Direito Penal - Princípios Gerais Do Direito Penal Flashcards

1
Q

O que é o princípio da exclusiva proteção de bens jurídicos?

A

É um princípio impeditivo relacionado com a missão fundamental do direito penal.

Impede que o estado venha a utilizar o direito penal para a proteção de bens ilegítimos.

Ex. Direito penal protegendo a heterosexualidade (vai em desencontro com os direitos da personalidade). Proteger o catolicismo (iria em desencontro com a liberdade de crença).

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2
Q

O que é o princípio da intervenção mínima?

A

É um principio relacionado com a missão fundamental do direito penal.

Conforme princípio da intervenção mínima, Direito Penal só deve ser aplicado quando estritamente necessário, mantendo-se subsidiário e fragmentado (características).

Direito penal é seletivo. Só abarca fatos humanos (não interessa fatos da natureza). Fatos humanos podem ser desejados (não interessa) ou indesejados (não todos, apenas alguns interessam).

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3
Q

Qual a diferença das características da subsidiariedade e da fragmentariedade do princípio da intervenção mínima?

A

Subsidiário pois orienta a intervenção em abstrato. Direito penal só intervém quando demais direitos fracassaram. É “ultima ratio”. Antes do crime (com fracasso dos demais ramos tipifica como delito).

Fragmentado pois orienta a intervenção no caso concreto. Depois de ocorrido fato verifica se lesão foi relevante. Direito penal só intervém diante de relevante lesão ao bem tutelado.

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4
Q

Principio da insignificância é desdobramento de que princípio?

A

É desdobramento da característica da fragmentaridade do princípio da intervenção mínima.

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5
Q

O que é o principio da insignificância (ou princípio da bagatela)?

A

Instrumento de interpretação restritiva do direito penal. Para que fato seja materialmente típico exige-se relevante e intolerável lesão ou perigo de lesão ao bem tutelado.

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6
Q

Por que o princípio da insignificância afasta a incidência do delito?

A

O princípio da insignificância é uma causa supralegal de exclusão da tipicidade material. Absolvição por atipicidade material. Pode ser aplicado mesmo após o transito em julgado da sentença condenatória.

A tipicidade penal divide-se em:

a) Tipicidade formal (ou legal): é a adequação (conformidade) entre a conduta praticada pelo agente e a conduta descrita abstratamente na lei penal incriminadora.
b) Tipicidade material (ou substancial): é a lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico protegido pelo tipo penal.

Verificar se há tipicidade formal significa examinar se a conduta praticada pelo agente amolda-se ao que está previsto como crime na lei penal.

Verificar se há tipicidade material consiste em examinar se essa conduta praticada pelo agente e prevista como crime produziu efetivamente lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico protegido pelo tipo penal.

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7
Q

O princípio da insignificância somente pode ser aplicado para as infrações de menor potencial ofensivo?

A

Não, o princípio da insignificância pode, em tese, ser aplicado para delitos de menor, médio ou alto potencial ofensivo, a depender da situação em concreto e do crime a que se refere.

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8
Q

Requisitos para aplicação do princípio da insignificância?

A

Devem ter os seguintes requisitos cumulativos:

a) P ericulosidade social da ação (nenhuma);
b) R eprovabilidade do comportamento (reduzido grau de)
c) O fensividade da conduta (mínima);
d) L esão jurídica provocada (inexpressividade)

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9
Q

Nos crimes contra a administração pública pode aplicar-se princípio da insignificância?

A

Controvertido:
STF admite se lesão ao bem jurídico for mínima.

STJ não admite levando em conta a violação ao princípio da moralidade administrativo.

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10
Q

É possível a aplicação do princípio da insignificância para réus reincidentes ou que respondam a outros inquéritos ou ações penais?

A

A existência de circunstâncias de caráter pessoal desfavoráveis, tais como o registro de processos criminais em andamento, a existência de antecedentes criminais ou mesmo eventual reincidência não são óbices, por si só, ao reconhecimento do princípio da insignificância. Tem que demonstrar a reprovabilidade e ofensividade da conduta para que princípio seja afastado.

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11
Q

Qual é a diferença entre o furto insignificante e o furto de pequeno valor?

