T8 - Prevenção Oncológica (1) Flashcards

1
Q

Cancro em Portugal?

A

🡪 O CCR é o tumor maligno mais frequente em Portugal.
🡪 Elevada incidência do cancro do estômago (cerca de 2900 casos/ano). Elevada prevalência deste tumor particularmente nos países ocidentais.
🡪 Mau prognóstico destes tumores responsáveis por cerca de 10% da mortalidade global do país.
🡪 Contribuem para a elevada mortalidade os cancros hepáticos e pancreáticos, embora não sejam tão frequentes quanto os do TD (como CCR e estômago), mas têm prognóstico particularmente mau, principalmente pelo seu diagnóstico tardio.

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2
Q

Cancro no Mundo?

A

🡪 A nível mundial, os tumores digestivos são uma causa importante de mortalidade
🡪 CCR, Ca estômago, Ca esófago, Ca pâncreas e fígado são causa importante de mortalidade associada a neoplasias malignas, o que explica a necessidade de implementação de medidas de prevenção eficazes.

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3
Q

Cancro das Vias Biliares - Tumores da Vesícula Biliar?

A

🡪 Maioria dos tumores malignos são carcinomas, especialmente adenocarcinoma;
🡪 Presente em 1 a 3% das colecistectomias e em 0,3% a 1% das autópsias;
🡪 Mulheres com idade superior a 60 anos (> incidência de litíase biliar);
🡪 Fatores de risco:
– Litíase vesicular
– ….

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4
Q

Cancro das Vias Biliares - Litíase Vesicular?

A

🡪 98% dos tumores surgem em vesículas litiásicas
🡪 Risco (0,01%/ano) não justifica colecistectomia profilática
🡪 Fatores de risco:
– Sexo feminino,
– Obesidade,
– Dietas ricas em gorduras ou hidratos de carbono
🡪 Risco de cancro aumenta:
– Duração da litíase
– Presença de sintomas
– Vesícula escleroatrófica ou calcificada

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5
Q

Cancro das Vias Biliares - Outros Fatores de Risco?

A

🡪 Anomalias da junção biliopancreatica (jbp)
– Tumores em idades mais jovens
– Neoplasias vesiculares e da via biliar
🡪 Adenomiomatose
🡪 Colangite esclerosante primária
– Colecistectomia profilática em doentes submetidos a colectomia
🡪 Pólipos vesiculares
– Maioria são pólipos de colesterol
– Cirurgia:
– > 10 mm
– Crescimento rápido
– Associados a litíase ou suspeita de anomalias da jbp

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6
Q

Cancro das Vias Biliares - Tmores das Vias Biliares?

A

🡪 O principal tumor das vias biliares é o Colangiocarcinoma - conjunto de tumores que têm origem numa célula do epitélio biliar (colangiócito).
🡪 Neoplasias raras (cerca de 3% das neoplasias digestivas)
🡪 Incidência aumentada em certos grupos de risco
– Doença inflamatória do intestino
– Anomalias congénitas hepatobiliares
– Infestações parasitárias
🡪 Surge geralmente na 6ª e 7ª décadas de vida
🡪 Predomínio do sexo masculino

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7
Q

Colangiocarcinomas - Classificação Anatómica?

A

🡪 Os Colangiocarcinomas podem ser divididos em intra e extra-hepáticos (peri-hilar ou distal).
🡪 Intra-hepático
– Habitualmente manifesta-se sobre a forma de um nódulo
🡪 Peri-hilar
– Localização mais frequente.
🡪 Distal
– O diagnóstico diferencial são tumores do pâncreas.

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8
Q

Colangiocarcinomas - Fatores de Risco?

A

🡪 Colangite esclerosante
🡪 Anomalias congénitas da arvore biliar
🡪 Parasitas
🡪 Litíase
🡪 Tóxicos
🡪 Síndrome de Lynch e papilomatose biliar
🡪 Obesidade, DM e síndrome metabólico
🡪 Infecção VIH
🡪 Doença hepática crónica
– VHC, VHB
– Cirrose hepática

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9
Q

Prevenção do Cnacro Biliar?

