Paracoco Flashcards

1
Q

Etiologia

A

Fungos termodimórficos de duas espécies principais:

    • Paracoccidoides brasiliensis (P. brasiliensis)
    • Paracoccidioides lutzii (P. lutzii)
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

Ecoepidemiologia

A

P. brasiliensis e P. lutzii se desenvolvem como estruturas filamentosas e produzem os propágulos infectantes chamados conídios

Uma vez inalados, os propágulos dão origem a formas leveduriformes do fungo, que constituirão sua forma parasitária nos tecidos do hospedeiro

O tatu-galinha é reconhecidamente um reservatório de P. brasiliensis, uma vez que o fungo pode ser facilmente cultivado a partir de seus órgãos internos (baço, fígado e linfonodos), indicando assim um processo sistêmico. P. lutzii ainda não foi isolado de tatus

Influências da umidade do solo decorrente da estação chuvosa e temperatura entre 18-28 oC, possivelmente favorecendo a esporulação e dispersão aérea

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

Como é adquirida a infecção por P. brasiliensis?

A

Grande fator de risco: profissões ou atividades relacionadas ao manejo do solo contaminado com o fungo, como atividades agrícolas, terraplenagem, preparo de solo, práticas de jardinagens, transporte de produtos vegetais, entre outros

a grande maioria dos pacientes exerceu atividade agrícola nas duas primeiras décadas de vida, tendo nessa época provavelmente adquirido a infecção, embora as manifestações clínicas tenham surgido muitos anos depois

Tabagismo (>20cigarros/dia por >20 anos) e alcoolismo (>50g/dia) estão frequentemente associados à micose

PCM não é usualmente relacionada a doenças imunodepressoras

há casos desta micose associados à infecção pelo HIV, a neoplasias e, mais raramente, a transplantes de órgãos e ao uso de imunobiológicos

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

Incidência, prevalência e mortalidade

A

NÃO É DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA

acredita-se que sua incidência em zonas endêmicas varie de 3 a 4 novos casos/milhão até 1 a 3 novos casos por 100 mil habitantes ao ano. Cerca de 80% dos casos são registrados, no Brasil, particularmente nos estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e Rondônia

PCM como a oitava causa de mortalidade por doença infecciosa predominantemente crônica entre as doenças infecciosas e parasitárias – taxa inclusive maior que a da mortalidade por leishmanioses, e a mais alta entre as micoses sistêmicas

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

Faixa etária e distribuição entre gêneros

A

prioritariamente adquirida nas duas primeiras décadas de vida, com um pico de incidência entre 10 e 20 anos de idade

adultos entre 30 e 50 anos, como reativação de foco endógeno latente

na média estima-se que cerca de 10% dos casos da doença ocorram até os 20 anos de idade
e os demais ocorram em idade mais avançada. A razão de acometimento da PCM em adultos varia entre 10 a 15 homens para uma mulher, o que não ocorre na infância, em que a infecção e a doença se distribuem
uniformemente entre ambos os sexos, com ligeiro predomínio do masculino em adultos jovens.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

Imunopatogenia

A

A maioria dos indivíduos de área endêmica infectados não desenvolve a doença, exibindo um padrão tipo T-helper [Th] tipo 1 da resposta imune, resultando na formação de granulomas compactos e controle da replicação do fungo

Indivíduos infectados que evoluem para doença apresentam resposta Th-1 deficiente

Doentes que apresentam as formas mais graves – como a forma aguda/subaguda (FA) ou a forma crônica (FC) disseminada grave – evoluem com predomínio de resposta tipo Th-2 e Th-9, promovendo ativação de linfócitos B, secreção de altos títulos de anticorpos específicos (inclusive IgE), hipergamaglobulinemia e eosinofilia, em detrimento da formação de granulomas compactos

FC caracteriza-se por comprometimento de mucosas, especialmente do trato respiratório

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Classificação das formas clínicas e avaliação de gravidade - International Colloquium on Paracoco

A
I) Infecção paracoccidioidica
II) Paracoccidioidomicose (doença)
A) Forma aguda/subaguda (juvenil)
- Moderada
- Grave
B) Forma crônica (do adulto)
- Leve
- Moderada
- Grave
III) Forma residual ou sequelas

nfecção paracoccidioidica caracteriza-se pela presença de contato de indivíduos saudáveis com fungos do genêro Paracoccidioides spp, identificado pela presença de reação intradérmica positiva a antígeno específico e achados de fungos latentes em necropsia