A

O primeiro, autoriza o reconhecimento da atipicidade da conduta. O segundo, é uma causa de diminuição prevista no art. 155, § 2o, do CP, sendo chamada de furto privilegiado.

A jurisprudência, em geral, afirma que “pequeno valor”, para os fins do § 2o do art. 155, ocorre quando a coisa subtraída não ultrapassa a importância de um salário mínimo. Desse modo, se a coisa subtraída é inferior a um salário mínimo, esta conduta poderá receber dois tipos de valoração pelo juiz:

a) Ser considerada insignificante: resultando na absolvição por atipicidade material.
b) Ser considerada furto privilegiado: continuando a ser crime, mas com os benefícios do § 2o do art. 155 do CP.

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12
Q

Quais são os grupos de princípios do direito penal?

A

A) relacionados com a missão fundamental do direito penal.

      - princípio da exclusiva proteção de bens jurídicos
      - princípio da intervenção mínima 

B) relacionados com o fato do agente

      - princípio da exteriorização/materialização do fato
      - princípio da legalidade
      - princípio da Ofensividade/lesividade

C) relacionados com o agente do fato.

      - princípio da responsabilidade pessoal
      - princípio da responsabilidade subjetiva
      - princípio da culpabilidade
      - principio da igualdade/da insonomia
      - princípio da presunção de inocência ou da não culpa

D) relacionados com pena.

      - princípio da proibição da pena indigna 
      - principio a humanização das penas
      - principio da proporcionalidade
      - principio da pessoalidade/personalidade da pena
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13
Q

Princípio da intervenção mínima tem aspecto negativo?

A

Legislador deve deixar de intervir em casos que não há mais necessidade ex. Adultério, sedução, rapto consensual, contravenção penal da mendicância.
Positivo diz onde deve intervir.

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14
Q

Casos em que não se admite a aplicação do princípio da insignificância?

A

1) Roubo
2) trafico de drogas
3) moeda falsa (delito contra a fé pública - confiança da população na moeda)
4) contrabando (diferentemente do descaminho, corresponde à conduta de importar ou exportar mercadoria PROIBIDA.)
5) estelionato envolvendo INSS
6) estelionato envolvendo seguro desemprego
7) estelionato envolvendo FGTS
8) crime militar

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15
Q

O que é o princípio da exteriorização/materialização do fato?

A

O princípio da exteriorização/materialização do fato é um principio relacionado com o fato do agente. O Estado só pode incriminar penalmente condutas humanas voluntárias.

Ninguém pode ser castigado pelos seus pensamentos, desejos ou estilo de vida.
BRASIL adota direito penal do fato, repudiando o direito penal do autor (ex. Nazismo, fascismo). Na lei, artigo 2º trata da abolitio criminis de fatos e não pessoas.

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16
Q

E a contravenção penal da vadiagem? Não iria em desencontro com o princípio da exteriorização do fato?

A

Ao se punir a contravenção da vadiagem se esta punindo a pessoa e não o fato. Ignora fatos e pune alguém por quem é.

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17
Q

O que é o principio da legalidade?

A

Princípio da legalidade constitui real limitação ao poder estatal de interferir na esfera de liberdades individuais. É o manto protetor contra o poder punitivo do estado. Jamais pode ser usado pelo estado contra indivíduo. Presente na convenção americana da pessoa humana.

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18
Q

O que é o principio da Ofensividade (ou lesividade)?

A

Para que o ocorra o delito é imprescindível a efetiva lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. Em latim “nullun crimen sine injuria”

19
Q

Quais são os crimes de perigo? É possível crime de perigo abstrato no Brasil?

A

Crimes de perigo se dividem em crime de perigo abstrato e crime de perigo concreto.
No crime de perigo abstrato o crime é absolutamente presumido por lei. Basta promotor provar pratica da conduta.
No crime de perigo abstrato o perigo deve ser demonstrado. Exige-se risco concreto, real, efetivo.

No Brasil, crime de perigo abstrato somente em casos excepcionalíssimos. Este crime ofende dois princípios constitucionais (Ofensividade e Ampla Defesa).
Doutrina diz que crimes de perigo abstrato são instrumentos de direito penal do inimigo.

