Distrofia Facioescapuloumeral Flashcards
1
Q
Epidemiologia e Aspectos Genéticos
A
- prevalência 5-12 por 100 mil
- maior parte autossômico dominante
- 10-30% mutações de novo
- início entre 15 e 30 anos geralmente, mas pode iniciar na infância (10% antes dos 10 anos) com quadro mais grave
- grande heterogeneidade clínica - em FSHD1 inversamente proporcional ao número de repetições, pior em indivíduos com contração + mut SMCHD1
- quanto mais precoce mais grave
2
Q
Patogênese
A
Normalmente: 8-100 repetições D4Z4 (todas metiladas) + sem alelo permissivo
Patogenia: desregulação epigenética do macrossatélite D4Z4 com expressão do DUX4 (normalmente silenciado) = ganho de função tóxico com morte cél muscular
- FSHD1 (95%): 1-10 repetições -> contração resulta em cromatina menos densa, permitindo expressão DUX4 + haplótipo 4qA (alelo permissivo) = doença (necessário para estabilizar o trasncrito do DUX4)
- FSHD2 (5%): 11-30 repetições, mas precisa do alelo permissivo + modificador gênicos que hipometilam D4Z4 (cromatina mais relaxada) levando à expressão DUX4 mesmo sem contração -> 85% com mutações em heterozigose SMCHD1 no cromossomo 18 -> herança digênica = variantes patogênicas em dois genes diferentes)
3
Q
Quadro Clínico Neurológico
A
- fraqueza e atrofia assimétricas de face (sorriso transverso), ombros (escápula alada) e MMSS (Popeye arms) muito lentamente progressivas (mas alguns relatam momentos de deterioração e estabilização sucessivos)
- geralmente preservação m supra e infraespinhoso e deltoide distal -> “poly-hill sign” no ombro e braço proximal
- envolvimento de tronco - hiperlordose, abdome protuberante, sinal Beevor, dobra axilar horizontal (fraqueza peitoral)
- pode afetar MMII -> pé caído (m tibial anterior)
- expectativa de vida nl, mas 20% cadeira de rodas
4
Q
Sintomas Sistêmicos
A
- podem mais raramente apresentar: vasculopatia retiniana (pode progredir Sd Coats), perda auditiva neurossensorial, doença pulmonar restritiva, BRD incompleto, dor crônica, transtorno de humor
5
Q
Diagnóstico
A
- CPK nl ou pouco aumentada (nunca > 5xVR)
- ENMG com padrão miopático pouco específico
- Bx (pouco útil, evitar): padrão miopático, pode ter infiltrado inflamatório
- Dx: quadro clínico típico + parente de 1o grau com FSHD1 confirmada geneticamente - não precisa fazer teste genético. Caso contrário, southern blot (vê a retração, mas não avalia o alelo permissivo) e hibridização locus específica
- estudo de metilação (FSHD2)
6
Q
Red Flags
A
- ptose ou envolvimento de mm ocular extrínseca
- disfagia proeminente ou envolvimento mm mastigatórios
- contraturas
- fraqueza distal em estágios iniciais
- envolvimento respiratório precoce ou cardiomiopatia
7
Q
Diagnósticos Diferenciais
A
- LGMDR1 ou calpaína (pode ter escápula alada proeminente)
- Pompe
- Mitocrondiais
- IBM
8
Q
Manejo
A
- reabilitação: foco em postura, marcha, dor, hiperlordose e fadiga
- exercício aeróbico de baixa intensidade
- exercício de resistência com carga/resistência baixa/média NÃO são contraindicados
- monitorar função respiratória em pacientes com fraqueza proximal importante, cifoescoliose, uso de cadeira de rodas ou comorbidades que possam afetar ventilação
- screening para perda auditiva e retinopatia
- alguns pacientes selecionados -> fixação escapular
9
Q
Terapias Farmacológicas
A
- em estudo: oligonucleotídeos antisense, RNA-interference, edição cênica
- lospamimod: oral, pequena molécula inibidora p38alfa/beta mitogen-activated protein kinase -> inibem expressão do DUX4 - em estudo fase 3
- B2 agonista -> também parece inibir expressão DUX4, mas estudos com albuterol com pouco benefício