Geriatria Flashcards
SES-DF – ACESSO DIRETO – 2009. Em relação à transição demográfica no Brasil, pode-se dizer que o
envelhecimento da população nos últimos anos:
A. Processou-se de forma abrupta, muito mais rápida do que nos países europeus.
B. É pouco relevante para a saúde no que se refere às demandas atuais por atenção médica.
C. Se deve ao processo de distribuição mais eficiente das consultas médicas, que reduziram a taxa de
mortalidade brasileira.
D. Se deve ao Programa Nacional de Controle da Natalidade, implantado pelo MS, desde 1977.
E. Não deve ainda ser considerado no conjunto das políticas públicas para a saúde
Letra “A” - Processou-se de forma abrupta, muito mais rápida do que nos países europeus.
Comentário: A transição demográfica do Brasil é similar a de outros países em desenvolvimento e
essencialmente mais acelerada que em países desenvolvidos (Letra A: verdadeira). O impacto disso é a
escassez de recursos técnicos e socioeconômicos para contemplar tamanho crescimento. Por isso, é
tema de extrema relevância no contexto de atenção em saúde e para o desenvolvimento de políticas
públicas (Letras B e E: falsas). A redução da mortalidade aconteceu pela melhoria das condições
sanitárias, programas de vacinação e pelos avanços da medicina (Letra C: falsa). Apesar da queda da
taxa de fecundidade ser um componente da transição demográfica, não há qualquer política de controle
de natalidade no Brasil.
UFPB – Acesso direto – 2016. Dentre os itens abaixo, qual deles NÃO corresponde à alteração
fisiológica da senescência?
A. Elevada sensibilidade à hipercapnia. B. Redução da peristalse intestinal. C. Menor sensibilidade à hipóxia. D. Redução da complacência ventricular. E. Elevação da resistência vascular periférica.
Letra “A” - Elevada sensibilidade à hipercapnia.
Comentário: Questão que aborda várias alterações fisiológicas do envelhecimento. No sistema
digestório há diminuição da motilidade (Letra B verdadeira). O sistema cardiovascular conta com
enrijecimento arterial, aumentando a resistência vascular periférica (Letra E verdadeira) e os
miócitos diminuem em número, necessitando aumentar seu volume hipertrofiando-se. A parede
hipertrofiada é, naturalmente, menos complacente (Letra D verdadeira). O sistema respiratório,
entre outras alterações, apresenta falha nos sistemas de controle central e carotídeo gerando
MENOR sensibilidade aos níveis de pH, PaO2 (Letra C Verdadeira) e PaCO2 (Letra A Falsa).
Resposta: A.
SES-PE – R3 CLÍNICA MÉDICA – 2013. NÃO são incomuns entre idosos as manifestações atípicas de
doenças. Sobre isso, assinale a alternativa CORRETA (adaptada).
A. Estado confusional agudo pode ser apresentação comum de infecção urinária, mas não é comum em
infecção respiratória no idoso;
B. Bradicinesia e quedas repetidas, mesmo que frequentes, sem tremor, não podem ser marcadores de Doença de Parkinson em idosos;
C. Delirium pode ser a única apresentação de uma síndrome coronariana aguda em idoso;
D. Um idoso octagenário com fenótipo de fragilidade e suspeita clínica de infecção, se não apresentar
nenhum episódio de febre, praticamente descarta infecções graves e atentatórias à vida;
E. Instabilidade postural e quedas não são frequentes como sintomas sentinelas de infecção urinária em
idosos.
Letra “C” - Delirium pode ser a única apresentação de uma síndrome coronariana aguda em idoso;
UNIFESP-SP – Acesso direto – 2019. Mulher de 88 anos de idade apresenta hipertensão arterial,
hipotireoidismo, osteoartrite de joelhos e neoplasia maligna de pâncreas com metástase. Faz uso
domiciliar de codeína e dipirona e tem ficado mais acamada, necessitando de ajuda para
transferência. Foi internada por piora da dor abdominal que melhorou com uso de morfina parenteral. Diagnosticada úlcera por pressão em região sacral (estágio 3). Qual é o melhor preditor de prognóstico para a paciente?
A. Baixa performance funcional. B. Idade avançada. C. Dor não controlada. D. Comorbidades múltiplas. E. Uso de opioides
Letra “A” - Baixa performance funcional.
As bancas adoram perguntar o melhor marcador prognóstico no idoso. Apesar de
multimorbidade (letra D) ser um bom preditor de desfechos, sem dúvida a capacidade funcional é
a melhor ferramenta para prognosticar o idoso. Aqueles com baixa reserva funcional costumam
ter maior mortalidade, hospitalização e menor qualidade de vida. Resposta: A.
