Hepatite crónica Flashcards
Definição de hepatite crónica
Inflamação e necrose do fígado com >6 meses de evolução
Autoanticorpos são comuns ou incomuns na hepatite B crónica?
Incomuns
Tratamento de 1ª linha HepB crónica
Entecavir/Tenofovir
Mnemo: Entecavir tem ENergia! -> vai ser mais eficaz
ou
IFN-a, IFN-PEG
Anti-LKM1: em que doenças?
Hepatite C
Hepatite AI
Mnemo: PRIMEIRO Ac (anti-LKM1) ocorre na PRINCIPAL causa de hepatite crónica e PRINCIPAL causa de transplante
Anti-LKM2: em que doenças?
Hepatite tóxica (mas incomuns!)
Anti-LKM3: em que doença(s)?
Hepatite D
Mnemo: 3 foi a conta que Deus fez
Valor da biópsia hepática nas hepatites crónicas
Valiosa para:
- Diagnóstico
- Determinar gravidade
- Estadiamento
Score Metavir
Score (0-4) usado na Europa que tem por base achados histológicos e que permite classificar a hepatite em leve, moderada ou grave
Como varia a probabilidade de uma hepatite B se tornar crónica em função da idade à infeção?
Doentes infetados ao nascimento: 90% probabilidade de cronificar
Doentes imunocompetentes infectados na vida adulta: 1% de probabilidade de cronificar
Indivíduos infectados pelo VHB ao nascimento/infância geralmente têm infeção clínica/subclínica
Subclínica (devido à tolerância imunológica)
Maioria dos casos de HepB crónica entre adultos ocorre em doentes que tiveram/não tiveram episódio de hepatite aguda clinicamente aparente
Não tiveram.
(-> se tivesse sido clinicamente aparente significava que o sistema imunitário tinha reagido e destruído o vírus pelo que nunca iria cronificar)
Que % dos doentes com hepatite B crónica LEVE progridem para hepatite mais grave e cirrose?
25% (não podemos ser optimistas acerca do px para os pacientes com hepatite crónica leve)
Sobrevida na hepatite B crónica leve aos 5 e 15A
5A: 97%
15A: 77%
Histologia tem importância prognóstica na HepB crónica?
Sim
DNA HBV correlaciona-se com o nível de lesão hepática e risco de progressão?
Sim (quer seja AgHBe + ou -)
Qual a probabilidade de conversão espontânea de fase replicativa em não replicativa numa HepB crónica?
10% ao ano
Qual é mais comum em países mediterrâneos, europeus e asiáticos: Hep AgHBe+ ou Hep AgHBe-?
Hepatite AgHBe- (mutação pré-core ou core-promotor)
Na variante AgHBe(-) os níveis de replicação do HBV correlacionam-se com a actividade bioquímica e histológica?
Sim
Como são os níveis de DNA HBV na variante AgHBe(-) aka mutações pré-core e core promotor?
Mais baixos do que na forma nativa (máximo 10^6)
Na variante AgHBe(-) os doentes podem ter lesão hepática progressiva e reativações episódicas da hepatopatia?
Sim
Mnemo: os AgHBe(-) são os “mafiosos” que replicam MENOS, mas causam MAIS lesão hepática
Os níveis de DNA do HBV são mais prontamente suprimidos pelo tx na hepatite AgHBe(-)?
Sim, mas a obtenção de respostas sustentadas que permitam a interrupção da terapia é menos provável.
i.e. Na hepatite AgHBe(-) é mais fácil suprimir os níveis, já baixos, de DNA do HBV, MAS é difícil manter os níveis assim baixos pelo que é improvável que possamos parar o tratamento = tx ad eternum
- AgHBs +
- AgHBe -
- DNA HBV máx. 10^3
- ALT/AST =
Possibilidades de dx?
1) Portador inactivo HBV
2) Variante AgHBe(-)
Difícil distinguir e requer monitorização durante meses
Fadiga é um sintoma comum na hepatite B crónica?
Sim
Complicações extra-hepáticas da hepatite B são mediadas por depósitos de …
Imunocomplexos
Complicações extra-hepáticas da hepatite B
Mediadas por imunocomplexos:
- Artralgias e artrite
- Lesões cutâneas purpúricas
- GN
- Vasculite generalizada (PAN)
Achados laboratoriais permitem distinguir entre uma hepatite B crónica histologicamente leve e uma grave?
