Paralisia Cerebral Flashcards

1
Q

Paralisia cerebral

Definição

A

Alteração do movimento e/ou postura devido a defeito ou lesão neurológica no cérebro imaturo. Entre a concepção e os 2 anos de idade.

Lesão neurologica não é progressiva, a progressão acontece só nas deformidades.

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2
Q

Paralisia cerebral

Epidemiologia:

Maturidade ao nascimento

Peso ao nascimento

Época mais comum das lesões

Sobrevida

A

60% são em pacientes a termo

Peso normal ao nascimento

70% causada por fatores pré natais

Média de 7 anos de sobrevida

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3
Q

Paralisia cerebral

Etiologias de acordo com a época da lesão

Principal causa

A
  • Pré natal:
    ↳ Incompetencia istmocervical
    ↳ Sangramento do 3º trimestre
    ↳ Drogas/alcool
    ↳ T.O.R.C.H.
    ↳ Alelo no gene da APO e do CR19
    ↳ Má formação
  • Perinatal
    Hipóxia perinatal
    ↳ Prematuridade
    ↳ Traumatismo
    ↳ Apresentação pélvica
    ↳ Prolapso de cordão
  • Pós natal
    Infeccção
    ↳ traumatismo
    ↳ kernicterus

Principal causa: Anóxia

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4
Q

Paralisia cerebral

Sinais e sintomas

Deformidades associadas (e frequencia)

A

Alterações de sensibilidade fina, estrabismo, surdez, visão, hidrocefalia

Convulsões 1/3 dos casos
Retardo mental 1/3 dos casos

Deformidade do quadril 47% dos casos

Defomidade do tornozelo e pé 90% dos casos

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5
Q

Paralisia cerebral

Diagnóstico

A

História clinica: Peso, APGAR, Antecedentes gestacionais, DNPM

Reflexos primitivos persistindo apos 3 meses
↳ Tônico cervical
↳ Moro
↳ Galant

Ausência de reflexos posturais até 1 ano
↳ Paraquedista

Ao início da marcha
↳ Jump gait

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6
Q

Paralisia cerebral

Diagnóstico - Exame físico

Postura típica
Testes especiais
Marchas

A

Flexo de cotovelo, joelho e quadril
RI do ombro
Equino do tornozelo
Pronação comum difusa, supinação diminuída

Testes especiais: Avaliam contraturas

Teste de Ely Duncan - Reto femoral

Teste de Thomas - Contratura dos extensores

Teste de silverskiold - Contratura do tríceps sural

Teste de Staheli - Contratura dos flexores do quadril (Thomas reverso)

Marchas patológicas: Crouch, Jumping, Scissor

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7
Q

Paralisia cerebral

Diagnóstico - Exame físico

Deformidade do pé

  • Frequência
  • Deformidades mais comuns
A

Muito frequente - 90%

Equino do tornozelo 50%
+ Valgo em pacientes diplegicos (mais comum)
+ Varo em hemiplégicos

Hallux valgus
+ pé plano/valgo e RE da tibia

Garra dos dedos

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8
Q

Paralisia cerebral

Diagnóstico - Exame físico

Deformidade do quadril

Frequencia:

Postura típica:

Deformidades ósseas:

A

2° mais comum - Metade dos casos

Flexo adução
(contratura dos flexores e adutores, abdutores fracos)

Acetábulo raso
Aumento do antecurvato do femur (aumenta RI)
Aumento do trocanter menor (tração do Iliopsoas)

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9
Q

Paralisia cerebral

Diagnóstico

Quadril em risco:

Fatores do exame físico

Fatores do Rx

A

Define risco de luxação

  • Abdução menor que 30º
  • Flexo maior de 20º
  • Rotação interna

RX:
Índice de Reimers
Mede-se o quanto da cabeça está lateral a linha de perkins

se >30% risco de luxação

CLASSIFICAÇÃO DE ROBIN E GRAHAM
GRAU 1- < 10%
GRAU 2- 10-15%
GRAU 3- 15-30%
GRAU 4- 30-100% (SUBLUXAÇÃO)
GRAU 5- > 100% (LUXADO)

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10
Q

Paralisia cerebral

Diagnóstico - Exame físico

Deformidade do joelho e da coluna

A

Joelho:
Flexão rígida (contratura dos isquitibiais)
Rotação EXTERNA da Tibia

Coluna:
Escoliose (+ frequente nas PC mais graves)
Cifose lombar (por enfraquecimento da musculatura paravertebral ou pela contratura dos isquiotibiais)

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11
Q

Paralisia cerebral

Deformidades dos MMSS

A

Cotovelo e punho: Flexo

Antebraço: Pronado

Polegar: Aduzido e fletido

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12
Q

Paralisia cerebral

Diagnóstico - exame de imagem

RNM ou TC

A

RNM ou TC de Crânio: Visualizar leucomalácia periventricular (necrose da substância branca)

