduos do sexo feminino Apesar de estes fármacos serem altamente eficazes, as suas ações adversas (aumento do peso, risco de insuficiência cardíaca congestiva, aumento das fracturas ósseas em mulheres) limitam a sua popularidade
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Contraindicação das tiazolidinedionas
Estão contra-indicadas em grávidas e em indivíduos com doença hepática grave ou diagnóstico de insuficiência cardíaca
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Atividade da pioglitazona
A pioglitazona apresenta atividade sobre os recetores PPAR-α e PPAR-γ. A pioglitazona é metabolizada pela CYP2C8 e CYP3A4 em metabolitos ativos, de tal modo que este fármaco pode afetar a biodisponibilidade de vários outros fármacos também degradados por essas enzimas (de entre esses fármacos, destaque para os contracetivos orais com estrogénios)
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Exemplos de inibidores da alfa-glicosídase
Acarbose e Miglitol
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Ação dos inibidores da alfa-glicosídase
As α-glicosídases são enzimas intestinais responsáveis pela hidrólise de oligossacarídeos. Ora, ao inibirem as α-glicosídases intestinais, a acarbose e o miglitol atrasam a absorção de amido e dissacarídeos, reduzindo os picos hiperglicémicos pós-prandiais Ao inibir estas enzimas, a acarbose e o miglitol minimizam a digestão (e, por conseguinte, a absorção) ocorrida ao nível do intestino proximal, levando a que a digestão (e absorção) glicídica passe a ocorrer maioritariamente ao nível no intestino distal – isto gera um efeito poupador de insulina e induz uma diminuição dos picos glicémicos em 45-60 mg/dL
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Diferença entre o miglitol e a acarbose
O miglitol difere estruturalmente da acarbose, inibindo a sacarase com uma potência 6 vezes superior. Apesar de estes dois componentes apresentarem diferentes afinidades de ligação, a acarbose e o miglitol inibem ambos a sacarase, maltase, glicoamílase e dextranase. O miglitol actua ainda na isomaltase e em β-glicosídases (que degradam β-açúcares, como a lactose). Por seu turno, a acarbose têm acção adicional sobre a α-amílase
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Inibidores da alfa-glicosídase - monoterapia?
Para além de poderem ser administrados em monoterapia, os inibidores da αglicosídase podem ser administrados em associação com as sulfonilureias
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Efeitos adversos dos Inibidores da alfa-glicosídase
Os efeitos adversos mais proeminentes destes fármacos incluem flatulência, diarreia e dor abdominal, sendo que estes efeitos podem resultar da presença de glicídeos não-digeridos no cólon, que ao serem degradados por bactérias produzem gás. Estes efeitos adversos tendem a diminuir com o uso continuado destes fármacos, na medida em que a exposição crónica aos glicídeos induz a expressão distal de α-glicosídase no jejuno e íleo
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Inibidores da alfa-glicosídase - relação com hipoglicemia
Quando administrados em monoterapia ou em associação com uma biguanida, os inibidores da α-glicosídase não induzem um risco acrescido de hipoglicemia. Todavia, este risco torna-se considerável em indivíduos que estejam a tomar uma combinação de inibidores da α-glicosídase e sulfonilureias. Nessa situação, a hipoglicemia não deve ser tratada com recurso à sacarose, uma vez que a hidrólise deste dissacarídeo pode ser bloqueada pelos inibidores da αglicosídase. Assim, nessa situação de hipoglicemia, deve ser administrada glicose
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Contraindicações do uso de Inibidores da alfa-glicosídase
Os inibidores da α-glicosídase encontram-se contra-indicados em pacientes com doença inflamatória intestinal (ou qualquer outra condição intestinal que possa ser agravada pela presença de gás e pela distensão). Para além disso, estes fármacos são excretados por via renal, motivo pelo qual não devem ser prescritos em indivíduos com insuficiência renal