SES-PE – ACESSO DIRETO – 2010. Em relação à AGA (Avaliação Geriátrica Ampla), NÃO podemos afirmar:
A. Utiliza lista de problemas ao invés de hipóteses diagnósticas.
B. Não valoriza muito a avaliação funcional do idoso, já que visa sempre a um diagnóstico mais exato.
C. É obrigatoriamente multidimensional e geralmente interdisciplinar.
D. Utiliza avaliações quantitativas através de escalas geriátricas validadas.
E. Visa buscar ativamente: depressão, incontinência, desnutrição e déficit cognitivo.
Letra “B” - Não valoriza muito a avaliação funcional do idoso, já que visa sempre a um diagnóstico mais exato.
Comentário: A AGA é processo que vai além em todos os sentidos. Ultrapassa as barreiras da clínica,
avaliando aspectos mentais, sociais, espirituais e, principalmente, funcionais (Letra B: falsa/Letra E:
verdadeira). Por conta de sua multidimensionalidade (Não existe AGA sem avaliar amplamente os vários
domínios da saúde do idoso!), frequentemente o geriatra precisa de suporte de outras equipes, como
fisioterapia, fonoaudiologia, serviço social… (Letra C: verdadeira). A lista de problemas é usada pela
frequente imprecisão diagnóstica nos pacientes idosos, dada sua atipicidade de sinais e sintomas
peculiar (Letra A: verdadeira) e as escalas validadas ajudam a objetivar os achados (Letra D: verdadeira).
ABC-SP – Acesso direto – 2019. As Grandes Síndromes Geriátricas, também conhecidas como “Os
Grandes Gigantes da Geriatria”, podem ser definidas como grupos de sinais e sintomas que ocorrem
com frequência na população idosa, acometendo em geral idosos frágeis, levando a comprometimento
da qualidade de vida e se revestindo de grande complexidade terapêutica. Elas são:
A. latrogenia, instabilidade postural, imobilidade, incontinências e insuficiência cerebral;
B. Instabilidade hemodinâmica, instabilidade postural, imobilidade, incontinências e insuficiência cerebral;
C. latrogenia, imobilidade, incontinências, instabilidade emocional e instabilidade postural;
D. Instabilidade emocional, instabilidade postural, insuficiência cerebral, imobilidade e incontinências.
Letra “A” - latrogenia, instabilidade postural, imobilidade, incontinências e insuficiência cerebral;
Questão conceitual cobrando os grandes “Is” da geriatria: Insuficiência cerebral,
instabilidade postural, imobilidade, incontinências e iatrogenia. Não vá cair na pegadinha da
instabilidade emocional!
INCA-RJ – Acesso direto – 2014. Dentre as causas de eventos iatrogênicos relacionados ao uso de
drogas em idosos encontramos as causas a seguir listadas, EXCETO UMA, que está ERRADA.
Assinale-a:
A. Redução do metabolismo das drogas relacionado à redução da função hepática e renal.
B. Respostas biológicas variáveis para um dado nível sérico da droga.
C. Modificação do volume de distribuição da droga.
D. Em função do menor volume de água, existe uma redução da meia-vida das drogas lipossolúveis.
Letra “D” - Em função do menor volume de água, existe uma redução da meia-vida das drogas lipossolúveis.
As alternativas “A”, “B” e “C” tratam de mudanças fisiológicas do envelhecimento que aumentam a chance de iatrogenias. A letra B em especial detalha um aspecto interessante: para um mesmo valor sérico, o organismo dos diferentes idosos podem oferecer diferentes respostas biológicas (ninguém envelhece igual!). No idoso, temos um menor volume de água, aumentando a concentração de drogas HIDROssolúveis. Ocorre ainda um AUMENTO da meia-vida de drogas hidrossolúveis, em função do maior volume de distribuição corporal de gordura, tornando a alternativa D errada.
SES-PE – R3 CLÍNICA MÉDICA – 2013. Em relação às iatrogenias medicamentosas e às boas práticas
da prescrição médica para idosos, qual a alternativa VERDADEIRA?
A. O uso de benzodiazepínicos não é uma boa opção para tratar insônia em idosos, mas, se for necessário usar algum, devemos dar preferência aos de meia-vida curta, a exemplo do flurazepam.
B. Dentre os medicamentos inapropriados para idosos pelos critérios de Beers, os anticolinérgicos estão entre as drogas mais arriscadas.
