Dor pélvica crônica Flashcards

1
Q

Dor Pélvica Crônica (DPC)

A

Dor pélvica não menstrual, com duração de pelo menos seis meses, suficientemente intensa para interferir em atividades habituais e que necessita de tratamento clínico ou cirúrgico.

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2
Q

Etiologia - DPC

A

A etiologia não é clara e, usualmente, resulta de uma complexa interação entre os sistemas gastrintestinal, urinário, ginecológico, músculo-esquelético, neurológico, psicológico e endócrino, influenciado ainda por fatores socioculturais.

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3
Q

Epidemiologia - DPC

A

12 a 20% das mulheres nos EUA;
Prevalência de 3,8% em mulheres de 15 a 73 anos;
Responsável por 12% a 19% das histerectomias.

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4
Q

Fisiopatologia - DPC

A

1) mudanças neuroplásticas no corno posterior da medula espinhal
2) sensibilidade cruzada entre vísceras que compartilham uma mesma inervação (reflexo víscero-visceral);

Alodinia, hiperalgesia, alargamento do campo receptivo e respostas reflexas anormais da musculatura.

Influenciada por fatores: psicológicos, SNA, sistema endócrino e genéticos

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5
Q

Causas Gastrointestinais de DPC

A
37%
Síndrome do intestino irritável;
Doença intestinal inflamatória;
Doença diverticular;
Hérnias;
Constipação/obstrução;
Carcinoma de Cólon.
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6
Q

Causas Urológicas de DPC

A
Cistite intersticial;
Cistite/uretrite recorrente; 
ITU crônica;
Síndrome uretral;
Neoplasia vesical.
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7
Q

Causas ginecológicas de DPC

A
Endometriose;
DIP;
Dor da ovulação (mittelschmertz);
Massas pélvicas e anexiais;
Aderências;
Congestão pélvica;
Distopias e prolapsos genitais;
Adenomiose;
Estenose do canal cervical;
Pólipos, miomas e DIU.
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8
Q

Causas músculo-esqueléticas de DPC

A
Síndromes miofasciais;
Espasmos do assoalho pélvico;
Inadequação postural;
Fibromialgia;
Síndrome do piriforme;
Hérnia de disco.
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9
Q

Diagnóstico - DPC

A
40% das mulheres com DPC avaliadas em serviços de atenção primária têm mais de um diagnóstico.
Obter história completa da dor: 
Localização; 
Irradiação;
Intensidade.; 
Fatores que agravam e que aliviam;
Efeito do ciclo menstrual.
Estresse; 
Trabalho; 
Exercício; 
Relação sexual e orgasmo; 
O contexto no qual a dor surgiu;
E o custo social e ocupacional da dor.
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10
Q

Mnemônico da anamnese da dor - OLD CAARTS

A
Origem (início)
Localização 
Duração
Característica
Alívio/Agravamento
Associados Sintomas
Radiation (Irradiação)
Severity (intensidade - 0 a 10)
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11
Q

Alguns sintomas, associados à dor pélvica crônica, se associam especificamente a determinados sistemas e suas doenças

A

Sangramento vagina anormal, corrimento vaginal anormal, dismenorreia, dispareunia, infertilidade, disfunção sexual - GENITAL

Constipação intestinal, diarreia, flatulência, hematoquezia, e relação entre dor e períodos da função intestinal ou aparência das fezes, e alívio da dor com a defecação - GASTROINTESTINAIS

Traumatismo físico – cirurgia ou lesão, exacerbação com o exercício físico, alterações posturais, fraqueza, parestesia, dor lancinante - MÚSCULO- ESQUELÉTICOS/ NEUROPÁTICOS

Urgência, polaciúria, nictúria, hesitação, disúria, hematúria, incontinência - UROLÓGICOS

Diagnósticos, hospitalizações e medicações anteriores, depressão atual, ansiedade, pânico, inclusive ideais suicidas, traumas (emocionais, físicos e/ou sexuais, passados/atuais) - PSICOLÓGICOS

