Distopias vaginais Flashcards
Distopias Genitais
Corresponde ao deslocamento de um órgão de seu posicionamento e/ ou localização habitual. Um dos tipos de distopia é o prolapso genital.
Prolapsos Genitais
Define todo deslocamento caudal dos órgãos pélvicos (uretra, bexiga, alças intestinais e reto) através da vagina, podendo ocorrer em diferentes graus.
Cistocele
Corresponde ao deslocamento inferior da bexiga
Uretrocistocele
Há prolapso da bexiga incluindo a uretra
Prolapso Uterino
Descida do útero em direção ou através do introito vaginal
Retocele
Protusão do reto pela parede vaginal posterior. Há lesão da fáscia retovaginal.
Enterocele
Herniação do intestino delgado para a cavidade vaginal.
Elitrocele
Eversão da cúpula vaginal após histerectomia prévia.
Inversão Uterina
É a invaginação do fundo uterino, em forma de dedo de luva, que pode alcançar o segmento inferior, ultrapassá-lo, chegar à vagina (inversão parcial) e surgir fora da vulva (inversão total). É uma complicação rara e que se deve à má assistência ao secundamento, com tração exagerada do cordão umbilical ligado à placenta ainda implantada ao fundo uterino.
Aparelho de suspensão pélvico
Também denominado retináculo periuterino de Martin. Localiza-se entre o assoalho pélvico e o peritônio parietal.
Compostos por seis feixes ligamentosos (T. conjuntivo): dois anteriores, dois laterais e dois posteriores.
Feixes Anteriores: denominados ligamentos pubovesicouterinos originam-se na superfície do colo e se inserem na face posterior do pube, passando por baixo da bexiga (onde esta repousa).
Feixes Laterais: dirigem-se das bordas laterais do colo para fora e para trás, até a fáscia que reveste a parede lateral interna da bacia. São os mais importantes e desenvolvidos e fixam o colo e fundo da abóbada da vagina, sendo denominados ligamentos de Mackenrodt,
CARDINAIS ou paramétrios laterais.
Feixes Posteriores: fixam-se na superfície posterior do colo e se dirigem para trás e para cima, contornando o reto e inserindo-se na face anterior do sacro, ligamentos uterossacros.
Qual a importância dos ligamentos uterinos?
Os ligamentos uterinos, por si só, possuem pequena força de sustentação, pois são, na verdade, espessamentos do tecido conjuntivo pélvico subperitoneal. Funcionam como “amarras”, mantendo o útero e a vagina em posição adequada. Têm a função de fixar o útero e a vagina às paredes laterais da pelve, de forma que estas estruturas possam ser sustentadas pela musculatura do assoalho pélvico.
Aparelho de sustentação
Assoalho pélvico - formado pelo conjunto de estruturas que fica entre o peritônio pélvico e a pele da vulva. Portanto, o diafragma pélvico, diafragma urogenital e fáscia endopélvica o compõem
Diafragma pélvico
Representado pelo músculo elevador do ânus – mais importante – (composto de porções iliococcígea, pubococcígea e puborretal) e pelo músculo isquiococcígeo (ou coccígeo)
Diafragma urogenital
Constituído pelo músculo transverso profundo do períneo, e em um plano mais superficial, pelos músculos esfíncter anal, músculos isquiocavernosos, bulbocavernosos e transversos superficiais do períneo.
Fáscia endopélvica
Composta por dois folhetos. O primeiro liga os órgãos pélvicos (especialmente vagina e útero) às paredes pélvicas.
O segundo, considerado visceral, recobre o útero, vagina, bexiga e reto, originando as fáscias vesicovaginal e retovaginal, auxiliando na sustentação dos órgãos e prevenção do prolapso. São pontos de reparo fundamentais na terapêutica do prolapso.
Hiato urogenital
Espaço oval longitudinal entre as fibras musculares mediais do levantador do ânus através do qual passam a vagina, uretra e reto. Esse ponto de fraqueza do assoalho pélvico é denominado de hiato urogenital.
