Doenças da Junção Neuromuscular Flashcards
1
Q
Fisiopatologia
A
- botão sináptico colinérgico -> fenda sináptica -> receptores pós sinápticos
- sinaptotagmina -> envolvida com liberação de Ach
- ChAT -> responsável pela reciclagem da Ach
- AChE tem que estar amparada pela ColQ (fica ligada ao MuSK)
- complexo agina-LRP4 e MuSK (com DOK7 fosforilando) e rapsina (ancora o AchR na membrana) -> garante a conformação e fosforilação necessária para o AchR (5 subunidades)
2
Q
Quadro Clínico
A
Sintomas com flutuação/sinais de fatigabilidade:
- fraqueza e hipotonia
- ptose palpebral e diplopia
- disfonia, disfagia
- diparesia facial assimétrica (esgar miastênico por elevação risório)
- dispneia
3
Q
Diagnósticos Diferenciais
A
- Sd miastênicas congênitas (início na infância, soronegativas)
- distrofia oculofaríngea, OEPC
- botulismo
- doença do neurônio motor
- miopatias inflamatórias
- miopatias mitocondriais
4
Q
ENMG
A
- estimulação repetitiva com baixa frequência
queda > 10% da amplitude ou área embaixo da curva entre 1º e 4º estímulo - fibra única: jitter anormal = bastante sensível, mas pouco específico
- alta frequência (30-50Hz): padrão incremental em doenças da junção pré sináptica (ex. Lambert Eaton)
Porque? A velocidade de saída do Ca por transporte artivo do botão pré sináptico é de 100ms. Em estímulos com freq > 10Hz o Ca se acumula no botão, estimulando a liberação de Ach = padrão incremental
5
Q
Miastenias Congênitas
A
- Pré-sináptico em 6,2% – principal = deficiência ChAT
- maioria nascimento e 1a infância
- respiratório muito proeminente - episódios súbitos de apneia (DD: RAPSN e canal Na)
A partir 5-10 anos tende a melhorar
- ENMG 10Hz -> queda CMAP para 50% e recuperação muito lenta (> 5 min) característica por necessidade de ressíntese da Ach
- T: inibidores AchE contínuo - ColQ
- mutação gera deficiência AchE
- 1a infância/adolescência
- motricidade ocular, apendicular, axial e escoliose; hiperextensibilidade
- 1/4 reflexo pupilar lento
- ENMG: duplo potencial - CHRNE
- 50% dos casos de MC
- ptose e oftalmoparesia -> se torna fixa com o tempo
- variante em homozigose = letal - Canal lento
- ativação prolongada do receptor
- neonatal ou 1a infância
- pode piorar com inibidores AchE
- AD de alta penetrância
- poupa mm ocular, axial proeminente e extensor dedos
- ENMG com duplo potencial
- T: bloqueadores do canal (fluoxetina, quinina, quinidina); piora com inibidores AChE - DOK7
- ativador intrínseco do MuSK
- início precoce ou tardio
- fenótipo LGMD
- paralisia de corda vocal ou estridor
- não responde ou piora com inibidores AChE - RAPSN
- 1/3 artrogripose e malformações congênitas
- febre/infecções -> crises respiratórias
- ptose comum, oftalmoparesia mais rara 25%
- dropped head
- raramente LGMD (adultos) - Defeitos glicosilação
- Ex. GFPT1, GMPPB
- adição de açucares no retículo -> garante funcionamento nl das proteínas
- infância com fenótipo LGMD, aumento de CPK, bx pode ser distrofia e agregados tubulares
Importante realizar estimulação repetitiva se padrão miopático**
6
Q
Botulismo
A
- neurotoxina do Clostridium (A,B,C,D,E*,F,G) -> diversos mecanismos que levam ao prejuízo do complexo de fusão das vesículas com Ach
- sintomas geralmente 12-36h após exposição - mas pode ser até 10d
- QC: tetraparesia descendente + sintomas autonômicos e respiratórios
- ENMG semelhante LE (decremento > 10% 2-3Hz e incremento em alta frequência 40-100% 30-50Hz), com menor facilitação (amplitude, mas com duração maior)
- = mais comuns
7
Q
Outras Causas de Disfunção Tóxica JNM
A
- curare: bloqueia receptor Ach
- latrotoxina (aranha viúva negra): liberação de Ach excessiva na fenda = paralisia espástica
- organofosforados (inibição da acetilcolinesterase); excesso de Ach = paralisia espástica
8
Q
Lambert- Eaton - Epidemio e Patogênese
A
- fisiopatologia: Ac anti canal de Ca (Anti-VGCC tipo P/Q) dependente de voltagem pré sináptico 85%
- anti-SOX1 65% dos paraneo
- prevalência 2 a cada 1 milhão
- 6a a 7a déc de vida
- 50-60% paraneoplásico (ex. peq células) - tumor pode aparecer até 2-5 anos após (peq células, neuroendócrino de próstata, timoma e linfoproliferativos
- 1ário autoimune mais em mulheres 5a déc, podem estar associados a alentuzumabe e inibidores de checkpoint
9
Q
LE - Quadro Clínico
A
- fraqueza mm pior proximal e nos MMII (piora no calor)
- hipo/arreflexia (melhora com esforço curto - facilitação) 40%
- disautonomia colinérgica 80% (boca seca, hipotensão postural, incontinência urinária)
- menor acometimento de pares cranianos (ocular, bulbar) e ventilatório
- 10% com ataxia cerebelar concomitente
10
Q
LE - Investigação
A
- Ac + em 85-90%
- ENMG: alterações pseudomiopáticas (redução duração e amplitude do potencial de unidade motora + recrutamento normal) nos mm afetados
Decremento > 10% com estimulação repetitiva a 2-3Hz + facilitação pós exercício 100% ou incremento 60-100% com estimulação 50Hz - screening de malignidade 3-6 meses no primeiro ano e depois anualmente até pelo menos 2-5 anos do dx - considerar screening mais agressivo de DELTA-P score > 3
11
Q
LE - Tratamento
A
- 3-4 diaminopiridina = antagonista de canal de K (prolonga despolarização) 15-30mg/d em 3-4 doses (max 100mg/d) - parestesias periodais e acral, redução limiar convulsivo
- piridostigmina
- em casos graves: IVIG/PLEX
- outros imunossupressores: uso com cautela (somente se excluído malignidade) em casos refratários
- atentar a medicações que podem piorar sintomas (=MG)