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Terapia com inibidores da alfa-glicosídase em indivíduos pré-diabéticos
A terapia com inibidores da α-glicosídase em indivíduos pré-diabéticos parece prevenir o aparecimento de diabetes tipo II e parece ajudar a restabelecer a função das células β. Para além disso, estes fármacos também se revelam benéficos no tratamento da doença cardiovascular e hipertensão em indivíduos pré-diabéticos
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Terapias baseadas em incretinas
As 2 incretinas melhor conhecidas são a GLP-1 e a GIP
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Agonistas do GLP-1
A combinação de exantídeo e liraglutídeo com sulfunilureias pode agravar a hipoglicemia comparado com o tratamento de sulfunilureias em monoterapia
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Exantídeo
Análogo sintético do GLP-1, constituindo a primeira incretina utilizada para o tratamento da diabetes Efeitos: ▪ Potenciação da secreção de insulina mediada pela glicose ▪ Supressão da libertação pós-prandial de glicagina ▪ Atraso do esvaziamento gástrico ▪ Perda central do apetite
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Liraglutídeo
Análogo sintético do GLP-1 de longa acção, tendo uma homologia de cerca de 97% com o GLP-1 natural, mas uma semi-vida superior O liraglutídeo interage com o recetor do GLP-1, promovendo um aumento da secreção de insulina e um decréscimo da secreção de glicagina, atraso no esvaziamento gástrico, redução do apetite Este fármaco não deve ser administrado como terapia de primeira-linha, nem para uso simultâneo com a insulina Os principais efeitos adversos do liraglutídeo incluem cefaleias, náuseas, diarreia, formação de anticorpos e urticária
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4 exemplos de inibidores da dipeptidil peptídase 4 (DDP-4)
Alogliptina Sitagliptina Saxagliptina Vidagliptina
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Considerações sobre os Inibidores da dipeptidil peptídase 4 (DDP-4)
A dipeptidil peptídase 4 (DDP-4) é a enzima responsável pela degradação de incretinas e outras moléculas similares ao GLP-1. Ora, a alogliptina, sitagliptina, a saxagliptina e a vidagliptina são inibidores desta enzima, de tal modo que a sua ação resulta no aumento dos níveis circulantes de GLP-1 e GIP. O aumento dos níveis destas substâncias induz um aumento da secreção de insulina medida pela glicose, bem como um decréscimo dos níveis de glicagina – ora, isto leva à diminuição dos picos pós-prandiais de glicose Em relação às dosagens e durações, basicamente, a saxagliptina é um fármaco de mais curta duração de ação, a vidagliptina é um fármaco de mais longa duração de acção A DPP-4 está distribuída ao longo do corpo, expressa como uma ectoenzima nas células endoteliais. Os inibidores das DPP-4 são absorvidos efetivamente no intestino delgado e circulam primariamente livres no sangue
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Inibidores do SGLT2
Os inibidores do SGLT-2 inibem a reabsorção de glicose filtrada a nível renal, inibindo o co-transportador Na+ -glicose presente no TCP - Canagliflozina - Dapagliflozina - Empagliflozina
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GLP-1 (glucagon-like peptide 1)
A função das enteroglicaginas ainda não foi completamente clarificada. Contudo, sabe-se que o GLP-1, uma dessas enteroglicaginas, actua como um potente estimulante da síntese e secreção de insulina por parte das células β. Para além disso, o GLP-1 inibe a secreção de glicagina, atrasa o esvaziamento gástrico e apresenta um efeito anorexiante Notar que o efeito insulinotrópico da GLP-1 é dependente de glicose Quase 70% da secreção de insulina registada após secreção oral é induzida pela ação do GLP-1 e do GIP (outra hormona intestinal) Todavia, o GLP-1 propriamente dito apresenta utilidade clínica limitada, na medida em que este peptídeo deverá ser administrado sob a forma de infusão subcutânea, de modo a produzir uma diminuição sustentada da hiperglicemia pós-prandial e em jejum
