Tétano Flashcards

1
Q

Descrição

A

Dç infecciosa aguda NÃO CONTAGIOSA
Prevenível por vacina, causada pela ação de exotoxinas produzidas pelo CLOSTRIDIUM TETANI, que provoca um estado de hiperexcitabilidade do sistema nervoso central

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2
Q

Ag etiológico

A

é um bacilo gram + esporulado, anaeróbio, semelhante a cabeça de um alfinete, com 4-10 micra de comprimento.

Produz esporos que lhe permitem sobreviver no ambiente por vários anos

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3
Q

Reservatório

A

encontrado na natureza, sob forma de esporos, podendo ser identificado em pele, fezes, terras, galhos, águas putrefatas, poeira das ruas, trato intestinal dos animais (especialmente cavalo e do homem, sem causar dç)

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4
Q

Modo de transmissão

A

introdução dos esporos em solução de continuidade da pele e mucosas (ferimentos superficiais ou profundos de qualquer natureza).

Em condições de anaerobiose, os esporos se transformam em formas vegetativas que são responsaveis pela produção de toxinas - tetanolisina e tetanopasmina.

A presença de tecidos desvitalizados, corpos estranhos, isquemia e infecção contribuem para diminuir o potencial de oxirredução e estabelecer as condições favoráveis ao desenvolvimento do bacilo

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5
Q

Periodo de incubação

A

Periodo entre o ferimento e o primeiro sinal ou sintoma.

É curto: em média 5-15 dias, podendo variar de 3-21 dias.

Quanto menor o tempo de incubação, maior a gravidade e pior o prognóstico

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6
Q

Periodo de progressão

A

Aparecimento do primeiro sinal ou sintoma até o primeiro espasmo muscular espontâneo.

É variável, mas qunato menor o periodo, pior o prognostico

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7
Q

Suscetibilidade e imunidade

A

Universal

Vacinas:
penta aos 2m-1a
DTP aos 15m e 4a

dT a partir dos 7 anos.

Recomenda-se 3 doses e 1 reforço a cada 10 anos;

Para gestantes, deve-se aplicar uma dose de dTpa a cada gestação

A dç não confere imunidade

Os filhos de mães imunes apresentam imunidade passiva e transitória por até 2m

o soro antitetânico dá imunidade por cerca de 2 semanas, enquanto a imunoglobulina dura cerca de 3 semanas

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8
Q

Manifestações clínicas

A
  1. Hipertonias musculares mantidas, localizadas ou generalizadas
  2. ausência de febre ou febre baixa
  3. hiperreflexia profunda
  4. contraturas paroxísticas que se manifestam à estimulação do paciente (estímulos
    táteis, sonoros, luminosos ou alta temperatura ambiente).

Em geral, o paciente se mantém consciente e lúcido

Inicia com dificuldade de abrir a boca (trismo e riso sardônico) e de deambular, devido a hipertonia muscular

Pode haver dificuldade de deglutição (disfagia), rigidez de nuca, rigidez paravertebral (pode causar opistótono), hipertonia da musculatura torácica, de músculos abdominais e de membros inferiores. As contraturas paroxísticas ou espasmos acontecem sob a forma de abalos tonicoclônicos, que variam em intensidade e intervalos, de acordo com a gravidade do quadro.

A hipertonia torácica, a contração da glote e as crises espásticas podem determinar insu”ciência respiratória, causa frequente de morte nos doentes de tétano. Nas formas mais graves, ocorre hiperatividade do sistema autônomo simpático (disautonomia), com taquicardia, sudorese profusa, hipertensão arterial, bexiga neurogênica e febre. Tais manifestações agravam o prognóstico da doença.

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9
Q

Complicações

A
pneumonia
infecção urinária
sepse
asfixia por obstrução alta ou insuficiência respiratória baixa
fratura de vertebras e de costelas
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10
Q

Diagnóstico

A

Essencialmente clínico e não depende de confirmação laboratorial

Hemograma é geralmente normal, exceto quanto tem infecção secundária;

Transaminases e a ureia podem se elevar nas formas mais graves;

Na insuficiencia respiratoria é importante realizar gasometria e dosagem de eletrolitos

raio-x de pulmão e de coluna para diagnóstico de infecções pulmonares e fraturas de vertebras

Culturas de sangue, de secreções e de urina são indicadas nos casos de infecção secundária

