Reumato: Febre reumática Flashcards

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1
Q

Febre reumática

A

Doença multissistêmica imunomediada

  • Doença aguda, porém, com surtos e potencial cronicidade
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2
Q

5 envolvimentos clássicos

A
  • Articulações
  • Coração
  • Pele
  • Subcutâneo
  • SN
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3
Q

A resposta imune anormal da febre reumática é provocada por…

A

Faringoamigdalite bacteriana por Streptococcus pyogenes ou estreptococo beta-hemolítico do grupo A de Lancefield

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4
Q

Mais de 40% das pessoas com faringoamigdalite por Streptococcus pyogenes vão ter febre reumática?

V ou F

A

Falso

Menos de 3%

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5
Q

Fisiopatologia

A

Há similaridade de antígenos presentes na parede celular do patógeno, com moléculas presentes na MP de algumas células self.

Proteína M → cardiomiosina;

N-acetil-glicosamina → peptídeo glicano de estruturas cartilaginosas das articulações e estruturas dopaminérgicas neuronais

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6
Q

2 Formas de manifestação

A
  1. Cíclica de surtos agudos → Paciente é infectado com o patógeno, tem um surto, há o Clarence antigênico e melhora
  2. Subclínica → Surtos subclínicos que causam lesão tecidual crônica
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7
Q

Faixa etária mais acometida

A

Crianças 5-15 anos

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8
Q

Principal doença sequelar

A

Cardiopatia: 80%, 20% aórtica

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9
Q

Fatores de risco

A
  • INFÂNCIA → são os indivíduos que mais tem contato com vários patógenos, inclusive Strepto Pyogenes. 5-15 anos.
  • Predisposição genética
  • Baixo índice socio econômico
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10
Q

A primeira resposta do indivíduo a doença é a mais intensa?

A

Não!

Se o indivíduo apresentou algum envolvimento clássico após faringoamigdalite, tem que evitar o contato com o patógeno novamente porque a segunda resposta é mais intensa e poderá ter acometimento multissistêmico.

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11
Q

Principal componente da febre reumática

A

Artrite ou artralgia migratória

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12
Q

Acometimento articular da FR

A
  • Poliartrite;
  • Médias e grandes articulações (joelho, tornozelo, cotovelo, punho);
  • Migratória: 1-5 dias em cada localidade;
  • Duração total de 15 a 30 dias;
  • Boa resposta a anti-inflamatórios;
  • Exame físico geralmente sem alterações (ausência de edema, derrame articular, geralmente só há dor a mobilização)
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13
Q

Acometimento cardíaco da FR

A
  • O segundo componente principal da doença é o cardíaco.
  • Qualquer parte do coração pode ser acometida, (principalmente o endocárdio ⇒ endocardite inflamatória)
  • Pericárdio;
  • Miocárdio: ICC e BAV;
  • Endocárdio: Mais comum; Doença valvular secundária a endocardite inflamatória (Mais acometida à Menos acometida: Mitral, aórtica, tricúspide e pulmonar);
  • Doença aguda: Insuficiência mitral;
  • Doença crônica: Estenose mitral;
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14
Q

Artrite crônica… pode ser febre reumática?

A

Não, geralmente são surtos, mas não há um dano articular crônico.

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15
Q

Em países pobres a __________ é a principal causa de estenose mitral.

A

febre reumática

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16
Q

Ordem de acometimento das valvas

A

Mitral, Aórtica, Tricúspide e Pulmonar

MATe o PULMão

17
Q

Principal valva afetada é a …

A

MITRAL

18
Q

História natural da doença

(focando no acometimento cardíaco)

A

Chega no PS uma criança que teve uma infecção de garganta há 3 semanas, e agora apresenta febre e manifestações ligadas ao acometimento cardíaco (dispneia, cansaço, ortopneia, edema, estase jugular)

  • Só uma síndrome febril sem sintomas de IC: muito importante o exame físico (taquicardia, sopro cardíaco)
19
Q

Sopros cardíaco associado a FR

A
  • Holossistólico regurgitativo → insuficiência mitral
  • Sopro mesodiastólico em ruflar → sem estalido: estenose funcional da válvula; com estalido: estenose mitral
20
Q

ECG associado a FR

A
  • pode mostrar um distúrbio de condução → alargamento de PR
  • Na miocardide pode haver atraso da condução → taquicardia com BAV de primeiro grau, pela inflamação perto do nó sinusal
21
Q

Acometimento dermatológico da FR

A

ERITEMA MARGINADO

  • Área de pele mais clara com borda eritematosa
  • Não arde, não coça
  • Lesão assintomática e desaparece sozinha – lesão fugaz
  • Padrão centrifugo
  • Menos de 1% dos casos
22
Q

Acometimento subcutâneo da FR

A

Nódulos indolores são formados no tecido subcutâneo (existe ligação com a cardite)