Não (se permitisse não precisávamos de fazer biópsia)
Características laboratoriais da hepatite B crónica
- Aminotransferases ++ (100-1000) ALT>AST
- ALP = ou +
- Bilirrubina (3-10mg/dL)
- HipoAlb ou prolongamento do PT (grave ou terminal)
- Ausência de hiperglobulinemia e Auto-Ac
Na hepatite B crónica o risco de carcinoma é superior nos doentes com vírus em replicação activa?
Sim
Mnemo: > replicação»_space;> Cirrose/Cancro
Qual o objectivo do tratamento da hepatite B crónica?
Suprimir o nível da replicação viral (porque quanto mais replicação mais a probabilidade de progredir para cirrose ou cancro)
Classes de medicamentos usados no tx da hepatite B crónica
1) Interferão (IFN injetável ou IFN-PEG, muito pouco usados hoje em dia) ou 2) Análogos dos nucleosídeos orais - Entecavir! - Tenofovir - Lamivudina - Adefovir - Telbivudina
Qual foi a primeira terapia aprovada para a hepatite B crónica, mas que já não é usada?
Interferão
Terapia com Interferão bem sucedida é frequentemente acompanhada por elevação de…
Aminotransferases (resultante da depuração aprimorada de hepatócitos)
Que % dos doentes com hepatite B crónica a tomar interferão vão ter perda de DNA-HBV?
30%
Mnemo: INTERferão tem percentagens INferiores a um TERço
Crianças podem responder tão bem quanto adultos ao interferão (hepatite B crónica)?
Sim
Em que doentes não devemos usar o Interferão para tratamento da hepatite B crónica (prejudicial)?
- Hepatite B crónica Descompensada
- Imunossuprimidos
- Asiáticos com infeção neonatal e elevações mínimas da ALT
- Crianças infetadas ao NAscimento
Mnemo: Esperemos que. a DIANA nunca precise de Interferão
Interferão foi terapia padrão para a hepatite B crónica durante muitos anos, mas foi suplantado pelo…
IFN-PEG de acção longa
Os efeitos laterais do Interferão (HepB crónica) são reversíveis?
Sim, exceptuando a tiroidite autoimune.
Exemplo de reacção autoimune que pode constituir efeito lateral da terapia com interferão
Tiroidite AI (único efeito lateral do interferão que é possivelmente irreversível)
Qual o análogo dos nucleosídeos orais mais poderoso?
Entecavir
Mnemo: ENtecavir é ENergia!
Qual o análogo dos nucleosídeos orais usado no tx da hepatite B crónica que não pode ser usado em doentes HIV+?
Entecavir (damos o Tenofovir)
Qual a principal mutação do VHB que se associa a resistência à Lamivudina?
Mutação YMDD
Mnemo: “Y My Drug Doesn’t work??”
O que fazemos perante o aparecimento de resistência à Lamivudina (tx da hepB crónica)?
Adicionamos outro antivírico (Entecavir não pode ser usado neste caso)
Que % dos doentes tratados com Lamivudina adquirem mutação YMDD ao fim de 1A? 5A?
1 ano: 30%
5 anos: 70%
Quando é que podemos parar a terapia com Lamivudina na hepatite B crónica?
Seroconversão AgHBe
Como se processa o tratamento com Lamivudina nos doentes AgHBe(-)?
- Não têm AgHBe logo não conseguem elaborar uma resposta (seroconversão).
- Se interrompermos a terapia, a maioria vai recidivar
- Terapia a longo prazo/indefinida
O que devemos fazer se o doente com hepatite B crónica não responde à Lamivudina (continua AgHBe+)?
Continuar Lamivudina até que haja seroconversão:
- Podem aumentar 50% em até 50A
- Outros benefícios mesmo que não se atinja seroconversão
Em que doentes vai haver uma durabilidade particularmente reduzida da resposta à Lamivudina após cessar tx?
Asiáticos
Lamivudina: como podemos aumentar a durabilidade da resposta após a seroconversão do AgHBe?
Terapia de consolidação (6M+ ocidentais, 12M+ asiáticos)
O que acontece em doentes HIV+ se iniciarmos monoterapia com Lamivudina?