A

🡪 Estratégias dependem:
– Localização topográfica
– Deteção de lesões pré-cancerosas
– Fatores de risco
🡪 Lesões pré-cancerosas da via biliar são raras e com potencial maligno incerto
🡪 Vigilância de doentes com colangite esclerosante ou quistos do colédoco
🡪 Uso de Praziquantel como medida de prevenção primária em populações de alto risco

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10
Q

Prevenção do Cancro do Pâncreas - Cancro do Pâncreas?

A

🡪 Pessoas acima dos 55 anos, sendo a idade média de diagnóstico de 72 anos
– podem surgir mais precocemente, sobretudo no contexto de síndromes genéticos
🡪 Incidência superior nos homens
🡪 80 % das pessoas diagnosticadas com cancro pancreático terminal apenas vivem 4 a 6 meses.
– Após o dx, a sobrevida média é inferior a 6 meses.

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11
Q

Cancro Pancreático - Scope of the Clinical Problem?

A

🡪 Mau prognóstico é explicado em parte pelo estadio avançado à data do diagnóstico 85% dos doentes têm doença metastática ou localmente avançada aquando do dx, o que impossibilita a cirurgia (única opção potencialmente curativa)

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12
Q

Prevenção do Cancro do Pâncreas - Fatores de Risco?

A

🡪 Tabagismo (risco aumentado 1,5 a 3X)
🡪 Pancreatite crónica (duração da doença)
🡪 ?Diabetes Mellitus (etiologia/manifestação)
🡪 Papel controverso da dieta
– Aumento do risco com ingestão de HC e gorduras saturadas
– Diminuição do risco com ingestão de fibras gorduras poliinsaturadas e vit. C
🡪 ?Alcoolismo (co-factor com tabagismo)
🡪 ?Gastrectomia
🡪 Doenças hereditárias e história familiar aumentam o risco individual de cancro pancreático

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13
Q

Prevenção do Cancro do Pâncreas - Cancro Pancreático Hereditário?

A

🡪 Pelo elevado risco e por surgir em idades mais jovens, a pancreatite hereditária associada a mutações no gene PRSS1 justifica estratégias de vigilância específica nestes doentes
🡪 Outros síndromes genéticos que possam cursar com outros tumores como CCR podem estar associados a um risco mais elevado de cancro do pâncreas.

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14
Q

Prevenção do Cancro do Pâncreas - Estratégias de Vigilância?

A

🡪 Rastreio não indicado na população geral
– Baixa incidência
– Meios de diagnóstico com baixa sensibilidade e/ou especificidade
🡪 Prevenção do tabagismo
🡪 Rastreio de CaP em grupos de risco:
– Pancreatite hereditária
– Cancro pâncreas familiar
– Síndromes de tumores hereditários
– Doentes com quistos mucinosos

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15
Q

Prevenção do Cancro do Fígado - Cancro do Fígado?

A

🡪 1440 mortes/anuais em Portugal
🡪 Desenvolve-se habitualmente no contexto de Cirrose Hepática - dificulta o diagnóstico e limita as opções terapêuticas
🡪 5% das neoplasias a nível mundial
🡪 Incidência mais alta na África e sudoeste asiático
🡪 Aumento da incidência nos países ocidentais:
– Aumento da prevalência da infecção pelo VHC
– Aumento da sobrevida dos doentes com cirrose
🡪 Etiologia depende da região geográfica:
– África e Ásia (HBV e aflatoxina)
– Japão Egipto e sul da Europa (HCV)
– Norte e centro da Europa (HCV e álcool )

🡪 Em Portugal, as infeções víricas crónicas do fígado, o consumo excessivo de álcool e a obesidade são os principais fatores de risco.

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16
Q

Prevenção do Cancro do Fígado - Malignangt Transformation - Multisptep?

A

Transformação maligna dá-se em várias etapas.
A identificação destas etapas a nível molecular e morfológico pode possibilitar o desenvolvimento de novos métodos de rastreio e/ou métodos de tratamento mais eficazes para este tipo de tumores.

17
Q

Prevenção do Cancro do Fígado - Fatores de Risco?

A

🡪 Cirrose hepática de qualquer etiologia
🡪 Hepatite crónica B
🡪 Hepatite crónica C
🡪 Distúrbios metabólicos
– Hemocromatose
– Deficiência da alfa1-antitripsina
– Tirosinémia hereditária
🡪 Carcinogénios
– Aflatoxinas
– Torotraste

18
Q

Prevenção do Cancro do Fígado - CIrrose e Cancro do Fígado?

