Chikungunya Flashcards
O vírus
RNA arbovírus
Familia: Togaviridae
Gênero: Alphavirus
3 genotipos distintos: oeste africano, leste, central e sul africano e asiático, todos dotados de envelope fosfolipidio.
Tranmissão igual da dengue
Tempo de incubação extrinseco: 7-11d
Nas gravidas raramente há a transmissão do vchik para o feto, exceto se a gravida estiver virêmica no periodo pré-parto (7d antes do parto) ou intraparto. Nessa circunstância, há a possibilidade da infecção fetal ou do RN no canal do parto e o risco da forma grave da febre neonatal
Modelos murinos demonstraram a produção precoce de anticorpos antivirus dirigidos contra a glicoproteina E2 viral.
a infecção estimula grande resposta da imunidade inata, com produção abundante de marcadores pró-inflamatórios e citocinas, incluindo níveis elevados de INF-alfa, IL-4 e IL-10 e IFN-gama.
No inicio tem resposta do tipo linfocitos CD8, mudando para CD4 nos estagios tardios. Igualmente observada apoptose linfocítica, o que pode explicar a linfopenia frequente nos doentes.
Acredita-se que os infectados/doentes desenvolvam imunidade duradoura aos genótipos existentes.
Diagnóstico Epidemiológico
Diferenças entre a vchik e a dengue:
- Praticamente toda a população se encontra suscetivel ao vchik, o mesmo não aontece com a dengue, presente no pais há 30 anos, inclusive com os 4 sorotipos;
- os insetos transmissores são competentes para ambas;
- a maioria dos infectados (70-95%) pelo vchik desenvolve a dç, no dengue apenas 50%
- a imunidade apos a infecção pelo vchik é duradoura e engloba os diferentes genótipos;
- Na dengue, a possibilidade de novos adoecimentos (até 4) é comprovada;
- dengue tem maior mortalidade, com casos graves ocorrendo em qualquer faixa etária, com certa predominancia em kids;
- na vchik os casos fatais são raros e quase sempre nos extremos de idade e/ou com comorbidades.
- tem-se a possibilidade de infecção simultanea com os 2 virus em um mesmo individuo.
Diagnóstico Clínico - Febre
Sd febril de curta duração, associado a comprometimento articular e rash cutâneo.
Elevada taxa de adoecimento dos infectados. onde apenas 3-28% terão infecção assintomática.
Período de incubação intrinseco (entre a picada do vetor ate o inicio dos sintomas( compreendida entre 3-7d e extremos de 1-12d, a dç começa com febre elevada, acima de 38,8ºC e poliartralgia, que constituem as mais frequentes queixas.
Febre abrupta, contínua ou intermitente, permanece por 2-6d, desaparecendo em lise. Por vezes a febre reaparece após 1-2 dias afebris; neste caso assume a forma bifásica.
Diagnóstico Clínico - Comprometimento articular
comum é poliarticular, bilateral e assimetrico.
Em geral, as pequenas articulações das mãos e dos pés são as mais envolvidas, seguidas pelos tonozelos e pulsos.
não raro, grandes articulações são igualmente atingidas, como joelho, ombro, quadris e coluna vertebral.
As artralgias/artrites determinam razoavel incapacidade funcional, além de constituir grande incômodo álgico,
Diagnóstico Clínico - Exantema
Presente em mais de 50% dos pcts, é pruriginoso ou não, tem aspecto maculopapular e pode ser precedido por eritema (flush) na face e tronco.
Seu aparecimento se dá nos primeiros dias de dç e é possível evoluir para petéquias ou desaparecer com áreas de descamação.
Outras manifestações observadas pelos doentes: mialgias, astenia, conjuntivite, pequenos sangramentos (petequias, epistaxe e gengivorragia), cefaleia e odinofagia
RN infectados
Podem apresentar febre chikungunya neonatal, manifesta por: recusa alimentar, exantemas, petequias, sinais de artrite.
GRAVE: encefalopatia, miocardiopatia hipertrofica, disfunção ventricular, pericardite, enterocolite necrotizante e manifestações hemorrágicas, inclusive encefálicas. Esses casos habitualmente tem plaquetopenia e linfopenia
Evolução
A fase aguda habitualmente dura entre 6-12d, quando a maioria dos doentes se recupera, quase sempre, sem sequelas.
outro percentual persiste queixando-se de dores articulares e/ou artrites nas articulações previamente acometidas, com exantema ou prurido generalizado, lesões purpuricas, vesiculares ou bolhosas por semanas
Na medida em que as queixas, principalmente articulares, ultrapassam 3 meses, configura-se a forma crônica, que pode estender-se por varios meses ou anos.