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2 caraterísticas da glicagina
A glicagina é um peptídeo de 29 aminoácidos sintetizado pelas células α dos ilhéus de Langerhans Por sua vez, as células intestinais secretam enteroglicaginas - peptídeos da família da glicagina, nos quais se incluem a glicentina, o GLP-1 e o GLP-2. Contrariamente às células α pancreáticas, estas células intestinais não expressam as enzimas necessárias para converter os percursores da glicagina em glicagina
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4 efeitos farmacológicos da glicagina
Efeitos metabólicos: Ao nível dos hepatócitos, a glicagina liga-se a receptores acoplados à proteína Gs. Ora, isto ativa uma via de transdução de sinal que promove o catabolismo do glicogénio e um aumento da gliconeogénese e cetogénese. Como resultado, ocorre uma subida dos níveis de glicemia. Estimulação da secreção pancreática de insulina: Para além de promover a secreção de insulina, a glicagina promove a secreção de catecolaminas a partir dos feocromocitomas, bem como de calcitonina a partir das células do carcinoma medular. Efeito inotrópico e cronotrópico positivo Relaxamento do músculo liso intestinal: Este efeito observa-se aquando da presença de doses muito elevadas de glicagina, não parecendo depender da activação da adenil cíclase
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Usos clínicos da glicagina (4)
Hipoglicemia grave Diagnóstico endócrino Sobredosagem de bloqueadores β Radiologia intestinal (devido à sua capacidade de relaxar o intestino)
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Polipeptídeo amilóide dos ilhéus pancreáticos (amilina)
A amilina é produzida pelas células β pancreáticas, sendo co-secretada com a insulina de modo pulsátil (por cada 10 moléculas de insulina, é libertada uma molécula de amilina). Pensa-se que a amilina pertença à superfamília dos peptídeos neurorreguladores. De facto, este peptídeo parece modular a libertação da insulina, exercendo feedback negativo sobre a secreção de insulina. Em doses farmacológicas, a amilina reduz a secreção de glicagina, atrasa o esvaziamento gástrico (por um mecanismo mediado pelo nervo vago) e diminui o apetite. A pramlintida é um análogo da amilina. As diferenças em relação à amilina tornam a pramlintida solúvel e não-auto-agregante
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Insulinas muito rápidas
Lispro Aspart Glulisina
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Insulina rápida
Regular
103
Insulina intermédia
NPH/isofânica
104
Insulinas longas
Detemir Glargina Degludec
105
Sulfonilureias
Gliclazida Glimepirida Glibenclamida/gliburida Glipizida
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Meglitinidas
Nateglinida Rapaglinida
107
Biguanidas
Metformina
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Tiazolidinedionas
Pioglitazona Rosiglitazona
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Análogos de GLP1
Liraglutídeo Albiglutídeo Dulaglutídeo Exanitídeo Lixisenatídeo Semaglutídeo
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Inibidores da DPP-4
Alogliptina Linagliptina Saxagliptina Sitagliptina Vildagliptina
111
Inibidores do SLGT2
Canagliflozina Dapagliflozina Empagliflozina
112
Inibidores da alfa-glicosídase
Acarbose Miglitol
113
Análogos da amilina
Pramlintida
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Eficácia da insulina
Muito alta
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Eficácia da sulfonilureias
Alta
116
Eficácia das meglitinidas
Intermédia-alta
117
Eficácia das biguanidas
Alta
118
Eficácia das tiazolidinedionas
Alta
119
Eficácia dos agonistas do recetor de GLP-1
Alta a muito alta
120
Eficácia do iDPP-4
Intermédia
121
Eficácia do iSGLT2
Intermédia a alta
122
Eficácia dos inibidores da alfa-glicosidase
Baixa-intermédia
123
Eficácia da pramlintida
Intermédia