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

Forma aguda/subaguda (forma juvenil)

A

5-25% dos casos

No Brasil, é mais comumente observada nos seguintes estados: Maranhão, Minas Gerais, Pará, Goiás e São Paulo

Predomina em crianças e adolescentes e adultos jovens, podendo eventualmente acometer adultos com mais de 30 (até os 40) anos

Distribuição por genero é praticamente igual

Evolução rápida, com ampla disseminação do fungo a multiplos orgaos e sistemas

Em geral, os pacientes são diagnosticados poucas semanas após o início dos sintomas

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

Forma aguda/subaguda (forma juvenil) - Manifestações

A

envolvimento do sistema fagocítico-mononuclear, destacando-se a presença de linfadenomegalia localizada ou generalizada, que pode, na evolução, apresentar supuração, fistulização e hepatoesplenomegalia, além de manifestações digestivas, lesões cutâneas (ou de mucosas), envolvimento osteoarticular e, raramente, comprometimento pulmonar.

Febre, perda de peso, anorexia e emagrecimento acompanham com frequência o quadro clínico. Linfadenomegalias intra-abdominais podem coalescer, produzindo massas tumorais que exercem compressão em vários órgãos, tais como colédoco e alças intestinais

Eosinofilia periférica, que pode ocorrer em 30-50%

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

Forma crônica (do adulto)

A

responsável pela maioria dos casos de PCM, com prevalência de 74 a 96%.

adultos com 30 a 60 anos e predomina no sexo masculino – razão de masculinidade igual a 22:1.

instala-se de forma mais lenta, com duração da sintomatologia acima de quatro a seis meses e, por vezes, acima de um ano.

O comprometimento pulmonar está presente em 90% dos pacientes

Além dos pulmões, mucosa das vias aerodigestivas superiores e pele são os sítios mais acometidos

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

Forma crônica (do adulto) - Grave

A

Os casos graves são definidos pelo encontro de três ou mais dos seguintes critérios:

i) perda ponderal maior que 10% do peso habitual;
ii) intenso comprometimento pulmonar;
iii) acometimento de outros órgãos, tais como glândulas adrenais, SNC e ossos;
iv) presença de linfonodos acometidos em múltiplas cadeias, superficiais ou profundas, do tipo tumoral (>2,0cm de diâmetro, sem supuração) ou do tipo supurativo;
v) títulos de anticorpos elevados.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

Forma crônica (do adulto) - Leve

A

perda ponderal abaixo de 5% do peso habitual e envolvimento de um único órgão ou
comprometimento restrito de órgãos ou tecidos sem disfunção.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

Formas residuais (sequelas)

A

manifestações clínicas decorrentes de alterações anatômicas e funcionais causadas pelas cicatrizes que se seguem ao tratamento da PCM

maior incidência em pulmões, pele, laringe, traqueia, glândulas adrenais, mucosa das vias aerodigestivas superiores, sistema nervoso central e sistema linfático, o que explica a diversidade do quadro clínico

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

Avaliação geral de paciente com forma aguda/subaguda

A

a presença de linfadenomegalia em várias cadeias linfáticas, de lesões cutâneas, da hepatoesplenomegalia ou de massas abdominais pode ser confirmada durante o exame físico do paciente. Além disso, o exame clínico pode ainda detectar a presença de icterícia, de ascite e de edema periférico. Estes últimos justificam a investigação de hipoalbuminemia. Sinais de envolvimento suprarrenal, assim como o envolvimento
neurológico, são raros nessa forma clínica. Queixas digestivas, tais como dor abdominal, diarreia crônica disabsortiva e vômitos, também são bastante frequentes. Febre e perda de peso completam o quadro clínico. A presença de tumoração ou de dor em região óssea requer a identificação de lesões ósseas.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

Exames laboratoriais e de imagem – forma aguda/subaguda

A
  • Hemograma completo e VHS
  • Bioquímica hepática (alanina aminotransferase, fosfatase alcalina)
  • Proteínas totais e frações
  • Avaliação da função renal e metabólica (creatinina sérica) e eletrólitos (sódio – Na e potássio – K)
  • Raio X do tórax (póstero-anterior e perfil)
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

