DPOC/ ASMA/ TEP Flashcards
Síndrome caracterizada pela obstrução difusa das vias aéreas inferiores, de caráter irreversível, com destruição progressiva do parênquima pulmonar. A incidência aumenta com a idade, manifestando-se geralmente na 5ª e 6ª década de vida, e com a carga tabágica, sendo incomum abaixo de 20 maços/ano. O Quadro clínico tem a Dispneia aos esforços como queixa mais comum. Tosse crônica produtiva é frequente. Exame físico com Roncos, sibilos e estertores pelo componente bronquítico e diminuição do murmúrio com aumento do diâmetro anteroposterior do tórax pelo enfisematoso.
DPOC
Doença que faz parte do componente histopatológico da DPOC, que cursa com alargamento dos espaços aéreos distais aos bronquíolos, decorrentes da destruição progressiva dos septos alveolares. Divide-se em centroacinar, relacionado ao tabagismo, e panacinar, típico da deficiência de alfa-1-antitripsina
Enfisema pulmonar
Doença que faz parte do componente histopatológico da DPOC, causada por Hipertrofia e hiperplasia das glândulas submucosas; além de espessamento da parede brônquica por edema e infiltração inflamatória. Obs.: para diagnóstico clínico é necessária tosse produtiva por mais de 3 meses consecutivos de um ano e há mais de 2 anos. Nem sempre é relacionada à DPOC!
Bronquite obstrutiva crônica
Deficiência de alfa-1-antitripsina: quando suspeitar?
(1) Enfisema em jovens (< 45 anos);
(2) enfisema predominante em bases pulmonares;
(3) forte história familiar de enfisema ou hepatopatia;
(4) doença hepática associada inexplicada; e
(5) enfisema em não tabagistas ou com carga tabágica baixa
Disfunção do ventrículo direito consequente à hipertensão pulmonar gerada pela vasoconstrição mediada pela hipoxemia crônica. Manifesta-se clinicamente pelo quadro de congestão sistêmica (edema da MMII, hepatomegalia…
Cor pulmonale
Hipoxemia é encontrada devido a um distúrbio V/Q. Em fases mais avançadas, há hipercapnia, que, pela sua instalação lenta, é compensada por um acúmulo de bases (bicarbonato e base excess elevados), mantendo o pH sanguíneo em níveis normais.
Distúrbio da troca gasosa
Achados radiológicos possíveis na DPOC
(1) Retificação das hemicúpulas diafragmáticas;
(2) hiperinsuflação pulmonar (mais de 9-10 arcos costais em PA);
(3) hipertransparência;
(4) aumento dos espaços intercostais;
(5) redução do diâmetro cardíaco (“coração em gota”);
(6) aumento do espaço aéreo retroesternal no perfil; e
(7) espessamento brônquico.
Critério diagnóstico da DPOC pela espirometria:
- Relação VEF1/CVF inferior a 70%, mesmo após a prova broncodilatadora (VEF1/CVF = índice de Tiffeneau)
- Segundo o GOLD: repetir espirometria em outra ocasião caso VEF1 entre 60 e 80%
Estadiamento da DPOC pela espirometria:
-
Estágio I: DPOC leve
- VEF1/CVF < 70% pós-pbd (critério diagnóstico).
- 1 VEF1 ≥ 80% do previsto.
-
Estágio II: DPOC moderada
- VEF1/CVF < 70% pós-pbd (critério diagnóstico).
- VEF1 ≥ 50 e < 80% do previsto.
-
Estágio III: DPOC grave
- VEF1/CVF < 70% pós-pbd (critério diagnóstico).
- VEF1 ≥ 30 e < 50% do previsto.
-
Estágio IV: DPOC muito grave
- VEF1/CVF < 70% pós-pbd (critério diagnóstico).
- VEF1 < 30% do previsto
Dentre as TERAPIAS DE MANUTENÇÃO na DPOC, as Medidas que alteram o curso da doença são
(1) Abstinência ao tabagismo: métodos farmacológicos → reposição de nicotina, bupropiona e vareniclina.
(2) Oxigenoterapia domiciliar, objetivando manter a PaO2 ≥ 60 mmHg e a SatO2 ≥ 90%
Quais as 2 Indicações de oxigenoterapia na DPOC?
(1) PaO2 ≤ 55 mmHg ou SaO2 ≤ 88% em repouso.