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11
Q

Diagnóstico diferencial

A

Intoxicação por estricnina - ausencia de trismos e de hipertonia generalizada, durante os intervalos dos espasmos

Meningites - febre alta desde o inicio, auesencia de trismos, presença de sinais de Kerning e Brudzinsky, cefaleia e vômito

Tetania - sinais de Trousseau e Chvostek presentes, hipocalcemia e relaxamento muscular ate os paroxismos

Raiva - historia de mordedura, arranhadura ou lambedura por animais, convulsão, ausencia de trismos, hipersensibiliidade cutanea e alterações de comportamento

Histeria - ausencia de ferimentos e de espasmos intensos. Quando o pct se distrai, desaparecem os sintomas

Intoxicação pela metoclopramida ou por neurolépticos - podem levar ao trismo e a hipertonia muscular

Processos inflamatorios da boca e da faringe, acompanhados de trismo - pode ser causado por abscesso dentário, periostite alveolo-dentária, erupção viciosa do dente siso, fratura e/ou osteomieliite de mandibula, abscesso amigdaliano e/ou retrofaringeo

Dç do soro - pode cursar com trismo, que é decorrente da artrite temporomandibular, que se instala após uso de soro heterólogo. Ficam evidenciadas lesões maculopapulares cutaneas, hipertrofia ganglionar, comprometimento renal e outras artrites

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12
Q

Excepcionamente podem ser diagnóstico diferencial

A
osteoartrite cervical aguda com rigidez de nuca
espondilite septicêmica
hemorragia retroperitoneal
ulcera peptica perfurada
outras causas de abdome agudo
epilepsia e outras causas de convulsões
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13
Q

Tratamento

A

Hospitalização imediata, prefencialmente em UTI. Caso não seja possível, deve ocorrer em unidade assistencial, em quarto individual, com minimo de ruido, de luminosidade e temperatura estável e agradável.

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14
Q

Principios do tto

A
  1. sedação do pct
  2. neutralização da toxina tetânica
  3. debridamento do foco infeccioso para eliminação do C. tetani
  4. antibioticoterapia
  5. medidas gerais de suporte
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15
Q

Sedação/relaxamento do pct

A

relaxameto muscular é o principal objetivo e visa permitir a ventilação, reduzir o estímulo doloroso e evitar hipertonia e espasmos.

Nos pcts com tetano grave, sugere-se o uso de bloqueadores neuromusculares nos pcts refratários ao uso de outros relaxantes.

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16
Q

Posologia de sedativos

A

Diazepam EV

    • adulto: 1-10mg/kg/dia
    • kid: 0,1-2mg//kg/dia

Midazolam IM (substituto do diazepam)

    • adulto: 0,07-0,1mg/kg/dia
    • kid: 0,15-0,2mg//kg/dia

Clorpromazina EV (resposta insatisfatoria do diazepam)

    • adulto: 25-50mg/kg/dia. Até 1g/dia
    • kid: Acima de 6 meses 0,55mg//kg/dia
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17
Q

Soro antitetânico

A

Meia-vida < 14d em individuos normais

mesmas contraindicações que a raiva

DOSE PROFILÁTICA: 5.000UI IM OU EV
DOSE TERAPÊUTICA: 20.000UI IM OU EV

Se IM: adm em 2 massas musculares diferentes

Se EV: ddiluir em soro glicosado a 5%, com gotejamento lento

18
Q

Prevenção de reações anafiláticas na adm de soros heterólogos

A
  1. lavar as mãos com agua e sabão
  2. organizar material: seringa, agulha e outros materiais para prevenção da anafilaxia: adrenalina 1:1.000, anti-histamínico, corticoide, oxigênio, soro glicosado e fisiológico, equipo de soro e material para assistência ventilatória.
  3. acesso venoso
  4. controlar sinais vitais
  5. observar por +- 2h
  6. em caso de alguma reação (mal-estar, mudança de voz, dificuldade respiratória e até mesmo anafilaxia), interromper imediatamente e continuar o soro e iniciar as drogas.

