Hiperbilirrubinemias Flashcards

1
Q

80% da Bilirrubina produzida diariamente resulta de…

A

Degradação de GR senis

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2
Q

A Bilirrubina conjugada (mono e di-glicuronada) é transportada do hepatócito para os canalículos biliares por transporte activo ou passivo?

A

Activo (MRP2)

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3
Q

Qual a enzima responsável pela conjugação da Bilirrubina?

A

UGT1A1

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4
Q

Que % da bilirrubina conjugada é excretada nas fezes vs. absorvida pela circulação portal e re-excretada pelo fígado?

A

Fezes: 90%
Re-absorvida e re-secretada pelo fígado: 10%

Uma pequena fração é filtrada pelos rins e excretada na urina (relembrar: maior parte é reabsorvida nos túbulos proximais)

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5
Q

Bilirrubina não conjugada alcança o intestino?

A

Não, normalmente só a Bilirrubina conjugada é libertada para o duodeno, onde vai ser hidrolisada em Bilirrubina não conjugada pelas bactérias no íleon distal + cólon e reduzida a Urobilinogénio, maioria do qual vai para as fezes e o resto sofre recirculação entero-hepática.

EXCEPÇAO:

  • RN
  • Em hiperbilirrubinémias não conjugadas graves (Crigler-Najjar tipo 1)
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6
Q

Hiperbilirrubinémia por hemólise sozinha nunca excede valores de (?)

A

4mg/dL: se superior a este valor, é porque há disfunção hepática.

Relembrar: se o único problema é hemólise e o fígado está bem, vamos ter uma hiperbilirrubinémia desconjugada PURA em que a Bilirrubina conjugada <15% do total

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7
Q

No síndrome de Gilbert há menor captação hepática de Bilirrubina?

A

Sim, podendo contribuir para a hiperbilirrubinémia não conjugada (embora não se saiba o mecanismo da diminuição da captação)

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8
Q

Que agentes conseguem diminuir a captação de Bilirrubina pelo hepatócito?

A
  • Ácido flavaspídico
  • Novobiocina
  • Rifampicina
  • Contraste colangiográficos

-> ++ bilirrubina indirecta
Mnemo: para CAPTAR atenções o FLAVIO vende RIFAS com COLANTS NOVOS para CONTRASTAR

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9
Q

Icterícia neonatal fisiológica é conjugada ou não conjugada?

A

Geralmente é NAO conjugada, mas pode ser transitoriamente conjugada quando a UGT1A1 já está presente em níveis adequados mas os mecanismos responsáveis pela excreção canalicular ainda são imaturos.

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10
Q

Mecanismo da icterícia neonatal fisiológica não conjugada

A
  • RN ainda não tem níveis de UGT1A1 suficientes, logo não consegue conjugar.
  • No RN a Bili não conjugada consegue passar para o intestino.
  • Mas como não há bactérias, a Bilirrubina não vai ser convertida em Urobilinogénio que seria excretado.
  • Assim, Bili não conjugada sofre circulação entero-hepatica.

Relembrar:

  • Entre dias 2 e 5 de vida.
  • Níveis máximos 10mg/dL (se >20mg/dL -> kernicterus!!)
  • Normaliza em 2 semanas
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11
Q

Níveis de Bilirrubina na icterícia neonatal fisiológica

A

5-10mg/dL (normalizam em 2 semanas para valores adultos normais)

Se >20mg/dL -> risco de Kernicterus!

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12
Q

Que valores de Bilirrubina no RN se associam a risco > de Kernicterus?

A

> 20mg/dL

Bilirubina não conjugada deposita-se nos núcleos de base e causa défices neurológicos, podendo até ser fatal. Trata-se com fototerapia ou exsanguineotransfusão.

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13
Q

Em quanto tempo deve normalizar a Bilirrubina na icterícia neonatal fisiológica?

A

2 semanas (deverá atingir valores normais de adulto)

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14
Q

Como é que cirrose ou hepatite avançada podem dar hiperbilirrubinemia não conjugada?