Avaliação geral de paciente com forma crônica

A

devem obrigatoriamente incluir a pesquisa de sinais e sintomas relacionados ao envolvimento pulmonar, tegumentar e laríngeo, (tosse, dispneia, expectoração mucopurulenta, lesões ulceradas de pele e de mucosa da naso-orofaringe, odinofagia, disfagia e disfonia); linfático (adenomegalia); adrenal, (astenia, emagrecimento, hipotensão, escurecimento de pele, dores abdominais); do SNC, (cefaleia, déficit motor, síndrome convulsiva, alteração de comportamento e/ou nível de consciência); e comprometimento digestivo (diarreia e síndrome de má absorção)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
17
Q

Exames laboratoriais e de imagem – forma crônica

A
  • Raio X simples do tórax (posterior, anterior e perfil)
  • Hemograma completo e VHS
  • Provas bioquímicas hepáticas (alanina aminotransferase, fosfatase alcalina)
  • Avaliação da função renal e metabólica (creatinina sérica, Na e K)
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
18
Q

Diagnóstico Diferencial aguda

A

linfoma, leucemia, histoplasmose, tuberculose, toxoplasmose, leishmaniose visceral e mononucleose infecciosa.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
19
Q

Diagnóstico Diferencial na forma crônica cutâneo-mucosa

A

leishmaniose cutânea ou mucosa, tuberculose, cromoblastomicose, hanseníase, sarcoidose, lues e neoplasias.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
20
Q

Diagnóstico Diferencial na forma crônica pulmonar, digestivo e SNC

A

tuberculose, coccidioidomicose, histoplasmose, sarcoidose, pneumoconiose e pneumonite intersticial

Nas formas digestivas: tuberculose e doença de Chron.

No SNC: tuberculose, criptococose, cisticercose e neoplasias.

21
Q

Exames laboratoriais

A

O padrão ouro para o diagnóstico de PCM é o encontro de elementos fúngicos sugestivos de Paracoccidioides spp em exame a fresco de escarro ou outro espécime clínico (raspado de lesão, aspirado de linfonodos) e/ou fragmento de biópsia de órgãos supostamente acometidos.

22
Q

Caso suspeito

A

paciente com uma ou mais das seguintes manifestações, durante pelo menos quatro semanas, excluída a tuberculose e outras doenças que cursam com quadro semelhante:

a) tosse com ou sem expectoração e dispneia;
b) sialorreia, odinofagia, rouquidão;
c) lesão (ulcerada) na mucosa nasal ou oral;
d) lesões cutâneas (úlceras, vegetações, nódulos, placas etc.);
e) adenomegalia cervical ou generalizada, com ou sem supuração e fistulização; e
f) criança ou adulto jovem com hepatoesplenomegalia e/ou tumoração abdominal.

23
Q

Caso provável

A

paciente com manifestações clínicas compatíveis com PCM e títulos de anticorpos séricos anti-P. brasiliensis/P.lutzii, detectados preferencialmente por teste de imunodifusão dupla quantitativa ou contraimunoeletroforese

24
Q

Caso Confirmado

A

paciente com manifestações clínicas compatíveis com PCM em cuja secreção, fluido corporal ou material de lesão for observada a presença de elementos fúngicos sugestivos de P. brasiliensis/P. lutzii em exame micológico direto ou exame histopatológico, assim como seu isolamento em cultivo de qualquer material biológico

25
Q

Sorologia

A

As provas sorológicas específicas têm importância não apenas no auxílio diagnóstico mas também, particularmente, por permitirem avaliação da resposta do hospedeiro ao tratamento específico.

Atualmente, são disponíveis em diferentes serviços de referência os métodos de imunodifusão dupla (IDD), contraimunoeletroforese (CIE), ensaio imunoenzimático (ELISA) e imunoblot (IB).

