Insuficiência vascular mesentérica Flashcards

1
Q

Incidência da isquemia intestinal

A

3:100,000 (aumenta com a idade)

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2
Q

Como podemos classificar isquémia intestinal?

A
  1. Isquémia mesentérica arterial OCLUSIVA
  2. Isquémia mesentérica arterial NÃO OCLUSIVA
  3. Trombose venosa mesentérica (menos comum, com melhor px)
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3
Q

Isquémia mesentérica arterial OCLUSIVA: FR

A
  • FA
  • Enfarte do miocárdio recente
  • Valvulopatia
  • Cateterismo cardíaco ou vascular recente
  • Doença aterosclerótica (normalmente causa isquémia mesentérica não oclusiva)
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4
Q

FR isquémia mesentérica não oclusiva

A
  • Aterosclerose (++ idosos, “angina intestinal”)
  • Vasopressores
  • Choque
  • Cocaína
  • Cirurgia CV (complicação GI + prevalente)
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5
Q

FR para trombose venosa mesentérica

A

Estados de hipercoaguabilidade:

  • Deficiência proteina C ou S
  • Deficiencia ATIII
  • Policitemia vera
  • Neoplasia
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6
Q

Pontos críticos anatómicos para isquémia intestinal

A
  • Delgado: duodeno, leito do pâncreas
  • Cólon: ponto de Griffith (ângulo esplênico) e ponto de Sudeck (cólon sigmóide)

Mnemo: Sudeck = Sul = em baixo

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7
Q

Na isquémia mesentérica arterial oclusiva, o êmbolo tem origem (?) em >75% dos casos

A

Cardíaca

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8
Q

Na isquémia mesentérica arterial oclusiva, o êmbolo aloja-se onde?

A

AMS, distal à origem da a. cólica média

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9
Q

Quantas artérias major do intestino devem ser afectadas para haver angina intestinal crónica?

A

Pelo menos 2

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10
Q

Translocação de bactérias com possível bacteriémia e sépsis ocorrem mesmo em estadios iniciais da isquémia intestinal?

A

Sim

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11
Q

Mortalidade da isquémia intestinal

A

> 50%

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12
Q

Indicador mais importante de sobrevida na isquemia intestinal

A

Dx e Tx oportunos

mas isto é difícil! ptt tem elevada mortalidade: >50%

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13
Q

Apresentação da isquémia mesentérica oclusiva (embolia ou trombose arterial)

A
  • Dor* DESPROPORCIONAL aos achados no EO.
  • aguda, grave e constante.
  • Náuseas/Vómitos, diarreia, sangue nas fezes, anorexia
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14
Q

Exame abdominal inicial num doente com isquémia mesentérica oclusiva (embolia ou trombose arterial) vs. tardio

A

Inicial: distensão abdominal mínima, diminuição RHA.

Tardio: peritonite, colapso CV.

Relembrar: a translocação de bactérias com resultante bacteriémia/sépsis ocorre em fases INICIAIS da isquémia.

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15
Q

Achados Rx abdominal na isquémia mesentérica oclusiva (embolia ou trombose arterial) vs. tardio

A

Edema parede (~impressões digitais) -> Pneumatosis intestinalis

Se pneumoperitoneu = perfuração, necessidade de exploração imediata!

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16
Q

Exame de imagem para dx precoce de embolia arterial mesentérica

A

AngioTC (= Embolia pulmonar), altamente sensível.

Relembrar: Ecodoppler é usado para dx precoce de TROMBOSE arterial (= TVP)

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17
Q

Gold-standard no dx de dça arterial mesentérica oclusiva aguda

A

Angiografia (= Embolia pulmonar).

Relembrar: angioTC é altamente sensível para doença arterial oclusiva aguda e é usada para o dx precoce.

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18
Q

Exame de imagem para dx precoce de trombose arterial mesentérica

A

Ecodoppler: aumento velocidade de pico na AMS tem 80% VPP para isquémia mesentérica. Um exame negativo EXCLUI o dx.

19
Q

Ecodoppler: aumento velocidade de pico na AMS tem % VPP para isquémia mesentérica.

A

80%

Relembrar:

  • Exame de escolha para dx precoce de trombose arterial mesentérica (vs. AngioTC para embolia arterial mesentérica).
  • Ecodoppler negativo exclui o dx.
20
Q

Um Ecodoppler negativo exclui o dx de trombose arterial mesentérica?

A

Sim.

Relembrar: Aumento da velocidade de pico na AMS tem 80% VPP para isquémia mesentérica.

21
Q

Papel da colonoscopia no dx de embolia/trombose arterial mesentérica

A

Suspeita de colite isquémica (vê até ao ângulo esplénico, utilizada ++ se DRC para evitar contraste).

22
Q

O que fazer quando se suspeita de isquémia intestinal?