20
Q

O que é o princípio da responsabilidade pessoal?

A

Trata-se de principio relacionado com o agente do fato. Proibi-se o castigo penal por fato de outrem.não existe no direito penal responsabilidade coletiva.

21
Q

O que são denuncias genéricas? É possível no direito brasileiro?

A

Denúncia genérica é aquela que não descreve de forma minuciosa os atos atribuídos a cada um dos denunciados.

Em regra é vedada podendo acarretar o não recebimento da denúncia pois fere, além da ampla defesa, o princípio da responsabilidade pessoal. Só se tolera excepcionalmente em crimes societários e crimes atuação coletiva (ex. linchamento) devido a dificuldade da individualização da conduta. Nestes casos a individualização deve ser aprofundada em juízo para que possível a condenação.

22
Q

O que é o princípio da responsabilidade subjetiva?

A

Trata-se de principio relacionado com o agente do fato. Não basta que o fato seja materialmente causado pelo agente. Só pode ser responsabilizado se fato foi querido, aceito ou previsível.

Não há no direito penal crime sem dolo ou culpa. Só tem sentido castigar fatos desejados ou previsíveis. Não há responsabilidade objetiva.

23
Q

O que é o princípio da culpabilidade?

A

Principio relacionado com agente do fato. Ninguém pode ser punido por fato quando incapaz ou sem potencial consciência da ilicitude, ou sendo dele inexigível comportamento diverso.

24
Q

O que é o principio da igualdade/da insonomia?

A

Este princípio obriga o legislador e o juiz a tratar todos de maneira igual na medida de suas desigualdades. Trata-se da igualdade substancial e não formal.

Artigo 24 da convenção americana de direitos humanos

25
Q

O que é o princípio da presunção de inocência?

A

Princípio relacionado com o agente do fato. Disposto no artigo 5, LVII da CF - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.

Deveria ser chamado de principio da não culpa/ da não culpabilidade (critica de Mirabete)

Presunção da inocência pode ser encontrado na convenção americana de direitos humanos em seu artigo 8.2 - “Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua inocência, enquanto não for legalmente comprovada sua culpa”
Artigo 66 do estatuto de Roma também traz o princípio da presunção de inocência - “Toda a pessoa se presume inocente até prova da sua culpa perante o Tribunal, de acordo com o direito aplicável.”

26
Q

Quais as consequências do princípio da presunção de inocência?

A

1) Prisão provisória é instrumento excepcional,
2) Incumbe ao Procurador o ônus da prova da culpa do acusado
3) Para proferir sentença condenatória, o Tribunal deve estar convencido de que o acusado é culpado, além de qualquer dúvida razoável.

27
Q

O que são os princípios da pena ofensiva a dignidade humana e principio da humanidade das penas?

A

São princípios relacionados com a pena. Conforme primeiro, a ninguém pode ser imposta pena ofensiva a dignidade humana. Este é ligado ao princípio da humanidade da pena que diz que nenhuma pena pode ser cruel, desumana e degradante.

Supremo julgou inconstitucional regime integralmente fechado com base, em parte, no princípio da humanização das penas.

Convenção americana de direitos humanos, em seu artigo 5º diz que todos tem direito a integridade física, psíquica e moral. Também, ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas ou tratos cruéis, desumanos ou degradantes. Toda pessoa privada de liberdade deve ser tratada com o respeito devido à dignidade inerente ao ser humano.

28
Q

O que é o principio da proporcionalidade para o direito penal?

A

Princípio relacionado com a pena, sendo desdobramento do principio da individualização da pena.

Dispõe que a pena deve ser proporcional com a gravidade da infração penal. Pena deve ser meio suficiente para atingir seus fins (retribuição, reconciliação e prevenção).

Tem 2 ângulos:

1) devemos evitar excessos (hipertrofia da punição)
2) pena deve evitar a insuficiência da intervenção estatal (impede a impunidade)

29
Q

O que é o principio da pessoalidade/personalidade da pena?

A

Presente no artigo 5º XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado. Principio é absoluto - NÃO ADMITE EXCEÇÕES - pena de confisco não é pena, é efeito da sentença. Confisco dos bens do condenado é só efeito da sentença. Convenção americana de direitos humanos também diz que pena não passa da pessoa do delinqüente.