C. Os betabloqueadores estão entre os anti- hipertensivos de principal escolha para tratamento de HAS em idosos.
D. No tratamento de IC sintomática em idosos, a dose recomendada de digoxina é de 0,25mg/dia.
E. Para garantir o tratamento, evitando baixa aderência aos fármacos prescritos à população idosa, devemos, sempre, iniciar a terapêutica com doses plenas.
Letra “B” - Dentre os medicamentos inapropriados para idosos pelos critérios de Beers, os anticolinérgicos estão entre as drogas mais arriscadas.
A alternativa “B” responde à questão com um conceito simples. Os sintomas
anticolinérgicos (retenções, boca seca, delirium…) limitam o uso de diversas drogas no idoso, como
tricíclicos e anti-histamínicos de primeira geração. As outras alternativas, contudo, trazem
conceitos importantes. Benzodiazepínicos devem ser evitados em idosos, especialmente os de
meia-vida longa (maior duração do risco de quedas, sonolência…). O flurazepam tem meia-vida
longa. Entre os de meia vida curta, lorazepam e alprazolam são os mais conhecidos. Os
betabloqueadores não são os anti-hipertensivos de primeira escolha nem no adulto, que dirá no
idoso! Aqueles lipossolúveis (ex.: propranolol) atravessam a barreira hematoencefálica e podem
produzir mais efeitos colaterais ao nível de SNC (tonturas, pesadelos, depressão). A dose da
digoxina deve ser reduzida pela metade em idosos, pelo baixo limiar para toxicidade da droga.
Independente de qual droga usarmos, um dos princípios é o de começar com doses mais baixas
(start low) e oferecer aumentos progressivos, para maior tolerabilidade.
UNICAMP – R3 CM – 2018. Homem, 86 anos, autônomo e independente, portador de hipertensão
arterial sistêmica, osteoartrose de joelhos, hiperplasia prostática benigna e osteoporose. Faz uso
regular de hidrocloratiazida 25mg cedo, enalapril 5mg de 12/12h, amlodipina 5 mg cedo, doxazosina 4 mg cedo, alendronato 70 mg uma vez por semana, clonazepan 2,5mg/ml (5 gotas à noite), ciclobenzaprina 5 mg à noite e dipirona 30 gotas de 12/12hs. Busca atendimento médico com queixa de tontura há 1 ano com quedas frequentes. Em relação à reação adversa a medicamentos é correto afirmar:
A. Apesar das alterações fisiológicas relacionadas ao envelhecimento, a absorção de medicamentos
não sofre alteração significativa no idoso desde que a mucosa gástrica esteja íntegra.
B. Com o processo de envelhecimento ocorrem alterações na farmacocinética das drogas enquanto a
farmacodinâmica segue inalterada.
C. A utilização de diversas classes medicamentosas para a mesma doença deve ser evitada, pois isso
contribui para a prescrição em cascata e consequente polifarmácia.
D. Ao iniciar determinada medicação para um idoso deve-se iniciar em dose baixa e evitar a progressão
para doses maiores em função do risco de reação adversa aos medicamentos.
Letra “A” - Apesar das alterações fisiológicas relacionadas ao envelhecimento, a absorção de medicamentos não sofre alteração significativa no idoso desde que a mucosa gástrica esteja íntegra.
Questão difícil. O idoso apresenta diversas alterações farmacológicas, tanto na farmacocinética (o que o corpo faz com a droga), como na farmacodinâmica (o que a droga faz com o corpo) das medicações.
Letra B errada. Essas alterações implicam em maiores riscos de efeitos adversos e interações medicamentosas. Por isso, é de bom tom INICIAR DROGAS COM DOSES BAIXAS e PROGREDIR lentamente, mas NUNCA DEIXAR DE PRESCREVER medicações potencialmente benéficas (START LOW, GO SLOW, BUT GO).
A letra C é errada por conceito. A cascata iatrogênica não é resultante de prescrição de várias classes de medicações para um mesmo fim e sim da prescrição EM SEQUÊNCIA, com nova droga sendo prescrita para tratar inadvertidamente efeito colateral da droga anterior.
Letra C errada.
Finalmente, a Letra A é autoexplicativa: dos processos farmacocinéticos, fisiologicamente a absorção é a menos alterada na velhice.
UFSC – Acesso direto – 2013. Um homem de 80 anos de idade está se recuperando de cirurgia abdominal de grande porte no hospital. Quatro dias após a cirurgia tenta levantar-se da cama pela primeira vez, sente-se desorientado e sem firmeza e cai sem se machucar. Desde então começou a apresentar medo de caminhar. Antes da cirurgia, ele andava normalmente, e estava em uso de ß-bloqueador seletivo, de estatina e acetaminofen. Qual das seguintes respostas descreve o procedimento que mais provavelmente melhorará seus sintomas?
