ITU Flashcards
Definição:
Multiplicação de 01 patógeno em qualquer segmento do TU que gera reação inflamatória, isolado pela cultura por um método confiável.
Fatores de risco:
- Sem circuncisão (colonização bacteriana balanoprepucial)
- Sexo feminino (proximidade entre uretra e região anal)
- Etnia branca
- Patologia obstrutivas (estase urinária)
1) Válvula de uretra posterior: má formação congênita - folheto membranoso na uretra prostática - obstrução parcial: - Hidronefrose fetal bilateral - USG pré-natal
- Distensão vesical - bexigoma
- Jato urinário fraco/entrecortado
- Atividade sexual (atrito do ato - pico na adolescência)
- Cateterismo vesical (meio de levar bactérias ao TU)
- DVI/constipação
- RVU - principal causa de pielonefrite
Epidemiologia e etiologias
- 12% das crianças até 12 anos
- 2 picos: 3 a 5 anos (controle esfincteriano) e adolescência (atividade sexual)
- 7% dos lactentes febris
- 90% das ITU em < 1 anos são pielonefrites
- < 1 anos: mais comum no sexo masculino - anomalias s/ mais comuns no sexo masculino
Etiologia:
1. E. coli
2. Proteus - cálculos de estruvita (alcalinização de urina)
3. Outros gram: Klebsiella, pseudomonas (manipulação do trato urinário)
4. Gram-positivos (incomum): enterococos, S. saprophyticus (mulheres jovens sexualmente ativas)
Refluxo vesicoureteral:
- Distúrbio autossômico dominante
- 35% das crianças com ITU sintomática
- Pode levar pielonefrites de repetição: dano ao parênquima
- Classificação:
- Tipo 1: Alcança somente ureter
- Tipo 2: alcança ureter, pelve, mas sem dilatação
- Tipo 3: causa leve dilatação
- Tipo 4: dilatação moderada + fórnices arredondados
- Tipo 5: dilatação grave + ureter tortuoso + papila obliteradas
Disfunção vesical e intestinal (DVI):
- ITU de repetição em crianças
- Sinais e sintomas intestinais e urinários: aumento da frequência, manobras retentoras (fica agachada), manipulação, incontinência diurna, jato fraco, dor abdominal, vulvovaginite, enurese noturna, constipação, encoprese
- Causa: hiperatividade do detrusor + disfunção miccional
OBS: constipação - fezes impactadas no reto pode comprimir bexiga e impedir o esvaziamento: predispõe ITU de repetição
Cistite hemorrágica:
- Faixa etária: pré-escolar
- Clínica: disúria + hematúria (pode ter até coágulos) + quadro sistêmico ausente ou leve
- Urocultura negativa
- Principal agente: adenovírus B 11 e 21
Quadro clínico:
- Recém nascido:
1) Inespecíficos: febre ou hipotermia, recusa alimentar, vômitos, distensão abdominal, distúrbio metabólicos (hipoglicemia), alteração perfusional, icterícia neonatal - Lactente: irritabilidade, febre (FSSL), vômitos, sintomas do TU são incomuns (mãe pode relatar retenção), sem ganho ponderal (à despeito de boa amamentação)
- Crianças > 2 anos:
1) Sintomas específicos do TU: urge-incontinência, disúria, dor lombar (pielonefrite), polaciúria, febre, toxemia
Classificação ITU:
- Alta: pielonefrite - estado geral mais comprometido - bebê pequeno (< 3m): difícil diferenciar - tratamento mais intensivo, na suspeita
- Baixa: cistite
- Bacteriúria assintomática: NÃO TRATAR
Avaliação na criança c/ ITU:
- Febre: intensidade da febre
- PA: sobretudo em ITU de repetição - comprometimento de parênquima renal
- Peso: s/ ganho ponderal adequado - pensar em ITU
- Sinais de pielonefrite: crianças maiores
- Genitália externa: diferenciar c/ vulvovaginite ou balanopostite
- Coluna vertebral: íntegra ou má formação - suspeitar de bexiga neurogênica
Exame padrão ouro p/ diagnóstico de ITU:
- Urinocultura: dá o diagnóstico definitivo
- Métodos de coleta:
1) Jato médio - crianças c/ controle esfíncter vesical
2) Punção suprapúbica e cateterismo vesical: crianças s/ controle esfíncter vesical
3) Saco coletor (contaminação): valorizado apenas quando vem negativo
Diagnóstico - urinocultura:
- Bacteriúria significativa:
- PSP: qualquer número de colônicas (local estéril)