FISIOPATOLOGIA dos prolapsos urogenitais
Pode ser originário tanto de alterações congênitas que acarretam o enfraquecimento dos aparelhos de suspensão e sustentação, como do aumento crônico da pressão intra-abdominal.
Fatores etiológicos identificados
As alterações hormonais (hipoestrogenenismo) também contribuem para o afrouxamento do tecido conjuntivo pélvico e do músculo liso. Vale lembrar que o prolapso genital também pode ocorrer em nulíparas, estando, nestes poucos casos, associado a esforços físicos intensos que desencadeiam aumento da pressão intra-abdominal.
Obesidade;
Aumento crônico da pressão intra-abdominal:
DPOC, constipação intestinal;
Antecedentes obstétricos: multiparidade, parto a fórcipe, período expulsivo prolongado;
Defeitos qualitativos do colágeno: síndrome de Ehlers-Danlos e síndrome de Marfan;
Alterações neurológicas;
Rotura perineal;
Anomalias congênitas: espinha bífida e agenesia sacrococcígea;
Enfraquecimento dos ligamentos cardinais;
Retroversão e medioversão uterinas
Com o intuito de melhorar os resultados e prevenir recidivas de prolapsos de órgãos pélvicos, diversos fatores devem ser corrigidos previamente à abordagem cirúrgica
Diminuição do peso, tratamento da tosse crônica (DPOC), eliminação do tabagismo, redução dos esforços físicos, instituição de terapia hormonal local nas pacientes climatéricas, correção da constipação, e estímulo à realização de exercícios para a musculatura pélvica. Exercícios de Kegel, eletroestimulação e uso de pessários vaginais apresentam resultados controversos, podendo ser indicados em casos de pequenas distopias ou em pacientes com contraindicações ao tratamento cirúrgico
Qual é a etiologia mais provável do prolapso genital na pós-menopausa?
A hipoplasia ou atrofia generalizada do tecido conjuntivo e muscular
Classificação DeLancey
Nível I (apical): fibras do complexo útero-sacro-cardinal e pelas fibras superiores dos paracolpos: lesões desse nível levam a prolapso uterino e de cupula vaginal
Nível II (médio): fibras do paracolpos. Lesões a esse nível levam a cistocele e/ou retocele
Nível III (inferior): Músculo elevador do ânus, corpo perineal e a uretra. Lesões a este nível levam a incontinência urinária, ruptura perineal e incontinência fecal
Classificação em Relação ao Introito Vaginal
Intensidade variava de primeiro a terceiro grau.
Prolapso de primeiro grau: órgão prolapsado não alcança o introito vaginal.
Prolapso de segundo grau: órgão prolapsado se exterioriza parcialmente através do introito vaginal.
Prolapso de terceiro grau: o órgão prolapsado se exterioriza totalmente através do prolapso genital.
Classificação pelo Sistema de Baden-Walker
O sistema de Baden-Walker é simples, mas é pouco empregado.
0 Sem prolapso
1 Prolapso até metade da vagina
2 Prolapso até o hímen
3 Prolapso até o meio do caminho entre o hímen e o prolapso completo
4 Prolapso completo
POPQ
É a classificação mais aceita.
O prolapso é quantificado em números. Ele é negativo quando cranial ao hímen, e positivo quando caudal.
Há seis pontos principais de referência nas paredes vaginais – Aa, Ba, C, D, Ap e Bp.
Pontos Aa e Ba se referem à parede Anterior.
Os pontos Ap e Bp se referem à parede Posterior.
O ponto C se refere ao Colo (cérvice ou cúpula vaginal).
O ponto D se refere ao fundo de saco de Douglas (deep - fórnice posterior).
Os pontos acompanhados de sinal negativo encontram-se no interior da vagina.
Os pontos acompanhados de sinal positivo encontram-se além do hímen vaginal.
*Ainda existem:
- GH: medida do hiato genital. Medido do meio do meato uretral externo até a margem posterior do hímen na linha média;
- PB: corpo perineal. Medido do limite posterior do hiato genital até o meio da abertura anal.
- CVT (tvl): comprimento vaginal total, medido com a redução do prolapso para a posição anatômica normal. Varia de indivíduo para indivíduo, podendo chegar a 8-10 cm.