Sensibilidade entre 80-95%
Especificidade de 85-100% (imunodifusão mais especifica)

reação de imunodifusão dupla em gel ágar situa-se atualmente como principal método de diagnóstico sorológico

26
Q

Frequência de retornos ambulatoriais e realização de exames

A

Recomenda-se a realização de consultas médicas mensais nos três primeiros meses, para se otimizar a adesão do paciente ao regime terapêutico instituído, avaliar a tolerabilidade ao medicamento e certificar-se de que houve boa resposta clínica

Havendo resposta clínica satisfatória, as consultas serão trimestrais até o final do primeiro ano

Após 90 dias de seguimento, em caso de resposta clínica satisfatória, os pacientes realizarão hemograma e provas bioquímicas a cada três meses durante o primeiro ano de seguimento

Exames radiológicos e sorológicos deverão ser solicitados a cada seis meses, ou em período menor, se não houver resposta clínica satisfatória ou aparecerem alterações laboratoriais indicativas de atividade

redução dos títulos de anticorpos específicos deverá ocorrer em torno de seis meses após o tratamento, devendo negativar ou estabilizar em títulos baixos, após cerca de dez a 24 meses de tratamento, na dependência da forma clínica, do antifúngico utilizado e da gravidade, sendo mais rápida com itraconazol do que com cotrimoxazol, e na forma aguda do que na crônica.

No 2º ano os retornos serão semestrais

Após a interrupção do tratamento, uma vez observados os critérios de cura, os pacientes devem ser acompanhados ambulatorialmente, em consultas semestrais, até se completarem dois anos de seguimento pós-terapêutico. Após este período, permanecendo o paciente com critérios de cura, deverá ter alta e ser orientado para retornar, se necessário

27
Q

Indicações de internação

A

1) Pacientes com formas disseminadas que apresentem uma das seguintes complicações: alterações neurológicas, insuficiência respiratória, importante comprometimento do estado nutricional, envolvimento gastrointestinal, icterícia, ascite, alterações hemodinâmicas.
2) Pacientes apresentando comorbidades tais como aids, tuberculose e/ou neoplasia, se houver necessidade de melhor investigação diagnóstica ou mediante deterioração clínica.
3) Pacientes com sequelas e instabilidade clínica, tais como DPOC descompensada, cor pulmonale, doença de Addison, estenose de laringe ou traqueia

28
Q

Pesquisa de comorbidades e imunossupressão

A

É presumível que fatores predisponentes da PCM também favoreçam a ocorrência no paciente destas doenças, incluindo tuberculose, leishmaniose, doença de Chagas, hanseníase e estrongiloidíase.

Por outro lado, Paracoccidioides spp pode ser oportunista em pacientes com redução da imunidade celular, quer por doença subjacente, quer por tratamentos imunossupressores.

29
Q

Tuberculose

A

tem sido relatada em cerca de 2 a 20% dos casos

Em pacientes com lesão pulmonar por Paracoccidioides spp, é recomendável solicitar baciloscopia da expectoração

30
Q

Cancer

A

Carcinomas foram observados mais frequentemente em localizações como pulmões, orofaringe e laringe

31
Q

Infecção por HIV e aids

A

a PCM evolui mais rapidamente e as lesões são mais disseminadas, comumente abrangendo linfadenomegalia, lesões cutâneas por vezes umbilicadas, hepatoesplenomegalia, infiltrado pulmonar e, eventualmente, lesão do SNC e de outros tecidos.

A maioria dos casos apresenta manifestações clínicas mistas, com lesões predominantes da forma aguda/subaguda, porém com frequentes lesões pulmonares, que podem ser atípicas.

32
Q

Recomendações para pacientes com suspeita de comorbidades e imunossupressão

A

1) Solicitar pesquisa de bacilos álcool-ácido resistentes em três amostras de expectoração de pacientes com PCM pulmonar, particularmente naqueles com febre, sudorese noturna e infiltrado e/ou cavitação nos lobos superiores dos pulmões.
2) Fazer acompanhamento otorrinolaringológico de pacientes com lesão laríngea e que persistam com disfonia, para diagnóstico diferencial com tuberculose ou neoplasia.
3) Em pacientes com envolvimento pulmonar e piora da função respiratória, apesar do tratamento adequado, deve-se considerar a possibilidade de infecção bacteriana, doença pulmonar relacionada
ao tabagismo (DPOC) ou neoplasia associada ou de sequela com repercussão funcional.
4) Investigar a possível infecção por HIV em pacientes com epidemiologia sugestiva e também em casos de pacientes com forma aguda/subaguda com forma mista.
5) Em pacientes imunodeprimidos, a ausência de anticorpos, mesmo na doença disseminada, não afasta o diagnóstico de PCM, que deve ser investigada com testes microbiológicos e, se possível, com biópsia tecidual e exame histopatológico

33
Q

Sequelas - Pulmonar

A

Na sua forma crônica, a PCM tratada pode persistir com sintomas de tosse, expectoração hialina e dispneia de diferentes graus, até mesmo em repouso, em casos mais graves

distorção arquitetural (90%), espessamento septal e reticulado (88%), enfisema centrolobular ou
parasseptal (82%), espessamento brônquico (82%), bandas parenquimatosas (74%), áreas de enfisema cicatricial (66%) e nódulos <3cm (62%), e cistos pulmonares (10%).