Quando não tiver imunoglobulina, adm soro com pré-medicação e acompanhar pct nos 10 dias seguintes. acompanhar por pelo menos 24h

teste de sensibilidade excluido

doses subsequentes contraindicadas

19
Q

Imunoglobulina humana antitetânica

A

IgG
meia-vida de 21-28d em individuos sem imunização prévia

Feito a partir de doadores selecionados com altos titulos de antitoxina

DOSE PROFILÁTICA: 250UI IM
DOSE TERAPÊUTICA: 500UI IM

aplicar em grupo muscular diferente da vacina

20
Q

Indicação da imunoglobulina

A
  1. hipersensibilidade a qualquer soro heterologo
  2. imunodeprimidos, mesmo que vacinados
  3. RN em situações de risco para tetano cujas mães sejam desconhecidas ou não tenham sido adequadamente vacinadas
  4. RN prematuros com lesões potencialmente tetanogênicas, independente da historia vacinal da mãe
21
Q

Eliminação do C. tetani

A

Penicilina G cristalina:
– Adultos: 2.000.000UI/dose
– kids: 50.000-100.000UI/kg/dia
EV, 4/4h, 7-10D

Metronidazol:
– Adultos: 500mg
– kids: 7,5mg
EV, 8/8h, 7-10d

22
Q

Debridamento

A

Limpar com soro ou água e sabão

Debridamento, retirando todo o tecido desvitalizado e corpos estranhos.

Apos a remoção, fazer limpeza com água oxigenada ou solução antisseptica (acool a 70%, clorexidina, permanganato de potássio a 1:5.000).

Ferimentos puntiformes devem ser abertos em cruz e lavados generosamente

Não há comprovação de eficácia do uso de penicilina benzatina nas infecções cutaneas para profilaxia do tetano acidental

23
Q

Medidas gerais

A

Reduzir a acustica, luminosidade e prover temperatura adequada ao ambiente;
Manipular o pct somente o necessário;
Garantir a assistência por equipe multiprofissional e especializada;
Sedar e relaxar o pct antes de qualquer procedimento;
Manter vias aereas permeáveis;
Realizar hidratação adequada.
Utilizar analgésico para aliviar a dor ocasionada pela contratura;
Adm anti-histaminico antes do SAT;
Utilizar heparina de baixo peso molecular (5.000UI, 12/12h, subcutânea), em pcts com risco de TVP e em idosos;
Em pcts sob sedação profunda, mudar decubito para prevenção de escaras;

24
Q

Características epidemiológicas

A

BR: diminuição dos casos.

acontece mais com aposentados e pensionistass, trabalhadores agropecuarios, seguida pelos grupos de trabalhadores da construção civil e donas de casa

25
Q

Objetivos vigilância epidemiológica

A

Reduzir a incidência dos casos de tétano acidental
Implementar ações de vigilância epidemiológica
Conhecer todos os casos suspeitos e investigar 100% deles, com o objetivo de assegurar diagnóstico e tto precoce
Adotar medidas de controle, oportunamente;
Conhecer o perfil e o comportamento epidemiológico;
Identificar e caracterizar a população sob risco;
Recomendar a vacinação da população sob risco;
Avaliar o impacto das medidas de controle;
Promover educação continuada em saude, incentivando o uso de equipamentos e objetos de proteção, a fim de se evitar a ocorrência de ferimentos ou lesões.

26
Q

Caso suspeito

A

Todo paciente acima de 28 dias de vida que apresenta um ou mais dos seguintes sinais e sintomas: disfagia, trismo, riso sardônico, opistótono, contraturas musculares localizadas ou generalizadas, com ou sem espasmos, independentemente da situação vacinal, da história de tétano e de
etecção ou não de
solução de continuidade de pele ou mucosas

27
Q

Caso confirmado

A

Todo caso suspeito, descartado para outras etiologias e que apresenta um ou mais dos seguintes sinais e sintomas: hipertonia dos masseteres (trismo), disfagia, contratura dos músculos da mímica facial (riso sardônico, acentuação dos sulcos naturais da face, pregueamento frontal, diminuição da fenda palpebral), rigidez abdominal (abdome em tábua), contratura da musculatura paravertebral (opistótono), da cervical (rigidez de nuca), de membros (di”culdade para deambular), independentemente da situação vacinal, de história prévia de tétano e de detecção de solução de continuidade da pele ou mucosas. A lucidez do paciente reforça o diagnóstico

28
Q

Caso descartado

A

Todo caso suspeito que, após investigação epidemiológica, não preencher os critérios de confirmação

29
Q

Particularidades

A

– A partir de 7a não vacinados ou sem comprovação vacinal para difteria e tetano, adm 3 doses com intervalo de 60 dias entre as doses, em um minimo de 30d.