A
  • Admitir em UCI
  • Observação pela Cirurgia
  • Se alta suspeita clínica apesar de análises normais -> Cirurgia (outros exames não devem atrasar a cirurgia)
23
Q

Gold-standard no tratamento da doença arterial OCLUSIVA aguda

A

Laparotomia (se existir alta suspeita clínica mesmo que analiticamente normal, a cirurgia não deve ser protelada): ressecar intestino comprometido + restaurar perfusão (avaliar todo o intestino começando no lig. Treitz)

24
Q

Qual o padrão de isquémia observado na oclusão da AMS, com êmbolo proximal (?) à origem da cólica média

A

Jejuno proximal poupado, restante delgado até cólon transverso isquémico

25
Q

Como é feito o tratamento da lesão específica na embolia arterial mesentérica?

A

Embolectomia via arteriotomia (se insucesso: bypass da aorta ou ilíaca -> AMS) + Resseção do intestino inviável

Relembrar: na trombose arterial mesentérica faz-se trombólise, angioplastia e stent + resseção de intestino inviável.

26
Q

Que fármacos devem ser evitados nos doentes com embolia ou trombose arterial mesentérica?

A

Vasoconstrictores (agravam isquémia intestinal)

27
Q

Leucocitose, acidose metabólica, acidose láctica, amilase +, CK + conseguem distinguir entre isquémia intestinal reversível vs. necrose?

A

Não, apesar de apoiarem dx de uma isquémia avançada.

28
Q

Colonoscopia na isquémia mesentérica não oclusiva ou vasospástica

A

Se suspeita de colite isquémica, para avaliar integridade da mucosa do cólon. Diminuição da integridade da mucosa RECTOSIGMÓIDE associa-se + a isquémia NÃO oclusiva (AMI vs. AMS na oclusiva).

Relembrar: isquémia arterial oclusiva afecta ++ AMS e a isquémia geralmente vai até ao cólon transverso.

29
Q

Achados na colonosocopia na isquémia mesentérica não oclusiva e o seu significado

A
  • Isquémia ligeira: eritema da mucosa, 100% reversível.
  • Isquémia moderada: ulcerações brancas, extensão à muscular, 50% reversível.
  • Isquémia grave: ulcerações pretas/verdes, necrose transmural. 100% irreversível.
30
Q

Tratamento da isquémia mesentérica causada por vasospasmo

A

Vasodilatadores intra-arteriais

31
Q

Tratamento da isquémia mesentérica causada por hipoperfusão (não oclusiva)

A

Ressuscitação -> falha/ sinais peritonite/ progressão achados endoscópicos -> Laparotomia -> Resseção + estoma (não fazer anastomose primária)

32
Q

Que fármacos devem ser dados a todos os doentes com isquémia intestinal e quais devem ser evitados?

A
  • ATB a todos.

- Vasoconstrictores.

33
Q

Dx trombose venosa mesentérica

A

TC espiral com contraste (oral e EV)

34
Q

Qual a isquémia intestinal com melhor px?

A

Trombose venosa

35
Q

Tratamento trombose venosa mesentérica

A

Anticoagulação com ou sem laparotomia

36
Q

Apresentação da isquémia mesentérica crónica

A
  • “Angina intestinal”: dor abdominal após refeições.
  • Diarreia crónica (alimentos não são digeridos).
  • Perda ponderal (doente não come por medo): dor abdominal sem perda ponderal não é angina mesentérica crónica.
37
Q

Dor abdominal sem perda ponderal pode ser angina mesentérica crónica?

A

Não, o doente perde sempre peso porque a angina intestinal ocorre quando o doente come, pelo que fica com medo de comer.

38
Q

Exame de rastreio para isquémia mesentérica crónica

A

Ecodoppler em jejum

Relembrar: angiografia é o gold-standard para confirmação do dx (se não puder usar contraste: angioRM)

39
Q

Gold-standard no dx de isquémia mesentérica crónica

A

Angiografia (identifica a lesão e possivelmente trata)

Relembrar: Ecodoppler em jejum é usado para rastreio

40
Q

Tratamento isquémia mesentérica crónica (angina intestinal)

A

1º) Médico: exercício, parar fumar, anti-agregantes, anti-lipidicos.

2º) Intervenção: angioplastia com stent (80% sucesso a longo prazo) ou laparotomia exploradora (possível endarterectomia ou bypass)

41
Q

Angina intestinal: % sucesso a longo-prazo da angioplastia com stent

A

80%

42
Q

Como determinar viabilidade intestinal após reperfusão intra-operativamente?

A
  • Observar se a parede intestinal fica rosa e há peristalse.
  • Palpar vasos, Doppler do bordo anti-mesentérico: não são indicadores definitivos de viabilidade.
  • Se dúvidas persistem: Fluoresceína EV e observação com lâmpada de Wood. Se área não fluorescente >5mm = inviável.
  • Se ainda dúvidas: nova exploração em 48H.
43
Q

Na isquémia intestinal deve-se fazer uma anastomose primária?

A

Não, re-anastomose deve ser deixada para laparotomia second look.