Obstrução intestinal aguda Flashcards

1
Q

Tendência da mortalidade e morbilidade por obstrução intestinal aguda (OIA) nas últimas décadas

A

Diminuição

Relembrar: mortalidade de OIA estrangulada operada nas primeiras 30h é de 8%, após este timing a mortalidade triplica

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2
Q

Taxa de mortalidade de OIA estrangulada se operada dentro de 30h

A

8% (após 30h -> triplica!)

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3
Q

OIA: % de todas as hospitalizações

A

3%

Relembrar: 25% de todas as urgências no SU geral

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4
Q

OIA representa % de todas as emergências no SU geral

A

25%

Relembrar:

  • 3% de todas as hospitalizações
  • 80% é no delgado, sendo que 1/3 vai ter isquemia significativa
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5
Q

80% das obstruções intestinais agudas acontecem no…

A

Delgado

Relembrar: 1/3 vai ter isquemia significativa

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6
Q

Que proporção das OIA no delgado vão ter isquemia significativa?

A

1/3

Relembrar:
- 80% das OIA são no delgado

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7
Q

De que forma podemos classificar as OIA?

A
  • Mecânica ou Funcional

- Simples ou Estrangulada

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8
Q

OIA por aderências ocorrem principalmente no (?) e em (homens/mulheres)

A

Delgado
Mulheres

Relembrar: 80% das OIA são no delgado, 1/3 têm isquemia significativa

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9
Q

Quais as principais causas de obstrução intestinal aguda (EUA+Europa)?

A
  1. Aderências pós-operatórias (>50%): ++ operações do abdómen inferior - apendicectomia, colorectal, ginecológica.
  2. Carcinomatose (++ ovário, pâncreas, estômago e cólon).
  3. Herniação da parede abdominal anterior
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10
Q

Aderências pós-operatórias são responsáveis por que % das OIA?

A

> 50%

Relembrar:

  • Mais frequentes após cirurgia do segmento inferior do abdómen (apendicectomia, colorectal, gineco)
  • Constituem >90% das obstruções precoces pós-operatórias que requerem intervenção
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11
Q

Num doente que tem uma obstrução intestinal aguda pouco tempo após ter sido submetido a cirurgia, qual a causa mais frequente?

A

Aderências (>90%)

Relembrar: + comuns com operações do segmento inferior do abdómen (apendicectomia, colorectal, gineco)

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12
Q

Metastases de que cancros são causas RARAS de OIA?

A

Mama e Pele

Relembrar: + comuns são ovários, pâncreas, estômago e colon.

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13
Q

Aderências são mais comuns após laparoscopia ou laparotomia?

A

Laparoscopia

Relembrar: abcessos intra-abdominais também são mais comuns na apendicectomia laparoscópica

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14
Q

Risco de recorrência de aderências em 10A: doentes tratados conservadoramente vs. cirurgicamente

A

20% vs. 5-30%

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15
Q

Que cirurgias se associam a um maior risco de hérnias internas?

A

Bypass gástrico em Y de Roux por Laparoscopia ou Laparotomia

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16
Q

Volvo ocorre no (?) em 2/3 dos casos

A

Sigmóide

Relembrar: 4% no cólon. Cego sozinho ou Ileon terminal também podem.

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17
Q

Volvo afecta mais frequentemente que estrutura?

A

Sigmóide (2/3)

Relembrar: 4% no cólon

Mnemo: “Sigmund Freud (sigmóide) conduzia um Volvo com 2/3 anos”

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18
Q

Factores de risco para volvo

A
  • Idade (70, 80A)
  • Doença neuropsiquiátrica com medicação psicotrópica
  • Institucionalização
  • Obstipação crónica

Mnemo: “um velhote de 80A que andava todo tolinho e que por estar institucionalizado estava sempre obstipado”

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19
Q

Obstrução do Cólon é incomum, mas se acontecer, qual a causa mais comum?

A

Neoplasia (cólon descendente ou recto) = 2/3

Relembrar: 2/3 dos Volvos são no Sigmóide “Sigmund Freud a conduzir um Volvo com 2/3A”

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20
Q

Causas + comuns de obstrução do cólon

A
  1. Neoplasias cólon descendente e recto (2/3)
  2. Divertículo
  3. Volvo (2/3 são no sigmóide)
    Raro: hérnias, aderências.

Relembrar: aderências são a causa de >50% das OIA.

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21
Q

Causa mais comum de íleo funcional

A

Intervenções intra-abdominais

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22
Q

Causa mais comum de aumento na duração de internamento de um doente operado?

