S5 - Bactérias multirresistentes (terminado) Flashcards

1
Q

4 principais mecanismos de resistência bacteriana aos antibacterianos

A

Inativação e destruição do antimicrobiano

Modificação do local alvo do antimicrobiano

Redução da concentração de antimicrobiano presente

Produção de biofilme

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2
Q

Inativação e destruição do antimicrobiano (2 tipos)

A

Beta-lactamases
e
Enzimas modificadoras de aminoglicosídeos

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3
Q

3 caraterísticas das beta-lactamases

A

Bem caraterizadas

Bastante prevalentes

Hidrolisam o anel beta-lactâmico presente em antibióticos beta-lactâmicos (penicilinas, cefalosporinas, carbapenemas, …) - impedindo a sua função

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4
Q

Beta-lactamases: classificação molecular

A

Ambler Scheme

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5
Q

Beta-lactamases: classificação molecular Ambler Scheme - classe A

A

Inativam uma grande porção lactâmicos

São inibidas por inibidores de beta-lactamases (ácido clavulânico, sulbactam, tazobactam e avibactam)

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6
Q

Exemplos de beta-lactamases de classe A (5)

A

Penicilinases

Cefalosporinases

Beta-lactamases de espectro-estreito

Beta-lactamases de espectro-alargado (ESBLs)

Carbapenemases

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7
Q

Beta-lactamases de classe A - taxa de mutação…

A

Taxa de mutação muito elevada - grande diversidade enzimática - crescente espectro de resistência

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8
Q

Beta-lactamases de classe A - ESBLs

A

TEM - K. pneumoniae, Enterobacter, Pseudomonas aeruginosa, E. coli

SHV - K. pneumoniae

CTX-M - K. pneumoniae, A. baumannii, Pseudomonas aeruginosa, Enterobacter

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9
Q

Beta-lactamases de classe A - KPC

A

Carbapenemases de Klebsiella pneumoniae

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10
Q

Beta-lactamases classificação molecular - Ambler Scheme - classe B

A

Conferem resistência a todos os beta-lactâmicos
(penicilinas, cefalosporinas, carbapenemas) e não são inibidas por
inibidores de beta-lactamases

Apenas não atuam sobre o
monobactâmico aztreonam, pelo que as bactérias mantêm-se suscetíveis a este antimicrobiano

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11
Q

Beta-lactamases de tipo B

A

Metalo-beta-lactamases (MBLs) - requerem zinco como cofator

IMP (Imipenemase metallo-beta-lactamases) - Pseudomonas aeruginosa, K. pneumoniae, A. baumannii e Enterobacter

VIM (verona integron encoded metallo-beta-lactamases) - Pseudomonas aeruginosa e A. baumannii

NDM-1 (new delhi metallo-beta-lactamase 1) - K. pneumoniae e E. cloacae

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12
Q

Genes que codificam MBLs encontram-se frequentemente…

A

Em plasmídeos (fácil transmissão entre organismos)

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13
Q

Beta-lactamases classificação molecular - Ambler Scheme - classe C

A

Potencialmente perigosas, inativam o aztreonam,
todas as penicilinas, a maioria das cefalosporinas, sendo inibida pelo avibactam (mantém-se a suscetibilidade a Carbapenemas)

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14
Q

Beta-lactamases classificação molecular - Ambler Scheme - classe C (3 considerações)

A

Penicilinases e cefalosporinases como a AmpC beta-lactamase

Geralmente encontra-se codificada no genoma de P.aeruginosa e nas bactérias da família Enterobacteriaceae -> produção diminuta

Contudo, a transmissão da sequência codificante -> sobreprodução induzida de AmpC noutras bactérias(como K.pneumoniae) - mais perigosas

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15
Q

Beta-lactamases classificação molecular - Ambler Scheme - classe D

A

Possuem propriedades de beta-lactamases de espectro-alargado, atuando sobre diversos antibacterianos beta-lactâmicos e são resistentes aos inibidores de beta-lactamases

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16
Q

Beta-lactamases classificação molecular - Ambler Scheme - classe D (2 considerações)

