Uro: Emergências urológicas não traumáticas Flashcards

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1
Q

Cólica renal

Clínica

A
  • Dor lombar intensa
  • Irradiação para abdome, flanco, região ilíaca e inguinal
  • Sintomas não urinários frequentes: náuseas e vômitos (pela irritação do plexo solar) e íleo reflexo
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Q

Cólica renal

O que causa a dor?

A

A obstrução aguda do ureter causa:

  • Aumento da pressão intraluminar
  • Distensão do sistema coletor
  • Estimulação dos terminais nervosos
  • Espasmo do músculo liso ureteral
  • Produção de ácido lático
  • Estimulação das vias aferentes da dor (T11-L1)
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Q

Cólica renal

Aspectos da sintomatologia que dão pistas da localização do cálculo

A
  • Cálculo no ureter proximal geralmente causa dor na região lombar
  • Na obstrução do ureter médio a dor muda para o flanco e fossa ilíaca
  • Cálculo na junção ureterovesical: dor acometendo o testículo ou grande lábio ipsilateral
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4
Q

Cólica renal

Exames

A
  • Exames de urina (urinálise e cultura - se cilindros leucocitários dx de pielonefrite)
  • Creatinina (Função renal alterada: considerar desobstruir o rim)
  • PCR
  • RX (pouco sensível, pode ajudar a afastar alguns diagnósticos diferenciais)
  • USG (bom pra ver ureter proximal e distal, ruim para ureter médio)
  • Urografia
  • TC helicoidal sem contraste (melhor exame, mais sensível)
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5
Q

Cólica renal

Tratamento da crise

A
  • Analgesia escalonada e potente
    • Dipirona, escopolamina
    • Tramadol, morfina se necessário
  • Outros sintomas associados (vômito principalmente)
    • Anti eméticos
  • Hidratação
    • Primeiro fazer analgesia adequada
    • A hidratação pode ajuda-lo a passar a pedra
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6
Q

Cólica renal

Tratamento da causa

A

Cálculos até 6mm tem grande chance de saírem espontaneamente, se maiores considerar tratar a causa

  • Terapia expulsiva (tansulosina 0,4mg/dia)
  • Ureterolitotripsia + implante de cateter duplo j
  • *Nunca fazer ureteroliotripsia se houver infecção, pode causar bacteremia, sepse
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7
Q

Retenção urinária

A

Interrupção abrupta de eliminação de urina

  • Fatores anatômicos obstrutivos ou funcionais
  • Bexigoma é o sinal clínico característico
  • Necessidade de cateterismo esvaziador
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8
Q

Retenção urinária

Causas

A
  • Tumores vesicais e uretrais
  • Cálculos vesicais e uretrais
  • Disfunções neurogênicas
  • Medicamentos
  • Obstrução prostática
  • Fimose
  • Mulher (puerpério – 1° ao 10° dia)
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9
Q

Retenção urinária

Sintomas

A
  • Dor hipogástrica muito forte
  • Globo vesical palpável
  • Sudorese, palidez
  • História de poliúria, nictúria, interrupção do jato urinário
  • Geralmente pacientes mais idosos
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10
Q

Retenção urinária

Tratamento

A
  • Cateterismo evacuador (muitas vezes a sonda vesical não progride, você pode tentar, mas muitas vezes não passa)
    • Cateterismo vesical
    • Punção suprapúbica
  • Esvaziamento vagaroso (o esvaziamento súbito pode lesar a mucosa e gerar uma hematúria importante)
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11
Q

Priaprismo

A
  • Ereção prolongada e dolorosa, muitas vezes independente do estímulo sexual
  • Acima de 4 horas
  • Glande permanece flácida (porque não é corpo esponjoso)
  • Emergência (risco de perda de viabilidade do órgão)
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12
Q

Priaprismo isquêmico

A

“Síndrome compartimental do pênis”

  • Mais comum (95%)
  • Baixo fluxo
  • Diminuição do retorno venoso e estase levando a isquemia
  • Emergência, pode necrosar os corpos cavernosos, rigidez plena
  • Aspirado do pênis: sangue vermelho escuro
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13
Q

