Úlceras genitais Flashcards

1
Q

Os agentes etiológicos infecciosos mais comuns nas úlceras genitais são:

A
  • T. pallidum (sífilis primária e secundária);
  • HSV-1 e HSV-2 (herpes perioral e genital, respectivamente);
  • H. ducreyi (cancroide);
  • C. trachomatis, sorotipos L1, L2 e L3 (LGV);
  • K. granulomatis (donovanose).
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

SÍFILIS

A

Infecção sistêmica crônica (não há cura espontaneamente), de transmissão principalmente sexual com evolução que pode caracterizar-se por episódios sintomáticos (doença ativa) interrompidos por períodos de latência.
*Sinônimos: Lues, mal venéreo, mal gálico, sifilose, lues venérea.
Agente etiológico: Espiroqueta anaeróbia com movimentos lentos – Treponema pallium
Umidade é fator indispensável para o seu desenvolvimento (presente principalmente em boca e regiões anais e genitais)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

Classificação - sífilis

A

Congênita e adquirida
Adquirida recente: Até um ano após a infecção – primária, secundária, latente recente
Tardia: Mais de um ano de evolução, latente tardia e terciária

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

Sífilis primária

A
  • Cancro duro ou protossifilona
    Úlcera de coloração rosa, única e indolor, medindo de 1 a 2 cm, com bordas bem definidas, endurecidas e elevadas, fundo limpo, liso e brilhante, secreção serosa escassa, acompanhada de adenopatia regional não supurativa, uni ou bilateral, móvel, indolor.
    Linfadenopatia surge 7 a 10 dias após as lesões primárias
    Período de incubação médio de 21 dias (10 a 90 dias)
    Lesão regride em até 4 semanas independente de tratamento, muitas pessoas não percebem.
    Lesão aumenta a chance de infecção pelo HIV
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

Sífilis secundária

A

Lesões cutaneomucosas não ulceradas simétricas, localizadas ou difusas, roséolas (manchas eritematosas), pápulas eritemato-acastanhadas (sifilóides papulóides), alopecia, lesões elevadas mucosas (Placas mucosas), lesões papulo-hipertróficas (condiloma plano).

As lesões de sífilis secundária desaparecem em 2 a 6 semanas e a infecção entra em uma fase latente, sendo detectada apenas por métodos sorológicos

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

Sífilis terciária

A

Em pacientes com sífilis primário e/ou secundária não tratados, a possibilidade de desenvolver lesões terciárias é de 25%, sendo que as principais são: tubérculos (ou gomas), tabes dorsalis, aneurisma aórtico e artropatia de charcot.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Sífilis na gestação

A

 20% dos RN de mães infectadas não apresentam sintomas
Pode causar complicações como:
• RCIU
• Óbito fetal ou neonatal
• Parto prematuro
• Anomalias congênitas
Acreditava-se que a infecção só ocorreria a partir do 4º mês de gestação, mas já se evidenciou que pode acometer o feto em qualquer idade gestacional, mesmo antes de 16 semanas.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

Diagnóstico - sífilis

A
Campo escuro (padrão ouro): observação do treponema se movimentado à microscopia
Imunofluorescência indireta: caro e pouco usado
•	Sorologia não treponêmica: VDRL – pesquisa de anticorpos contra os componentes cardiolipínicos do Treponema pallidum 
•	Sorologias treponêmicas: FTA- Abs – detectam anticorpos contra as espiroquetas – confirmam o contato com o treponema – primeiro a positivar.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

VDRL

A

Positivo após 2 semanas de infecção, redução dos títulos após o primeiro ano e 9 a 12 meses após o tratamento
Pode ocorrer positividade por toda a vida (cicatriz sorológica).
Títulos baixos, menores que 1:16 podem indicar sífilis recente, muito antiga ou tratada.
Três títulos menores que 1:8 sem indício de reinfecção, são sinais de memória sorológica.
Pode dar falso positivo na gravidez, LES, chagas, hanseníase, malária, mononucleose, leptospirose, doenças febris.
Valores maiores que 1:4 são considerados positivos (FEBRASGO igual ou superior a 1:16)
Dificilmente o VDRL vai estar positivo enquanto a mulher está com a lesão primária, pois o VDRL detecta os anticorpos e demora para que os anticorpos sejam produzidos.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