Resulta universalmente no surgimento rápido de variantes YMDD (Lamivudina em monoterapia está CI na infeção HIV)
Lamivudina causa melhoria histológica na hepatite B crónica?
Sim, e em 75% dos casos cirrose -> pré-cirrose
Lamivudina Gravidez
- Segurança não foi estabelecida, MAS…
- Se for dada nos últimos meses de gravidez a mães com altos níveis de viremia pode reduzir a probabilidade de transmissão perinatal
Mnemo: “as grávidas gostam de LAMas”
Lamivudina é eficaz na hepatite B descompensada?
Sim (vs IFN)
Na variante YMDD o que é superior?
a) Adicionar Adefovir à Lamivudina
b) Substituir Lamivudina -> Adefovir
Adicionar Adefovir à Lamivudina
Efeitos laterais do Adefovir
Nefrotoxicidade reversível (após 6M de terapia) +++ em doses usadas na tx do HIV, raramente nas doses usadas para o HBV
As respostas do AgHBe e AgHBs ao IFN-PEG foram associadas com o genótipo…
CC da IL28B (variação de um SNP no cromossomo 19)
Quais os agentes preferidos no tratamento da HepB crónica: agentes orais ou IFN-PEG?
Agentes orais
Telbivudina no tratamento da HepB crónica
- Não é recomendada como 1ª linha
- Não é muito usada
Doente resistente à Lamivudina: adicionamos Entecavir, Adefovir ou Tenofovir?
Tenofovir.
- Suplantou o Adefovir (mnemo: “tenofovir é o super-adefovir”)
- Para se desenvolver resistência ao Entecavir é preciso mutação YMDD (Lamivudina) + 1 outra -> doentes resistentes à Lamivudina já têm YMDD pelo que basta mais uma para serem resistentes também ao Entecavir
Fármaco de primeira escolha para doentes com hepatite B crónica
Entecavir (baixa resistência + elevada potência)
Entecavir é/não é primeira escolha para resistentes à Lamivudina
Não
Combinação de que dois fármacos parece eficaz para a coinfecção HIV-HBV?
Entricitabina + Tenofovir
Existe benefício na combinação de agentes orais no tratamento da hepatite B crónica?
Não (= usar monoterapia)
Tx da HepB crónica: combinação de agentes que não têm resistência cruzada reduz o risco de surgimento de resistências?
Sim
Vamos tratar todos os doentes com hepatite B crónica?
Não, os portadores inactivos (estado não replicativo) não têm indicação para tratamento.
Portador inactivo:
AgHBe -
ALT =
DNA <10^3 cópias/mL
Os doentes com cirrose descompensada devem ser avaliados como candidatos para…
Transplante hepático
Doentes com hepatite B crónica e cirrose: quando tratar?
- Cirrose descompensada desde que o DNA seja detectável
- Cirrose compensada c/ DNA>2x10^3
- Cirrose compensada c/ DNA <2x10^3 mas ALT ++
Terapia da hepatite B crónica na gravidez
A Lamivudina não é teratogénica e o “único” agente que pode ser usado com confiança, todos os outros devem ser evitados ou usados com extrema cautela
Mnemo: “as grávidas gostam de LAMas”
Tx da HepB crónica com IFN na gravidez
- Evitar
- Não parece ser teratogénico
- Mas é antiproliferativo
Tx da HepB crónica com Adefovir na gravidez
Risco de aborto espontâneo
IFN-PEG pode ser usado na cirrose compensada ou descompensada?
Não, nunca dar IFN-PEG em doentes com cirrose
Reinfeção por VHB após transplante hepático é quase universal a menos que…
Se faça tratamento profiláctico (IG + agentes orais)
Que fármaco(s) representam escolhas excelentes para o tx de coinfeção HIV-HBV?
Tenofovir
Combinação Entricitabina + Tenofovir
Uso de Interferão no tratamento da HepD crónica tem algum impacto na história natural da doença?
Não
Transplante hepático é eficaz na hepatopatia terminal por hepatite B+D crónica?
Sim
Resultado do transplante para hepatite D+B é superior/similar/inferior à hepatite B crónica
Superior
Qual a causa mais importante de hepatopatia crónica? %?