A

Ileus funcional

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23
Q

Distúrbios eletróliticos e metabólicos que causam ileus funcional

A

HIPOK
HIPOMG

HipoNa+
Uremia
Hiperglicemia severa

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24
Q

OIA: contractilidade intestinal aumentada (distal/proximal) à obstrução é característica

A

Proximal

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25
Q

Qual o principal factor na distensão intestinal que ocorre quando existe uma obstrução aguda?

A

Ar digerido (há também acumulação de ar intraluminal que se forma e de secreções gastrointestinais)

26
Q

Quais as consequências da distensão intestinal que ocorre numa OIA?

A
  • Aumento da pressão intraluminal com compromisso da drenagem venosa e linfática -> edema da parede -> 12h pós-obstrução -> necrose epitelial
  • Diminuição motilidade intestinal
  • Estase luminal -> proliferação bacteriana no jejuno e ileon (++ E. coli, S. fecalis, Klebsiella)
27
Q

Porque é que os doentes com obstrução intestinal aguda ficam desidratados?

A

Existe alteração da capacidade absortiva do intestino com acumulação de liquido intraluminal e intraperitoneal. Isto é agravado pela anorexia e vómitos.

28
Q

Numa OIA ++ distal, ocorre acumulação de fluído intraperitoneal. Quais as consequências?

A

++ pressão intraabdominal -> elevação do diafragma causa diminuição da ventilação + impedimento do retorno venoso -> Instabilidade HD -> SIRS, Derrame Microvascular

29
Q

Ansa cega

A

Obstrução proximal + distal de um segmento intestinal (++ vólvulo ou hérnia)

Válvula ileocecal competente + obstrução colónica distal = também ansa cega

30
Q

Qual o precursor mais comum de estrangulamento?

A

Ansa cega (obstrução intestinal proximal + distal OU obstrução colónica distal + válvula ileocecal competente)

Relembrar: nem toda a ansa cega causa estrangulamento

31
Q

Risco de perfuração cólica é maior quando o diâmetro excede os (?) cm

A

12 cm

Relembrar: ansa cega é o precursor mais comum de estrangulamento

32
Q

Estrangulamento associa-se a isquemia intestinal irreversível que pode progredir para perfuração. Pode perfurar mesmo após remoção da obstrução?

A

Sim! Pelo que um estrangulamento requer cirurgia EMERGENTE.

33
Q

É frequente diagnosticar-se OIA apenas com base na hx + EO?

A

Sim

Relembrar: sinais cardinais = cólicas + distensão abdominal + vómitos + obstipação (se obstrução parcial podem haver fezes ou se as fezes já se tiverem formado distalmente à obstrução)

34
Q

Sinais cardinais obstrução intestinal aguda

A
  • Cólicas abdominais
  • Distensão abdominal
  • Vómitos
  • Obstipação

Mnemo: “fiquei toda obstruída com a VODCa”

35
Q

OIA: vómitos ocorrem mais tardiamente numa obstrução mais distal ou mais proximal?

A

Distal e podem ser fecalóides (proliferação bacteriana)

36
Q

RHA: obstrução mecânica do delgado vs. ileus

A
  • Obstrução mecânica: borborismo -> RHA ausentes

- Ileus: RHA diminuídos ou ausentes desde o início

37
Q

No ileus (funcional) há colica abdominal?

A

Não (intestinos não mexem)

38
Q

OIA: muitos doentes com obstrução ligeira têm (mau/bom) estado geral

A

Mau

39
Q

Na (?) o doente pode ter desconforto abdominal fora de proporção do exame físico, imitando isquemia mesentérica aguda

A

Obstrução intestinal aguda

40
Q

Existe algum exame laboratorial que permita distinguir uma obstrução simples vs. estrangulada?

A

Não - mas D-lactato, CK-BB e Proteína ligadora Ags intestinais aumentados sugerem Estrangulamento.

41
Q

Rx em pé ou lateral confirma OIA em que % dos casos?

A

60%
- Obstrução delgado (80%): staircasing, loops >2.5cm diâmetro, pouco ou nenhum ar no cólon (achados clássicos mas não inequívocos)

  • Obstrução cólica: colon distendido

É difícil distinguir ileus x obstrução mecânica delgado. Última é mais provável se houverem níveis HA mas não distensão cólica (obstrução não permite que ar chegue ao cólon).

42
Q

Padrão “staircasing”, loops intestinais >2.5cm (delgado) e pouco/nenhum ar no cólon são achados clássicos de (?), mas não inequívocos.

A

Obstrução intestinal aguda do Delgado

Relembrar: 80% das obstruções são no delgado.