A

Variadas enzimas como as OXA (oxacillin hidrolyzing enzymes) - oxacilinases

Presentes em bactérias como Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter spp, entre outras

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17
Q

A modificação do local alvo do antimicrobiano pode ser de 2 tipos

A

Mudanças nas PBPs

Alterações das ligações cruzadas do peptidoglicano

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18
Q

Mudanças nas PBPs

A

Expressão de PBPs únicas
-
Possuem menor afinidade para os antibióticos beta-lactâmicos e que substituem as PBPs originais
-
Sobrevivência, mesmo na presença de grandes concentrações de Beta-lactâmicos

São específicas de cada bactérias - ex. PBP2a - MRSA

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19
Q

Alteração das ligações cruzadas do peptidoglicano

A

Aumento da expressão do genoma bacteriano de
resistência e downregulation dos genes que levam à
produção dos precursores do peptidoglicano da
parede bacteriana normais
-
Sintetize de uma ligação diferente D-Ala-D-Lac / D-Ala-D-Ser
-
Diminui a afinidade e reconhecimento por antibacterianos glicopeptídeos, que têm como alvo o resíduo acyl-D-Ala-D-Ala
-
Sobrevivência destas bactérias

Complexo de genes Van-A - Van-N em E. faecium e E. faecalis - torna-os resistentes à vancomicina e teicoplanina

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20
Q

2 tipos de redução da acumulação intracelular de antibacterianos

A

Mecanismos de resistência através da perda de porinas

Mecanismos de resistência através de bombas de efluxo

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21
Q

Perda de porinas

A

Bactérias Gram negativo

Permitem a entrada de substâncias hidrofílicas, incluindo antibacterianos

Diminuição do número de porinas provoca uma diminuição da entrada do fármaco para o meio intracelular

Ganho de resistência por parte da bactéria

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22
Q

Bombas de efluxo

A

Algumas bactérias possuem bombas de efluxo para alguns agentes antimicrobianos

A concentração de antibacteriano nunca chega a ser suficientemente elevada para provocar dano

A maioria das bombas de efluxo são multitransportadores, permitindo resistência a vários antibacterianos

Existem 5 grandes famílias de bombas de efluxo

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23
Q

Famílias de bombas de efluxo

A

MFS

MATE

ABC - proteínas membranares que translocam variados substratos de extra para intra celular

SMR - mais pequeno tamanho

RNO - 3 restritas às bactérias Gram negativas e 4 restritas às bactérias Gram positivas ou em ambas

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24
Q

Quais as bombas de efluxo mais comuns em bactérias gram negativas?

A

RNO (ou D)

