Estafilo Flashcards
O Patógeno
Gênero: Staphylococcus Mais de 30 espécies GRAM + 0,5-1,5μm Não móveis Não esporulantes Fortes: resistem ao ressecamento, a pH extremo e altas [] de sal Capaz de cresces sob condições aeróbicas ou anaeróbicas
Produzem catalase (degrada o peróxido de hidrogênio em agua e oxigenio - enterococo e estrepto não são)
Coagulase positiva (na presença de protrombina, converte fibrinogênio em fibrina, formando coagulo)
Cromossomo circular
Genoma abundante em genes codificadores de toxinas, superantígenos e adesinas (coagulase negativas contêm poucos genes de adesina e nenhum gene de toxina ou superantígeno)
SA - Epidemio
colonização assintomática de narinas anteriores, membranas mucosas e outras áreas úmidas do corpo, bem como a virilha, o períneo e a área perianal de crianças e adultos saudáveis
Lactentes colonizados por cepas de suas mães em semanas de nascimento (taxas mais altas em kids que em adultos)
SA - Taxas de colonização mais altas estão relacionadas a quê?
- dermatite atópica
- eczema,
- úlceras cutâneas crônicas e outras condições cutâneas agudas e crônicas;
- diabetes insulino-dependente;
- diálise;
- infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV);
- uso de drogas injetáveis recreacionais
SA - Principal modo de transmissão
contato direto com um indivíduo infectado ou um carreador assintomático, provavelmente por meio da colonização transitória da mão
O S. aureus também pode contaminar as superfícies ambientais (pode ser importante caso haja superficies altamente contamidas), onde pode persistir por dias
transmissão por gotículas e aerossol do S. aureus tem pouca ou nenhuma participação
SA - Principais infecções
Maioria: infecções cutâneas
Aproximadamente 5% a
10% das infecções por S. aureus são invasivas e frequentemente associadas com bacteriemia.
também provoca milhares de infecções associadas ao tratamento médico por ano, 50% a 60% das quais são causadas pelo S. aureus resistente à meticilina
(MRSA)
As cepas de MRSA associadas à comunidade são distintas das cepas clássicas de MRSA associadas ao tratamento médico de diversas formas
SA - Fatores de virulência
Bem mais de 50 fatores de virulência, incluindo adesinas, toxinas, enzimas, proteínas de ligação de superfície e polissacarídeos capsulares, podem ser produzidos
servem para promover a ligação aos tecidos do hospedeiro; para evitar, contornar ou romper as respostas imunológicas do hospedeiro; e para facilitar a lesão celular e a invasão do tecido
proteínas de ligação do DNA e os RNAs reguladores, controla a expressão dos fatores de virulência (e outros) em resposta às condições ambientais
fator principal deles é o regulador de genes acessórios agr, um detector de quórum de dois componentes e um regulador de genes globais que controla a expressão de inúmeras proteínas secretadas e de superfície. As mutações no agr são associadas à suscetibilidade reduzida à vancomicina, e à perda de virulência.
Biofilme
é uma rede complexa de polissacarídeos extracelulares, DNA e proteína em que as células bacterianas tornam-se incorporadas, deixando-as inacessíveis para eliminação pelos mecanismos de defesa do hospedeiro. Os organismos nos biofilmes tendem a ser metabolicamente inativos e tolerantes à eliminação por agentes antimicrobianos.
Mecanismo da Doença
dois mecanismos:
– invasão do tecido, que
pode ser local ou sistêmica,
– mediada por toxina
Mecanismo da Doença - invasão
A lesão característica é o abscesso, uma coleção localizada de pus (tecido do hospedeiro liquefeito e necrótico, sangue, células inflamatórias, DNA e debris celulares) e células bacterianas cercadas por uma camada circundante maldefinida do tecido edematoso e inflamado, infiltrado por células inflamatórias agudas e crônicas.