A. Introduzir um psicoestimulante em baixa dose (exe.: metilfenidato).
B. Exercícios de contra resistência, de baixa intensidade para os membros inferiores.
C. Iniciar um Betabloqueador com atividade simpaticomimética intrínseca, ao invés de um agente
cardiosseletivo.
D. Iniciar o uso de andador com quatro pontos de apoio.
E. Iniciar um benzodiazepínico (exe.: cloxazolam) para tratar a ansiedade.
Letra “B” - Exercícios de contra resistência, de baixa intensidade para os membros inferiores.
O paciente da questão desenvolveu a principal complicação de uma queda: o medo de novos eventos. A imobilização prolongada é um dos principais motivos para perda de massa muscular e piora funcional. A MELHOR intervenção para esse paciente, portanto, é a de exercícios resistidos (anaeróbicos), especialmente em membros inferiores, onde a musculatura proximal é
uma das mais afetadas. Benzodiazepínicos e betabloqueadores não cardiosseletivos aumentam o
risco de quedas (sintomas a nível de SNC como tonturas e sonolência). O andador pode até ser útil em um primeiro momento, mas não é a melhor intervenção. Medidas de adequação do ambiente e otimização do sensório também devem ser empregadas.
SCMSP – ACESSO DIRETO – 2013. Assinale a alternativa certa para a Síndrome da Imobilidade do idoso:
A. Considera-se imobilidade a restrição do idoso ao leito por mais de 30 dias.
B. A primeira modificação notada é comprometimento cutâneo e/ou úlcera de decúbito.
C. Em quatro semanas de restrição ao leito pode perder até 50% de seu nível inicial de força muscular.
D. O diagnóstico inicial é feito pela eletromiografia.
E. A principal causa de morte é a embolia pulmonar.
Letra “C” - Em quatro semanas de restrição ao leito pode perder até 50% de seu nível inicial de força muscular.
Questão difícil, que traz alguns conceitos básicos, mas com alguns detalhes numéricos que complicam a vida do estudante. Antes de mais nada, deve-se saber que a síndrome da imobilidade é um diagnóstico clínico, com critérios estabelecidos. A eletromiografia seria de pouca serventia diagnóstica (Letra D: incorreta).
Complicação inexorável, a morte acontece normalmente por falência múltipla de órgãos (Letra E: incorreta).
O critério de imobilismo é funcional: a supressão dos
movimentos voluntários articulares, especialmente de membros inferiores. Não há critério temporal para definição de imobilidade. Há algumas referências, contudo, que definem o decúbito prolongado
como aquele superior a 15 dias (absurdo esse tipo de cobrança!). (Letra A: incorreta).
A resposta da questão repousa em um dos principais conceitos em relação a perda muscular no imobilismo. Estima-se que pacientes possam perder 10% a 15% de sua massa muscular (e não força, como diz a questão!)
por semana. Ainda assim, é a melhor resposta.
SCM UNIFESP – ACESSO DIRETO – 2011. Paciente do sexo feminino, 73 anos, comparece à consulta
médica, informando que durante o último ano apresentou perda espontânea de 5 kg. Afirma que está inapetente e que observou dificuldade crescente para realizar atividades habituais como subir no
ônibus ou levantar-se da cadeira. Relata grande fadiga. Nega humor deprimido ou anedonia. Ao exame
físico, nota-se redução da força muscular, medida através da força de preensão palmar. A paciente
afirma que passou por diversos médicos sem receber um diagnóstico preciso. Traz vários exames
realizados que se mostraram normais. O diagnóstico mais provável para a paciente é:
A. Hipogonadismo. B. Síndrome paraneoplásica. C. Distimia. D. Depressão menor. E. Síndrome da fragilidade.
Letra “E” - Síndrome da fragilidade
A paciente em questão apresenta 4 critérios para a síndrome de fragilidade (3 são suficientes para o diagnóstico): Perda de peso > 4,5 kg, fadiga, redução da força de preensão palmar e baixo nível de atividades (pouco gasto energético). A dificuldade de levantar-se da cadeira é sinal de fraqueza muscular proximal em membros inferiores, uma provável sarcopenia, condição quase universal no frágil. A ausência de sintomas depressivos ou anedonia afasta as letras C e D. Apesar de hipogonadismo fazer parte da disfunção neuroendócrina encontrada no paciente frágil, essa alteração sozinha não explica o quadro completo. Os exames normais tendem a afastar a letra A, assim como a síndrome paraneoplásica (letra B).