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13
Q

Paralisia cerebral

Classificações

A

Topográfica: Topografia da lesão neurológica

GMFCS: De acordo com função motora grossa

Phelps: Tipo clínico

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14
Q

Paralisia cerebral

Classificação topográfica

A

Diplegia 50%
MMII > MMSS
Leucomalácia periventricular
Intelecto preservado
Quadril alterado, pode ou não deambular
Bom prognóstico

Hemiplegia 30%
Direita mais frequente que Esquerda
MMSS > MMII
Convulsões
Deambulador
Bom prognóstico

Quadriplegia
4 membros
Causado por hipóxia severa
Retardo mental
Comum lesão de par craniano
Não andador
Prognóstico ruim

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15
Q

Paralisia cerebral

Classificação de acordo com função motora grossa

A

GMFCS - Gross Motor Function Classification System

I Atividades motoras amplas, deambula sem apoio (mais comum 35%)

II Deambula bem com órtese

III Marcha com assistência, Muletas ou andadores, Cadeira de rodas para longas distâncias

IV Não deambula, restrição de ortostatismo, tem controle cervical e de tronco

V Não tem controle de tronco

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16
Q

Paralisia cerebral

Classificação de acordo com tipo clínico

A

Phelps - Divide de acordo com local de acometimento no SNC

Cortical
- Espástico: (mais comum 80%)
↳Tipos: Hemiplegico, Diplégico, Quadriplégico
Sindrome do neurônio motor superior - Perda de inibição central
↳Sinal de Babinski, Canivete, Paresia, Hipertonia, Hiperreflexia, Clônus

Extrapiramidal - Lesão dos núcleos da base
- Atetóide/Distónico - (Kernicterus)
Movimentos involuntários das extremidades

  • Coreiforme - Movimentos involuntários rápidos nas raízes dos membros

Cerebelar
- Atáxico - raro - Alteração de equilíbrio e coordenação

17
Q

Paralisia cerebral

Prognóstico

Fatores positivos e negativos

A

Retardo mental não é fator prognóstico

Positivo:

  • Espasticidade
  • Hiperrreflexia
  • Co-contração

Negativos:

Fraqueza
Não sentar-se até os 2 anos
Falta de controle cervical
Equilíbrio precário
Persistencia de reflexos primitivos

18
Q

Paralisia cerebral

Tratamento - Objetivos

A

1º Comunicação
2º AVDs
3º Mobilidade (Transferência)
4º Deambulação

19
Q

Paralisia cerebral

Tratamento - Métodos

A

Conservador:
Fisioterapia
Órteses
Suporte na marcha
Evitar Crouch Gait
Pé plantígrado

Controle da espasticidade:
Se sistêmico e reversível: Bacoflen em liberação contínua intratecal
Sistêmico e irreversível: Risotomia dorsal seletiva
Local e reversível: Bloqueios periféricos
Local e irreversível: Cirurgia

20
Q

Paralisia cerebral

Tratamento cirurgico

Quando realizar?
Quantas cirurgias realizar?
Fatores de risco?

A

Entre os 4 e 8 anos
Abordar as alterações primárias
Tentar realizar todas as necessárias em um só tempo (nem sempre é possível)
Albumina <3,5 e Global de leucócitos <15000 = Risco de infecção pos op

21
Q

Paralisia cerebral

Tratamento cirurgico no

Técnicas

A

Artrodese subtalar de Grice - Corrige Valgo do pé + enxerto em varo

Cirurgia de Wiltse: Osteotomia varizante do tornozelo + tenodese do fibular curto

Artrodese de Mckeever - Hallux valgus recorrente ou grave

Alongamentos do Aquiles

22
Q

Paralisia cerebral

Tratamento cirurgico no

Alongamentos do Aquiles

A

Zetaplastia

Incisão posteromedial (proteção do feixe)
Dorsiflexão do membro
Sutura latero-lateral (terminal é fraca)

Hoke

3 hemissecções intercaladas

Strayer

Ressecção isolada do gastrocnêmio em sua junção miotendínea

Vulpius
Tenotomia do triceps sural na zona 2 em “V”

23
Q

Paralisia cerebral

Tratamento cirurgico na mão e coluna

Técnicas

A

Flexo do punho: Green & Banks - Transferência do FUC para os extensores dos dedos

Cifose lombar - Alongamento dos isquiotibiais

Escoliose - tratar apenas quando não permitir sentar ou se prejuízo respiratório

24
Q

Paralisia cerebral

Tratamento cirurgico do quadril

Quando realizar?

Técnicas:

A

Operar quando:

Quadril em risco: Liberação de partes moles
Subluxado: Redução + liberação
Luxado: Osteotomia varizante + “DEGA” + Tenotomia

(DEGA é semelhante a Salter)

25
Q

Paralisia cerebral

Tratamento cirurgico do joelho

Quando realizar?

Técnicas:

A

Se flexo rigido maior que 45º

Realizar tenotomia e alongamento muscular dos isquiotibiais