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12
Q

Alguns sintomas associados a DPC sugerem alerta, como:

A

perda de peso, hematoquezia, sangramento irregular perimenstrual, sangramento pós-menopáusico ou pós-coital, com exclusão de patologias malignas ou sistêmicas

A paciente pode cursar também com ansiedade/depressão

Lembrar que a DPC, muitas vezes, pode se relacionar a histórias de abuso físico, ou sexual – e estes fatores devem ser pesquisados

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13
Q

O histórico de alguns aparelhos e intervenções são importantes:
História Obstétrica

A

Gravidez e Parto
Prolapso de órgão pélvico;
Síndrome de dor miofascial da musculatura do assoalho pélvico;
Lesões nos nervos ilio-inguinal e ilio-hipogástrico – pela incisão de Pfannenstiel na cesárea;
Dor recorrente cíclica e de inchaço na região de incisão de cesariana  endometriose na própria cicatriz.

Ausência de H.O. + Infertilidade
Endometriose;
Aderências pélvicas;
DIP crônica.

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14
Q

O histórico de alguns aparelhos e intervenções são importantes:
História cirúrgica

A

A existência de cirurgia abdominal anterior aumenta o risco de aderências pélvicas na mulher, principalmente se tiver havido infecção, sangramento ou exposição de grandes áreas de superfícies peritoneais. A incidência de aderências aumenta com o número de cirurgias prévias. Esse histórico também pode me direcionar a distúrbios persistentes/recorrentes como endometriose, doença por aderências ou CA.

Foram encontradas aderências em 40% das pacientes submetidas à laparoscopia para tratamento de dor pélvica crônica com suspeita de origem ginecológica.

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15
Q

O histórico de alguns aparelhos e intervenções são importantes:

A

Há associação significativa entre dor pélvica crônica e abuso físico, emocional e sexual. O abuso sexual está associado a aumento no diagnóstico de distúrbios intestinais funcionais, fibromialgia, transtorno convulsivo psicogênico e dor pélvica crônica. Além disso, para algumas mulheres, a dor crônica é uma forma de lidar com o estresse social. A depressão também deve ser pesquisada, já que pode tanto ser a origem da causa, como consequência. Sendo o encaminhamento para o psicólogo, e psiquiatra, uma importante estratégia.

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16
Q

Exame físico na DPC

A

Como a etiologia da dor crônica é variada, as informações obtidas com o exame físico com frequência esclarecem sua origem e orientam a solicitação de exames complementares.
O exame físico da paciente com DPC pode identificar áreas dolorosas e presença de massas ou outras alterações anatômicas. No entanto, a ausência de achados não exclui uma patologia intra-abdominal como causa. Por vezes pode ser inespecífico.
Deve ser realizado lenta e gentilmente, pois tanto o componente abdominal como o pélvico podem ser dolorosos.

O primeiro objetivo do exame físico é a exclusão de doenças graves, como as neoplasias, de modo que o exame do abdome deve ser minucioso:

> Pesquisar os pontos álgicos na pele do abdome à palpação superficial, principalmente se existir cicatriz cirúrgica.
Palpar de forma profunda à procura de massas intra-abdominais.
Observar contratura voluntária do abdome; sinais de irritação peritoneal não são esperados em quadros de dor pélvica crônica, devendo, todavia, ser investigados.

17
Q

Endometriose na DPC

A

Aparece em 15 a 40% das mulheres submetidas à laparoscopia para o tratamento de DPC;
Até 30 a 50% dos pacientes não sente dor, independente do estágio. E 40 a 60% não sentem dor ao exame, independente do estágio.

Não há correlação entre a dor e a localização da doença. Ou a incidência ou intensidade da dor e o estágio das lesões da endometriose.

Lesões infiltrativas vaginais e nos ligamentos uterossacrais estão associados a dispaurenia e disquezia.