Hepatite C crónica (40% de toda a hepatopatia crónica)
Indicação mais frequente para transplante hepático
Hepatite C crónica
Mortalidade causada pela (…) suplantou a mortalidade associada à infecção HIV/SIDA
Hepatite C
Qual o provável meio de transmissão da maioria das hepatites C crónicas?
Exposição percutânea
Mnemo: “hepatite C surge maioritariamente por via Cutânea”
Em doentes com hepatite C crónica acompanhados durante 20 anos, qual a % que progride para cirrose?
20% (mesmo em hepatites crónicas com quadros relativamente leves)
O que é ocorre na maioria dos doentes com hepatite C crónica: doença lenta ou não progressiva vs progressão para cirrose?
Doença lenta ou não progressiva. Mas 20-25% vai progredir para cirrose mesmo que tenha uma hepatite clínica e histologicamente leve (uma percentagem importante!)
Que proporção dos doentes com hepatite C crónica vão ter níveis de transamínases normais ou quase normais?
1/3 (mas 25% destes têm elevações subsequentes que podem indicar lesão histológica progressiva -> Monitorização contínua!)
Doentes com hepatite C crónica que têm níveis de transamínases normais devemos fazer monitorização clínica contínua?
Sim (as transamínases podem estar normais mas em 25% vão subir)
Anticorpos na hepatite C crónica
Anti-LKM1
Mnemo: “1” -> HepC é a causa nº1 de DHC e indicação nº1 para transplante. Também presentes na hepatite auto”1”mune
A maioria dos doentes com hepatite C são diagnosticados em fase assintomática e apresentam/não apresentam hx de hepatite C aguda
Não apresentam
Qual é a complicação extra-hepática que é mais comum na hepatite C crónica do que na B?
Crioglobulinemia mista essencial
Complicações extra-hepáticas são mais comuns na Hepatite B crónica ou C crónica?
B crónica (a única + comum na C é a Crioglobulinemia Mista Essencial)
Qual o melhor indicador de PROGNÓSTICO na hepatite C crónica?
Histologia
Entre doentes com hepatite C transfusional, a mortalidade difere/não difere da observada em transfundidos sem HCV
Não difere
A progressão histológica da hepatite C crónica é comum/rara
Rara
O prognóstico a longo prazo para a hepatite C é benigno/maligno na maioria
Relativamente benigno
Factores de PROGRESSÃO da hepatite C crónica
- Duração prolongada +++
- Idade
- Estadio e grau histológico
- Maior diversidade de quasi-espécies
- Ferro hepático aumentado
- Doenças hepáticas
- HIV
- Obesidade
Taxa de sobrevida aos 10A dos doentes com cirrose compensada e hepatite C crónica
80%
Como variam os níveis das transamínases em resposta ao tratamento na:
a) Hepatite B crónica
b) Hepatite C crónica
HBV: elevação transitória das transamínases com o tratamento
HCV: níveis de transamínases caem acentuadamente
Terapia com IFN-PEG + Ribavirina diminui o risco de carcinoma hepatocelular?
Sim, mas APENAS se houver resposta virológica sustentada
IFN-PEG + Ribavirina no tx da HepC crónica reverte a fibrose e cirrose?
Sim
Resposta virológica sustentada
End-point terapêutico da hepatite C crónica:
“Níveis indetetáveis de RNA-HCV após 6 meses do término da terapia”
Resposta virológica rápida
Níveis indetetáveis de RNA ao final de 4 semanas
Resposta virológica precoce
Redução de pelo menos 2 log RNA-HCV ao final de 12 semanas
Resposta no final do tratamento
Níveis indetetáveis de RNA-HCV ao fim de 48 semanas
Tx IFN-PEG+Ribavirina: mesmo na ausência de respostas bioquímicas e virológicas, há melhoria histológica em cca de %?
75%
Doentes que não respondem ao IFN-PEG+Ribavirina têm algum benefício na progressão histológica ou descompensação clínica?
Não
90% das respostas à terapia com IFN-PEG+Ribavirina são obtidas em quantas semanas de terapia?
12 semanas (i.e. se não houve resposta até às 12s é muito improvável que vá ter)
Quando ocorre a maioria das recaídas após terapia IFN-PEG+Ribavirina?
Primeiras 12 semanas após tratamento
Resposta virológica sustentada = Cura da HepC?
Sim
Quem vai ter + probabilidade de RVS (tx da HepC crónica)?