Condições que comprometem a defesa do hospedeiro
- uso de drogas injetáveis
- presença de instrumentos de acesso vascular
- queimaduras
- doenças cutâneas crônicas
- uso de esteroides sistêmicos
- ferimentos traumáticos, abrasões cutâneas menores ou trauma
- procedimentos cirúrgicos
- diabetes insulino-dependente ou não
- diálise peritoneal
- hemodiálise
- injeções subcutâneas e intramusculares
- acupuntura
- implantes protéticos
- distúrbios neutrofílicos congênitos ou adquiridos (p. ex., doença granulomatosa crônica, síndrome de Job)
Mecanismo da Doença - mediada por toxina
As três síndromes mediadas por toxinas, que podem ocorrer na ausência de doença invasiva, são:
- intoxicação alimentar estafilocócica
- síndrome do choque tóxico estafilocócica
- síndrome da pele escaldada estafilocócica
Intoxicação alimentar estafilocócica
é provocada pela ingestão de uma enterotoxina pré-formada e termoestável. A atividade emética da enterotoxina é medida pela liberação intestinal de 5-hidroxitriptamina e pelo estímulo dos receptores presentes nos neurônios vagais aferentes
os organismos replicam e produzem uma toxina termoestável que não é inativada pelo cozimento ou pelas enzimas digestivas.
Náusea, vômito, dor abdominal e diarreia ocorrem dentro de duas a seis horas após a ingestão do alimento contaminado. Não há febre e a doença é autolimitada, com duração de cerca de um dia.
Os antibióticos não têm participação na terapia, que consiste na reposição de líquidos para evitar a desidratação.
Os lactentes, as crianças pequenas e os idosos são mais gravemente afetados e podem precisar de fluidos intravenosos.
Sindrome do choque tóxico
é provocada por uma toxina específica, a TSST-1, ou outras enterotoxinas estafilocócicas, que agem como superantígenos, ligando-se indiscriminadamente a moléculas de células apresentadoras de antígenos e receptores das células T do complexo principal de histocompatibilidade (MHC) classe II, estimulando a liberação em massa de citocinas das células T e resultando no choque séptico e morte
Síndrome da pele escaldada estafilococica e impetigo bolhoso
são provocado por uma das duas toxinas esfoliantes, A ou B. Essas toxinas são serinoproteases que clivam especificamente a desmogleína 1, uma proteína desmossômica que ancora a epiderme superficial sobrejacente ao estrato granuloso.
doença primariamente de lactentes, mas ocasionalmente vista em adultos, e impetigo
bolhoso, uma lesão cutânea pustular. A aparência é de uma escaldadura, queimadura ou de uma bolha. O diagnóstico diferencial da síndrome da pele escaldada estafilocócica inclui reação medicamentosa, necrólise epidérmica tóxica, doença de Kawasaki e pênfigo foliáceo.
Infecções da Pele e do Tecido Mole
As cepas de MRSA da comunidade têm sido associadas a 50% de aumento nas taxas
Esse grupo heterogêneo de doenças cutâneas inclui impetigo, foliculite, furúnculo, abscesso, erisipelas e celulite, mastite (celulite da mama), fasciite necrotizante e infecções de feridas
Impetigo, foliculite e furúnculo são infecções superficiais; febre e outros sinais sistêmicos de infecção não estão presentes.
Infecções da Pele e do Tecido Mole - Impetigo
é uma infecção focal da epiderme que ocorre com mais frequência em crianças.
A lesão típica, que pode ser múltipla ou em grupos, tem cerca de 1 cm de diâmetro, com eritema circundando uma bolha, ou bolhas (provocadas pela produção de toxina esfoliativa), contendo um fluido turvo ou com uma aparência de crostas.
A coloração Gram do fluido ou da drenagem das lesões mostra o organismo
Infecções da Pele e do Tecido Mole - Foliculite
é uma infecção superficial com lesões sensíveis, eritematosas, maculopapulares ou pustulares centradas ao redor dos folículos pilosos.
Tanto o impetigo como a foliculite respondem prontamente às medidas locais, como aplicação de sabão e água, antibióticos tópicos ou antissépticos.
A terapia antimicrobiana sistêmica pode ser indicada para as infecções extensas ou refratárias
Infecções da Pele e do Tecido Mole - Forúnculo
simplesmente uma erupção – uma infecção eritematosa e supurativa que mede de 1 a 2 cm e estende-se pela derme para o tecido subcutâneo.