- Cateterismo vesical: > 1.000 UFC/ml
- Jato médio: > 100.000 UFC/ml
- Geralmente: não refaz p/ controle, porém em ITU de repetição pode ser feito
Diagnóstico - Urina tipo I
- Leucocitúria (≥ 5 p/c): comum na ITU, sua ausência não afasta e sua presença não confirma (vulvovaginites e balanopostites)
- Nitrito (específico):
1) Presença de bactérias gram-negativas (nitrato —> nitrito) - depende da estase urinária vesical (pelo menos 4h)
2) Bem específico, mas ausência não descarta - Gram: presença sugere fortemente ITU, mas ausência não descarta
- Hematúria: pode estar presente, pouco específica
- Esterase leucocitária (sensível): pode estar presente, pouco específica
- pH: alcalino - indica infecção por Proteus
Objetivo do tratamento:
- Alivio dos sintomas
- Erradicação do agente infeccioso
- Prevenção de cicatrizes renais
Indicação de ATB parenteral e tempo de tratamento:
- < 3 meses
- Imunodeprimidos e doenças urinárias prévias (litíase)
- Pielonefrite/Sepse
- Toxemia, vômitos, desidratação
- Falha no tratamento ambulatorial
Tempo de tratamento:
1) Cistite: 5 a 7 dias
2) Pielonefrite: 7 a 10 dias
Escolha dos antibióticos:
- Parenteral: cobrir os principais ag. etiológico gram negativos:
1) Cefalosporina de 3º geração: ceftriaxona, cefotaxima, ceftazidima
2) Aminoglicosídeos: gentamicina, amicacina - Oral:
1) Amoxicilina-clavulonato
2) Cefalexina - cefalosporina de 1º geração
3) Cefuroxima - cefalosporina de 2º geração
4) Sulfa/Trimetropim - depende do perfil de resistência do local de trabalho
5) Nitrofurantoína: não é boa em ITU febril
OBS: APÓS TRATAMENTO - AVALIAR FATORES DE RISCO
Profilaxia - indicações:
- Patologia obstrutivas até correção cirúrgica
- Durante investigação morfofuncional em lactentes
- RVU ≥ III
- Pielonefrites recorrentes
- Bexiga neurogênica c/ RVU
- Urolitíase
OBS: tempo padrão é de 6 meses - reavaliar necessidade
Profilaxia - drogas utilizadas:
- Cefalexina: 20 a 30 mg/kg/dia
- Nitrofurantoína (≥ 2 meses): 1 a 2 mg/kg/dia
- Sulfa/trimetropim (atenção ao perfil de resistência): 20 mg/kg/dia
Investigação por imagem:
- USG: Toda criança 1º episódio - independe de idade e sexo
- Urografia excretora: método em desuso
- DMSA: padrão-ouro p/ diagnóstico de cicatriz renal - cintilografia estática - realizar após 4-6 meses de ITU tratada
- DTPA/MAG3: avalia patologias obstrutivas e função glomerular - cintilografia dinâmica
- UCM (uretrocistografia miccional): utiliza sonda + contraste iodado + radiografia seriadas na micção - avaliar refluxo de urina da bexiga p/ ureteres - graduar em graus - padrão-ouro p/ RVU
ITU atípica:
- Criança gravemente doente
- Fluxo urinário fraco
- Massa abdominal ou vesical
- Aumento da creatinina
- Falha do tratamento em 48h
- Sepse
- Infecção por E. coli
ITU recorrente:
- 2 ou mais pielonefrites
- 1 pielonefrite + 1 cistite
- 3 ou mais cistites
DVI - Diagnóstico:
- Sedimento urinário
- USG: dilatações, espessamento vesical, ureterocele, avaliação do parênquima e resíduo miccional
- UCM: avalia micção da bexiga p/ baixo
- DSMA: boa p/ avaliar se suspeita de cicatriz renal
- Radiografia abdominal: fecaloma
- RMN da coluna vertebral - diferenciar c/ causas possível de bexiga neurogênica
DVI - Tratamento Não Farmacológico:
- Uroterapia: mudança comportamentais
- Biofeedback do assoalho pélvico: 1ª linha p/ DVI - depende da colaboração do paciente (crianças maiores)
- Neuromodulação: corrente elétrica p/ modular vias neurais
- Tratamento da constipação intestinal
DVI - Tratamento Farmacológico
- Drogas anticolinérgicas: relaxamento do detrusor
- Alfabloqueadores: melhora esvaziamento vesical
- Toxina botulínica: casos refratários e hiperatividade do detrusor
- CIRURGICA: falha do tratamento clínico
ITU - Complicações:
- Tardia: cicatriz de parênquima renal
1) HAS secundária
2) Cicatrizes renais
3) DRC - Aguda: relacionada c/ fase ativa da infecção
1) Urosepse
2) Abcesso renal