A

Reduzem moderadamente a capacidade de conjugação (mas o principal problema é na excreção canalicular - hiperbilirrubinémia conjugada)

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15
Q

Fármacos que inibem UGT1A1 (responsável pela conjugação da Bilirrubina)

A
  • Pregnanediol
  • Novobiocina
  • Cloranfenicol
  • Gentamicina

Mnemo: “conta-se a história da NOVA PRENHA que CLORANFORNICOU com muita GENTE de 1 para 1”

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16
Q

Icterícia do leite materno

A

Certos aminoácidos que estão no leite materno (mas não no soro da mãe) são passados para o bebé, e conseguem inibir a conjugação hepática da Bilirrubina

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17
Q

Síndrome de Lucey-Driscoll

A
  • Defeito adquirido na conjugação da Bilirrubina
  • Hiperbilirrubinémia desconjugada neonatal familiar transitória
  • Inibidor da UGT1A1 no soro materno passa para o RN
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18
Q

Crigler-Najjar tipo 1: AR ou AD?

A

AR
Doença rara

Relembrar: não há actividade NENHUMA da UGT1A1

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19
Q

Crigler-Najjar tipo 1: maioria é tipo Ia ou Ib?

A

IA

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20
Q

Crigler-Najjar tipo 1: diferença entre tipo IA e tipo IB e qual o + comum

A

IA +++
IA: defeito na conjugação da Bilirrubina + outros (antibióticos…)

IB: defeito na conjugação apenas da Bilirrubina.

Glucoronidação dos Estrogénios é defeituosa em AMBOS.

21
Q

Crigler-Najjar tipo 1

A
  • Não há qualquer actividade da UGT1A1
  • Hiperbilirrubinémia não conjugada (20-45mg/dL): pode causar Kernicterus
  • Não responde a Fenobarbital nem a outros indutores enzimáticos (não há nada para induzir).
  • Bilirrubina não conjugada passa (anormalmente) para o intestino, mas não para a urina (rins não filtram bilirrubina não conjugada).
22
Q

Crigler-Najjar tipo 1 responde a Fenobarbital ou outros indutores enzimáticos?

A

Não, porque não há qualquer actividade residual da UGT1A1 que possa ser potenciada.

23
Q

Crigler-Najjar tipo 1: melhor terapêutica para prevenir lesão cerebral e morte

A

Transplante hepático (já foi usado transplante de hepatócitos)

24
Q

Crigler-Najjar tipo 2

A
  • AR (maioritariamente)

- Níveis muito reduzidos de UGT1A1 (10% do normal no máximo)

25
Q

Diferenças entre Crigler-Najjar tipo 1 e tipo 2

A
  • No tipo 1 não há UGT1A1 enquanto que no tipo 2 há uma quantidade residual (10% ou menos)
  • Tipo 1 causa kernicterus, tipo 2 apenas raramente (doença, jejum…)
  • Tipo 2 tem bilirrubina mais baixa que 1
  • Tipo 2 responde a Fenobarbital, tipo 1 não
26
Q

Crigler-Najjar tipo 2: indutores da UGT1A1 (Fenobarbital) conseguem diminuir em quanto a Bilirrubina sérica?

A

> 25%: permite diferenciar CN2 de CN1, onde não há redução da Bilirrubina com os indutores (porque não há UGT1A1 de todo).

27
Q

Crigler-Najjar tipo 2: a terapêutica com indutores enzimáticos (fenobarbital) conseguem normalizar os níveis de bilirrubina sérica?

A

Não, ficam entre 3-5mg/dL (vs. Snd Gilbert: fenobarbital consegue normalizar a concentração sérica de Bilirrubina)

28
Q

Qual o problema no síndrome de Gilbert?

A
  • Defeito na conjugação da Bilirrubina: níveis de UGT1A1 são 10-35% do normal
  • Defeito na captação da Bilirrubina

-> hiperbilirrubinémia não conjugada

29
Q

Como são os níveis de Bilirrubina no Síndrome de Gilbert?

A

Como os doentes podem ter 10-35% da actividade normal da UGT1A1, na maioria das vezes Bil <3mg/dL (mas é comum estar mais alta ou mais baixa que isto; 25% vão ter valores normais em certa altura)

30
Q

O que pode desencadear um aumento da Bilirrubina sérica no síndrome Gilbert?

A
  • Stress
  • Fadiga
  • Álcool
  • Poucas calorias
31
Q

Síndrome de Gilbert: pigmentos biliares têm mais monoglicuronídios ou diglicuronídeos?