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25
Bombas de efluxo Mex
Multidrug resistance reflux pumps MexAB-OprM são responsáveis pela resistência a carbapenemos, fluoroquinolonas e aminoglicosídeos em P. aeruginosa
26
Mecanismos de resistência através da produção de biofilme
Processo evolutivo de adaptação de procariotas Matriz de polissacarídeos com resistência aumentada a ambientes adversos e a antibacterianos
27
Estrutura de um biofilme
Comunidade dinâmica e complexa de microorganismos assentes numa matriz extracelular polissacarídica Matriz formada pela população bacteriana Existem várias etapas de formação de um biofilme As bactérias do biofilme são morfológica e metabolicamente diferentes das bactérias isoladas em cultura Pensa-se que 65% das infeções bacterianas possam estar associadas a biofilmes
28
Bactérias ESKAPE
E - Enterococcus faecium S - Staphylococcus aureus K - Klebsiella pneumoniae A - Acinetobacter baumannii P - Pseudomonas aeruginosa E - Enterobacter spp.
29
Enterococcus faecium - caraterísticas gerais
E. faecalis (85-90%) e E. faecium (5-10%) Coco gram-positivos, anaeróbios facultativos, dispostos em cadeias curtas/pares Amplo espetro de temperatura, pH e elevadas concentrações de NaCl e sais biliares Habitualmente residem no tubo digestivo e no trato genitorurinário
30
Enterococcus faecium - manifestações clínicas
Infeções do trato urinário Bacteremia associada a meningite ou endocardite
31
Enterococcus faecium - mecanismos de patogenicidade e resistência aos antibacterianos
Resistência natural a cefalosporinas, clindamicina e aminoglicosídeos. Resistência à vancomicina (VRE). ✓ Gene Van-A é o que confere mais resistência. Resistência a beta-lactâmicos. ✓ PBP5 - baixa afinidade. • Maior expressão de PBP5. • Mutações pontuais nas regiões codificadoras de PBP5.
32
Staphylococcus aureus - caraterísticas gerais
Coco gram-positivos, anaeróbios facultativos e não necessitam de condições muito exigentes Geralmente presentes na flora microbiana da pele e mucosas, nomeadamente no nariz e períneo
33
Staphylococcus aureus - manifestações clínicas
Diretamente: - Furúnculo, celulite, infeção de queimaduras e feridas, impétigo - Osteomielite, pneumonia, bacteremia, septicemia... Indiretamente: - Síndrome da pele escaldada estafilocócica, síndrome do choque tóxico
34
Staphylococcus aureus - mecanismos de patogenicidade e resistência aos antibacterianos
Staphylococcus aureus meticilina-resistentes (MRSA). ✓ Mediada pelo gene mecA (presente no segmento SCCmec). ✓ Formação de PBP de baixa afinidade (PBP2a). ✓ Promotores ccrAB estão envolvidos na transmissão horizontal do SCCmec. Staphylococcus aureus vancomicina-resistentes (VRSA). ✓ Troca de genes entre MRSA e VRE (Enterococcus resistentes à vancomicina) . ✓ VRSA contêm mecA e van-A. Produção de biofilme
35
Klebsiella pneumoniae - caraterísticas gerais
Faz parte de Enterobacterales - familia heterogénea de bacilos gramnegativos Geralmente capsulada; faz parte da flora intestinal.
36
Klebsiella pneumoniae - manifestações clínicas
Infeções do trato urinário, pneumonia e septicemia (principalmente a nível hospitalar)
37
Klebsiella pneumoniae - mecanismos de patogenicidade e resistência aos antibacterianos
Produção de biofilme KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase). ✓ Beta-lactamase classe A. ✓ Gene blaKPC ((presente em plasmideos e flanqueado por transposões) NDM-1. ✓ Metalo-beta-latactamase. ✓ Gene blaNDM-1. ✓ Transmissão horizontal feita através de plasmÍdeos
38
Acinetobacter | baumannii - caraterísticas gerais e epidemiologia