14:
- Genótipo favorável (2 e 3 - no meio está a virtude)
- Nível baixo de RNA
- Histologia leve
- Adesão terapêutica
- Curta duração da infecção
- Baixa diversidade de quasi-espécies
- Mulheres
- Sem obesidade, resistência à Insulina e DMt2
- Imunocompetência
- Sem esteatose
- Ferro hepático baixo
- Alterações geneticas do vírus
- Polimorfismos Il28B
Qual dos sexos tem maior probabilidade de RVS face à tx com IFN-PEG+Ribavirina?
Mulheres
Afro-Americanos têm maior ou menor probabilidade de atingir uma RVS?
Menor
Genótipo CC: que % atinge RVS?
80% (genótipo típico de caucasianos, europeus e japoneses mas raro em afro-americanos)
vs
25% genótipo TT (“Tás Tramado”)
Mnemo: CC = Controlo Conseguido
Doentes com cirrose têm maior ou menor probabilidade de RVS?
Menor
Esquemas de terapia IFN-PEG+Ribavirina de acordo com o genótipo HCV
Genótipo 1 e 4: 48 semanas
Genótipos 2 e 3: 24 semanas (há quem recomende 48s no genótipo 3 pois é mais refratário)
Mnemo: “o genótipo Dois é Decente, o Três é Tramado”
Em que altura é feita a monitorização dos níveis de RNA-HCV na terapia com IFN-PEG+Ribavirina?
12 semanas
Ausência de RVP é um forte/fraco preditor para ausência de RVS final
Forte
Se após 12 semanas de IFN-PEG+Ribavirina não houver queda em 2 log de RNA-HCV…
Quase de certeza que não vai haver RVS pelo que prolongar a terapia é inútil = Descontinuar!
Se após 12 semanas de IFN-PEG+Ribavirina houver queda em 2 log de RNA-HCV…
Probabilidade RVS = 66%. Nova medição às 24s: interromper se ainda RNA-HCV detectável.
Em que doentes com genótipo 1 ou 4 podemos reduzir a duração da terapia com IFN-PEG+Ribavirina para 24 semanas?
Se houver RVR (RNA-HCV indetetável às 4 semanas) = RSV em 90%
Ribavirina pode ser dada na gravidez?
Não, teratogénica.
Efeito lateral mais importante e pronunciado da Ribavirina
Hemólise (redução 3g/dL na Hb) -> reduzir dose ou dar EPO
Mnemo: RIbavirina RIpa os eritrócitos
Inibidores da protease de primeira geração usados na Hepatite C crónica (em combinação com IFN-PEG+Ribavirina)
Telaprevir
Boceprevir
(inibem a NS3-4A)
Mnemo: os PRevir PRevinem a PRotease
Em 2011, Telaprevir ou Boceprevir combinados com o IFN-PEG e Ribavirina foram aprovados para o tratamento do Genótipo…
1
Mnemo: PRevir para o PRimeiro genótipo
Podemos usar os inibidores da protease de primeira geração isoladamente (monoterapia)?
Não, devem sempre ser usados em combinação com IFN-PEG + Ribavirina, uma vez que a resistência se desenvolve rapidamente
Doentes que não podem tomar Ribavirina beneficiam da adição de um inibidor da protease à terapia clássica?
Não, uma vez que a Ribavirina é a principal responsável por prevenir resistência aos inibidores da protease
Esquemas de terapia quando se adiciona um inibidor da protease 1ª geração
TTripla: inibidor + IFN-PEG + Ribavirina
TDupla: IFN-PEG + Ribavirina
Depende do inibidor escolhido:
TELAPREVIR
Terapia Tripla -> Terapia Dupla
Mnemo: “com o Telaprevir começamos pela terapia Tripla”
BOCEPREVIR
Terapia Dupla -> Terapia Tripla
Mnemo: “com o Boceprevir começamos pela Biterapia” OU “O BOCE chega mais tarde”
Afro-Americanos vão ter menor probabilidade de RVS tanto na terapia com IFN-PEG+Ribavirina como com…
Inibidores da protease
Doentes cirróticos podem ser candidatos a tratamento com inibidores da protease (Hep C crónica)?
Sim, apesar de terem menor probabilidade de RVS não devem ser excluídos como candidatos.