  • Perto de superfície articular;
  • Região extensora dos membros;
  • Nódulo fibroelástico assintomático;
  • Desaparecem de maneira espontânea;
  • Menos de 1% dos casos;
23
Q

Acometimento neurológico da FR

A
  • A desregulação do sistema piramidal gera em um extremo liberação do movimento → coréia de Sydenham
  • Excesso de dopamina por disfunção neuronal: sintomas neuropsiquiátricos (estresse, labilidade emocional, irritabilidade, dificuldade de atenção) + hipersinesia
  • Sinal da ordenha (paciente n consegue segurar seu dedo, fica ordenhando)
  • Manifestação tardia, pode ocorrer até 6-8 meses pós faringoamigdalite (em média 8 semanas)
  • Pode demorar até um ano
  • Mais comum no sexo feminino
24
Q

Forma crônica da FR

A

Cardíaca

  • Estenose valvar, principalmente mitral, (geralmente resultado de diversos surtos, mesmo que subclínicos)
  • Típico de países subdesenvolvidos que não diagnosticam e tratam corretamente essas infecções
25
Q

Um quadro típico de aparecimento de problema valvar subclínico é GESTAÇÃO. Por quê?

A

Pela sobrecarga cardíaca que aparece normalmente na gravidez

26
Q

DIAGNÓSTICO FR

A

CRITÉRIOS DE JONES

Evidência de infecção estreptocócica prévia: CRITÉRIO OBRIGATÓRIO;

  • Critério obrigatório + 2 critérios maiores
  • Critério obrigatório + 1 critério maior + 2 critérios menores
  • Diagnóstico presuntivo: Coreia de Sydenham
  • Na recorrência: 1 maior ou 2 critérios menores dão o diagnóstico
  • Alteração valvar sugestiva de sequela de febre reumática (ecocardiograma típico): Diagnóstico de febre reumática tardio.
27
Q

Critérios Maiores de Jones

A

Manifestações sistêmicas típicas

  • Artrite/ Poliartralgia
  • Cardite
  • Eritema marginado
  • Nódulos subcutâneo
  • Coreia de Sydenham
28
Q

Critérios Menores de Jones

A
  • Artralgia
  • PR alargado no ECG
  • Febre
  • Elevação de PCR/ VHS.
29
Q

Como evidênciar infecção estreptocócica prévia?

A
  • Clínica (Histórico)
  • Microbiológica
    • Sorologia - ASLO (Antiestreptolisina O): Contato prévio com estreptococo;
    • Teste rápido;
    • Cultura;
    • Se negativos não excluem
30
Q

Marcadores importantes

A

ASLO e ANTI DNASE B

O mais importante é ASLO (Antistreptolisina O), mas algumas pessoas tem ASLO negativo mesmo com o contato com o strepto, então é importante usar outros marcadores em associação como o ANTI DNASE B, os dois negativos diminui a probabilidade de erro

31
Q

Critérios de Jones revisados (2015)

A

Usados para populações de alto/médio risco

Limiares menores:

  • Monoartralgia conta no lugar na poliartralgia como critério maior
  • A valor da febre é menor (<38°) nos critérios menores
  • Menor valor de VHS conta como critério menor
32
Q

Diagnóstico na recorrência

A

1 critério maior OU 2 menores

Para evitar maior acometimento cardíaco

33
Q

Tratamento

A
  • Erradicar bactéria (GAS): Penicilina G benzatina DU, IM (600.000 Unidades para pessoas < 27 KG; 1.200.000 UI se > 27 Kg)

Tratar complicações

  • Cardite: tratar IC, corticoide em casos de miocardide grave (furosemida, enalapril, digoxina – depende dos sintomas)
  • Se a valvulopatia for crônica e grave pode ser necessária cirurgia
  • Acometimento articular: anti-inflamatórios não esteroidal (funciona tanto, que dá até pra fazer prova terapêutica)
    • Naproxeno, AAS, em geral por 7 dias
  • Coreia: neurolépticos como haloperidol
  • Nódulos: não trata
  • Pele: O eritema marginado tende a sumir sozinho
34
Q

Profilaxia

A

Para evitar segundo surto

  • Penicilina benzatina periodicamente, IM 21/21 dias (600.000 UI se < 27 KG; 1.200.000 UI se > 27 Kg)
    • SEM CARDITE: Até 21 anos (Ou até 5 anos do surto);
    • CARDITE LEVE: Até 25 anos (Ou até 10 anos do surto). Teve um sopro no passado, mas zerou, teve uma cardite, mas no ECO está tudo normal.
    • CARDITE MODERADA/GRAVE: Até 40 anos (considerar por toda a vida)
    • Pacientes como professores de crianças, pediatras, que possuem muito contato com crianças e, assim com o strepto, fazer profilaxia enquanto tiver esse contato, mesmo se tomou por mais de 10 anos do último surto ou até passar dos 40 anos.
  • Se alergia a penicilina: sulfadiazina ou macrolídeo.