VDRL não reagente + FTA-Abs não reagente

A

Negativo ou janela imunológica

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

VDRL não reagente + FTA-Abs REAGENTE

A

Sífilis primária precoce ou doença de longa evolução possivelmente curada

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

VDRL REAGENTE + FTA-Abs não reagente

A

Falso positivo

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

VDRL REAGENTE + FTA-Abs REAGENTE

A

Sífilis não tratada ou tratada recentemente

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

Qual os valores de VDRL preconizados pelo MS para se realizar teste treponêmico confirmatório em mulheres gravidas e não grávidas?

A

MS preconiza que toda gestante com VDRL menor que 1:8 deve ser testada com teste treponêmico e se titulação maior ou igual a 1:8 considera-se sífilis ativa.
Para mulheres não gestante, o valor de referência para a titulação é 1:16

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

Seguimento pós tratamento - sífilis

A
  • Sorologias trimestrais no 1º ano
  • Se ainda tiver títulos, semestrais no 2º ano
  • Gestantes – mensais
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

Falha terapêutica - sífilis

A
  • Quadruplicação dos títulos (Ex: 1:2 para 1:8)
  • Interrupção do tratamento
  • Parceiro não tratado
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
17
Q

CANCRO MOLE

A

Transmissão exclusivamente sexual
Acredita-se que ocorre devido a múltiplas microabrasões epidérmicas durante o ato sexual
Agente etiológico: Haemophilus ducreyi
Sinônimos: Cancróide, cancro venéreo, úlcera de ducreyi, cancro de ducreyi, cancrela, cavalo

18
Q

Quadro Clínico da IST causada pelo Haemophilus ducreyi

A

Incubação de 4 a 7 dias -> pápulas eritematosas que progridem para pústulas que se rompem em 2 a 3 dias gerando lesões ulceradas e dolorosas
As úlceras são múltiplas devido autoinoculação
Úlceras de base amolecidas, bordas irregulares, contorno eritematoso e fundo irregular, recoberto por exudato necrótico amarelado, com odor fétido que quando removido revela tecido de granulação altamente friável
A localização das úlceras determina sintomas como: disúria, dor a defecação, sangramento retal, dispareunia e corrimento vaginal
Homem: frênulo e sulco balano-prepucial
Mulher: fúrcula e face interna dos pequenos e grandes lábios
Pode ocorrer linfadenomegalia unilateral que geralmente é dolorosa evoluindo para flutuação e fistulização em metade dos casos

19
Q

Tratamento sífilis

A

Primária, secundária e latente recente - Penicilina G Benzatina 2,4 milhões UI IM DU 1,2 em cada glúteo

Latente tardia, de tempo indeterminado ou terciária - Penicilina G Benzatina 7,2 milhões - 2,4 milhões UI IM a cada semana durante 3 semanas (1,2 em cada nádega)

Neurosífilis - Penicilina Cristalina - 18-24 milhões UI/dia EV em infusão contínua por 14 dias.

20
Q

Diagnóstico - cancro mole

A

Nenhum método possui sensibilidade adequada, o achado clínico – úlceras + linfadenopatia inguinal unilateral dolorosa – sugere o quadro, caso supuração é patognomônico.
Cultura de esfregaço é pouco sensível

21
Q

Tratamento - cancro mole

A

Azitromicina 1g, VO DU ou ceftriaxona 500mg IM DU

22
Q

LINFOGRANULOMA VENÉREO

A

Transmissão exclusivamente sexual
Chlamydia trachomatis Sorotipos L1, L2 e L3
Lesão de inoculação: Pápula, pústula ou exulceração indolor, desaparece sem sequela, podendo não ser notada pelo paciente.
Adenopatia inguinal: Geralmente unilateral e ocorre de 1 a 6 semanas após a inoculação, fistulação e supuração por orifícios múltiplos, febre, mal-estar, anorexia, artralgia, sudorese noturna e meningismo.