Género Acinetobacter e família Moraxellaceae Cocobacilos gram-negativos aeróbios ``` Mobilidade limitada (sem flagelos, a pouca mobilidade é conseguida através de deformações na parede celular) ``` Podem ser encontradas na natureza e em ambiente hospitalar (capacidade para sobreviver em superfícies húmidas - equipamentos de ventilação mecânica, e em superfícies secas - pele humana) Tempo de sobrevivência muito grande nas mãos dos humanos (leva a taxas elevadas de contaminação) Podem fazer parte da microbiota normal da orofaringe de alguns indivíduos saudáveis
39
Acinetobacter | baumannii - manifestações clínicas
Infeções do trato respiratório e do trato urinário Infeções associadas aos cuidados de saúde (IACS) Infeções de feridas Meningites neurocirúrgicas Septicemia Outras infeções oportunistas
40
Acinetobacter | baumannii - grupos de risco
Indivíduos imunodeprimidos, indivíduos submetidos a cirurgia ou a antibioterapia de largo espetro, recém-nascidos prematuros e doentes em ventilação assistida e/ou internados nas Unidades de Cuidados Intensivos
41
Acinetobacter baumannii - Mecanismos de patogenicidade e resistência aos antibacterianos
Produção de biofilmes - adesão a superfícies bióticas ou abióticas Produção de proteína OmpA (Outer membrane protein A) - biodegradação de substratos Produção de diferentes carbapenemases (metalo-𝛽-lactamases e serina-𝛽-lactamases)
42
Pseudomonas aeruginosa - caraterísticas gerais e epidemiologia
Género Pseudomonas e família Pseudomonadaceae Bacilos gram-negativo anaeróbios facultativos Tolerância a um amplo intervalo de temperaturas (4-42ºC) Incapacidade de formação de esporos Presença de flagelos polares - conferem mobilidade à bactéria Podem ser encontradas na natureza e em ambiente hospitalar (ventiladores, equipamentos de diálise e soluções desinfetantes) Podem estar presentes na flora microbiana normal dos intestinos
43
Pseudomonas aeruginosa - manifestações clínicas
Infeções na pele e tecidos moles (dermatites, foliculites, etc) Infeções oculares (úlceras da córnea) Infeções auditivas (otites médias e externas, etc) Infeções do trato respiratório e urinário Endocardites Septicemia
44
Pseudomonas aeruginosa - fatores de risco
Imunodepressão, ambientes húmidos (principalmente | em meio hospitalar), e antibioterapias de largo espetro
45
Pseudomonas aeruginosa - Mecanismos de patogenicidade e resistência aos antibacterianos
Combinação da produção de AmpC com a alteração das porinas Produção de 𝛽-lactamases de espectro alargado (ESBL) Produção de carbapenemases (metalo-𝛽-lactamases, KPC)
46
Enterobacter spp. - caraterísticas gerais e epidemiologia
Família Enterobacteriaceae Exemplos de espécies: Enterobacter aerogenes e Enterobacter cloacae Bacilos gram-negativos anaeróbios facultativos Possuem flagelos e fímbrias Algumas espécies podem ser encapsuladas Distribuídas por todo o mundo
47
Enterobacter spp. - manifestações clínicas
Infeções associadas aos cuidados de saúde Abcessos cerebrais Meningites Infeções do trato urinário e da cavidade abdominal Pneumonia Septicemia
48
Enterobacter spp. - grupos de risco
Indivíduos imunodeprimidos e recém-nascidos
49
Enterobacter spp. - Mecanismos de patogenicidade e resistência aos antibacterianos
Produção de 𝛽-lactamases de espetro alargado Produção de carbapenemases (metalo-𝛽-lactamases, KPC e oxacilinases) Produção aumentada, por mutação, da 𝛽-lactamase AmpC
50
Enterobacter: expressão de beta-lactamase AmpC
Ampicilina Amoxicilina Cefalosporinas de 1ª geração Cefoxitina
51
Destruição enzimática
É o mecanismo mais importante de resistência a beta-lactâmico Produção de baixo nível de cefalosporinase cromossómica (AmpC) - resistência a cefalosporinas de 1ª geração Aquisição de cefalosporinase plasmídea (AmpC) e hiperprodução de cefalosporinase - resistência a cefalosporinas de 3ª geração (frequentemente associado a expressão de ESBL)
52
Destruição enzimática - expressão de ESBL
Resistência global a todos os beta-lactâmicos exceto as carbapenemas Imipenem - antibiótico mais eficaz para o tratamento de infeção por E. cloacae - Desenvolvimento das carbapenemases (metalo-beta-lactamase) - aumento da taxa de resistência a imipenem nas estirpes de E. cloacae
