Fibrilação Atrial e Flutter atrial Flashcards
É a arritmia sustentada mais comum, podendo ter uma prevalência de até 2% na população!
Fibrilação atrial
Seu mecanismo fisiopatológico é bastante complexo e envolve microcircuitos de reentrada que ativarão uma atividade atrial anárquica. Dessa forma, nessa arritmia, os átrios não se contraem de maneira organizada, eles “fibrilam”. A frequência de movimentos fibrilatórios atriais é extremamente alta, em torno de 400 a 600 por minuto.
Fibrilação Atrial
Os pacientes com FA podem apresentar:
palpitações, dispneia, desconforto precordial, tonteira, sudorese e até quadros de insuficiência cardíaca (taquicardiomiopatia).
Na FA, como os átrios não têm uma contração efetiva, há estase sanguínea e isso predispõe ao surgimento de:
Eventos tromboembólicos.
Exame físico na fibrilação atrial:
Taquicardia
Ritmo cardíaco muito irregular
Pulso irregular
Frequência cardíaca maior que a frequência de pulso (dissociação pulso-precórdio; anisocardioesfigmia)
Ausência de onda “a” do pulso venoso jugular
Pulso venoso variável
B1 com fonese variável
Ausência de B4
O achado do exame físico na FA mais “queridinho” das provas é a
ausência de B4.
O diagnóstico de FA é exclusivamente
eletrocardiográfico
Critérios eletrocardiográficos para diagnóstico de fibrilação atrial.
- Ritmo cardíaco irregular - intervalo RR irregular
- Ausência de onda P bem definida
- Ativação atrial muito irregular - padrão “serrilhado fino”, multiplas ondas “f” irregulares e com frequência elevada
Classificação da FA segundo seu tempo de início:
- Paroxística
- Persistente
- Persistente de longa duração
- Permanente
Paroxística: Fibrilação atrial revertida espontaneamente ou com ajuda médica em MENOS DE 7 DIAS.
Persistente: Fibrilação atrial com duração superior a sete dias e com perspectivas médicas de reversão.
Persistente de longa duração:
Termo utilizado por alguns autores para fazer referência a uma fibrilação atrial com duração superior a um ano, porém ainda com perspectiva médica de reversão.
Permanente: Fibrilação atrial com duração superior a sete dias e que tanto o médico quanto o paciente optaram por não tentarem mais a reversão do ritmo.
Podemos separar a fibrilação atrial entre** valvar e não valvar.**
A FA valvar é definida quando:
FA VALVAR: associada à estenose mitral moderada a grave, prótese metálica ou biológica ou passado de plastia.
Tem um mecanismo diferente da FA, mediado por um circuito de macrorreentrada. Em sua apresentação típica, esse circuito se encontra localizado no istmo cavotricuspideo, uma região no interior do átrio direito, entre a inserção das veias cavas e a valva tricúspide
Flutter Atrial
Nessa arritmia, o impulso elétrico dá voltas no circuito de macrorreentrada e, com isso, temos a formação da onda F no eletrocardiograma, tornando a linha de base semelhante a um serrote, principalmente em DII, DIII, aVF e V1.
Flutter Atrial
No flutter atrial típico, as voltas no istmo cavotricuspideo têm uma frequência de 300 rotações por minuto (rpm). Sendo assim, a frequência cardíaca nessa arritmia é quase mágica! Segue valores múltiplos de 300, como
300, 150, 100, 75, 60, 50.
- Quando o flutter tem FC de 150 bpm, dizemos que:
- Quando o flutter tem FC é 100 bpm, dizemos que:
- Quando o flutter tem FC de 150 bpm, dizemos que:
É um flutter 2:1 (2 voltas de 300 rpm para conduzir 1 batimento ventricular);
- Quando o flutter tem FC de 100 bpm, dizemos que:
É um flutter 3:1 (3 voltas de 300 rpm para conduzir 1 batimento ventricular) e assim por diante.
O diagnóstico do flutter é
eletrocardiográfico
Critérios eletrocardiográficos para o diagnóstico de flutter atrial.
- Frequência atrial geralmente de 300bpm (representada pelas ondas “F”)
- Sequência de ondas “F” sem linhas isoelétricas entre elas, em aspecto de “serrote”
- Frequência cardíaca igual ou próxima dos múltiplos de 300bpm (300, 150, 100, 75, 60, 50 etc)
Uma importante dica prática e para a prova sobre Flutter Atrial é:
sempre procurar as ondas F na parede inferior (DII, DIII e aVF) e em V1.
Tanto a fibrilação quanto o flutter atrial causam estase sanguínea no interior dos átrios e, portanto, podem gerar uma predisposição a
eventos tromboembólicos. Portanto, devemos considerar a possibilidade de usar medicações anticoagulantes nessas arritmias.
DIFERENÇA ENTRE FA E FLUTTER ATRIAL:
Fibrilação Atrial
* Ritmo irregular.
* Ausência de onda P.
* Serrilhado fino.
Flutter Atrial
* Frequência atrial de 300 bpm
(ondas F).
* Ritmo pode ser regular ou irregular.
* Serrote.
É a principal causa de AVE de origem cardioembólica no mundo!
fibrilação atrial
ESCORE CHA2DS2VASc:
- C: insuficiência Cardíaca 1 ponto
- H: Hipertensão 1 ponto
- A: Age - idade ≥ 75 anos 2 pontos
- D: Diabetes mellitus 1 ponto
- S: Stroke – AVE ou AIT 2 pontos
- V: Vasculopatia – IAM prévio, doença arterial periférica e placas na aorta. 1 ponto
- A: Age - idade entre 65 e 74 anos 1 ponto
- Sc: sex category - Sexo feminino 1 ponto
A decisão pela anticoagulação a partir desse escore será tomada da seguinte forma:
Valor do escore CHA2DS2VASc X Decisão:
- Escore: 0 ponto - Não anticoagular
- Escore: 1 ponto - Considerar individualmente a possibilidade de anticoagular
- Escore ≥ 2 pontos - Anticoagular
Uma situação que foge à regra para decisão de Anticoagulação ou não, independentemente do valor do ESCORE CHA2DS2VASc de risco tromboembólico, sendo pacientes que SEMPRE receberão anticoagulantes:
Portadores de FA VALVAR.
Sempre que iniciarmos um anticoagulante reduziremos as chances de eventos tromboembólicos e aumentaremos a chance de eventos hemorrágicos. Dessa forma, existe também um escore utilizado para predizer os sangramentos, o HASBLED.
H: Hipertensão descontrolada (PAS ≥ 160 mmHg) 1 ponto
A: Alteração hepática ou renal 1 ponto cada
S: Stroke – AVE 1 ponto
B: Bleeding – sangramento prévio ou predisposição a sangramento 1 ponto
L: Labilidade do RNI 1 pontos
E: Elderly – idade ≥ 65 anos 1 ponto
D: Drogas que interfiram na varfarina ou uso de álcool 1 ponto cada