Priaprismo isquêmico

Causas

A
  • Idiopática (30 a 50%)
  • Anemia falciforme (dificuldade de drenagem do sangue, ele entra e não sai)
  • Doenças mieloproliferativas (Leucemia)
  • Injeção para disfunção erétil (e outros medicamentos injetáveis intrapenianos)
  • Diabetes juvenil
  • Picada de animais (aracnídeos, escorpiões)
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14
Q

Priapismo não isquêmico

A
  • De alto fluxo ou arterial
  • Menos comum
  • Não doloroso
  • Geralmente a rigidez não é plena
  • Aumento de fluxo arterial
  • Retorno venoso normal
  • Sangue aspirado: vermelho claro
  • Causa importante: secundário a trauma perineal
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15
Q

Priaprismo

Diagnóstico

A
  • Clínica
  • Gasometria cavernosa (punção do corpo cavernoso)
  • USG doppler: sinal da fístula arteriocavernosa
  • Arteriografia: para embolização em não isquêmico
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16
Q

Priaprismo

Gasometria cavernosa

(isquêmico X não isquêmico)

A

Gasometria cavernosa: punção do corpo cavernoso

  • Isquêmico
    • PO2 < 30mmHg
    • PCO2 > 60mmHg
    • Ph < 7,25
  • Arterial
    • PO2 > 90mmHg

Ao colher a gasometria já começa o tratamento, drena sangue em excesso

17
Q

Tratamento priaprismo isquêmico

A
  • Punção e esvaziamento
  • Sem resolução: medicamento intracavernoso (agonistas alfa-adrenérgicos)
  • Shunt entre corpo esponjoso e cavernoso (técnica de Al-Ghorab)
  • Prótese peniana
18
Q

Tratamento priaprismo não isquêmico

A
  • Não há indicação de esvaziamento
  • Sedação, analgesia, hidratação, gelo local
  • Arteriografia com embolização seletiva (preconizado)
  • Ligadura arterial – caso a arteriografia não seja disponível
  • Alfa adrenérgicos intracavernosos (não rotineiros)
19
Q

Priaprismo

Complicações

A
  • Tratamento não deve ultrapassar 4 horas
  • Veno-oclusão = fibrose de corpos cavernosos
  • Fibrose = impotência
20
Q

Escroto agudo

A
  • Quadro doloroso súbito
  • Aumento do volume escrotal – unilateral (maioria)
  • Edema, rubor
  • Manifestações gerais (febre, sudorese, vômitos)
  • Orquite (inflamação do testículo), orquiepididimite (inflamação do testículo e epidídimo), torção de testículo, torção de apêndices testiculares, hérnia estrangulada, edema escrotal idiopático
  • Emergência (risco de perda de viabilidade do órgão)
21
Q

Epididimite, orquite e orquiepididimite aguda

A
  • Viral, bacteriana ou idiopática
  • Início insidioso
  • Geralmente unilateral
  • Após 24h comprometimento testicular (orquiepididimite
  • Abaixo de 40 anos (chlamydia e neisseria)
  • Diagnóstico diferencial: torção
  • Orquididimite: ATB (quinolona + Axitromicina)
22
Q

Torção de cordão espermático

Extravaginal X intravaginal

A
  • Distribuição bimodal (neonatal e adolescência)
  • Extravaginal (neonatal 12%): torção em torno do cordão inguinal
  • Intravaginal: período puberal, torção em torno da circulação dentro da túnica vaginal (anomalia da fixação do testículo, defeitos anatômicos congênitos, epidídimo em “badalo de sino”)
23
Q

Torção de cordão espermático

Clínica

A
  • Dor testicular de início subido
  • Aumento do volume da bolsa escrotal
  • Eritema, calor
  • Náuseas e vômitos
  • Sinal de Angell: elevação e horizontalização do testículo afetado
  • Perda do reflexo cremastérico ipsilateral
24
Q

