Dengue Flashcards
Conceito
É uma virose sistêmica aguda, causada pelo vírus dengue.
Virus pequeno, aprox 50nm. esférico e representado por RNA de fita simples
Familia: Flaviviridae
Gênero: Flavivirus (febre amarela, encefalite japonesa, encefalite de St. Louis e o da encefalite do carrapato. Podento levar a reações sorológicas cruzadas)
4 sorotipos, cada um com genótipos
Os genótipos asiáticos dos sorotipos Den 2 e Den 3 estão associados com dç grave, em particular quando ocorrem como infecção secundária
Existência de diversidade viral intra-hospedeiro (quasispécies), contribuindo também para variados padrões patogênicos
Apresentação grave: febre hemorrágica do dengue (FHD)
Transmissão
Arbovirose (transmitida por artropode)
Transmitida por insetos hematofagos do gênero Aedes
Periodo não ultrapassa 10d, embora a convalescença possa estender-se por semanas principalmente em adultos contribuindo também para que permanecem apáticos ou depressivos após a sindrome
Gravidade - fatores de risco individuais
Infecção secundária
Idade
Dçs crônicas: asma brônquica, anemia falciforme e DM
kids parecem ter mais dificuldde de compensar o extravasamento capilar e maior tendência a desenvolver o choque hipovolêmico
Fisiopatologia
Após a introdução do inóculo viral durante o repasto, os virus multiplicam-se nos linfonodos regionais e em seguida caem na circulação sistêmica (periodo de viremia) com um cortejo sintomático variável e duração média de 3-8d
O clearance viral ocorre após este intervalo, seguindo-se a convalescença
A maioria exibe o QC clássico, enquanto apenas 0,3 - 4% evoluem para FHD, com gravidade maior e podem levar a morte
FHD - fatores do vírus
Sorotipo
Variação genotípica
Inóculo viral
Resposta imune - Halstead
Individuos, por ocasião da reinfecção por outro sorotipo diferente do responsável pela primoinfecção e que nela tenham produzido anticorpos não neutralizantes, têm facilitado o ingresso de maiores quantidades de vírus nas células parasitadas, pois esse anticorpos heterotípicos, ale´m de não inativarem os vírus, permitem de modo mais eficiente o parasitismo celular (fagócitos mononucleares), através de receptores para a porção FC da imunoglobulina heterotípica, levando a uma infecção maciça
Com um maior numero e mais intenso de fagócitos parasitados, haverá exagerada produção de citocinas que representam o substrato fisiopatologico de disfunção endotelial, acarretando extravasamento de liquido intravascular para o intersticio, fenomeno obrigatório para a forma hemorrágica do dengue
Síndrome do choque do dengue
Depende da magnitude da saíde de liquido para o 3º espaço, causando repercussões da falência cardiorrespiratória hipovolêmica
Citocinas envolvidas nesse processo: TNF, IL-2, INF-gama, IL-6, IL8 e IL-10, estão aumentadas na FHD
As cels endoteliais passam a apresentar incremento da expressão das moleculas de adesãp, VCAM 1 e ICAM 1. Ainnda mais, a ativação do complemento como resultado dos complexos imunes e a consequente produção de sisbst pró-inflamatorias, tb causadoras de elevação da permeabilidade vascular, somam-se para o resultado final do extravasamento plasmático
Fenômenos hemorrágicos
comuns, mas não obrigatórios na FHD
decorrentes a vasculopatia, trombocitopenia, disfunção plaquetária, entre outros
Plaquetopenia pode associar-se a alterações na megacariocitopoiese, decorrente da infecção de cels hematopoieticas e insuficiente crescimento da cel progenitora, resultando em disfunção plaquetária, sequestro periférico ou consumo aumentado
A hemorragia pode ser consequência de trombopenia, disfunção plaquetária ou coagulação intravascular disseminada (CID)
Fator epidemiológico como hiperendemicidade (mais de um sorotipo circulante em um dado local) e comorbidades, compõem o conj de fatores
Percentual reduzido pode haver gravidade por envolvimento de orgãos como uma hepatite em graus variados; há possibilidade de miocardite e encefalopatia, mesmo na ausência de extravasamento ou choque
Diagnóstico Epidemiológico
Especies do vetor: Aedes aegypti e Aedes albopictus, sendo o primeiro muito mais importante e presente em praticamente todas a ciddes com casos autóctones da infecções
Fêmea: mais eficiente, altamente antropofílica, astuta no repasto (pica sem ser notada), alimenta-se varias vezes antes de completar a oogênese e coabita com o homem em sua residência. Regurgita depois de ingerir sangue
Os insetos que adquirem o ag infeccioso de individuos virêmicos necessitam entre 8-12d (periodo de incubação extrinseco) para estar aptos a transmitir, daí permanecendo por toda a vida (45-60d)
Fêmea prenha pode passar o virus a prole (transmissão transovariana)
As femeas depositam seus ovos nos recipientes contendo agua pouco poluida e à sombra. Quando maduros e umedecidos, rompem-se liberando larvas que nadam ativamente, passam por 4 estágios larvais em 5-7d, até a transformação em ninfas, que precisam de mais 2-3d para atingir a fase aulta, alada
Na oviposição se o recepiente estiver vazio, os ovos podem resistir por mais de 350d
Repasto de preferencia no incio da manha (5-7) e no fim da tarde (17-19)
Periodo de incubação: 3-12d.