53
Destruição enzimática: enzimas bacterianas inativadoras dos aminoglicosídeos...
* Acetiltransferases * Nucleotidiltransferases * Fosfotransferases Resistência a Tobramicina, Gentamicina, Amicacina
54
Alteração das porinas
Outer membrane porin (Omp): ➢ 3 porinas não-específicas: Omp35, Omp36, Omp37 ➢ 2 porinas específicas: LamB, PhoE Organização trimérica específica na membrana externa Capaz de promover a entrada dos antibacterianos através da membrana externa e garantir a sua acumulação no espaço periplasmático Expressão de Omp36 e Omp 35 (sensível a carbapenema) - expressão de Omp35 (sensitividade intermédia a carbapenema) - sem porinas (carbapenema-resistente)
55
Alteração das porinas
``` Mutação Gly-to-Asp no lúmen do Omp36 - Alteração conformacional da porina - 1. Resistência a beta-lactâmicos 2. Preservação de permeação dos nutrientes ``` A expressão das porinas é importante em algumas etapas envolvidas na virulência das bactérias
56
Bombas de efluxo: multidrug efflux pumps
Complexo RND ``` Transportador na membrana interna - Proteína adaptadora no espaço periplasmático - Canal na membrana externa ``` (Este complexo é também involvido na patogenicidade bacteriana e na aquisição de mecanismos adicionais de resistência em Enterobacteriaceae)
57
Modificação do lipopolissacarídeo
Alteração da estrutura da membrana externa das bactérias - resistência à colistina
58
Mutação dos alvos dos antibacterianos: mecanismos que afetam o alvo de quinolona
Mutação nas regiões determinantes da resistência às quinolonas de enzimas (girase do DNA)
59
Resistência a Múltiplas Drogas - reguladores envolvidos no controlo de resistência bacteriana
RamA
60
Resistência a Múltiplas Drogas - super-regulador da permeabilidade membranar
Diminuição da expressão de Omp35 Efluxo ativo
61
Mecanismos novos de resistência + a escassez de novos antibacterianos ativos contra estes bacilos gram-negativos
Cefepima Imipenem Amicacina Quinolona
62
Antibacterianos em infeções por bactérias ESKAPE
Cefalosporinas - ceftarolina Polimixina - colistina Cefalosporinas - ceftarolina Cefalosporinas + i. beta-lactamases - ceftazidima + avibactam - ceftolozano + tazobactam Lipoglicopeptidos - Dalbavancina - Oritavancina - Televancina Lipopeptido - daptomicina Glicilciclina - tigecilina Oxazolidinona - tedizolida
63
Ceftarolina
Cefalosporina anti-MRSA Espectro de ação: Gram + » MRSA, VISA, VRSA, S. pneumoniae resistentes, S. viridans, L. monocytogenes e E. faecalis Ajustar dose: - Função renal comprometida; - Hemodiálise Aprovado para crianças a partir dos 2 meses de idade Tratamento: 600 mg durante 1h a cada 12h; Durante 5-14 dias Toxicidade: - Distúrbios gastrointestinais; - Cefaleias; - Anemia hemolítica; - Hipersensibilidade Reatividade cruzada em pacientes com alergia à penicilina
64
Ceftazidima-Avibactam
Cefalosporina 3ª Geração + inibidor da beta-latamase [KPC] Espectro de ação: Gram - Com atividade limitada em Gram + e anaeróbios. Bactérias produtoras de ESBL (E. coli, P. aeroginosa, K. pneumoniae e CRE). Ajustar dose: IR moderada a severa. Infeções intra-abdominais complicadas » + metronidazole Tratamento: 2,5g durante 2h a cada 8h; Durante 5-14 dias Toxicidade: - Distúrbios gastrointestinais; - Cefaleia; - Hipersensibilidade; - Falência renal; - Transaminite Combinações de Avibactam com outros antibióticos em estudo
65
Ceftolozano-Tazobactam
Cefalosporina Anti-Pseudomonas + inibidor da beta-latamase [ESBL] Espectro de ação: Gram + Gram - » P. aeruginosa (resistente a piperacilina, carbapenemas, fluoroquinolonas, aminoglicosídeos e ceftazidima), E. coli, K. pneumoniae, Streptococcus, Enterobacterales, e alguns anaeróbios. Actividade limitada contra staphylococcus e C. Difficile Ajustar dose: IR moderada a severa Infeções intra-abdominais complicadas » + metronidazole Uso off-label » pneumonia bacteriana associada ao ventilador Tratamento: 1,5g doseada a cada 8h Toxicidade: - Distúrbios gastrointestinais; - Cefaleia; - Pirexia; - Hipersensibilidade. Dados limitados na população pediátrica!