USP-RP – ACESSO DIRETO – 2011. Em relação aos maus-tratos e negligência ao idoso é correto
afirmar que:
A. Proporcionalmente, é mais frequente a negligência aos idosos que vivem em instituições de longa
permanência.
B. Dependentes físicos ou mentais têm maiores risco de maus-tratos.
C. O homem sofre mais maus-tratos que a mulher.
D. Só devem ser denunciados os casos comprovados
Letra “B” - Dependentes físicos ou mentais têm maiores risco de maus-tratos.
Todos os casos de maus-tratos devem ser notificados à suspeição (Letra D: errada) para os órgãos competentes: autoridade policial, Ministério Público e Conselhos a nível federal, estadual e municipal. O perfil epidemiológico dos maus tratos é de vítimas mulheres (Letra C: errada), com agressões proporcionalmente maiores a nível intradomiciliar e não nas instituições de longa permanência (Letra A: errada). Os mais dependentes têm maior risco de maus-tratos (são mais vulneráveis pois muitas vezes são incapazes de se defender e, por vezes, geram um nível de sobrecarga alto aos seus cuidadores pelas demandas maiores (o que obviamente não justifica a violência).
UNESP-SP – Acesso direto – 2013. Questão 5 – Sobre a vacinação em idosos, assinale a correta:
A. Após os 60 anos, as doses de reforço da vacinação contra o tétano devem ocorrer a cada 5 anos.
B. A vacina antipneumocócica reduziu a mortalidade por pneumonia, mas não por doença pneumocócica invasiva.
C. Idosos portadores de HIV não devem receber vacinação anual contra influenza.
D. Idosos em tratamento imunossupressor não devem receber vacinação antipneumocócica.
E. A vacinação anual contra influenza reduziu a mortalidade geral não apenas relacionada às doenças
respiratórias.
Letra “E” - A vacinação anual contra influenza reduziu a mortalidade geral não apenas relacionada às doenças respiratórias.
Grave este conceito: das vacinas de rotina do idoso, a única que apresenta agente infeccioso atenuado (ou seja, vivo) é a de Herpes-Zóster. A administração em imunodeprimidos pode, portanto, gerar a doença. Todas as outras vacinas são inativadas (agentes mortos, alterados ou fragmentos deles). Não há preocupação com os imunodeprimidos nesse caso. Com esse conceito, concluímos que as alternativas C e D são falsas. As doses de reforço do tétano são iguais às do adulto, a cada 10 anos (Letra A: falsa). O benefício da vacina antipneumocócica reside principalmente para as formas invasivas. Uma menor proteção acontece para pneumonia comunitária, fato mais bem comprovado para a VPC-13 (Letra B: falsa). A vacina da influenza mostrou ser útil para reduzir a mortalidade geral, hospitalizações e complicações dos quadros respiratórios (Letra E: correta).
(SES-PE 2019 R3 CLÍNICA MÉDICA) – O envelhecimento da população e os importantes avanços terapêuticos contribuíram para um crescente e alarmante aumento na prevalência e incidência de insuficiência cardíaca. Quanto às principais alterações cardiovasculares associadas ao envelhecimento, assinale a alternativa INCORRETA.
A) Enrijecimento arterial B) Hipertrofia miocárdica C) Diminuição da função do nó sinusal D) Menor produção de ATP pelos cardiomiócitos E) Aumento da resposta beta-adrenérgica
Letra “E” - Aumento da resposta beta-adrenérgica
A RESERVA FUNCIONAL DIMINUI AO LONGO DO TEMPO: CONSEQUÊNCIAS + COMPENSAÇÃO
Com o envelhecimento, a reserva funcional orgânica começa a diminuir, o que acarreta em alterações compensatórias e consequências. Quanto ao sistema cardiovascular, essas alterações podem ser estruturais, autonômicas e elétricas. A nível estrutural, os vasos costumam perder a elasticidade, tornando-se mais rígidos, levando ao aumento da resistência vascular periférica e, consequentemente, da pressão arterial, principalmente, a sistólica. Em se tratando do músculo cardíaco, os cardiomiócitos começam a entrar em processo de morte celular. A fim de compensar esse efeito, as células remanescentes passam a aumentar de tamanho, levando à hipertrofia, melhor observada, em ventrículo esquerdo, podendo produzir uma disfunção diastólica, comum ao ecocardiograma de pacientes idosos. Quanto ao sistema autonômico, existe queda da resposta beta-adrenérgica, gerando efeito de diminuição da frequência cardíaca. Já a perda de função do nó sinusal, ocasionando consequências elétricas, fica evidenciada pelo surgimento de arritmias. Sendo assim, a única alteração não compatível com a fisiologia do envelhecimento é a encontrada na ALTERNATIVA E.