Pode drenar espontaneamente; se não, compressas quentes podem ser aplicadas para estimular a drenagem, ou o furúnculo pode ser incisado e drenado.
A terapia antimicrobiana não é necessária.
A distinção entre um furúnculo e um abscesso é um tanto arbitrária; os abscessos tendem a ser maiores e mais profundos e podem estar associados a sinais sistêmicos de infecção e bacteriemia. Os furúnculos podem estender-se à fáscia ou aos tecidos mais profundos coalescendo em carbúnculos, uma forma mais grave de infecção que pode ser acompanhada de bacteriemia.
Os abscessos e carbúnculos grandes, sobretudo na presença de febre e da síndrome da resposta inflamatória sistêmica, exigem drenagem cirúrgica e terapia antimicrobiana sistêmica.
Infecções da Pele e do Tecido Mole - Erisipela e celulite
que são semelhantes na aparência, são infecções dolorosas, quentes, enduradas, eritematosas e não localizadas que podem ser acompanhadas da linfangite.
A celulite estende-se na derme e na gordura subcutânea; a erisipela é mais superficial.
A celulite circundante é frequentemente associada com um abscesso cutâneo óbvio, mas também pode sobrepor um abscesso mais profundo. A terapia primária é uma drenagem cirúrgica.
A celulite sem um abscesso associado deveria ser tratada com terapia antimicrobiana sistêmica. A celulite causada por estreptococos não pode ser distinguida com certeza daquela provocada pelo S. aureus, em função de suas aparências semelhantes.
A presença de uma lesão purulenta associada sugere uma infecção estafilocócica e a cultura deve ser realizada para fazer um diagnóstico microbiológico
Infecções da Pele e do Tecido Mole - Fasciite necrotizante
uma infecção das camadas profundas da pele e dos tecidos subcutâneos, estendendo-se ao músculo e ao longo dos planos fasciais.
Está associada à toxicidade sistêmica, à leucocitose e à dor grave, muitas vezes fora de proporção para os achados físicos.
A pele sobrejacente pode parecer não estar envolvida, o que mascara a natureza grave dessa infecção e exige uma intervenção cirúrgica imediata para o desbridamento do tecido envolvido.
A fasciite necrotizante, que é mais normalmente provocada por estreptococos do grupo A ou ocorre como uma infecção mista, tem sido associada com a infecção por MRSA da comunidade
Infecções da Pele e do Tecido Mole - Piomiosite
é uma infecção do músculo esquelético. O S. aureus é a causa mais comum.
O paciente apresenta febre, dor, inchaço e enduração, que podem ser sentidos na palpação profunda.
A pele sobrejacente e o tecido mole podem parecer normais. Normalmente, há história de trauma na área infectada.
Embora possa ocorrer em crianças e adultos previamente normais, a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) e outras condições imunossupressoras são fatores predisponentes.
Supõe-se que essa infecção ocorra como uma consequência da disseminação metastática de uma bacteriemia subclínica.
As hemoculturas podem não ser positivas no momento do diagnóstico.
O diagnóstico é estabelecido pela cultura do pus por punção aspirativa. A drenagem cirúrgica ou percutânea deve ser realizada e a terapia antimicrobiana sistêmica é indicada.
Infecções da Pele e do Tecido Mole - Infecçoes de ferida cirúrgica
30% das infecções em feridas operatórias nos EUA, e aproximadamente 50% delas acompanham procedimentos neurocirúrgicos ou ortopédicos.
Essas infecções ocorrem no local da incisão, normalmente após o segundo ou o terceiro dia de pós-operatório.
Os sinais e sintomas são: febre acompanhada por eritema, edema, enduração, secreção, dor e sensibilidade no local da cirurgia.
As infecções superficiais respondem à remoção dos pontos, desbridamento do tecido desvitalizado, abertura do ferimento para possibilitar a drenagem e um período curto de terapia antimicrobiana.
As infecções mais profundas podem exigir um desbridamento mais extenso e períodos maiores de terapia (de quatro a seis semanas), especialmente se o osso ou um instrumento protético estiver envolvido.
A remoção do material protético infectado ou de um corpo estranho aumenta muito a chance de cura.