A

Mono

32
Q

A maioria dos medicamentos são eliminados normalmente pelo fígado no síndrome de Gilbert, excepto…

A
  • Irinotecano
  • Indinavir
  • Atazanavir
33
Q

Na síndrome de Gilbert o Fenobarbital consegue normalizar a Bilirrubina?

A

Sim (vs. Crigler-Najjar tipo 2)

34
Q

Na hiperbilirrubinémia por hepatopatia adquirida (hepatite aguda, cálculo…), existem elevações na bilirrubina (?)

A

Conjugada e não conjugada

Relembrar: bilirrubina conjugada vs. não conjugada não é útil para chegar a uma etiologia, a menos que 85% da bilirrubina seja indirecta, o que sugere uma causa não-hepática

35
Q

Expressão urinária de Coproporfirinas no síndrome Dubin-Johnson

A
  • Totais: normais, com predominância do isómero I (vs. normal: isómero III)
36
Q

Síndrome Dubin-Johnson

A
  • AR, Raro, Hiperbilirrubinemia conjugada ligeira devido a defeito do MRP2 (excreção activa de Bilirrubina conjugada)
37
Q

Excreção de ácidos biliares no snd Dubin-Johnson

A

Normal (são excretados através do BSEP, no SDJ o que está defeituoso é o MRP2)

38
Q

Níveis de Bilirrubina no síndrome Dubin-Johnson

A

2-5mg/dL (mas podem normalizar ou subir para 25mg/dL)

Relembrar: Hiperbilirrubinemia ligeira conjugada (defeito no MRP2, não dá para excretar Bilirrubina conjugada para os canalículos)

39
Q

Síndrome de Dubin-Johnson: o que pode causar um aumento da Bilirrubina?

A
  • Doença (= Crigler-Najjar tipo 2)
  • Contraceptivos orais
  • Gravidez
40
Q

Em que doença vamos ter um fígado escuro devido a acumulação de um pigmento escuro derivado da epinefrina nos hepatócitos?

A

Dubin-Johnson

Mnemo: “D”ubin = “D”ark

41
Q

Síndrome Rotor

A
  • AR
  • Mais raro que Dubin-Johnson
  • Defeitos OATP1B1 e OATP1B3
  • Menor reabsorção de Bilirrubina conjugada que já foi excretada para circulação portal pelo MRP3
42
Q

2 diferenças entre Snd Dubin-Johnson e Snd Rotor

A
  • Fígado é escuro no DJ mas não no Rotor

- VB é observada na colecistografia oral no Rotor, mas não no DJ

43
Q

Colestase intra-hepática recorrente benigna

A
  • Raras
  • AR
  • Não evoluem para hepatopatia terminal (benignas)
  • CIRB1: mutação FIC1
  • CIRB2: mutação BSEP (= colestase intra-familiar progressiva tipo 2)
  • Episódios recorrentes de prurido + icterícia que resolvem totalmente
  • Subida de ALT/AST -> FA, Bili conjugada
44
Q

Colestase intra-hepática recorrente benigna (CIRB1, CIRB2): único tratamento que alivia episódios prolongados e incapacitantes

A

Transplante hepático (estes doentes têm episódios de icterícia + prurido que podem durar meses-anos mas resolvem totalmente)

45
Q

Colestase intra-hepática familiar progressiva: quais as mutações associadas com cada um dos 3 tipos?

A

CIFP 1/Doença de Byler: FIC1 (= CIRB1)

CIFP 2: BSEP (= CIRB2)

CIFP 3: MDR3

46
Q

Qual a CIFP que se associa a altos níveis de GGT?

A

CIFP tipo 3 (mutação MDR3)

Mnemo: GGT = 3 letras = CIFP tipo 3

47
Q

História natural da CIFP tipo 1 (doença de Byler)

A
  • Colestase na 1ª infância

- Progressão para desnutrição com atraso do crescimento e hepatopatia terminal durante a 2ª infância

48
Q

Coproporfirinas totais urinárias no síndrome de Rotor

A
  • Aumentadas (mas menos que no Dubin-Johnson), ++ isómero I (vs. isómero III na urina normal)
49
Q

No SDJ e Snd Rotor há bilirrubinúria?

A

Sim, porque causam hiperbilirrubinémia conjugada