FATORES DE RISCO PARA CRONIFICAÇÃO
- Idade > 45a
- Afetamento articular prévio à infecção pelo vchik
- maior intensidade do comprometimento articular na fase aguda
Fenomenos algicos com ou sem edema podem estar presentes na regiões sacroilica, lombossacra e cervical.
Artroparia destrutiva semelhante à artrite psoriática ou reumatoide também é descrito na fase crônica, juntamente com fadiga, alopecia, bursite, tenossinovite, parestesias, fenomeno de Raynaud, alterações cerebelares e disturbios do sono.
Atipica - grupos de risco
Associada a variavel nivel de gravidade e relatada em grupos de individuos com comorbidades, como historia previa de convulsão febril, diabetes, asma bronquica, alcoolismo, insuficiência cardiaca, dçs reumaticas, anemia falciforme, talassemia, HAS, obesidade, dentre outros
Atipica - Manifestações
NERVOSO:
- convulsão, meningoencefalite, encefalopatia, Guillain-Barré, sd cerebelar, paresias, paralisias
OLHO:
- neurite optica, iridociclite, episclerite, retinite e uveíte
CARDIOVASCULAR:
- miocardite, pericardite, insuficiência cardiaca, arritmia e instabilidade hemodinâmica
PELE:
- hiperpigmentação por fotossensibilidade, dermatoses vesicobolhosas, ulceras aftosasímiles
RIM:
- nefrite, insuficiência renal
OUTROS:
- discrasia sanguinea, pneumonia, insuficiencia respiratoria, hepatite, pancreatite, sd da secreção inapropriada do hormonio antidiuretico, insuficiencia adrenal
Diagnóstico laboratorial - Inespecífico
Hemograma:
- leucopenia, linfopenia/linfocitose, plaquetas habitualmente normais. Não é frequente alteração no eritrograma (hemoglobina e hematocrito normais)
VHS e PCR: tendem a permanecer elevadas enquanto houver artralgias/artrites
Atividade aumentada das aminotransferases é relatada em quase 50% dos acometidos
Diagnóstico laboratorial - Específico
isolamento viral, solicitado durante viremia, em especial nos primeiros 3d da fase aguda; apos ser coletado, o soro obtido é inoculado em cultura especial de celulas suscetiveis e produzirá efeito citopático característico.
PCR via transcriptase reversa, utilizada desde o 1º até o 8º dia de dç é dotada de grande sensibilidade e especificidade.
A partir do 4º dia, estendendo-se por poucos meses, a sorologia por ELISA, pode identificar anticorpos IgM e do 8º dia em diante, da classe IgG que permanecem por anos
Diagnóstico laboratorial - Específico - RESULTADOS
1-3 dias:
- Prova que identifica o vírus: isolamento viral positivo
- Prova para identificação de anticorpos: IgM negativa e RT-PCR positiva
4-8 dias:
- Prova que identifica o vírus: isolamento viral negativo
- Prova para identificação de anticorpos: IgM e RT-PCR positivas
Mais de 8 dias:
- Prova que identifica o vírus: isolamento viral negativo
- Prova para identificação de anticorpos: IgM e IgG postivas e RT-PCR negativa
TTO
sintomático e de suporte
hidratação oral e emprego de analgésicos, em especial paracetamol e/ou dipirona.
Dor intensa podem ser combatidas com codeína.
anti-inflamatorios, hormonais ou não, devem ser evitados enquanto houver possibilidade do diagnóstico de dengue, ou prescritos após o 8º dia de manifestações clínicas, posterior ao período crítico de dengue ou da coinfecção dengue+vchik
MS tem defendido que na 1ª semana, os pcts sejam acompanhados como portadores de dengue e orientados a identificar algum sinal de alarme, entre o 3º-7º dias, premonitório de forma grave de dengue.
Gestantes, portadores de comorbidades, idosos e lactentes merecem atenção especial pelo risco de desenvolverem formas graves/atípicas; os que exibirem sinais de gravidade necessitam de acompanhamento em unidades com leitos de internação.
As artralgias/artrites persistentes após a fase aguda (> 1 semana), serão manejadas com anti-inflamatorios não hormonais ou corticosteroides, assim como fisioterapia especializada e/ou exercicios de leve ou moderada intensidade
Profilaxia
Mesmas que a da dengue
Takeda pharma está desenvolvendo vacina viva atenuada com eficacia comprovada em primatas não humanos