Inibidores da protease podem ser dados em todos os genótipos do HCV?
Não, apenas no genótipo 1 (e há > prob de RSV com genótipo 1a)
Sofosbuvir
- Novo agente antivírico para o tratamento da HepC crónica
- Mais conveniente
- Para os genótipos 2 e 3 não requer adição de IFN (usado apenas em combinação com Ribavirina)
- Genótipos 1, 4 e 6 fazem terapia tripla
Simerprevir
- Novo agente anivírico
- Inibidor da protease
- Aplicado ao genótipo 1
Regras para aplicação da terapia anti-HCV
- Antes de iniciar o tratamento, determinar o genótipo
- IFN-PEG + Ribavirina é o elemento principal para o tratamento de todos os genótipos
- Monitorização do RNA-HCV para avaliar resposta à terapia
OBJECTIVO: erradicar RNA-HCV 6 meses após término da terapia
Indicações standard para início da terapia anti-HCV
- Níveis detectáveis de RNA-HCV (com ou sem níveis elevados de ALT)
- Biópsia com fibrose portal/em ponte ou hepatite moderada-grave
Doentes com hepatite C crónica e Crioglobulinemia Mista Essencial devem fazer terapia prolongada?
Sim, possivelmente ad eternum, porque raramente têm RVS.
Terapia de manutenção da Hepatite C crónica não está recomendada em…
Grávidas
CI à terapia
Cirrose descompensada
Doentes com HepC crónica e cirrose descompensada
Transplante
Após transplante hepático é frequente a recorrência da hepatite C?
Sim, é a regra. Maior velocidade de progressão também.
Inibidores da protease estão indicados em doentes com Crioglobulinemia Mista Essencial?
Não
Hepatite C crónica + Hepatite C aguda: tratamento
IFN-PEG
Ribavirina não melhora eficácia e inibidores da protease não estão indicados
Qual a única forma de hepatite vírica tratada sistematicamente na fase aguda?
Hepatite C (IFN-PEG)
Cave! HepB aguda é tratada apenas se GRAVE
Tratamento da coinfeção HIV-HCV
IFN-PEG + Ribavirina diária 48s (TODOS os genótipos)
Perigos da combinação da Ribavirina (HCV) com antiretrovíricos (HIV)
Potenciação de efeitos adversos:
- Didanosina: acidose láctica
- Estavudina: lipoatrofia
- Zidovudina: aumenta risco de anemia hemolítica da Ribavirina
Coinfeção por HIV-HCV tem influência no curso da HepC?
HepC mais progressiva e grave
Inibidores da protease podem ser dados na coinfeção HCV-HIV?
Sim, se HCV gen 1 (as per usual) -> cuidados com as interações!
Inibidores da protease estão/não estão associados a respostas comparáveis entre doentes HIV-HCV e apenas HCV
Estão
i.e. num doente com coinfeção HIV-HCV se dermos um inibidor da protease a resposta é tão boa quanto se ele apenas tivesse o HCV
Hepatite AI: risco de cirrose e insuf hepática é maior ou menor que o das hepatites víricas?
Menor
Mnemo: como é o nosso próprio organismo vai ser mais “benevolente” do que os vírus -> menor risco de progressão
Carcinoma hepatocelular: + frequente na cirrose associada à hepatite vírica ou associada à hepatite AI?
Hepatite víricas
Mortalidade aos 6 meses da hepatite AI não-tratada
40%
Sobrevida aos 10A para indíviduos com hepatite AI tratada
80-98%
Na hepatite auto-imune a lesão hepática é mediada pelo componente celular ou humoral?
Celular (componente humoral é principalmente responsável pelas manifestações extra-hepáticas)
Características de autoimunidade (anticorpos) estão/não estão presentes em todos os casos de hepatite autoimune
Não estão
Anticorpos têm papel na patogenia da hepatite autoimune?
Ainda não foi estabelecido
Anticorpos na hepatite autoimune têm um papel nas manifestações…
Extra-hepáticas (deposição de IC - artralgia, artrite, vasculite cutânea e glomerulonefrite)
Quais os principais autoAc associados à hepatite AI?