Fato pouco provavel de se adoecer mais de uma vez em espaço de tempo inferior a 3m, por causa da efêmera imunidade simultânea
Diagnóstico Clínico - Dengue sem sinais de alarme
Está relacionada com sintomatologia que preenche os requisitos da sd febril de curta duração, sendo a febre, as algias e o exantema, as manifestações mais frequentes.
Elevação da temperatura de inicio súbito, alcança altos níveis, principalmente nas primeiras 48h e dura entre 3-7d; desaparece em crise ou lise. Pode ser bifásica, reaparecendo após 1-2 dias afebris.
A defervescência rápida com valores hipotermicos ou normais, quando acontece no periodo critico (3º e 7º dia) pode traduzir instabilidade hemodinâmica, com iminente choque hipovolêmico. Aguardar pelo menos 48h de normalidade da temp para assegurar o fim do periodo febril e a chegada da convalescença
Cefaleia: intensa, por vezes a QP.
Mialgia: incomoda mais que as artralgias. Costuma-se valorizar a dor retro-orbitáira, muito comum
Exantema: presente em mais da metade assume o aspecto maculopapular, por vezes urticariforme, pruriginoso ou não;
Outros sintomas: astenia, anorexia, disgeusia, nausea, odinofagia, artralgias, dentre outros.
Diagnóstico Clínico - Dengue com sinais de alarme
possibilidade evolutiva registrada no periodo crítco da infecçao. Sinais entendidos como antevisão da forma grave
- Evolução para extravasamento plasmático
- Dor abdominal, localizada no andar superior
- Vômitos persistentes
- Sangramento espontâneo ou provocado pela prova do laço
- Hepatomegalia dolorosa
- Desconforto respiratório (possibilidade de derrame pleural)
- Plaquetopenia associada com hemoconcentração (hematócrito acima de 10% do basal)
Diagnóstico Clínico - Forma grave
Acompanhamento em UTI
Embora as consequencias decorrentes do grande extravasamento plasmatico, choque hipovolemico e/ou acumulo de liquido pleural, levando a angustia respiratoria, deixem o prognostico reservado, a gravidade pode associar-se a sangramento volumoso e disfunção de orgão, como figado (hepatite), coração (miocardite) ou SNC (encefalite, encefalopatia, Sd de Guillain-Barrè)
Instabilidade hemodinâmica geralmente precedida por PA convergente (Pa sistólica igual ou menor de 20cm da Pa diastólica) e hipotensão postural.
uma vez o choque instalado, taquicardia, pulso fino, cianose, lipotimia, sudorese profusa, agitação ou letargia e diminuição da diurese, são achados comuns
Exames Complementares inespecíficos - Hemograma
Eritrograma:
- kids até 15a: Ht igual ou superior a 45% (20% acima do limite superior normal de 38%)
- mulher adulta: Ht igual ou superior a 48% (20% acima do limite superior nomal de 40%)
- homem adulto: Ht igual ou superior a 54% (20% acima do limite superior nomal de 45%)
Leucograma: normal ou leucopenico; o diferencial tende a revelar linfocitose relativa, mas nas primeiras 24-48h pode mostrar pequena neutrofilia. A ocorrencia de atipia linfocitaria é discreta. Casos graves de comprometimento visceral extenso podem simular bacteriemia aguda, surgindo leucocitose com neutrofilia.
Plaquetograma: normal ou diminuido
Exames Complementares inespecíficos - Enzimas hepáticas. prtns plasmaticas e imagem
Enzimas hepáticas: aminotransferases normais, levemente aumentadas ou até bastante elevadas, dependendo do grau de acometimento do parenquima
Prtns plasmaticas: hipoalbuminemia é reflexo do extravasamento de plasma para o 3º espaço
Imagem: raio-x pode revelar derrames cavitários, assim como a USG abdominal, identificando espessamento das paredes da vesicula biliar, constitui indicio precoce de derrame cavitário
Exames Complementares Específicos
Isolamento viral, realizado por amostragem em qualquer local com transmissão da dç, identifica o sorotipo circulante, devendo ser colhido no periodo da viremia (4 primeiros dias)
Imuno-histoquimmica para demonstrar antigenos virais nos tecidos é opção diagnóstica, principalmente em casos de morte
Sorologicos: teste de neutralização, inibição da hemaglutinação e em especial ELISA, identificam anticorpos especificos, tanto IgM (de detecção a partir do 6º dia e desaparecem após alguns meses) como IgG (de aparecimento mais tardio - 1 semana-, mas persistem por muitos anos)
NSI por ELISA: deve ser solicitado nos 3 primeiros dias, melhor ainda se colhida no 1º, pois pode permitir a liberação do resultado antes de iniciar o periodo critico. Embora alta especificidade (82-100%), tem moderada sensibilidade (34-72%), portanto o teste negativo não exclui a possibilidade