A síndrome dolorosa relacionada a endometriose é um conceito novo em evolução, cuja definição é a dor que não responde, de maneira adequada ao tratamento clínico e cirúrgico apropriado, sobretudo em caso de doença mínima ou leve.
A presença de dor à palpação profunda dos fórnices vaginais pode indicar endometriose.
A imobilidade do útero pode ser causada por cicatrizes de endometriose, DIP ou câncer ou por aderência causadas por cirurgias anteriores. A avaliação dos anexos pode revelar sensibilidade à palpação ou massa. Essa sensibilidade lateral pode refletir endometriose, doença diverticular ou síndrome de congestão pélvica.

Outras características podem auxiliar no diagnóstico: dor secundária a alterações hormonais pode estar associada à endometriose ou adenomiose, enquanto um padrão não hormonal leva a pensar em causas musculoesqueléticas, aderências ou cistite intersticial, por exemplo.

18
Q

Aderências Pélvicas, na DPC

A

Submissão a procedimentos cirúrgicos.
Uso de DIU
Deve-se buscar lesões miofasciais, ou de compressão do nervo, antes de supor que as aderências são os fatores responsáveis.

19
Q

Congestão Pélvica

A

A síndrome da congestão pélvica é a congestão ou dilatação de plexos venosos uterinos e/ou ovarianos. Afeta mulheres no período reprodutivo.
Sintomas:
Dor abdominal baixa, fadiga crônica, SUA, dor bilateral nas costas, dispaurenia, dismenorreia secundária, útero volumoso, ovários aumentados.
Diagnóstico - Imagens de varicosidades (e refluxo na veia gonadal) por:
Venografia Transuterina
USG pélvica/TV
RM
Laparoscopia

20
Q

Síndromes do ovário remanescente e do ovário residual

A

Advém do tecido cortical ovariano residual que permanece in situ após dissecação difícil na ooforectomia.
Sinais e Sintomas
Dor pélvica com irradiação lateral – frequentemente ciclíca associada a ovulação/fase lútua.
Aguda e perfurante ou constante, vaga e sem irradiação, as vezes com sintomas genitourinarios e gastrointestinais associados.
Massa dolorosa na região lateral da pelve.
Dispaurenia profunda
Constipação Intestinal
Dor nos flancos
USG
Dosagem de Estradiol e FSH
Tendem a surgir 2 a 5 anos após ooforectomia convencional.

21
Q

Salpingo–ooforite subaguda

A

Sinais e sintomas de infecções agudas.
Infecção atípica ou parcialmente tratada pode não estar associada a febre e sinais peritoneais
Sequela frequente de clamídia/micoplasma
Dor à palpação do abdome, dor à mobilização cervical e dor à palpação dos anexos bilateral são típicas de infecção pélvica

22
Q

Quando realizar tratamento multiprofissional na DPC?

A

Ausência óbvia de doença;
Resposta insatisfatório ao tratamento clinico ou cirúrgico;
Grau considerável de ansiedade, estresse ou depressão;
Historia de trauma físico ou sexual passado ou atual.

23
Q

Tratamento Farmacológico - DPC

A

Dismenorreia ou dor que se agrava na fase lútea ou menstrual  Agente hormonal
Dor miofascial ou neuropática  ISRS, antidepressivos
Anticonvulsivantes  gabapentina ou pregbalina
Terapia com opioides  controverso
Narcóticos  ultimo recurso após fracasso em todas as outras tentativas.

(Muitos usados - amitriptilina, imipramina, principalmente em casos de cistite intersticial ou síndrome da bexiga dolorosa)

Tratamentos alternativos:
Laparoscopia
Histerectomia

24
Q

Diagnóstico mais frequentes de DPC de origem genital

A

Endometriose

25
Q

Diagnóstico mais frequentes de DPC de origem gastrointestinal

A

Síndrome do cólon irritável