- ANA de padrão homogéneo
- Actina, Vimentina e Esquelitina (Ac anti músculo liso)
- Antigénio hepático solúvel
- Lecitina hepática
Hepatite AI pode-se confundir inicialmente com…
Hepatite vírica AGUDA (mas muitas das características são semelhantes à hepatite vírica CRÓNICA)
Provas de função hepática na hepatite AI costumam ser normais/anormais
Anormais (mas podem não se correlacionar com gravidade ou histologia).
Mas, muitas vezes, a bilirrubina, ALP e globulinas são normais e transamínases estão apenas minimamente elevadas.
Perfil hepático na hepatite AI
Transamínases: ++ Bilirrubina: ++ Albumina: - (doença muito activa ou avançada) ALP: = ou + TP: ++
Anticorpos Anti-HCV podem surgir falsamente positivos na hepatite AI?
Sim. As gamaglobulinas que estão aumentadas podem-se ligar a imunoensaios anti-HCV.
Padrão característico dos ANAs na hepatite AI
Homogéneo
Classificação da hepatite AI
Tipo 1
Tipo 2
Tipo 3
Hepatite AI tipo 1
América + Europa do Norte
Mulheres jovens
Características lupóides
Anticorpos: ANA, Actina, ANCA atípicos
Hepatite AI tipo 2
Crianças
Anticorpos: Anti-LKM1, Citosol hepático 1
Anticorpos anti-LKM1 e anti-citosol hepático 1 são típicos de que tipo de hepatite AI?
Tipo 2
Hepatite AI tipo 3
Mulheres
Clínica semelhante ao tipo 1 mas mais grave
Anticorpos: hepático solúvel
Tratamento da hepatite AI
Pilar: glicocorticóides (Prednisona ++)
ou
Glicocorticóides + Imunossupressor (ex: AZA)
Ambos são igualmente eficazes
Tratamento da hepatite AI com Prednisona em monoterapia
- 60mg/dia -> 20mg/dia (em 1 mês)
- 80% vai responder
- Melhoria clinica, bioquímica e histológica
- Melhora sobrevida
Que % dos doentes com hepatite AI tratados com Prednisona vai responder?
80%
Tratamento da hepatite AI grave com Prednisona aumenta a sobrevida?
Sim
Terapia com Prednisona na hepatite AI previne a progressão definitiva para cirrose?
Não (apesar de causar melhoria histológica)
Terapia com CCT + Imunossupressor é tão eficaz quanto monoterapia com GCT na hepatite AI?
Sim
Hepatite AI: GCT + Imunossupressor diminui em quanto o risco da corticoterapia vs monoterapia c/ GCT?
66% -> 20%
Hepatite AI: AZA isolada ou GCT em dias alternados induzem remissão?
Não
Hepatite AI: quando usamos AZA fazemos pesquisa das variantes alélicas da S-metiltransferase das purinas?
Não.
Não se correlaciona com:
- Eficácia da AZA
- Citopenias da AZA
Hepatite AI: em que doentes está indicado tratamento?
Doença GRAVE
Que % dos doentes com hepatite AI tem recidiva após término da terapia?
50% (-> terapia indefinida com azatioprina isolada após cessação da prednisona para reduzir risco de recidiva)
Transplante hepático está indicado em doentes com hepatite AI refratária?
Sim, quando:
- Terapia falhou
- Progrediu para cirrose descompensada
- Bilirrubina não melhorou em 2s
Que % dos doentes com hepatite AI tem doença grave?
20% (são estes que vamos tratar, hepatite AI leve não se trata)
Que % dos doentes com hepatite AI não tratados progride para cirrose em 15A?
até 50%
Hepatite AI leve costuma progredir para cirrose?
Não, mas devemos monitorizar na mesma
Critérios que definem hepatite AI grave (20% dos casos)
- AST/ALT >10xN
- Hiperglobulinemia
- Histologia agressiva com necrose confluente ou colapso multinodular
- Cirrose
Critérios de mau prognóstico na hepatite AI
- Colapso multilobular à apresentação (critério de gravidade)
- Bilirrubina não melhora após 2 semanas de tratamento
O tratamento da Hepatite C crónica com IFN-PEG + Ribavirina diminui sempre a mortalidade e o risco de CHC?
Não. Só melhora a sobrevida e diminui o risco de CHC se se alcançar RVS.
Relembrar: mesmo que RVS, o doente deve ser monitorizado para CHC porque apesar de diminuir o risco, não o elimina.