43
Q

Qual o exame de imagem mais usado para diagnosticar OIA?

A

TC

Relembrar:

  • Rx demonstra OIA em 60% dos casos em que existe suspeita. Há achados clássicos, mas que não são patognomónicos.
  • Se hx + EO sugerirem fortemente obstrução de alto grau ou completa devemos pedir imediatamente colaboração da cirurgia e não esperar por exames de imagem.
44
Q

Sn e Sp da TC para obstrução intestinal

A

Sn 95%
Sp 96%
Precisão >96%

Relembrar: precisão para detectar ansa cega é apenas 60% (= Rx)

45
Q

Qual o achado precoce mais específico de isquemia intestinal (por OIA) na TC com contraste?

A

Reforço da parede intestinal (+ tarde: gás veia mesentérica, pneumoperitoneo, pneumatose)

46
Q

OIA: doentes com contraste positivo 24h após administração oral…

A

Melhoria é expectável

47
Q

Bário pode ser utilizado num doente com suspeita de OIA?

A

NUNCA. Pode formar um cálculo de Bário e portanto uma nova obstrução.

Existe casos EXCEPCIONAIS em que pode ser usado com muita cautela, mas geralmente está CI.

48
Q

Tratamento de obstrução intestinal aguda

A
  • Reposição fluídos
  • Reposição eletrolítica
  • Descompressão intestinal (SNG)
  • Uso de ATB selecionados. Deve ser feito como profilaxia da cirurgia.
49
Q

Uma obstrução intestinal de alto grau por neoplasia estadio IV requer cirurgia?

A

Pode ser tratada com stent (e o stent pode permitir preparação para cirurgia electiva)

50
Q

Como é feito o tratamento de ileus?

A
  • Volume
  • Descompressão NG
    até reversão da causa etiológica.

Relembrar: fármacos não são utilizados (sem prova de eficácia ou custo-efetividade). Contudo, antagonistas periféricos dos receptores u-opióides podem acelerar os movimentos intestinais após cx abdominal.

51
Q

Há tratamento farmacológico para a obstrução intestinal aguda?

A

Não. Tratamento consiste em ressuscitação de volume + descompressão NG. Fármacos não têm eficácia comprovada (se bem que antagonistas periféricos dos receptores u-opióides podem acelerar os movimentos intestinais apos cx)

52
Q

Tratamento volvo sigmóide

A

Tubo flexível via protoscópio rígido ou sigmoidoscopia

Relembrar: 2/3 dos volvos são no sigmóide

53
Q

Tratamento volvo cecal

A

Laparoscopia ou laparotomia

54
Q

Doença de Ogilvie: tratamento

A

Neostigmina: aumenta motilidade cólica. É moderadamente efectiva e comummente usada. Deve-se excluir obstrução mecânica primeiro.

Epidural (bloqueio SNS) pode melhorar pseudo-obstrução.

55
Q

Tratamento de intuscepção (adultos)

A

Resseção primária. Se não tiver havido preparação cólica (situação aguda) é necessária uma ostomia proximal.

56
Q

Tratamento ileus biliar

A

Enterolitotomia (VB não precisa de ser abordada de forma urgente/emergente)

Relembrar: apenas 60% dos ileus biliar obstruem o íleo. 60% das obstruções ocorrem no ileo. A via de entrada + comum é uma fístula colecistoduodenal.

57
Q

% dos ileus biliar que obstroem o íleo

A

60%

58
Q

Que % dos individuos com OIA pode ser tratado conservadoramente? Quais os que DEVEM ser tratados conservadoramente?

A

80% podem ser tratados conservadoramente. Os que têm OIA causada por radiação DEVEM ser tratados conservadoramente.

59
Q

OIA: decisão de tratamento cirúrgico/conservador é baseada na…

A

Avaliação clínica (pode haver ajuda dos exames de imagem). Colaboração precoce por Cirurgia deve ser realizada especialmente se Estrangulamento.

60
Q

Risco cirúrgico operação a OIA

A

12-47% (++ resseção cirurgica e estado global saúde ASA III+)

61
Q

Quando é que podemos fazer lise de aderências por laparoscopia?

A
  • Obstrução precoce
  • Pequeno nº de aderências (expectáveis)

Relembrar: obstrução pós-op precoce ocorre dentro de 6 meses, sendo que a maioria são parciais e resolvem espontaneamente.

62
Q

Obstrução pós-operatória precoce

A
  • Até 6 meses após cx.
  • Parciais +++
  • Auto-limitadas +++
  • Dificil distinguir de ileus pós-op