A

🡪 Cirrose é o fator de risco mais importante do CHC
🡪 Presente em 80% dos tumores
🡪 3-5% dos cirróticos desenvolvem CHC anualmente
🡪 Nos doentes com cirrose o risco depende:
– Idade, sexo, etiologia da DHC, gravidade da cirrose, níveis de alfa-fetoproteina
– Alterações histológicas:
. Aumento do índice proliferativo, regeneração irregular, displasia com células grandes

🡪 Dependendo do estado da cirrose - se está compensada ou descompensada - o risco de desenvolver cancro e a possibilidade de tratamento também é diferente.
🡪 A realização de biópsia hepática que na maioria dos casos não é necessária para o dx de biópsia hepática pode dar informação importante relativamente ao risco de cancro.
🡪 Doentes com hepatite B crónica e esteatohepatite não-alcoólica podem desenvolver tumores hepáticos na ausência de cirrose.
🡪 O desenvolvimento de cirrose num contexto de hemocromatose está associado a um risco muito elevado de aparecimento de cancro.

19
Q

Prevenção do Cancro do Fígado?

A

🡪 Prevenção primária
– Vacinação (HBV)
– Prevenção e cura da infecção HCV
– Prevenção e detecção de alcoolismo
– Factores ambienciais: tabaco
– Quimioprevenção: IFN e ribavirina

🡪 Prevenção secundária
– Objectivo: detecção de tumores em estadio precoce (< 2 cm), com possibilidade de cura
– Doentes de alto risco
– Método de rastreio: ecografia
– Papel da alfa-fetoproteína:
. Definição do risco, diagnóstico quando elevada (>400 ng/ml)
– Aumento da sobrevida não demonstrada

20
Q

CCR - Major Risk Factors?

A

🡪 Family History
🡪 Inflammatory bowel disease
🡪 Diabetes
🡪 Smoking

🡪 A maioria dos casos são esporádicos
🡪 Uma pequena minoria aparece em doentes com síndromes que conferem maior risco como o S. Lynch ou PAF

21
Q

CCR - Sequência Adenoma-Carcinoma?

A

🡪 Via de carcinogénese; explica o aparecimento da maioria das neoplasias do cólon.
🡪 Formação de adenomas - neoplasias benignas - a partir de uma mucosa do cólon normal
🡪 Com a acumulação de alterações genéticas temos a formação de lesões malignas.
🡪 Temos uma janela de oportunidade em que podemos atuar.
🡪 Se conseguirmos identificar e ressecar os adenomas impedimos a progressão para cancro do cólon

22
Q

CCR -PSOF?

A

🡪 Detecta a presença de sangue com origem em lesões malignas ou benignas de grandes dimensões
🡪 Hemorragia intermitente e aumenta com o tamanho do pólipo e estadio avançado do cancro
🡪 Redução até 33% da mortalidade por CCR com periodicidade anual
🡪 Sensibilidade limitada: 30% - 50%, especialmente para detecção de adenomas

🡪 Quanto maior for uma lesão, maior a probabilidade de hemorragia, maior a probabilidade de ser detetada na PSOF
🡪 Se o adenoma for pequeno ou não sangrar não vai detetado por esta técnica

23
Q

CCR - Colonoscopia?

A

🡪 “Gold standard” para visualização, biópsia e remoção de lesões neoplásicas
🡪 Elevada sensibilidade para detecção de CCR - 95%
🡪 Desvantagens: adesão, complicações

🡪 Consegue detetar lesões tão pequenas quanto 2-3mm e proceder à sua remoção.
🡪 Algumas lesões p.e. lesões planas podem crescer até dimensões muito consideráveis sem sangrar e não seriam detetadas na PSOF.

24
Q

Rastreio CCR?

A

🡪 Escolha do teste?
🡪 “The best test is the one that gets done”
🡪 Início aos 45 anos? (ACS)

🡪 Em Portugal, diz-se que deve começar aos 50 anos mas os americanos dizem 45A - dado o aumento de casos entre 45-50A.
🡪 Se colonoscopia total com cólon bem preparado e sem detetar qualquer lesão deve ser repetida passados 10 anos.
🡪 Outra opção é fazer a PSOF anualmente.