Sindrome Guillain Barre Flashcards

1
Q

Epidemiologia

A
  • incidência 1-2 pessoas/100 mil ao ano
  • mortalidade 2-5%
  • até 20% com perda da capacidade de deambulação sem apoio
  • sexo masculino (5:1) e incidência aumenta com idade (média 50-69 anos)
  • 70% com infecções prévias (Campylobacter jejuni, H influenzae, M pneumoniae, CMV, EBV, hepatites, influenza, dengue, zika, HIV), quadro após 5-10 dias de infecção e 90% com nadir em 2-4 semanas
  • também: vacinas, inibidores de checkpoint, cirurgia, gravidez
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2
Q

Quadro Clínico

A
  • tetraparesia flácida ascendente simétrica progressiva + alterações sensitivas (80% casos) simétricas e ascendentes = polirradiculoneurite aguda (reflexos diminuídos/abolidos)
  • 10% pode ser início em MMSS
  • 50% com paralisia facial
  • 50% disfagia
  • 50% dor lombar, panturrilhas ou MMII
  • 15% comprometimento de III nervo
  • complicações: insuficiência respiratória (1/3) e disautonomia 70%(taqui sinusal, hipertensão, disfunção esfincteriana, arritmia, hipotensão, SIADH)
  • nadir da fraqueza: até 4 semanas - curso monofásico
  • geralmente, autolimitado -> 80% sem sequelas
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3
Q

Fisiopatologia SGB

A

Formas desmielinizantes
- Ag desconhecido (mimetismo molecular) -> ativação complemento = complexo ataque a membrana e ativação macrófagos = desmielinização e lesão bainha de mielina

Formas axonais
- Céls B produzem Ac (antigangliosódeo) = reação cruzada com gangliosídeos no nodo de Ranvier -> ativação do complemento e lesão via complexo de ataque a membrana + perda da integridade da mielina paranodal = nodopatia que pode evoluir com deneração axonal

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4
Q

Síndrome de Guillain -Barré - Investigação

A
  1. Líquor
    - dissociação proteino-citológica no líquor (> 50 cels = red flag - considerar carcinomatose meníngea, CMV, sarcoidose)
    - mas pode ser nl (40-50%) na 1a sem; 25% na 3a sem
  2. Eletroneuromiografia
    - após 2 semanas - entre 3ª e 4ª sem
    - avaliar o tipo de lesão (axonal, mista)
  3. Laboratoriais
    - HIV, hep B, C
    - hemograma, coagulograma, VHS, U1 e eletrólitos
    - Se suspeita: FAN, CMV, EBV, VZV, Lyme, arboviroses, porfirinas
  4. RM de coluna
    - não é pedida de rotina - útil em formas paraparéticas
    - pode demonstrar alteração de sinal na cauda equina, espessamento e realce de raízes
    - USG nervos também ganhando espaço
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5
Q

ENMG

A

Desmielinizante:
- prolongamento da latência da onda F
- aumento das latências distais e dispersão temporal ou bloqueio de condução = queda na amplitude do potencial proximal 30%
- por fim, diminuição das velocidades de condução

Axonais:
- diminuição amplitude do potencial de ação (por degenerção axonal ou bloqueio de condução distal)
- bloqueio de condução = queda na amplitude do potencial proximal 30%

  • AIDP (polirradiculoneuropatia desmielinizante inflamatória)
  • AMAN (neuropatia axonal motora aguda)
  • AMSAN (neuropatia axonal sensitivo-motora aguda)
  • confirma o diagnóstico a partir da 2a sem
  • avalia o prognóstico - grau de comprometimento da amplitude do CMAP
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6
Q

Formas Clínicas Variantes

A
  • SGB clássica (AIDP) 85% casos
  • Formas motoras puras (axonais)
  • Formas sensitivo-atáxicas agudas
  • Forma paraparética -> RM com alteração de sinal na cauda equina
  • Forma faringo-cervico-braquial (GT1a)
  • Diparesia facial + parestesias distais
  • Sd Miller Fisher (Gq1b) = oftalmoplegia, ataxia e arreflexia (5% casos EUA e 20% Japão)
  • Encefalite de Bickerstaff (Gq1b)
  • Pandisautonomia aguda*
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7
Q