Na gasometria, aumento do gradiente alveoloarterial de O2, hipoxemia e hipercapnia podem estar presentes, esta última sinalizando maior gravidade. A hipertensão pulmonar é rara, e secundária às alterações parenquimatosas.

34
Q

Sequelas - adrenais

A

O comprometimento adrenal é observado em média em 56% dos casos autopsiados, variando de 48,2 a 80,0%.

15 a 50% dos doentes submetidos à avaliação adrenal apresentam reserva comprometida, apesar da ausência de manifestações clínicas, e 3,5% dos pacientes apresentam doença de Addison, que exige frequente reposição hormonal, por toda a vidA

35
Q

Sequelas - Laringe

A

As sequelas laríngeas caracterizam-se por disfonia, às custas de rouquidão e alteração do fluxo aéreo decorrentes do mau fechamento de cordas vocais fibróticas

As sequelas de traqueia podem levar à obstrução à passagem de ar e consequente insuficiência respiratória, exigindo traqueostomia inicial e, por vezes, necessitando de correção cirúrgica da estenose traqueal.

36
Q

Sequelas - SNC

A

frequentemente evoluem com déficit motor, síndrome convulsiva (epilepsia) e/ou hidrocefalia.

20 a 30% dos casos de neuro-PCM, sendo comum a evolução rápida para hipertensão intracraniana, que requer derivação ventricular

37
Q

Sequelas - Pele

A

alterações estéticas e da mucosa oral, e mesmo à microstomia, que exige cuidados especiais para alimentação do paciente e correção cirúrgica, após tratamento antifúngico.

38
Q

Sequelas - Linfático

A

As sequelas do sistema linfático abdominal podem levar à icterícia obstrutiva, pelo comprometimento de linfonodos do hilo hepático e síndrome de má absorção de proteínas e gorduras

39
Q

Tratamento

A

vários antifúngicos mostraram-se eficazes no tratamento de diferentes formas clínicas da doença, incluindo derivados azólicos (cetoconazol, fluconazol, itraconazol, voriconazol, posaconazol
e isavuconazol), derivados sulfamídicos (cotrimoxazol, sulfadiazina etc.), a anfotericina B (formulações em deoxicolato, complexo lipídico e lipossomal), para formas graves, e mesmo a terbinafina

na prática clínica são mais empregados o itraconazol, o cotrimoxazol (associação sulfametoxazol/trimetoprim) e a anfotericina B.

40
Q

Tratamento de pacientes com formas leves e moderadas

A

O itraconazol, na dose de 200mg diários, por 9-18 meses (em média 12)

Em geral, as lesões tegumentares cicatrizam 30 dias após o início do tratamento, e as linfadenopatias regridem entre 45 e 90 dias.

A estabilização das imagens radiológicas normalmente é observada após seis meses de uso do itraconazol

Absorção prejudicada interações medicamentosas, acloridria, gastrectomia prévia, ingestão com alimentos alcalinos ou estado de jejum

Devem ser ingeridas em unica tomada, após o almoço ou jantar. Bebidas ácidas, como sucos cítricos, podem incrementar a absorção de itraconazol, enquanto alimentos alcalinos a reduzem

itraconazol é mais vantajoso que a utilização da associação sulfametoxazol/ trimetoprim (cotrimoxazol), em termos de eficácia clínica (principalmente na forma crônica), duração e aderência ao tratamento, e farmacoeconomia

Cotrimoxazol é a segunda opção. A solução venosa de cotrimoxazol pode ser utilizada em pacientes com acometimento do aparelho digestivo e/ou que não absorvam bem a medicação oral. Também tem sua utilização recomendada em contraindicações de uso de itraconazol, ou em casos de suspeita de falha terapêutica, e ainda em casos de tratamento concomitante de tuberculose