Corrente minoritária diz que principio é relativo pois admite exceção prevista na própria constituição - pena de confisco de bens do condenado.

30
Q

O que é o principio da vedação do bis in idem?

A

Princípio relacionado com a pena. Não esta expresso na Constituição mas sim no estatuto de Roma.
Tem 3 significados:
1) processual - ninguém pode ser processado duas vezes pelo mesmo crime.
2) material - ninguém pode ser condenado pela segunda vez em razão do mesmo fato.
3) execucional - ninguém pode ser executado duas vezes por condenações relacionadas com o mesmo fato.

31
Q

Principio da vedação do bis in idem é absoluto?

A

Não é absoluto, tem exceção ligada a extraterritorialidade.

32
Q

Qual a diferença do princípio da reserva legal e do princípio da legalidade?

A

1ª corrente diz que são termos sinônimos.
2ª corrente diz que princípio da legalidade não se confunde com o da reserva legal pois legalidade toma a expressão lei em um sentido amplo abrangendo todas as espécies normativas da CF (emenda, lei complementar, lei ordinária, decreto,..). Princípio da reserva legal abrangeria apenas leis ordinárias e complementares.
3ª corrente (majoritária) diz que legalidade é igual a reserva legal mais anterioridade (lei tem que ser anterior).
Não há crime sem lei (reserva legal) anterior (anterioridade) que o defina, nem pena sem previa cominação legal.

33
Q

Qual a origem do princípio da legalidade?

A

3 correntes:

1) nasce no direito romano (parecido)
2) nasceu na carta de João sem terra 1215 (parecido)
3) gênese no iluminismo tendo sido recepcionado pela revolução francesa. Cesáre Beccaria. (Corrente dominante)

34
Q

Quais os fundamentos do princípio da legalidade?

A

Fundamento político - Exigência de vinculação do executivo e judiciário a leis formuladas de forma abstrata. Impede o poder punitivo com base no livre arbítrio. Poder punitivo não pode ser arbitrário.

Fundamento democrático - desdobramento do político. Trata-se ao respeito ao princípio da divisão de poderes (separação de funções) - só o Parlamento (representante do povo) deve ser o responsável pela criação de crimes.

Fundamento jurídico - lei prévia e clara produz importante efeito intimidativo. Beccaria.

35
Q

Contravenção pode ser criada por outra norma que não lei?

A

Regra geral do Código Penal se aplica às contravenções. Onde esta escrito crime se lê infração penal - releição constitucional.

Não há crime (ler infração penal) sem prévia lei que o defina, não há pena sem previa cominação legal.

36
Q

Medida de segurança é sanção penal?

A

1ª corrente - pena tem caráter punitivo e é freada pelo principio da legalidade. Medida de segurança não teria caráter punitivo, mas sim curativo, não podendo ter limites.
2ª corrente (majoritária) - pena não se confunde com medida de segurança porém ambas estão abrangidas pelo principio da legalidade pois configuram espécies de sanção penal.

Não há pena (sansão penal) sem previa cominação legal.

Art. 3º do CPM foi recepcionado pela CF - medidas de segurança regem-se pela lei vigente ao tempo da sentença, prevalecendo a lei vigente ao tempo da execução.

Não teria sido recepcionado pois legalidade é reserva legal mais anterioridade. Art 3º respeita a reserva legal mas não responde a anterioridade e portanto a legalidade. NÃO FOI RECEPCIONADO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

37
Q

Medida provisória cria crime? Pode ser usada para direito penal não incriminador?

A

Não pois medida provisória não é lei mas ato administrativo com força normativa. Não cria crime ou comina pena.

Quanto a versar normas penais não incriminadoras há duas correntes.
1) Não pode - art 62 §1, b da CF- medida provisória não pode ser usada para criar qualquer tipo de norma penal, incriminadora ou não. Artigo fala que medida provisória não pode versar sobre direito penal ou processual penal. Prevalece na doutrina.