66
Dalbavancina
Lipoglicopéptido (~à Vancomicina) Espectro de ação: Streptococcus, MSSA, MRSA, E. faecalis suscetíveis à Vancomicina Tratamento: Dose única Encurta ou evita a hospitalização Toxicidade: - Distúrbios gastrointestinais; - Prurido; - Reação no local de infusão » Taxa de infusão; - Transaminite; - Hipersensibilidade. Risco de colite por C. difficile
67
Oritavancina
Lipoglicopéptido Espectro de ação: ~ao da Dalbavacina e Vancomicina Tratamento: Dose única » 1200 mg durante 3h. Não requer ajuste em doentes com IR. Encurta ou evita a hospitalização. Toxicidade: - Náuseas; - Reações locais; - Hipersensibilidade. + Varfarina » Risco hemorrágico aumentado + Heparina » Prolonga artificialmente o aPTT e o PT Risco de colite por C. difficile
68
Televancina
Lipoglicopéptido Espectro de ação: ~ao da Vancomicina e novos lipoglicopeptidos Tratamento: Dose » 10mg/Kg. Ajuste em doentes com IR. Semi-vida ~ 7h Toxicidade: - Desconforto gastrointestinal; - Cefaleias; - Reações de infusão; - Hipersensibilidade; - Nefrotoxicidade » Doentes com IR! - Toxicidade fetal » Grávidas! Prolonga o intervalo QTc Prolonga artificialmente o aPTT e o PT Risco de colite por C. difficile
69
Colistina
Polimixina - Infeções resistentes a outros antibióticos! - Descontaminação do intestino (oral). - Fibrose cística (inalado). Espectro de ação: Gram - > estirpes multirresistentes de E. coli, P. aeruginosa, K. pneumoniae e Acinetobacter; Enterobacterales resistentes aos carbapenemas*: último recurso! Alguns fungos Tratamento: 2,5-5 mg/Kg/dia em 2 a 4 doses. Dose ajustada em caso de IR Toxicidade: - Distúrbios gastrointestinais; - Necrose tubular aguda; - Fraqueza muscular (podem ser irreversíveis) - Ataxia (podem ser irreversíveis) - Vertigem (podem ser irreversíveis) - Parestesias (podem ser irreversíveis)
70
Daptomicina
Lipopéptido Espectro de ação: Gram + » S. aureus (incluindo MRSA) + Streptococcus + Enterococcus. Não recomendado para o tratamento de pneumonia » liga ao surfactante Tratamento: 1 vez por dia, durante 2 minutos: 4 mg/Kg – infeções da pele e componentes estruturais; 6 mg/Kg – infeções para bacteriemia Ajuste da dose em caso de IR severa a moderada » menos eficaz! Toxicidade: - Hipersensibilidade; - Pneumonia eosinofílica; - Rabdomiólise » miotoxicidade - estatinas! - Neuropatia periférica; - Colite por C. Difficile
71
Tigeciclina
Glicilciclina ``` Espectro de ação: Gram + » MRSA, VRE Gram – » acinetobacter multirresistente, K. pneumoniae produtora de KPC Bactérias atípicas e anaeróbios ``` Tratamento: Dose inicial: 100 mg; Depois 50 mg a cada 12h Redução da dose em doentes com insuficiência hepática severa Toxicidade: - Toxicidade fetal » grávidas! - Mortalidade aumentada » “Black Box”: tratamento de recurso; - Hepatotoxicidade; - Descoloração dos dentes » menores de 18 anos! - Transaminite; - Pancreatite
72
Tedizolida
Oxazolidinona - Tedizolida é inibidor da MAO (- que Linezolida) Espectro de ação: S. aureus resistentes à Linezolida, MRSA, Streptococcus, Enterococcus (alguns VRE) e anaeróbios Gram + selecionados Tratamento: 200 mg/dia, durante 6 dias. Boa biodisponibilidade oral! Excreção biliar > sem necessidade de ajustes de dose. Toxicidade: - Desconforto gastrointestinal; - Cefaleias; - Transaminite; - Hipersensibilidade Interação com inibidores da recaptação da serotonina!
73
Terapêutica para Enterococcus
``` Ceftarolina; Dalbavacina; Oritavancina; Televancina; Daptomicina; Tigeciclina; Tedizolida ```
74
Terapêutica para Staphylococcus
``` Ceftarolina; Dalbavacina; Oritavancina; Televancina; Daptomicina; Tigeciclina; Tedizolida ```