23
Q

Sequelas - linfogranuloma venéreo

A

Sequelas: Principalmente retais com formação de fístulas e estenoses. A lesão da região anal pode levar a proctite e proctocolite hemorrágica. O contato orogenital pode causar glossite ulcerativa difusa, com linfadenopatia regional. Podem ocorrer sintomas gerais, como febre, mal-estar, anorexia, emagrecimento, artralgia, sudorese noturna e meningismo. Aqueles bubões que se tornarem flutuantes podem ser aspirados com agulha calibrosa, não devendo ser incisados cirurgicamente. A obstrução linfática crônica leva à elefantíase genital, que na mulher é denominada estiomene. Além disso, podem ocorrer fístulas retais, vaginais, vesicais e estenose retal.

24
Q

Diagnóstico - linfogranuloma venéreo

A

Clínico, ELISA (positivo após 4 semanas) títulos superiores a 1:64, PCR, Imunofluorescência (a nível de pesquisa), intradermoreação de Frei (antígenos derivados da clamídia – baixa sensibilidade e especificidade), histopatológico, cultura (aspirado do linfonodo), radiológicos (linfadenopatia)

25
Q

Tratamento - linfogranuloma venéreo

A
Doxiciclina 100 mg VO 2x/dia  durante 21 dias
Na gestação está contraindicado o uso de doxiciclina, então a alternativa é Eritromicina e amoxicilina.
Parceiros que tiveram contato sexual com pacientes nos últimos 60 dias anteriores ao diagnóstico devem ser tratados e examinados (Azitromicina 1g DU e doxiciclina 100 mg 12/12h por 7 dias)
As linfadenopatias (bulbões) não devem ser drenados com o uso de bisturi e sim com uma agulha de grosso calibre nos casos de flutuação.
26
Q

HERPES

A

Agente: Herpes Simplex Vírus (Tipo 1 – Lesões orais, Tipo 2 – Lesões genitais)
A primoinfecção herpética tem um período de incubação médio de seis dias. Em geral, é uma manifestação mais severa caracterizada pelo surgimento de lesões eritemato-papulosas de um a três milímetros de diâmetro, que rapidamente evoluem para vesículas sobre base eritematosa, muito dolorosas e de localização variável na região genital. O conteúdo dessas vesículas é geralmente citrino, raramente turvo. O quadro local na primoinfecção costuma ser bastante sintomático e, na maioria das vezes, é acompanhado de sintomas gerais, podendo cursar com febre, mal-estar, mialgia e disúria, com ou sem retenção urinária. Em especial, nas mulheres, pode simular quadro de infeção urinária baixa. A linfadenomegalia inguinal dolorosa bilateral está presente em 50% dos casos. Quando há acometimento do colo do útero, é comum o corrimento vaginal, que pode ser abundante. Entre os homens, o acometimento da uretra pode provocar corrimento uretral e raramente é acompanhado de lesões extragenitais. O quadro pode durar de duas a três semanas.
Após a infecção genital, o HSV ascende pelos nervos periféricos sensoriais, penetra nos núcleos das células dos gânglios sensitivos e entra em um estado de latência. A ocorrência de infecção do gânglio sensitivo não é reduzida por qualquer medida terapêutica. Após a infecção genital primária por HSV-2 ou HSV-1, respectivamente, 90% e 60% dos pacientes desenvolvem novos episódios nos primeiros 12 meses, por reativação viral. Essa reativação pode dever-se a quadros infecciosos, exposição à radiação ultravioleta, traumatismos locais, menstruação, estresse físico ou emocional, antibioticoterapia prolongada e/ou imunodeficiência. O quadro clínico das recorrências é menos intenso que o observado na primoinfecção e pode ser precedido de sintomas prodrômicos característicos, como prurido leve ou sensação de “queimação”, mialgias e “fisgadas” nas pernas, quadris e região anogenital. A recorrência tende a ser na mesma localização da lesão inicial, geralmente, em zonas inervadas pelos nervos sensitivos sacrais.