41
Q

Tratamento de pacientes com formas graves e disseminadas

A

Anfo B, dose indução recomendada de anfotericina B convencional é de 0,5-0,7mg/kg/dia, máximo de 50mg/dia. As formulações lipídicas devem ser prescritas nas doses de 3 a 5mg/kg/dia. A duração do tratamento visa à estabilidade clínica do paciente, devendo ser realizada pelo menor tempo possível (em média, de duas a quatro semanas). A transição para medicação oral, durante a fase de consolidação, deve ocorrer após a estabilização clínica, confirmadas as condições de absorção oral do medicamento.

impossibilidade de uso das formulações lipídicas de anfotericina B, recomenda-se a utilização da formulação venosa de cotrimoxazol

fluconazol tambem é uma opção terapeutica

Corticoides: benefício podem ser observados em pacientes com inflamação intensa, seja em gânglios ou no sistema nervoso central, lesões graves de laringe ou traqueia, e lesões pulmonares com insuficiência respiratória. O uso de prednisona por uma a duas semanas pode reduzir a inflamação durante a terapêutica com antifúngicos.

42
Q

TTO na gravidez

A

A PCM em gestantes é controlável com antifúngicos usuais, prioritariamente a anfotericina B (categoria B). Porém, pelo possível efeito teratogênico, deve ser evitado o uso de drogas azólicas (categoria C) e de sulfametoxazol/trimetoprim (categoria D).

Anfotericina B (categoria B) e sulfadiazina (categoria C) são alternativas para uso em qualquer período gestacional, mas recomenda-se interromper a sulfa 15 dias antes da data prevista para o parto, evitando complicações no recém-nascido
Terapia deve ser mantida durante toda a gestação para evitar recidiva e a suspensão deve ser avaliada pelos criterios de cura ususais

Apos o nascimento, recomenda-se substituis a terapia alternativa pela convencional

O sulfametoxazol/trimetoprim pode ser utilizado durante a amamentação

43
Q

tto aids

A

inicialmente com anfotericina B, ou, se o caso permitir, com doses elevadas de itraconazol, 600 mg/dia (atentando para as interações deste com os antirretrovirais) ou sulfametoxazol+trimetoprim endovenoso (duas ampolas a cada 8 horas

3-5 semanas, antes do inicio da TARV

44
Q

Profilaxia secundária no hiv

A

a profilaxia secundária com sulfametoxazol (1.600 mg/dia)+trimetoprim (320mg/dia) ou itraconazol (200mg/dia). A profilaxia deve continuar até que a terapia antirretroviral eleve a contagem de linfócitos CD4+ para um mínimo de 100 células/μL (concomitantemente à carga viral indetectável) a 200 células/μL (independentemente da
carga viral), durante pelo menos três meses, em função da experiência em outras micoses sistêmicas

45
Q

Critérios clínicos de cura

A

ausência ou regressão dos sinais e sintomas da doença, tais como a cicatrização das lesões tegumentares, a involução das adenomegalias e a estabilização do peso corporal.

Inicialmente, após duas semanas de tratamento, há melhora subjetiva das lesões orais, e em um mês há cicatrização dessas lesões. Do mesmo modo, as lesões cutâneas regridem também em um mês, e as linfadenomegalias, entre dois e três meses

46
Q

Critérios micológicos de cura

A

A negativação do exame micológico direto nas amostras clínicas ocorre precocemente se o tratamento é eficaz

Melhor quando analisado a secreção respiratória

47
Q

Critérios radiológicos de cura

A

As opacidades pulmonares, inicialmente de padrão nodular, micronodular ou reticular, e as lesões cavitárias, tendem a se transformar em imagens lineares, indicando a cicatrização e a fibrose das lesões pulmonares.

A estabilização do padrão das imagens radiológicas pulmonares deve ser analisada em radiografias de tórax semestrais

48
Q

Acompanhamento pós-terapeutico

A

A expressão “cura definitiva” talvez nunca possa ser aplicada a pacientes com PCM, pela impossibilidade de erradicação de P. brasiliensis do organismo

49
Q

Profilaxia pos-exposição

A

Acidentes em laboratório de pesquisa que implicam inoculação transdérmica de Paracoccidioides spp devem ser manejados com monitorização da presença de anticorpos antifúngicos na pessoa acidentada, inicial e após três e seis meses, e profilaxia com itraconazol – 200 mg/dia, via oral, por 30 dias.