75
Terapêutica para Klebsiella
``` Ceftazidima + Avibactam; Ceftolozano + Tazobactam; Meropenem + Vorobactam; Colistina; Tigeciclina ```
76
Terapêutica para Acinetobacter
``` Ceftazidima +Avibactam; Meropenem + Vorobactam; Colistina; Tigeciclina ```
77
Terapêutica para Pseudomonas
``` Ceftazidima +Avibactam; Ceftolozano + Tazobactam; Meropenem + Vorobactam; Colistina ```
78
Terapêutica para Enterobacter
``` Ceftazidima + Avibactam; Ceftolozano + Tazobactam; Meropenem + Vorobactam; Colistina ```
79
Evolução das bactérias produtoras de Klebsiella pneumonia carbapenemases (KPC)
Presentes nos géneros Enterobacteriaceae e Pseudomonas aeruginosa Mundialmente ubíquas Virtualmente panresistentes às terapias de 1ª linha Associadas a infeções com morbidade e mortalidade significativas
80
Fatores que contribuem para a rápida disseminação de bactérias produtoras de KPC
1. Plasmídeos com blaKPC sofrem transferência horizontal por conjugação 2. Gene blaKPC descrito em >100 espécies de Klebsiella pneumoniae com predominância do clone ST258 presente em ambos isolados hospitalares e da comunidade 3. Intercâmbio internacional generalizado
81
Opções atuais de tratamento para infeções causadas por bactérias produtoras de KPC - terapia combinada com carbapenemas
Prós - Menos dispendiosos comparados com outras opções - Estudo: mortalidade inferior que terapias combinadas de colistina, tigeciclina e gentamicina / Cura clínica e erradicação microbiológica em pacientes infetados com KPC resistente à colistina Contras - Combinações ideais difíceis de discernir - Testes in vitro de combinações difíceis de realizar - Evidências clínicas limitadas suportadas por estudos bem concebidos para tratamento de infeções causadas por organismos produtores de KPC NOTA: se for usado uma carbapenema é importante que a sua farmacodinâmica seja maximizada por meio de infusões prolongadas ou contínuas
82
Opções atuais de tratamento para infeções causadas por bactérias produtoras de KPC - polimixinas (antibióticos polipeptídicos)
Prós - Taxas de suscetibilidade elevadas - Baixo custo Contras - Colistina tem farmacocinética imprevisível - Alto risco de nefrotoxicidade (maior na colistina) - A polimixina B não está disponível em muitas áreas - Taxas de mortalidade mais elevadas observadas em pacientes que recebem regimes contendo colistina em comparação com regimes de inibidores β-lactâmicos - Seleção de resistência à classe quando usado como monoterapia
83
Opções atuais de tratamento para infeções causadas por bactérias produtoras de KPC - fosfomicina
Prós - Oralmente acessível - Opção geralmente segura - Aditivo com outros agentes Contras - Resistência pode desenvolver-se quando usada como monoterapia - Formulação intravenosa disponível apenas na Europa - Formulação oral eficaz apenas para cistite - Evidência clínica limitada que apoie o uso de fosfomicina oral para tratamento de infeções causadas por organismos produtores de KPC
84
Opções atuais de tratamento para infeções causadas por bactérias produtoras de KPC - aminoglicosídeos
``` Prós - Pode ser usado como monoterapia para o tratamentos de ITUs - Demonstrou ter benefício clínico quando administrado com outros agentes ``` Contras - Nefrotoxicidade e ototoxicidade - Altas taxas de mortalidade quando usado como monoterapia para infeções (não ITUs) - Pode precisar de altas doses para MICs elevados
85
Opções atuais de tratamento para infeções causadas por bactérias produtoras de KPC - tigeciclina (tetraciclina glicilciclina)
Prós - Taxas de suscetibilidade elevadas (amplo espectro de atividade incluindo contra Enterobacteriaceae produtoras de KPC) - Benefício de mortalidade observado quando administrado com outro agente Contras - Alerta! Maior risco de mortalidade - Baixas concentrações séricas do medicamento - Doses mais altas podem ser necessárias para pneumonia - Toxicidade do trato gastrointestinal - Pode desenvolver resistência ao medicamento durante o tratamento