27
Q

Herpes primária

A

Adenopatia dolorosa bilateral em até 50% dos casos e com repercussão sistêmica

28
Q

Herpes recorrente

A

Quadro clínico menos intenso, fase prodrômica com: sensibilidade local, prurido, queimação, mialgias, fisgadas. (alterações na imunidade podem causar reativação).

29
Q

Quadro Clínico - herpes

A

Primoinfecção geralmente assintomática, o vírus permanece no tecido neural por toda a vida alojando-se nos gânglios sensoriais após a infecção primária
Infecção dura em média 9 a 12 dias
Infecção primária – surgimento de pápulas eritematosas dolorosas que se tornam vesiculares, rompem-se e dão origem a ulcerações, com bordas lisas, de mínima profundidade não ultrapassando 1mm, não sangrantes com posterior formação de crosta e cicatrização.

30
Q

Diagnóstico - herpes

A

Clínico
Citodiagnóstico de Tzanck: pesquisa de células gigantes ao esfregaço – não diferencia os sorotipos,
Sorologia: Tem valor se houver elevação dos títulos em 4 semanas. 90% da população apresenta IgG positivos para o HSV-1
Imunofluorescência direta: semelhante a cultura, menor custo e maior rapidez

31
Q

Tratamento - herpes

A
Sintomáticos, higiene local, tratamento oral reduz períodos entre as crises
Aciclovir oral (preferência) ou pomada
32
Q

Herpes e gestação

A

As gestantes portadoras de herpes simples apresentam risco acrescido de complicações obstétricas, sobretudo quando a infecção ocorre no final da gestação. O maior risco de transmissão do vírus acontece no momento da passagem do feto pelo canal de parto. A infecção pode ser ativa (em aproximadamente 50% dos casos) ou assintomática. Recomenda-se, portanto, a realização de cesariana sempre que houver lesões herpéticas ativas

33
Q

DONOVANOSE (GRANULOMA INGUINAL)

A

Agente: Calymmatobacterium granulomatis e Klebsiella granulomatis
Quadro clínico: Incubação média de 50 dias, baixa contagiosidade, associada a transmissão sexual, porém não se sabe ao certo o mecanismo de transmissão (fecal ou autoinoculação).
Nodulação subcutânea, geralmente unilateral e indolor, cuja ulceração tem borda plana ou hipertrófica, bem delimitada, base granulosa de aspecto vermelho vivo e sangramento fácil, evolui lentamente para lesão vegetante extensa, porém indolor.
As lesões costumam ser múltiplas, sendo frequente a configuração em “espelho”, em bordas cutâneas e/ou mucosas. Há predileção pelas regiões de dobras e região perianal. Não ocorre adenite, embora raramente possam se formar pseudobubões (granulações subcutâneas) na região inguinal, quase sempre unilaterais. Na mulher, a forma elefantiásica é uma sequela tardia, sendo observada quando há predomínio de fenômenos obstrutivos linfáticos. A localização extragenital é rara e, quase sempre, ocorre a partir de lesões genitais ou perigenitais primárias.

34
Q

Diagnóstico - donovanose

A

Biópsia – corpúsculos de Donovan
O diagnóstico diferencial de donovanose inclui sífilis, cancroide, tuberculose cutânea, amebíase cutânea, neoplasias ulceradas, leishmaniose tegumentar americana e outras doenças cutâneas ulcerativas e granulomatosas.

35
Q

Tratamento - donovanose

A

Doxiciclina 100 mg VO 2x/dia 21 dias

36
Q

Agente etiológico LGV

A

C. trachomatis, sorotipos L1, L2 e L3 (LGV);

37
Q

Agente etiológico donovanose

A

K. granulomatis

38
Q

Úlcera única, indolor, adenite discreta

A

Sífilis

39
Q

Úlceras, dolorosas, necróticas, gânglio fistuliza

A

Cancro mole

40
Q

Úlcera indolor, bubão em bico de regador

A

LGV

41
Q

Vesículas, úlceras dolorosas, fundo limpo

A

Herpes

42
Q

Úlcera com fundo granulomatoso, sem adenite

A

Donovanose