Tromboprofilaxia cirúrgica Flashcards

1
Q

Tromboembolismo venoso (TEV)

A

Termo empregado para designar a combinação de duas doenças, a trombose venosa profunda (TVP) e a embolia pulmonar (EP). A trombose venosa profunda é uma doença causada pela formação de coágulos no interior das veias profundas, geralmente nos membros inferiores. E embolia pulmonar é a obstrução das artérias do pulmão causada pela formação de coágulos (trombo).
É uma doença decorrente de condições variadas, adquiridas ou congênitas.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

Por que o TEV é importante para o cirurgião ginecológico?

A

Causa de morte evitável mais comum no paciente hospitalizado.

A trombose venosa profunda e a embolia pulmonar geralmente são evitáveis, embora ainda sejam complicações pós-operatórias importantes. A gravidade desse problema é importante para o ginecologista, porque 40% de todas as mortes após a cirurgia ginecológica são atribuídas diretamente à embolia pulmonar, que é a causa mais frequente de morte pós operatória em pacientes com carcinoma uterino ou cervical.
Alguns grupos de pacientes, especialmente pacientes com câncer ginecológico, apresentam um risco maior que o usual para o TEV, com uma incidência geral de cerca de 15% a 20%. O risco de EP pós-operatória fatal entre esses pacientes é mais próximo de 40% sem profilaxia. Mais de 90% dos pacientes com EP apresentam uma TVP nos membros inferiores ou superiores concomitantemente.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

Causa mais frequente de morte pós-operatória em pacientes com carcinoma uterino ou cervical.

A

Embolia pulmonar

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

Classificação - TVP e TEP

A

A TVP nos membros inferiores é dividida, simplificadamente, segundo sua localização:
Proximal - quando acomete veia ilíaca e/ou femoral e/ou poplítea (se ultrapassar a região poplítea)
Distal - quando acomete as veias localizadas abaixo da poplítea (se confinada à panturrilha)

O risco de EP e a magnitude da síndrome pós-trombótica (SPT) decorrente da TVP proximal são maiores. Entretanto, existe um risco de progressão da trombose distal para segmentos proximais de até 20%, o que faz com que o diagnóstico e o tratamento da TVP distal sejam similares ao da TVP proximal. Portanto, a classificação do tipo de TVP suspeita é importante para guiar as estratégias de tratamento.

O tromboembolismo pulmonar (TEP) é a complicação aguda mais temível da trombose venosa profunda.

Na maioria das vezes, a trombose venosa desenvolve-se nos membros inferiores, na área de drenagem entre os músculos profundos, sendo, assim, denominada TVP.
Durante curso da TVP pode ocorrer extensão ascendente do trombo, até a região poplítea e/ou região inguinal (extensão proximal). Durante a fase de extensão do trombo, o coágulo é friável, podendo se romper e gerar fragmentos (êmbolos). A migração do êmbolo para o pulmão poderá obstruir a artéria pulmonar ou seus ramos, levando à EP. A localização da EP será central, segmentar ou subsegmentar, de acordo com a extremidade mais proximal acometida.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

Importância da Tomboprofilaxia

A

A prevenção do TEV é muito mais eficaz do que o tratamento dessa complicação.

A indicação de profilaxia se baseia na alta frequência destas complicações e no fato da maioria dos pacientes ser assintomáticos ou cursar com sintomas inespecíficos. Como o TEP fatal pode ser a primeira manifestação clínica, é inapropriado aguardar-se o aparecimento de sintomas para diagnosticar e tratar um episódio de TEV. Além disso, a detecção da TVP pode ser difícil, já que apenas cerca de metade dos pacientes tem quadro clínico evidente. Outras complicações tardias comuns são a trombose venosa recorrente e a hipertensão venosa crônica, quadros clínicos incapacitantes, que podem acometer até 50% dos pacientes que desenvolvem TVP.

Pacientes acometidos por um episódio de TEV apresentam alto risco de recorrência tromboembólica e possibilidade de originar complicações tardias, tais como a síndrome pós-trombótica (SPT) e a hipertensão pulmonar tromboembólica crônica (HPTC). O risco de recorrência tromboembólica é maior nos primeiros meses após o evento inicial, sendo de 7% a 14% nos primeiros três meses e de até 30% em oito anos.

É mais simples definir clinicamente os pacientes sob risco de TEV do que identificar TVP e EP assintomáticas em pacientes internados devido a outras doenças. O TEV apresenta-se como um diagnóstico secundário clinicamente difícil, permanecendo oculto ou sendo diagnosticado como outras doenças, tais como celulite, insuficiência venosa, tendinite, pneumonia, infarto miocárdico, pleurisia virótica, entre outros. Embora os estudos de tromboprofilaxia venosa empreguem estratégias diagnósticas acuradas, a maioria dos eventos é devido à TVP distal, que é muitas vezes silenciosa.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

Síndrome pós-trombótica (SPT)

A

A SPT é caracterizada por edema crônico da perna afetada, perda de função valvular venosa, descoloração cutânea e ulceração. A SPT afeta de 2% a 10% dos pacientes que sofreram TEV, podendo se desenvolver em até dez anos após o TEV, até se tornar clinicamente
detectável. Por outro lado, até 4% dos pacientes com TEV podem desenvolver HPTC (hipertensão pulmonar tromboembólica crônica) nos dois primeiros anos do evento embólico inicial. Essas complicações reduzem a qualidade de vida e associam-se à morbidade, com resultante carga econômica para o sistema de saúde.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Monitoração de pacientes no pós-operatório

A

Os pacientes no pós-operatório devem ser cuidadosamente monitorados para edema de extremidades inferiores, hipóxia ou dor pleurítica de início recente, uma vez que podem ser portadores da síndrome.