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Opções atuais de tratamento para infeções causadas por bactérias produtoras de KPC - ceftazidima-avibactam
Prós - Estável contra enzimas KPC - Terapia combinada é mais eficaz do que terapia com apenas Ceftazidima no tratamento de ITUs - Eficaz no tratamento contra CREs (carbapenemresistant Enterobacterales) - Maior eficácia no tratamento de Klebsiella pneumoniae resistentes a carbapenemas do que o tratamento combinado carbapenemaaminoglicosídeo - No tratamento de CREs produtoras de KPC, reduz significativamente a mortalidade (9%) face ao tratamento com colistina (32%) Contras - Em 30% dos casos, há desenvolvimento de resistência - Dispendiosa
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Opções atuais de tratamento para infeções causadas por bactérias produtoras de KPC - meropenem-vaborbactam
Prós - 98,5% dos Enterobacterales produtores de KPC são inibidos por esta terapia - Face a infeções graves por Enterobacterales resistentes ao carbapenem, esta terapia reduz a mortalidade e é mais eficaz do que a melhor terapia disponível Contras - dispendiosa
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Futuras opções de tratamento para infeções causadas por bactérias produtoras de KPC - cefiderocol
Cefalosporina Aproveita o transporte ativo de ferro para penetrar a bactéria Aspetos promissores • Eficácia in vitro contra CREs produtoras de metalo-β-lactamases • Benéfico em pacientes com infeções do trato urinário com complicações (incluindo pielonefrite), infeções graves causadas por bactérias Gram (-) resistentes a carbapenemas e pneumonias nosocomiais causadas por bactérias Gram (-) • Maior eficácia do que o tratamento com imipenem-cilastatina
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Futuras opções de tratamento para infeções causadas por bactérias produtoras de KPC - plazomicina
Aminoglicosídeo Aspetos promissores • Eficaz no tratamento de ITUs com complicações (incluindo pielonefrite), mostrando maior taxa de cura do que o meropenem; no tratamento de infeções graves por Enterobacterales resistentes a cabapenemas em regime combinado com tigeciclina ou meropenem, tendo uma menor mortalidade do que um regime semelhante, mas com colistina, sendo até mais seguro que este último • Possível uma única toma diária • Com atividade contra enzimas modificadoras de aminoglicosídeos
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Futuras opções de tratamento para infeções causadas por bactérias produtoras de KPC - Imipenem-relebactam
Carbapenema Inibidor de β-lactamases de classe A e C Aspetos promissores • Regime combinado parece reduzir concentração inibitória mínima (CIM) de imipenem face a bactérias Enterobacterales • Usado no tratamento de pneumonias associadas aos cuidados de saúde e infeções resistentes ao imipenem
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Futuras opções de tratamento para infeções causadas por bactérias produtoras de KPC - eravaciclina
Tetraciclina fluorociclina Aspetos promissores • Resistente às bombas de efluxo e às proteínas ribossomais protetoras • Ação potente contra E. coli e Klebsiella pneumoniae • Eficácia comprovada contra infeções intra-abdominais, mas não contra ITUs com complicações (em comparação com a levofloxacina)
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Antibacterianos contra bactérias produtoras de KPC
``` Em uso - Carbapenemas em terapia combinada - Polimixinas - Fosfomicina - Aminoglicosídeos - Tigeciclina ``` ``` Em uso e em terapia combinada com inibidor de β-lactamases: - Ceftazidima-Avibactam - Meropenem-Vaborbactam ``` Em estudo: - Cefiderocol - Plazomicina - Imipenem-Relebactam - Eravaciclina