– A partir de 7a com esquema incompleto para difteria e tetano, completar esquema de 3 doses com dT, considetando as doses anteriores, com intervalo de 60 dias entre as doses, em um minimo de 30d

– dT deve ser adm a partir da comprovação da gravidez, em qualquer periodo gestacional, combinada com uma dose de dTpa a partir da 20ª semana de gestação;

30
Q

Vacina em ferimentos com risco minimo de tetano (superficiais, limpos, sem corpos estranhos ou tecidos desvitalizados)

A
  1. incerta ou menos de 3 doses
  2. 3 ou mais doses, sendo a ultima há 10a ou mais anos em situações especiais

NÃO TOMA SAT EM FERIMENTOS COM RISCO MINIMO

31
Q

Vacina - Ferimentos com alto risco de tetano (profundos ou superficiais sujos, com corpos estranhos ou tecidos desvitalizados, queimaduras, feridas puntiformes ou por armas brancas e de fogo, mordeduras, politraumas e fraturas expostas)

A
  1. incerta ou menos de 3 doses
  2. 3 ou mais doses, sendo a ultima dose hpa mais de 5 anos e menos de 10, ou mais de 10 ou mais anos em situações especias (1 REFORÇO)
32
Q

SAT - ferimentos com alto risco de tetano

A
  1. Incerta ou menos de 3 doses

2. 3 ou mais doses, sendo a ultima há 10 anos ou mais em situações especiais

33
Q

TETANO NEONATAL - descrição

A

acomete o recém-nascido nos primeiros 28 dias de vida, tendo como manifestação clínica inicial a di”culdade de sucção, irritabilidade e choro constante

transmissão pelo coto umbilical

34
Q

TETANO NEONATAL - incubação

A

Aproximadamente 7 dias, podendo variar de 2 a 28 dias.

35
Q

TETANO NEONATAL - Manifestações clinicas

A

O recém-nascido apresenta choro constante, irritabilidade, di”culdade para mamar e abrir a boca, decorrente da contratura dolorosa dos músculos da mandíbula (trismo), seguida de rigidez de nuca, tronco e abdome. Evolui com hipertonia generalizada, hiperextensão dos membros inferiores e hiper!exão dos membros superiores, com as mãos fechadas, !exão dos punhos (atitude de boxeador), paroxismos de contraturas, rigidez da musculatura dorsal (opistótono) e intercostal, causando di”culdade respiratória. A contração da musculatura da mímica facial leva ao cerramento dos olhos, fronte pregueada e contratura da musculatura dos lábios, como se o recém-nascido fosse pronunciar a letra U.

36
Q

TETANO NEONATAL - complicações

A

Disfunção respiratória, infecções secundárias, disautonomia, taquicardia, crise de hipertensão arterial, parada cardíaca, miocardite tóxica, embolia pulmonar, hemorragias, fraturas de vértebras, entre outras

37
Q

TETANO NEONATAL - diagnóstico diferencial

A

Septicemia
Encefalopatias
Disturbios metabolicos
Epilepsia, TC do parto, peritonites, onfalites e meningite

38
Q

TETANO NEONATAL - tto

A

sedação (diazepam e midazolam;
suporte
IGHAT (IM) ou SAT (IM OU IV)
ATB

39
Q

TETANO NEONATAL - Fatores de risco

A

Baixa cobertura da vacina antitetanica em mulheres em idade fertil
Partos domiciliares por profissionais sem capacitação
Oferta inadequada de pre-natal em areas de dificil acesso
Baixa qualidade do pre-natal
Alta hospitalar precoce e aocmpnhamento deficiente do RN e da puerpera
Deficiente cuidado de higiene com o coto umbilical e higiene do RN
Baixo nivel socioeconomico
Baixa qualidade da educação em saude

40
Q

TETANO NEONATAL - vacina gestante

A

Sem dose - iniciar esquam com dT o mais precoce com 2 doses, intervalo de 60 dias e no minimo 30d e 1 dose de dTpa

Esquema incompleto - completar

3 doses ou mais registradas - aplicar 1 dose dTpa a cada gestação

41
Q

TETANO NEONATAL - vacina não-gestante

A

Sem dose - iniciar esquema com 3 doses, intevalo de 60 e no minimo 30d

Esquema incompleto - completar

3 doses ou mais registradas - Não precisa vacinar