Nódulos da tireoide Flashcards
Nódulos de tireóide
Definição
Pequenos caroços na gld. devido a proliferação e/ou acúmulo de líquido no interior
Nódulos de tireóide
Epidemiologia: gênero, idade, qual apresentação mais frequente etc.
3 a 7% palpável
20 a 70% inaparente
20 a 48% múltipla
Mulheres, > 40 anos, obesos, regiões com deficiência de iodo
Malignidade em 5% -> maior chance junto a doença de Graves ou se encontradas no PET
Nódulos de tireóide
Importância clínica
Relacionados a indicação de intervenção cirurgica
* Exclusão de malignidade (10%)
* Nódulos com sintomas compressivos (5%)
* Progridem para doença funcional (5%)
* Nódulo tóxico (produção hormonal excessiva)
Evita investigações desnecessárias, gastos, exames invasivos e cirurgias
Nódulos de tireóide
Diagnósticos diferenciais
Benignos (95%): colóide, adenomas foliculares, tireoidite de hashimoto, cistos (simples, colóide, hemorrágicos)
Malignos (5%): linfoma primário de tireoide, carcinoma metastático, carcinomas medulares, carcinoma foliculares, carcinoma oncocítico, carcinoma papilífero, carcinoma anaplásico
Nódulos de tireóide
Quais os as formas de apresentação e os tipos?
Apresentação: único ou múltiplo
Tipos: benigno ou maligno
Função: tóxica (produz hormônios) ou atóxica (sem função e sem alteração da função tireoidiana)
Nódulos de tireóide
Quadro clínico
Em geral assintomático, lesão não suspeita, não palpável -> em geral um achado diagnóstico
Em casos sintomáticos: palpação da cervical -> linfonodomegalia, nódulo fixo, dificuldade de deglutir, disfagia, disfonia ou dispnéia, rouquidão
sintomas de hipertireoidismo em caso de nódulo tóxico
Nódulos de tireóide
Etiopatogenia de nódulos benignos e malignos?
Benigno: origem policlonal
* tóxico
* Mutações ativadoras de TSH-alfa -> receptores ficam hiperativos e não respondem mais ao controle de TSH
* Mutações vias Gs -> altera síntese e secreção de hormônios tireoidianos
* Atóxico
* Aumento da proliferação
* Diminuição da apoptose
Maligno: origem monoclonal
* Mutações somáticas
* Rearranjos gênicos
Origem policlonal -> várias células imunológicas que estão produzindo uma resposta imunológica semelhante, mas cada uma delas produz um conjunto ligeiramente diferente de anticorpos.
Origem monoclonal -> todas as células imunológicas derivam de um único clone celular e produzem um único tipo de anticorpo
Se quiser aprofundar:
A via de sinalização Gs é uma das principais vias de sinalização celular envolvida na regulação da produção e secreção de hormônios tireoidianos na tireoide. O gene GNAS, que codifica a proteína Gs, é frequentemente mutado em nódulos tireoidianos tóxicos.
As mutações em GNAS resultam em uma forma constitutivamente ativa da proteína Gs, que leva a uma produção excessiva de hormônios tireoidianos independentemente do controle normal da glândula pituitária. Isso resulta em hipertireoidismo, que pode causar uma variedade de sintomas, como perda de peso, ansiedade, aumento da frequência cardíaca, entre outros.
Nódulos de tireóide
Risco para malignidade
cite 5
- Histórico de NEM, carcinoma medular ou CDT - pelo menos 1 parte de 1º grau
- Rdioterapia em região de cabeça e pescoço
- Extremos de idade
- Homens
- Localização próxima a acidentes radioativos
- Associação com linfonodomegalia
- Consistência pétrea
- Nódulo fixo
- Nódulo de rápido crescimento
- Disfagia, disfonia e dispnéia
- Achado incidental em FDG-PET
- Calcitonina > 100 pg/ml
Nódulos de tireóide
Investigação clínica
Anamnese e EF
Anamnese
* Região, ocupação
* Fatores de risco: HF, radioterapia, doença autoimune
* Sintomas de hipertireoidismo: ansiedade e palpitação
* Crescimento do nódulo
* Sintomas compressivos: disfagia, disfonia, dispnéia, rouquidão
Exame físico
* Avaliar deglutição
* Palpação cervical: linfonodomegalia, características do nódulo (tamanho, consistência, regularidade, mobilidade, dor)
Obs: a maioria dos exames físicos são frustros, pois os nódulos são geralmente achados incidentais de exames de imagem
Nódulos de tireóide
Investigação complementar
Exames laboratoriais e de imagem
Laboratório
TSH e T4 livre
* < TSH e > T4: hipertireoidismo -> cintilografia para ver se é nódulo quente ou frio
* >TSH e < T4: hipotireoidismo
T3 e autoanticorpos (TPO, TG, TRAb)
Calcitonina
* marcador de CA de tireoide
* Alta taxa de falsos positivos
**Imagem **
Cintilografia
* apenas para nódulos tóxicos
* permite diferenciar: Graves (1ª imagem), Nód. frio (2ª) e nód. quente (3ª)
USG - classificação RADs
* Indicado sempre
* Descrição do nódulo: composição (cisto, espongiorme, misto, sólido), coloração (anecoide, isoecogênico, hiperecogênico), bordas (regular, irregular), formato (mais largo que alto, mais alto que largo), focos ecogênicos -> podemos avaliar, também, vascularização, presença de calcificações ou halo
ACR TI-RADS
risco de malignidade - hipoecoico, irregular e bordas indefinidas, mais sólido, presença de halo e calcificações
Nódulos de tireóide
Investigação PAAF e classificação Bethesda
PAAF - punção aspirativa por agulha fina
* guiada por USG -> aspira conteúdo do nódulo
* Indicação: RADS 3. 4 e 5, tumor em istmo, encostada na cápsula, próximidade com nervo, em linfonodos superiores, suspeita de tumor medular
Classificação Bethesda (citológica) - material do PAAF - mostra risco de malignidade
Nódulos da tireoide - tratamento
De acordo com os Bethesdas e o nódulo tóxico
Bethesda 1: repuncionar de 3-6 meses
Bethesda 2
* Seguimento a cada 6 meses, monitorização com USG
* Repuncionar apenas em caso de mudança de característica (crescimento de 20% em 2 dimensões ou 50% do volume)
* Procedimentos minimanete invasivos (alcolização, ablação percutânea com laser, ablação com radiofrequencia, crioablação, abação por micro-ondas, ablação com US de alta intensidade) - **apenas em caso de sintomatologia ou grave incômodo **
Bethesda 3 e 4
* Seguimento a cada 6 meses, repuncionar em 3-6 meses
* Se mantida a classificação, optar entre tireoidectomia (controverso) e testes moleculares (melhor opção)
Bethesda 5 e 6: tireoidectomia, estadiamento, radioiodoterapia, supressão TSH, reposição de HT
Nódulos tóxicos: geralmente não são malignos, optar entre
* Tratamento de hipertireoidismo: Tapazol
* Tratamento definitivo: radioiodoterapia, radioablação, cirurgia