(2) PaO2 entre 55 e 60 mmHg ou SaO2 de 89% com evidências de hipertensão pulmonar, cor pulmonale ou policitemia (Ht > 55%)
Classificação em grupos para tratamento farmacológico. Atualmente, para fins de tratamento clínico, os portadores de DPOC são classificados em quatro grupos (de A a D), de acordo a sintomatologia e o histórico recente de exacerbações. Ou seja, uma avaliação combinada de “sintomas” e “riscos”.
GRUPO A:
- baixo risco, menos sintomas
- 0-1 exacerbações por ano
- mMRC 0-1
- CAT < 10
GRUPO B:
- baixo risco, mais sintomas
- 0-1 exacerbações por ano
- mMRC >/= 2
- CAT >/= 10
GRUPO C:
- alto risco, menos sintomas
- >/= 2 exacerbações por ano ou 1 com internação
- mMRC 0-1
- CAT < 10
GRUPO D:
- alto risco, mais sintomas
- >/= 2 exacerbações por ano ou 1 com internação
- mMRC >/= 2
- CAT >/= 10
VERSÃO EM PORTUGUÊS DA ESCALA MODIFICADA DO MRC (MEDICAL RESEARCH
COUNCIL) OU mMRC
0. Só sofre de falta de ar durante exercícios intensos.
1. Falta de ar ao apressar o passo ou ao subir uma ladeira leve.
2. Anda mais devagar do que pessoas da mesma idade por causa de falta de ar ou tem que parar para respirar mesmo quando andando no próprio passo.
3. Para para respirar depois de andar menos de 100 metros ou após alguns minutos.
4. Não sai de casa devido à falta de ar ou sente falta de ar ao se vestir e despir.
Farmacoterapia na DPOC
(1) Beta-2-agonistas inalatórios de longa ação – LABA (formoterol, salmeterol 12/12h, indacaterol 1x/dia): drogas de 1ª linha no tratamento.
(2) Anticolinérgico inalatório de longa ação – LAMA (brometo de tiotrópio – Spiriva® 1x/dia): eficácia semelhante ou superior aos beta-2-agonistas, porém de custo mais elevado. Opções: aclidinium (12/12h) e glicopirrônio (1x/dia).
(3) Corticoides inalatórios – CI ou ICS: não reduzem a progressão da DPOC! Geralmente reservadas a pacientes do grupo D com eosinofilia ou história de asma
(4) Teofilina: utilizado em pacientes sintomáticos apesar da terapia padrão, drogas em desuso devido aos efeitos colaterais.
(5) Não esquecer: vacina anti-influenza anual e vacina antipneumocócica polivalente.
(6) Roflumilast (Daxas®), inibidor da fosfodiesterase-4: indicado a pacientes selecionados do grupo D.
(7) Para todos os pacientes: broncodilatador “SOS”, podem ser beta-2-agonistas de ação curta inalatórios (fenoterol, salbutamol, terbutalina), ou um anticolinérgico inalatório, como o brometo de ipratrópio, conforme necessário (no máximo a cada 6h).
(8) Azitro durante um ano para pacientes com maior risco de exacerbações reduziu o risco de hospitalização, segundo estudos recentes
Drogas de 1ª linha no tratamento da DPOC
Beta-2-agonistas inalatórios de longa ação – LABA (formoterol, salmeterol 12/12h, indacaterol 1x/dia)
TRATAMENTO PARA CADA GRUPO DA DPOC
GRUPO A:
- Cessar tabagismo + Vacinação + Broncodilatador SOS (SABA OU SAMA) + Avaliar O2
GRUPO B
- Broncodilatador regularmente (LABA OU LAMA) + Reabilitação pulmonar
GRUPO C
- LAMA regularmente ou LABA + LAMA
GRUPO D
- LAMA ou LAMA + LABA
- Se eosinofilia > 300, considerar LABA + CI.
- Se exacerbações ainda frequentes, associar Azitromicina ou Roflumilast
- Se exacerbações com LABA + CI, o LAMA pode ser a terceira droga.
- Considerar conduta cirúrgica
Condutas com Redução da mortalidade na DPOC
Abstinência ao tabagismo;
Oxigenoterapia domiciliar nos pacientes com indicação;
Cirurgia pneumorredutora
O principal fator descompensante na DPOC é
Infecção respiratória (traqueobronquite, pneumonia), bacteriana ou viral!!