Anticorpos SGB

A

Relacionados a maior gravidade - formas axonais
Geralmente sensibilidade baixa, mas boa especificidade
- Anti GT1a (reação cruzada com GQ1b) -> n glossofaríngeo = formas com acometimento bulbar - faringo-cervico-braquial; outras possíveis: SGB com fraqueza bulbar, paresia bulbar aguda, AMAN
- Anti GM1 (IgG1 e IgG3) -> n motor = AMAN; outras: SGB sem envolvimento de nn cranianos
- Anti GM2 = AIDP
- Anti GD1a (IgG1 e IgG3) = AMAN; outras: SGB com envolvimento pares cranianos, faringo-cervico-braquial, polyneuritis cranialis
- Anti GD1b = SGB sensitiva pura, SGB com fraqueza bulbar
- Anti GalNac-GD1a = SGB motor puro
- Anti GQ1b -> 85-90% Miller Fisher e Bickerstaff; outros: overlap MFS-PCB, MFS-GBS, MFS-BBE, polyneuritis cranialis, paresia bulbar aguda, MFS minus syndromes

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8
Q

Avaliação SGB

A
  • score de funcionalidade
  • EGRIS (Erasmus GBS Respiratory Insufficiency Score) = prediz a probabilidade de insuficiência respiratória dentro da 1a sem de admissão
    1. Tempo entre início da fraqueza e admissão hospitalar
    2. Fraqueza facial ou bulbar na admissão
    3. Somatória MRC na admissão (abdução braço, flexão antebraço, extensão punho, flexão coxa, extensão perna e pé bilaterlamente)
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9
Q

SGB - Conduta

A
  • internação hospitalar por no min 14 dias

- suporte clínico e respiratório

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10
Q

Maior risco de insuficiência respiratória:

A
  • tempo do inicio dos sintomas até chegada PS < 7 dias
  • incapacidade de ficar em pé
  • incapacidade de levantar a cabeça ou cotovelo
  • aumento de enzimas hepáticas
  • CV < 60%
  • alterações deglutição, voz, tosse

Se um critério: UTI
Se quatro: 85% IOT

Outros:

  • envolvimento diafragmático se correlaciona com respiração paradoxal
  • incapacidade de contar até 20
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11
Q

Criterios para IOT

A

Maiores

  • pCO2 > 48 ou pO2< 56
  • CV < 15-20 mL/kg
  • Pimax < 30

Menores

  • tosse ineficaz
  • disfagia
  • atelectasia

IOT se um maior ou 2 menores

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12
Q

Guillian Barré - Tratamento

A
  • quais pacientes? deambulam mas não correm ou incapacidade de deambular 10m sem auxílio
  • imunoglobulina 0,4g/kg/dia por 5d em até 2 sem (nivel A) ou 4 sem (nivel B)
    Riscos: eventos trombóticos, meningite asséptica e sobrecarga volume
  • plasmaférese 400mg/kg por 5d (até 4 sem nos que não deambulam ou 2 sem nos que deambulam) -> acelera recuperação reduzindo comprometimento motor após 4 sem, reduzindo chance e tempo de IOT e internação
  • se déficit mantido ou em piora após 2 semanas, pode-se repetir a mesma imunoterapia - nenhum benefício na terapia combinada
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13
Q

Prognóstico SGB

A
  • 80% recuperação completa em até 200 dias
  • 65% sinais residuais discretos
  • fatores mau prognóstico: formas axonais, déficit de força importante no nadir, IOT, idosos, diarreia prévia e amplitude de CMAP < 20% normal
  • escala EGOS: chance de deambulação independente após 6 meses
  • recorrência 2-5% casos (pensar em diferenciais como CIDP e porfiria)
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14
Q

Nodo e Paranodopatias

A
  • geralmente IgG4
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15
Q

Diagnósticos Diferenciais

A
  • HIV - pode simular SGB típico (raramente axonal); mais comum na soroconversão
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