A profilaxia contra o tromboembolismo venoso (TEV) situa-se entre as 10 principais práticas de segurança para as pacientes. Os fatores prognósticos identificados incluíram o tipo de cirurgia, idade, edema de perna, etnia não caucasiana, gravidade das varizes, radioterapia prévia e história prévia de TVP.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

Fisiopatologia TEV

A

A fisiopatologia da doença é explicada pela conhecida Tríade de Virchow, constituída por lesão endotelial (cirurgias ginecológicas e ortopédicas, punções centrais), hipercoagulabilidade (pós-operatório, gestação/puerpério, neoplasias, trobofilias, etc) e estase venosa (viagens longas – síndrome da classe econômica, anestesia geral, obesidade, insuficiência venosa crônica, doenças neurológicas, traumas). Uma vez presentes, tais fatores predispõem a formação de trombos que ao desgarrarem vagam pelo sistema venoso acometendo os mais diversos órgãos

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

Tríade de Virchow

A

Estase - alteração no fluxo sanguíneo
Lesão endotelial vascular
Hipercoagulabilidade

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

Fatores de risco - TEV

A

Toda ou qualquer situação que acentue algum dos componentes da tríade de virchow, ou seja, condições que podem ser tanto inerentes ao indivíduo quanto adquiridas por meio de hábitos ou por intervenção médica.

Inerentes
 Idade ( >55 anos)
Gênero
Malignidades (2/20 x) 
Síndromes mieloproliferativas
Síndrome antifosfolipídeos
Traumas
Gestação
Puerpério 
Imobilizações
Insuficiência Cardíaca Congestiva
Deficiência de antitrombina.
Deficiência de proteína C ou de proteína S.
Resistência à proteína C ativada. 
Mutação no gene G20210A da protrombina. 
Adquiridos
Traumas cirúrgicos ou iatrogênicos
Anticoncepcionais orais
Hiperestimulação ovariana para fins de fertilização
Tabagismo
Agentes estimuladores de eritropoiese
Cateterismo venoso central
Trombofilia adquirida
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

Objetivo tromboprofilaxia

A

Reduzir a estase venosa, a lesão endotelial e os estados de hipercoagulabilidade

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

Tromboprofilaxia ideal

A

Eficaz, sem efeitos colaterais significativos, boa aceitação pela paciente e equipe, aplicável à maioria das pacientes e de baixo custo.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

Métodos profiláticos não farmacológicos

A

Deambulação precoce; meias elásticas; compressão pneumática intermitente; exercícios ativos/passivos no leito com fisioterapia.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

Métodos profiláticos farmacológicos

A

Antiagregantes (AAS, clopidogrel); anticoagulantes (fondaparinux, HNF, HBPM, warfarina).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

Profilaxia química - TEV

A

Heparina - A interação com a antitrombina III é que confere o seu principal efeito anticoagulante, através de uma mudança na conformação da antitrombina III, que acelera sua habilidade em inativar as enzimas da coagulação: trombina e fatores Xa e IXa

Heparina não fracionada
Mucopolissacarídeo anticoagulante inibidor de trombina
Reduz riscos de TEV em até 60%
Eliminação hepática, atentar para o uso em pacientes hepatopatas ou em uso de medicação que provoque distúrbios hepáticos

Heparina de Baixo Peso Molecular - Enoxaparina
Não tão eficaz quanto a HNF, porém causa menos complicações
Tem eliminação renal - não usar em nefropatas
Hoje é a mais utilizada

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

Efeitos adversos - heparinas

A

Hemorragias (cessa com interrupção da adm)
Reações de hipersensibilidade (são obtidas através de suínos)
Trombocitopenia
Alterações de função hepática - HNF
Osteoporose (mecanismo não definido)

17
Q

Contraindicações - heparinas

A

Absolutas:

  1. Hipersensibilidade às heparinas
  2. Plaquetopenia induzida por heparina
  3. Sangramento ativo

Relativas:

  1. Cirurgia intracraniana ou ocular recente
  2. Coleta de LCR nas últimas 24hs
  3. Diátese hemorrágica
  4. HAS não controlada
  5. Insuficiência renal
18
Q

Outros Anticoagulantes e Antiagregantes que não as heparinas

A

Warfarina
Interromper 5 dias antes 🡪 substituir por heparina
Reiniciar 12-24 h após a cirurgia
URGÊNCIA: suspender + Vit K1 EV; repor fatores deficientes
AAS

Suspensão individualizada
Heparina profilática no pós-operatório

19
Q

Quando fazer profilaxia mecânica?

A

Baixo risco de TEV ou associada a profilaxia química em pacientes de alto risco e com varizes em membro inferior

20
Q

Contraindicações ao uso de profilaxia mecânica

A
Fratura exposta;
Infecção em membros inferiores;
Insuficiência arterial periférica de membros inferiores;
Insuficiência cardíaca grave;
Úlcera em membros inferiores
21
Q

Profilaxias Mecânica

A
Massageador plantar (18 horas ao dia)
Botas pneumáticas (18 horas ao dia)

Meias elásticas de compressão gradual tem menor pouca evidência e devem ser usadas na impossibilidade dos demais acima. Meias elásticas simples e fisioterapia motora não configuram formas de profilaxia mecânica estatisticamente testadas e validadas.

22
Q

Complicações tromboprofilaxia

A

Profilaxia prolongada pode trazer inconvenientes:

Risco de sangramento
Plaquetopenia induzida por heparina
Dificuldade de arcar com os custos dos medicamentos

Mais comuns e importantes
Trombocitopenia
Hemorragias

Efeitos adversos raros
Osteoporose (longo prazo)
Eosinofilia e hipersensibilidade 
Reações cutâneas (necrose de pele)
Alopécia
Alteração dos testes de função hepática
Hipercalemia ocasional