2) é possível medida provisória em favor do réu no direito penal. STF, no RE254818/PR, proclamou admissibilidade em favor do réus de MP que permitiu parcelamento de débitos tributários e previdenciários com efeitos extintivos da punibilidade.
Também foi utilizada no caso do estatuto do desarmamento. Norma dizendo que posse de arma em casa não é crime (prorrogado por medida provisória) impedindo poder punitivo estatal em favor do réu por determinado tempo. Só em 2008 virou lei, depois de 5 anos de prorrogação.

38
Q

Resoluções podem criar norma penal (TSE, CNJ, CNMP, …)? E lei delegada pode?

A

Não podem ser usadas resoluções pois não se tratam de lei. São atos legislativos com força normativa (não são leis no sentido estrito)
Lei delegada não pode pois direito penal é direito individual e art. 68 da CF diz que lei delegada não pode versar sobre direitos individuais.

39
Q

Quais os subprincipios do direito da legalidade?

A

Lei deve ser no sentido estrito, anterior, escrita, estrita, certa e necessária para garantir contra o poder punitivo do Estado.
Nao ha crime sem lei (lei no sentido estrito). Só lei ordinária ou complementar.
Lei deve ser anterior porém admite-se a retroatividade benéfica.
Lei escrita busca evitar uma espécie de costume, o costume incriminador. Interpretador é bem vindo.
Lei deve ser estrita veda analogia incriminadora. Veda analogia maléfica.
Lei deve ser certa, de fácil entendimento. Quer evitar ambiguidades pois esta permite arbitrariedades. Verifica-se o princípio da determinação/taxatividade decorrente deste princípio.
Lei deve ser necessária para evitar a hipertrofia do direito penal. Desdobramento do principio da intervenção mínima.

40
Q

Fontes do princípio da legalidade?

A

Art. 9º da Convenção americana de direitos humanos
Art. 5º, da Constituição Federal
Art. 1º Código Penal

41
Q

Casos em que é admitida a aplicação do principio da insignificância?

A

Furto - fato de ser qualificado para STF impede aplicação do princípio. Ex. Furto com violação de domicílio (violação da privacidade e tranqüilidade) e furto de água potável com ligação clandestina não admite.
Contra a ordem tributária (até 10.000 reais, portaria diz 20.000 reais),
Descaminho - não pagar imposto. Se não atingir 20.000 reais STF considera insignificante.
Crimes ambientais.

42
Q

Como fica o principio da reserva legal diante da norma penal em branco?

A

Aaa

43
Q

Tipos de lei penal?

A

1) Lei penal completa - dispensa complemento normativo (dado pela norma) ou valorativo (dado pelo juiz). Ex. homicídio

2) Lei penal incompleta - depende de complemento normativo ou valorativo. Divide-se em:
2.1) norma penal em branco - depende de complemento normativo dado por outra norma. Pode ser:
2.1.1) Própria em sentido estrito (ou heterogênea) quando o complemento normativo não emana do legislador (heterogênea). Ex. Lei de drogas. O que vem a ser drogas é complemento dado pelo executivo.
2.1.2) Imprópria em sentido amplo (ou homogênea)- complemento normativo emana do legislador
1) Homóloga ou homovitelina - complemento emana da mesma instância legislativa. Ex. Lei penal em branco complementada por lei penal - conceito de funcionário pública para ciúmes funcionais.
2) Heteróloga ou heterovitelina - complemento vem de instancia legislativa diversa ex. Lei penal complementada por lei civil. Ex. Violação de direitos autorais.
Obs. Norma penal em branco ao revés - complemento normativo diz respeito a sanção e não ao tipo. Lei 2889/56
2.2 norma penal de tipos abertos - dependem de complemento valorativo dada pelo juiz. Ex. Crime culposo é crime aberto.

44
Q

Expressão: “Principio da legalidade é o pilar do garantismo”. O que significa?

A

Garantismo é as garantias superando em muito o poder punitivo do Estado. É o mínimo poder punitivo versus máximo de garantias.

Principio da legalidade é o:
poder punitivo X garantia do cidadão
Quando diz que não há crime sem lei. Poder punitivo é muito grande ainda. Quando diz anterior diminui mais poder punitiva. Quando diz escrita, estrita, certa e necessária diminui ao maximo o poder punitivo elevando em patamar maximo as garantias.