Sinal de Angell

A

Elevação e horizontalização do testículo torcido

25
Q

Sinal de Prehn

A

Alívio da dor com a elevação mecânica do testículo afetado presente em casos de orquiepididimite

26
Q

Torção testicular

Diagnóstico

A

Clínico, mas na dúvida tem que explorar com doppler

  • Dopller na torção de testículo: fluxo ausente ou diminuído, confirmando problema na vascularização
  • Não esperar dopller para operar, torção de testículo é emergência, tempo é gônada (acima de 24h < 10% dos testículos são salváveis)
27
Q

Torção testicular

Tratamento

A
  • Analgesia e tentativa de destorcer o testículo
  • 66% torcem para dentro latero-medial, tentar virar de dentro para fora (como abrir um livro, da linha média para lateral)
  • Se for efetivo haverá melhora da dor e o testículo desce
  • Ganha tempo, mas todo paciente precisa de cirurgia (Orquidopexia)
  • Tratamento cirúrgico ideal em até 5 horas
  • Testículo viável: distorção e fixação dos 2 testículos
  • Necrose: orquiectmia e orquidopexia conrtalateral
28
Q

Como diferenciar orquite de torção testicular?

A

Torção de testículo:

  • muito mais grave
  • Quadro mais agudo
  • Reflexo cremastérico ausente
  • Testículo está próximo do organismo (alto na bolsa escrotal), horizontalizado (Sinal de Angell)
  • Aqui mesmo elevando o testículo a dor não melhora.

Orquite:

  • Evolução mais lenta, quadro menos agudo,
  • Sinal ou manobra de Prehn (enquanto o testículo não estiver tracionado não dói ou dói menos)
29
Q

Orquite

A

Infecção dos testículos

Causa comum: caxumba

30
Q

Torção de apêndice testicular

A
  • Apêndices testiculares (hidátide de morgani são os mais comuns, 92%), sujeitos a torção
  • Apêndice no polo superior do testículo, tem um nódulozinho que se tocar dói (sinal do nódulo azul), mas não está no testículo de fato. Bolinha bem dolorosa e escura
  • Exame físico: hidátide torcida
  • Transiluminação: blue dot
  • USG doppler: não vai ter fluxo
  • Tratamento clínico (sintomáticos)
  • Cirúrgico nas dúvidas com torção testicular
31
Q

Parafimose

(conceito, clínica e causas)

A
  • Emergência (risco de perda de viabilidade do órgão)
  • Prepúcio não retrátil: fimose
  • Prepúcio com abertura estenótica, quando é retraído e fica preso no sulcobalanoprepucial = parafimose
    • Dor, edema e perda de fluxo na extremidade
  • Causas: tentativa de retração do prepúcio, sondagem sem voltar o prepúcio pro local.
32
Q

Diferença de fimose e parafimose

A

Fimose: incapacidade de exposição da glande

Parafimose: retração do prepúcio com estrangulamento da glande (edema não se desfaz espontaneamente)

33
Q

Prafimose

Tratamento

A
  • Redução manual
  • Incisão dorsal para redução
  • Postectomia eletiva após
34
Q

Fasciíte Necrotizante/Síndrome de Fournier

A
  • Infecção bacteriana polimicrobiana
  • Emergência (risco de perda de viabilidade do órgão)
  • Streptococcus/staphylococcus
  • Anaeróbicos/aeróbicos gram
  • Comprometimento das fáscias maior que na pele (quase nada na pele as vezes, mas paciente grave, chocado, séptico)
  • Grave acometimento sistêmico
  • Suspeita diagnóstica alta
  • Tratamento cirúrgico agressivo
35
Q

Fasciíte Necrotizante/Síndrome de Fournier

Clínica e tratamento

A

Clínica

  • Dor exarcebada/hiperestesia cutânea
  • Comprometimento sistêmico
  • Gás subcutâneo/múltiplas fístulas
  • Comprometimento da fáscia e descolamento do subcutâneo

Tratamento

  • Associação antimicrobiana
  • Retirar o foco